Ao
nos depararmos com a Palavra de Deus, vemos como o Senhor teve o cuidado de
priorizar o mais importante assunto: A
Revelação de Cristo. Ao longo do relato bíblico, podemos constatar
que em toda sua história, o Cristo de Deus nos é revelado, página por página,
gradativa e progressivamente. Desde seu início em Gênesis, Deus mostra logo nos
primeiros capítulos que Cristo, a semente da mulher, derrotaria Satanás de uma
vez por todas. Vemos ali a primeira promessa da revelação messiânica, quando
lemos: “E porei
inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3:15). A
história da Bíblia é uma história de redenção, isso em todo seu contexto, quer
seja histórico ou teológico. Do jardim até a cruz, o Senhor nos conduz em graça
pelo Seu Espírito, à revelação da Sua eterna salvação.
Esta semana, ao acessar uma das
minhas redes sociais, pude contemplar uma cena de um vídeo que mexeu muito
comigo, enquanto servo de Deus. Creio que era um povo da Ásia (os traços
denunciavam), um grupo de cristãos que, extasiados e visivelmente alegres,
recebiam caixas contendo bíblias cuidadosamente embaladas. Ao abrirem e se
depararem com as Sagradas Escrituras, os irmãos avançavam nas caixas, como o
leão faminto ante a sua presa. Estavam ávidos e maravilhados por terem em suas
mãos seu exemplar da Palavra de Deus. Possivelmente, isso deve ter acontecido
numa das nações perseguidas, daí podemos explicar o porquê de tanta emoção.
Imagino o quão difícil foi para que aquelas bíblias chegassem até eles. Mas o
mais interessante que vi foram suas reações: rasgando o fino plástico que as
envolviam, eles cheiravam, abraçavam, choravam… por um instante, tive a
sensação de que eles estariam ali sentindo a própria presença de Jesus. Lindo.
Mas atrelado a isso, me veio uma súbita preocupação.
Preocupação
porque fiquei receoso de demonstrar em minha caminhada o mesmo relaxamento que
os discípulos (mais tarde, apóstolos) apresentaram quando o Senhor Jesus estava
presente entre eles. Ao se revelar para os discípulos, pelas Escrituras, ao
dizer que era “necessário
que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos
escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia” (Lucas 9:22),
os mesmos negavam o que já estava escrito e decretado por Deus quando Pedro
tomou a palavra e disse-lhe: “Senhor,
tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso” (Mateus
16:22b). Só que eles se esqueceram de um importante detalhe: ESTAVA ESCRITO! Ou
seja, era algo que era inevitável, iria acontecer. Pensei: Porque no nosso
dia-a-dia, não temos a mesma reação que a dos nossos irmãos asiáticos (do
comentário anterior), quando estamos diante das nossas bíblias? Como dizem, é o
único livro em que o Autor nos acompanha na leitura.
Me
fiz essa pergunta. E isso me deixou inquieto por dias. Mas graças a Deus que me
senti assim. Já pensou se não nos importássemos? Isso é sério, muito sério.
Afinal, a Bíblia é Jesus, Seu ser, Sua vida, Seus ensinamentos, Sua história…
tudo. A Palavra de Deus “é
viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra
até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12). Há
vida em suas palavras, em cada linha, cada letra, cada história… pode-se
desprezar tamanha riqueza? De certo que não. Queremos estar com Jesus. Amá-lo,
abraçá-lo, sentir Seu perfume, assim como fizeram os nossos irmãos. Precisamos
experimentá-lo, para que a cada dia, Ele se revele a nós.
Os
discípulos que caminhavam pela estrada de Emaús viveram a experiência do Cristo
revelando-se pela Palavra de Deus (Lucas 24:13,14). Caminhando com eles pela
estrada, Jesus não mostrou nada além da revelação na Escritura Sagrada a Seu
respeito, sobre tudo que Deus Pai havia estabelecido como decreto, para Si
próprio, quando lhes disse: “Ó
néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua
glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que
dele se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24:25-27).
Quando
lemos a Bíblia, com o desejo sincero de conhecê-Lo ainda mais, o Espírito Santo
nos concede a mesma sensação que tiveram os discípulos ao receberem a revelação
de Cristo: “E
disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando,
pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? (Lucas
24:32). Nossos corações ardem em amor quando o nosso Salvador se revela a nós.
Aconteceu com os discípulos em Emaús, aconteceu com os irmãos asiáticos e, com
certeza, acontecerá conosco também.
Pelo
Espírito, oremos para que essa expectativa do Cristo Revelado esteja sempre a
incendiar nosso coração. Abra e leia a Bíblia hoje, agora. Jesus Cristo
certamente se revela aos seus servos.
FONTE: www.napec.org
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