Creio que quase todo jovem cristão já enfrentou ou
enfrenta problemas nessa área. Por isso creio poder me familiarizar com muitos
jovens (e também adultos) que lerão este artigo. Quero tratar da questão em
quatro fases: (i) definição da masturbação, (ii) considerações morais,
(iii) considerações bíblicas e (iv) reflexões especiais.
DEFINIÇÃO DE MASTURBAÇÃO
O termo masturbação é usado aqui num sentido mais
restritivo, para se referir a estimulações eróticas conscientes e de livre
agência, com sentido erótico-genital, que podem ser praticadas solitariamente
ou mutuamente, no último caso distinguindo-se da relação sexual em especial
pela inexistência de penetração. Nessa definição exclui-se: (i) “masturbações”
sem sentido erótico-genital na primeira e segunda infância, (ii) sonambulismo
sexual; (iii) sonho erótico (iv) polução noturna e (v) excitação sexual não
estimulada.
CONSIDERAÇÕES MORAIS
CONSIDERAÇÕES MORAIS
A masturbação assim definida possui diversos
problemas éticos, sendo, portanto uma prática objetivamente imoral. Se olharmos
do ponto de vista ético, perceberemos que a masturbação é um desvio do ideal da
sexualidade. O orgasmo seria algo como um "pedacinho do céu", do gozo
eterno da união mística entre Cristo e a Igreja. Sexo é o símbolo da "união
agápica-erótica" entre os cônjuges. Por isso, onde há sexualidade em seu
sentido genital deve haver o eros matrimonial, a conexão mística com
"o outro", em que a diferença de gênero sinaliza a alteridade, e a
marca da conjugabilidade aduz à intimidade. Na masturbação, a alteridade é
quebrada, o prazer é destinado a satisfazer a "si mesmo", e não a
compartilhar-se com a pessoa amada. Nela resta a estimulação narcísica e egoica
do autoerotismo. Quando a prática envolve fantasias sexuais com uma pessoa, está
incluso o problema da objetificação do corpo do outro e do desrespeito
envolvido na atitude imoral de tomar sem autorização a imagem de uma pessoa
como um estímulo para satisfazer seus próprios desejos.
CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS
Existe um erro grave quando se argumenta a favor da
masturbação com base no silêncio das Escrituras em torno do assunto. Quando a
Bíblia não menciona explicitamente uma prática, isso não significa que as
Escrituras a autorize. Em casos assim, o que se deve examinar é o conjunto
global principiológico da Palavra de Deus e a relação da prática com esse
contexto principiológico geral. A Bíblia apresenta muitos princípios
importantes, em geral feridos pela prática masturbatória, tais como (i) a
pureza moral da mente e dos pensamentos (Filipenses 4.8); (ii) a mortificação
de apetites sexuais impuros (Colossenses 3.5); (iii) a evitação de desejos
passionais errados característicos da juventude; (iii) a castidade no olhar (Jó
31.1; Mateus 5.28), (iv) o domínio próprio e o controle sobre os desejos da carne
(Gálatas 5.22-23; Tito 3.3).
Precisamos ser sinceros em reconhecer que a
masturbação fere os princípios de castidade das Escrituras, por mais que nossa
mente depravada busque sempre escusas para recusar a verdade. Quando observamos
o Ensino do Cristo percebemos que ele pregava uma moral que excede o mero
legalismo dos religiosos da sua época. Em Cristo, como percebemos a partir de
uma leitura de Mateus 5.21-37, as intenções e desejos do coração tem um grande
valor para Deus, de modo que não só a prática é pecaminosa, mas também a
estimulação de pensamentos e desejos imorais ferem o padrão de Deus. Sendo que
a fé cristã, considera o sexo antes do casamento pecado, do mesmo modo a
estimulação de pensamentos e desejos nesse sentido deve ser evitada, de modo
que o Cristianismo considera a prática masturbatória como pecado.
REFLEXÕES ESPECIAIS
A trama significativa do estruturalismo anímico do
recalque, a naturalização do reducionismo afetivo e a degradação dos princípios
éticos-morais constroem um pensamento que coloca o sujeito casto dentro de um
campo de significações e categorizações que lhe roubam a subjetividade. Para o
pensamento mundano, aquele que se abstêm de prazeres sexuais por princípios
morais, é alguém que baniu sua subjetividade pelo recalcamento das afetações
prazerosas. A Revolução Afetiva elevou de tal forma o sentimento, que o colocou
como o resumo da construção identitária, e deslocou o próprio ser do campo da
existência para o mundo dos afetos. Nega-se aos 'abstêmicos' a própria felicidade,
como se o gozo sexual fosse a arkhé da eudaimonia. Não só são
excluídos dos afetos positivos, como também são aos abstêmicos atribuídos os
sentimentos patológicos de angústias advindos da repressão neurótica.
O que se põe é - não pode haver felicidade plena
sem uma sexualidade livre, e aqueles que não seguem essa regra, são os que a
dominação social infundiu-lhes a ojeriza pelo sexo - são os reprimidos,
alienados da subjetividade. Mas será mesmo assim? Não pode a busca do
desenvolvimento do autodomínio e da continência significar uma vivência
subjetiva legítima de contactar a própria sexualidade? Não há porquê ver no
exercício vivencial da continência um necessário recalcamento da sexualidade ao
mundo do Inconsciente, ao contrário, controlar os próprios desejos sexuais e
direcionar a própria libido é uma atitude da consciência em contato com a
própria sexualidade. Ou mesmo se falarmos do recalque, não seria a sublimação e
o direcionamento da libido sexual para atividades de "latência" de práticas
excelsas uma atitude louvável? Ainda, não estaria o verdadeiro sentido da
dignidade humana na possibilidade de transcendência sobre os domínios
instituais? E não fazem parte de uma profunda vivência subjetiva os próprios
conflitos, dificuldades e angústias que podem daí emergir?
A luta contra a masturbação ajudará um jovem (ou mesmo adulto) cristão a conhecer melhor sua própria sexualidade. Por isso os que lutam contra esse pecado devem observar qual é maneira que seu corpo, uma parte do si mesmo, lida com a sexualidade. Avalie quais são os padrões de comportamento, os tipos de estímulos, ambientes que costumam te levar a se masturbar. Observe também qual a forma que você costuma se masturbar, bem como as fantasias sexuais ligadas ou não ao ato. Conhecer todos esses aspectos na luta contra a masturbação, lhe ajudará a desenvolver não só melhores meios de cultivar autodomínio como também o levará a vivenciar de perto seus conflitos éticos-morais e a conhecer sua própria sexualidade. Se esforce em desenvolver autodomínio, e em evitar certos padrões de comportamento e ambientes sexualmente estimulantes. Conheça a si mesmo, vivencie seus conflitos morais e desenvolva autodomínio. Saber controlar e administrar seus próprios desejos sexuais é uma manifestação da dignidade humana, enquanto imagem do Criador.
Lidar com o sentimento de culpa nesse processo pode também ser difícil. Mas a culpa também é, na medida certa, positiva, para a vivência subjetiva de nossos conflitos ético-morais, mas em exagero é um mal. Por isso não se esqueça das inspiradas palavras do apóstolo do amor: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo.” (1 João 2:1,2) e ainda: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9).
A luta contra a masturbação ajudará um jovem (ou mesmo adulto) cristão a conhecer melhor sua própria sexualidade. Por isso os que lutam contra esse pecado devem observar qual é maneira que seu corpo, uma parte do si mesmo, lida com a sexualidade. Avalie quais são os padrões de comportamento, os tipos de estímulos, ambientes que costumam te levar a se masturbar. Observe também qual a forma que você costuma se masturbar, bem como as fantasias sexuais ligadas ou não ao ato. Conhecer todos esses aspectos na luta contra a masturbação, lhe ajudará a desenvolver não só melhores meios de cultivar autodomínio como também o levará a vivenciar de perto seus conflitos éticos-morais e a conhecer sua própria sexualidade. Se esforce em desenvolver autodomínio, e em evitar certos padrões de comportamento e ambientes sexualmente estimulantes. Conheça a si mesmo, vivencie seus conflitos morais e desenvolva autodomínio. Saber controlar e administrar seus próprios desejos sexuais é uma manifestação da dignidade humana, enquanto imagem do Criador.
Lidar com o sentimento de culpa nesse processo pode também ser difícil. Mas a culpa também é, na medida certa, positiva, para a vivência subjetiva de nossos conflitos ético-morais, mas em exagero é um mal. Por isso não se esqueça das inspiradas palavras do apóstolo do amor: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo.” (1 João 2:1,2) e ainda: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9).
Autor: Bruno dos Santos Queiroz
Divulgação: Bereianos
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