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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Todos os meus dias são do Senhor

O filosofo ateu Luiz Felipe Pondé mostra em seu livro Dez Mandamentos + 1 (2015), sobre o porquê guardar um dia sagrado: “Para organizar o tempo e a nossa ação dentro dele. Mais adiante, ele diz: “Essa interrupção abre espaço, [...], para pensarmos sobre coisas que habitualmente não seriam objeto de nossa reflexão, por causa das ocupações do dia a dia.
Não sei se Pondé chegou a ler o Catecismo de Heidelberg, mas a ideia que ele expõe é o que o Catecismo no Dia 38 quer nos ensinar:
103. O que Deus ordena no quarto mandamento?
R. Primeiro: o ministério do Evangelho e as escolas cristãs devem ser mantidos (1) , e eu devo reunir-me fielmente com o povo de Deus, especialmente no dia de descanso (2) , para conhecer a palavra de Deus (3) , para participar dos sacramentos (4) , para invocar publicamente ao Senhor Deus (5) e para praticar a caridade cristã para com os necessitados (6). Segundo: eu devo, todos os dias da minha vida, desistir das más obras, deixando o Senhor operar em mim, por seu Espírito. Assim começo nesta vida o descanso eterno (7).
(1) 1Co 9:13,14; 1Tm 3:15; 2Tm 2:2; 2Tm 3:14,15; Tt 1:5. (2) Lv 23:3; Sl 40:9,10; Sl 122:1; At 2:42,46. (3) 1Co 14:1,3; lTm 4:13; Ap 1:3. (4) At 20:7; 1Co 11:33. (5) 1Co 14:16; 1Tm 2:1-4. (6) Dt 15:11; 1Co 16:1,2; 1Tm 5:16. (7) Hb 4:9,10.

Diante de tantas explicações sobre a guarda do Quarto Mandamento na Nova Aliança, creio que o Catecismo é o mais claro possível para que possamos entender o propósito do domingo para o cristão.
Ele nos mostra que os nossos deveres como servos de Deus durante a semana não devem ser esquecidos, mas “que o ministério do evangelho e as escolas cristãs sejam mantidas.” Ou seja, mesmo que Deus tenha separado um dia em especial, os nossos deveres concernentes ao Reino não devem ser esquecidos na semana, pois tudo o que fazemos é feito para a glória de Deus (1Co 10.33). Então, por que ter um dia separado?
Para organizar o tempo e a nossa ação dentro dele.

A primeira parte da resposta 103 do Catecismo nos mostra que: “no dia de descanso, seja diligente em ir à igreja de Deus para ouvir à Palavra de Deus, participar dos sacramentos, para invocar publicamente ao Senhor e para praticar a caridade cristã para com os necessitados.” Já parou para pensar que muita gente só lê a Bíblia porque o pastor ou o dirigente do culto pede para que leia essa ou aquela passagem? Parece que não há o costume de separar uns minutos da vida, no meio da semana, para ler a Bíblia e/ou assistir ou ouvir uma boa pregação. Mas quantas vezes olham o Whatsapp para ler as mensagens, ouvir mensagens de voz e assistir vídeos? Agora, imagine: e se esse tempo que o Whatsapp ou o Facebook toma, for substituído pela leitura e meditação na Palavra de Deus, será que essas pessoas não seriam ou estariam mais firmes ou confiariam mais em Deus diante de muitas coisas que acontece?
Mas aí, poderia surgir uma pergunta: “e se eu conseguir administrar o meu tempo durante a semana com leitura e oração, seria necessário eu ainda ir a igreja no domingo?” O próprio Catecismo dá a resposta. É no culto aos domingos que nós ouvimos a Palavra de Deus sendo pregada, pois Calvino, comentando 2º Coríntios 5.20, diz que “Deus designou os pastores a pregarem, pois é por meio deles que Ele fala.” E é no domingo que participamos dos sacramentos. Claro, no batismo só participamos uma vez, mas nos alegramos quando alguém recebe o sinal do batismo, e este alguém se alegrará também conosco quando for participar da Ceia do Senhor. Esses atos não podem ser feitos sozinhos, Deus instituiu a igreja para que os sacramentos fossem administrados e para que sua igreja recebesse a instrução dada, por intermédio da pregação do Evangelho. E, por fim, encerrando a primeira parte, o Catecismo nos mostra que é no domingo que praticamos a caridade cristã para com os necessitados. Não que isso não deva ser feito durante a semana, mas no Dia do Senhor nenhum desses atos devem ser negligenciados, como fizeram os fariseus que não entenderam o verdadeiro sentido do Dia do Senhor, e Jesus diz:
E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados” (Mt 12.10-12).

A frase final da resposta do Senhor Jesus é justamente o que o Catecismo quer nos ensinar: é lícito fazer o bem nos sábados.

Objeto de nossa reflexão, por causa das ocupações do dia a dia.
A última parte da resposta 103 do Catecismo fecha o motivo pelo qual devemos ter um dia separado em comunidade para adorarmos a Deus: “para que em todos os dias da minha vida eu cesse as minhas más obras, deixe o Senhor operar em mim por Seu Espírito Santo, e assim começar nesta vida o descanso eterno.” Quantas vezes nós vamos à igreja no meio de semana? E quanto a nossa desculpa por não ir à igreja no meio de semana; “eu cheguei cansado do trabalho” ou “eu estudo a noite”? Não estou querendo mostrar que é errado chegar cansado no meio de semana ou estudar a noite, mas quero mostrar, assim como o Catecismo, que é no domingo que descansamos de nossas obras semanais para poder dedicar inteiramente a Deus, tanto na igreja como em família. Onde que nós desenvolvemos os nossos dons e, por fim, descansamos, conforme simboliza um descanso eterno como mostra Hb 4.2-11?
Conclusão

É no domingo que nós nos preparamos para ouvir a mensagem de Deus, a qual nos guiará durante a semana. É no domingo que lembramos da morte de Cristo em nosso lugar por meio dos sacramentos, é no domingo que nos lembramos do dia glorioso de Sua ressurreição, completando a nossa redenção, pois como disse o autor de Hebreus:
Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.” (Hb 4.9,10)


Autor: Denis Monteiro
Fonte: Bereianos

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