1. Onde está seu coração, ali está o seu tesouro.
Este versículo é tão usado pelos presbíteros, e
citado pelos cristãos em geral, que é difícil encontrar alguém que identifique
sua falsidade. De forma que podemos considerá-lo até como um aspirante a
versículo. Na verdade, a maioria dos evangélicos acredita que, tão certo quanto
o fato de Deus ser composto por três Pessoas, estas palavras são da própria
Bíblia. A confecção deste texto inverídico deve ter sido feita após uma leitura
desatenta do Sermão da Montanha, especificamente na parte em que o Mestre prega
sobre o ajuntamento ilícito de riquezas na terra. Repare a diferença entre o
trecho original e o texto distorcido pelos homens:
Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o
teu coração. (Mt 6.21)
Os descuidados invertem o dito do Senhor Jesus:
colocam coração onde está escrito tesouro e põe tesouro onde está escrito
coração. Isso para que dê a aparência de que Cristo ensinava que não importa a
quantidade de bens materiais que a pessoa possua: bastaria ela colocar o
coração em Deus que estaria tudo resolvido.
O que Jesus disse, realmente, é que nós podemos saber onde está o coração de uma pessoa observando onde ela ajunta suas riquezas: no céu ou na terra.
O que Jesus disse, realmente, é que nós podemos saber onde está o coração de uma pessoa observando onde ela ajunta suas riquezas: no céu ou na terra.
Vale lembrar que isso não condena o enriquecimento
material, defendido como uma bênção divina em toda a Bíblia (Ec 5.19; 1Tm
6.17). O Messias estava apenas usando um recurso semítico de linguagem, comum
na Bíblia, onde o lado natural era enfraquecido para enfatizar o lado
espiritual. Por exemplo:
a) "Trabalhai, não pela comida que perece, mas
pela que subsiste para a vida eterna..." (Jo 6.27)
Será que Jesus estava condenando o hábito de
trabalhar pelo sustento material, ou Ele queria apenas dar importância ao ato
de buscar as coisas de Deus? Outro exemplo do recurso semítico usado por Jesus
é encontrado no Antigo Testamento, onde José diz:
b) "...não fostes vós que me enviastes para
cá, e, sim, Deus" (Gn 45.8)
Assim, poderíamos concluir que os irmãos de José
não o mandaram para Egito. Mas, quatro versículos antes, ele havia dito:
"Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito." (vs. 4)
Pregando sobre a forma de amar aos semelhantes, o apóstolo João declara:
c) "Filhinhos, não amemos de palavra, nem de
língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
Fica claro que João não desejava proibir o uso de
palavras no exercício do amor, mas somente afirmar que o amor não pode se
limitar ao uso delas. De qualquer forma, não devemos e não podemos criar textos
bíblicos para defender o ajuntamento de riquezas terrenas, pois a própria se
encarrega de fazer tal defesa em inúmeras outras porções.
2. A fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus.
Igual ao versículo anterior, esta frase é
corriqueiramente declarada aqui e ali, sempre que o assunto tocado é fé. Ele é
tão engenhosamente elaborado que muitos homens e mulheres de Deus o soltam de
vez em quando, crendo piamente de que estão proferindo a Palavra de Deus. Na
verdade, o que a Bíblia ensina é:
De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela
Palavra de Deus. (Rm 10.17) [ARC]
O apóstolo dos gentios está afirmando que o ouvir é
produzido pela Palavra de Deus, e que é por esse ouvir que vêm a fé. É bem
diferente do que os descuidados fazem a Bíblia parecer ensinar, pois, conforme
a pérola pseudo-escriturística que eles criaram, é o ouvir do homem que gera a
fé. Para entender melhor a diferença entre as versões de Rm 10.17, veja o que
diz a Revista e Atualizada:
E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação,
pela palavra de Cristo.
A palavra ouvir, empregada em várias traduções, tem
o sentido de entender, compreender a mensagem do evangelho, por meio da
pregação expositiva, e não ao mero ato de escutar.
3. Os anjos queriam pregar o Evangelho, mas Deus
reservou esta tarefa aos homens.
É difícil entender de onde se originou esta tese
teológica. Ela é tão espalhada pelas igrejas que se tornou quase um adendo
popular à Bíblia, um versículo extraído da cartola mágica cada vez que se fala
sobre a necessidade de levar as boas-novas aos perdidos. Apesar da raiz desta
árvore infrutuosa não ser de tão fácil identificação, podemos sugerir que ela
se encontra nas palavras de Pedro, o apóstolo dos judeus:
A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas
para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por
aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho,
coisas essas que anjos anelam perscrutar. (1Pe 1.12)
Talvez alguém que não conhece o sentido do termo
perscrutar tenha lido o texto e daí tirado uma falsa conclusão, imaginando que
o pescador de homens teria escrito que as coisas que os anjos anelam perscrutar
é a atividade da pregação, e que perscrutar significa fazer. Embora seja
essencial conhecer o sentido dos termos usados na Bíblia, o indivíduo que fez o
versículo abíblico, que estamos desmascarando, vir à luz, não precisava
recorrer ao dicionário para interpretar adequadamente o escrito de Pedro.
Veja o que diz a Revista e Corrigida:
..para as quais coisas os anjos desejam bem
atentar.
A tradução dos monges de Maredsous reza:
Revelações estas, que os próprios anjos desejam
contemplar.
O que os seres celestiais desejam receber são as
revelações proféticas de Deus, e não o encargo de levar o evangelho aos
pecadores.
4. E vi uma taça de ouro no céu. E perguntei: Que é
isso, meu senhor? E me respondeu: Lágrimas de santos.
Diferentemente das revelações divinas que os anjos
queriam conhecer, as invenções humanas que vimos até aqui são pérolas baratas,
recolhidas nas águas rasas do relaxo para com a Palavra de Deus. O
pseudo-versículo transcrito acima foi citado duas ou três vezes por um querido
pastor, a quem considero como grande pregador, e que possui uma igreja de
tamanho médio, o que prova que ninguém está livre de soltar das suas furadas de
vez em quando.
Este presbítero afirmou, com uma certeza tão segura
quanto sua fé na auto-existência de Deus, que o diálogo acima foi tecido
durante uma visão do apóstolo João, no livro de Apocalipse. Por incrível que
pareça, ele não se preocupou em procurar este texto na Bíblia, quer antes de citá-lo,
quer após, na repetição de seu erro. O mais próximo que lemos no livro das
revelações ao que o referido pastor disse é o que segue:
E, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e
os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles
uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. (Ap 5.8)
Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que
se vestem de vestiduras brancas, que são e donde vieram? Respondi-lhe: meu
Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São os que vêm da grande tribulação,
lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro (...) E Deus lhes
enxugará dos olhos toda lágrima. (Ap
7.13,14,17)
A junção desalinhada destes versículos deve ter
resultado naquela prole híbrida que, infelizmente, foi apresentada no púlpito
daquela congregação ao povo que ali estava, como sendo a Palavra de Deus. Resta
saber quem foi o pai da criança, o qual não apareceu na apresentação da
bastarda.
5. Ficai em Jerusalém até que seja glorificado do
alto.
Igual ao versículo anterior, esta muamba é o
resultado da fusão de dois textos inspirados. O que o torna mais abominável que
todos os outros é que tem, em sua genealogia, um problema semelhante ao visto
na distorção de 1Pe 1.12: a falta de compreensão acerca de uma determinada
palavra.
Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer
em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de águas vivas. Isto
ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem;
pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido
ainda glorificado. (Jo 3.37-39)
E, comendo com eles, determinou-lhes que não se
ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse
ele, de mim ouvistes (At 1.4)
Durante um estudo bíblico que ocorria em uma célula
um certo rapaz, a quem estimo e tenho como um servo de Deus, disse que havia
uma parte da Bíblia em que Jesus aconselhava seus apóstolos a ficarem em
Jerusalém até que Ele fosse glorificado, ocasião em que o Espírito Santo
desceria sobre eles. De acordo com aquele jovem, isso significava que Cristo
ficou esperando que os discípulos o louvassem, glorificando-o, a fim de que o
batismo no Espírito Santo fosse concedido a eles. Na realidade, o apóstolo do
amor, em sua biografia de Jesus, não empregou a palavra glorificado com o
sentido de elogiado ou louvado. Eles quis dizer que Jesus, como homem, ainda
não havia sido engrandecido, ou exaltado, o que só ocorreria quando fosse
levado à presença de Deus, a fim de se sentar ao lado do trono e ser
reconhecido como Deus por Sua criação (Fp 2.9-11; cf. Is 45.23).
Confira o que a Bíblia na Linguagem de Hoje verte
em Jo 7.39:
Jesus estava falando a respeito do Espírito Santo,
que aqueles que criam nele iriam receber. Essas pessoas não tinham recebido o
Espírito porque Jesus ainda não havia voltado para a presença gloriosa de Deus.
O apóstolo Pedro confirmou que Cristo foi
glorificado por Deus, na ocasião de sua assunção e exaltação divina:
Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do
Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. (...) Esteja
absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós
crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. (At 2.33,36)
6. Toda a terra se encherá da glória do Senhor,
como as águas cobrem o mar.
Esta passagem fictícia é muito bonita – existe até
uma canção que entoamos sobre ela em minha igreja – mas não faz parte dos
escritos inspirados. Na realidade, o que a Bíblia afirma é:
Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo
monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas
cobrem o mar. (Is 11.9)
Pois a terra se encherá do conhecimento da glória
do Senhor, como as águas cobrem o mar. (Hc 2.14)
Como se vê, em momento algum se afirma que a terra
se encherá da glória do Senhor. E isso para o desgosto dos que, mesmo com
dezenas de anos de Evangelho nos ombros, tinham a frase supra-citada como sendo
uma autêntica profecia divina.
7. E Moisés disse: Que hei de fazer, Senhor? Pois
eis que os egípcios se reúnem contra mim e contra este povo, a quem escolheste.
E o Senhor disse a Moisés: Toca na águas.
Deus não ordenou que Moisés tocasse no mar, e,
realmente, não foi isso o que este profeta fez. Leia o relato singelo que se
contrasta com a idéia exposta acima:
Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize
aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão, estende a mão
sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar
seco.(...) Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor, por um forte
vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se
tornou terra seca, e as águas foram divididas. (Êx 14.15,16,21)
Para quem possui dúvidas, basta atentar em que
Moisés dividiu o mar não pelo toque de seu bordão na água do mar, mas pelo fato
de estendê-lo sobre a água, fazendo com que um vento leste soprasse por toda a
noite até dividir aquela massa líquida, que teria se juntado ao sangue hebreu
caso Deus não houvesse intervindo com tal milagre (que, repetindo, não envolveu
nenhum toque de vara).
Parece que há pessoas que não gostam do legislador
de Israel, pois, como se não bastasse ele haver tocado na pedra para dela
extrair água – desobedecendo à ordem de Deus para somente falar à pedra –,
ainda querem fazê-lo incorrer em um delito de igual gravidade. Deste jeito, não
era nem preciso esperar chegar nos limites de Canaã: nem mesmo da terra do
Egito o escolhido de Deus teria passado. Tsc, tsc, tsc...
8. Jovens, vós sois a força da igreja.
A fim de defender a importância dos cristãos
jovens, um querido e dedicado líder de igreja tinha por costume citar este
versículo, a fim de dizer que eles seriam o motor do Corpo de Cristo. Isso é
uma distorção grosseira e irresponsável da Palavra de Deus, que afirma algo
muito diferente, porém também honroso acerca dos jovens convertidos do 1º século:
Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a
palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno. (1Jo 2.14c)
Oremos fervorosamente para que os jovens da Igreja
Contemporânea também exibam estas três características, removendo e enterrando
o que é velho (cf. At 5.5,6) para dar lugar às coisas novas do Senhor, uma nova
porção do Espírito que caia como vinho fresco sobre a Igreja (Lc 5.37-39; Ef
5.18), abundando em conhecimento da Palavra (Mt 13.51,52; 1Jo 2.20,27), para
que esta venha a ter cumprimento: ...e os jovens terão visões (At 2.17).
9. E, aconteceu que, subindo a arca do Senhor a
Jerusalém, ao som da harpa, do alaúde e da cítara, Davi dançava no Espírito,
com todas as suas forças.
Hoje em dia, há pessoas que não aceitam o que a
Bíblia ensina, em sua totalidade, acerca do louvor a Deus. Apesar de tão
espirituais, elas são atingidas por uma micalite aguda (cf. 2Sm 6.20), que soa
como um gongo pseudo-moralista toda vez que, numa reunião de culto, um crente
se coloca a expressar sua gratidão e alegria ao Senhor usando todo o seu corpo,
além dos lábios e das mãos. Para disfarçar essa mentalidade carnal, alguns
afirmam que Davi – e também a profetiza Miriã –, dançou tomado pelo Espírito
Santo, em uma ocasião única e inigualável, ignorando outras porções
escriturísticas (Jz 21.19,20; Sl 149.3; 150.4; At 3.8).
É certo que o rei hebreu dançou mesmo no Espírito.
Afinal, tudo o que os servos de Deus fazem é sob a direção Dele.
Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. (Gl 5.25)
Se a dança davídica não fosse espiritual, o Senhor
não teria se agradado dela, da mesma forma que Ele não se agrada quando alguém
lhe entoa um cântico na carne, sem meios de render-lhe sacrifícios de louvor com
os lábios (Hb 13.15).
Mas afirmar que o rei foi possuído por Deus
enquanto levava a arca, dançando em estado de êxtase, é forçar o que está
escrito e ir além da verdade – embora estas experiências fossem comuns entre os
profetas daquele tempo.
10. Tocava Davi sua harpa no palácio de Saul. E
havia que, subindo sua adoração ao Senhor, o rei era liberto do espírito que o
atormentava.
Esse é um dos maiores mitos disseminados entre os
evangélicos. As Escrituras não afirmam que Davi louvava a Deus perante o rei
Saul, e tampouco que o demônio saía deste em razão da sua adoração ungida. Na
verdade, os toques do jovem israelita, dedilhando as cordas de seu instrumento,
acalmava a mente perturbada do monarca, causando-lhe um efeito terapêutico.
Isso era meramente paliativo, pois o espírito voltava a atacar periodicamente,
necessitando que Davi tocasse novamente para reverter o estado frenético em que
o rei d’Israel ficava ao ser controlado por aquele demônio de loucura.
E sucedia que, quando o espírito maligno, da parte
de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava; então, Saul
sentia alivio e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele. (1Sm 16.23)
Isso revela que, muitas vezes, métodos humanos
podem surtir efeitos benéficos sobre vítimas de espíritos de cegueira,
epilepsia, mudez, transtornos mentais, e outros.
11. Cristo virá, e os mortos ressuscitarão; num
instante, num abrir e fechar de olhos, nós subiremos a ele, e para sempre
estaremos com o Senhor.
Creio que este seja um dos dez principais
contrabandos, vendidos nas igrejas evangélicas, como autênticos versículos
bíblicos. É de uma natureza tão torpe, que é triste averiguar a imensa
popularidade que conquistou em todas as camadas, dos novos convertidos até os maiores
mestres da Palavra. Veja por si mesmo o que ensina a Palavra divina:
Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem
todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e
fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. (1Co 15.51,52)
O que o ministro dos gentios está dizendo? Que o
arrebatamento será tão rápido como um piscar d’olhos, ou que a transformação
dos nossos corpos –de mortais a incorruptíveis– será assim? É claro que a
segunda opção é correta.
Esta história de Jesus voltar e os cristãos serem
transformados e transladados, num milésimo de segundo, conseguiu se entremear
nas páginas bíblicas em razão da aceitação do dispensacionalismo, um sistema
escatológico que ensina que a Igreja não passará pela Grande Tribulação. Como
os crentes poderiam ser arrebatados sem que o mundo os visse subindo até o
Senhor? A resposta está neste texto pseudo-escriturístico.
12. Não vos embriagueis com vinho, no qual há
dissolução; antes, embriagai-vos com o Espírito Santo.
Esse é usado para defender as experiências de
êxtase, nas quais os crentes balançam, caem, riem e fazem outras coisas mais. É
uma tolice recorrer a uma invencionice tão descarada para embasar estas coisas.
Há textos verídicos que abrem espaço para crermos que o Espírito Santo pode
fazer as pessoas ficarem como ébrias. Para saber mais sobre isso, consulte o
estudo As Escrituras e os Êxtases Espirituais".
13. Em verdade, em verdade vos digo: o diabo vem
para matar, roubar e destruir. Mas eu vim para tenhais vida, e vida em
abundância.
O ladrão não vem senão para matar, roubar e
destruir. Mas eu vim para que tenhais vida, e vida em abundância. (Jo 10.10)
Quem é o ladrão que mata, rouba e destrói? O
contexto clarifica a identidade de tal personagem:
Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e
salteadores; mas as ovelhas não os ouviram. (vs. 8)
No vs. 10, Cristo não está especificando uma pessoa
em particular como ladrão supremo, que seria Satanás, mas afirmando um conceito
genérico: uma pessoa que recebe o título de ladrão tem por ocupação a
apropriação total do bem alheio, mesmo que isso inclua roubar, destruir e matar
aos outros. Contrariamente a isso, Jesus não é ladrão, pois Sua obra é o oposto
disso: trazer a vida abundante, que é a vida eterna, espiritual. Em momento
algum o Mestre cita a existência ou atuação do diabo.
14. Buscai, em primeiro lugar, o reino de Deus e a
sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas.
15. Vós escolhestes a Saul sobre vós e vossos
filhos, mas eu, o Senhor, não o escolhi; eis agora a Davi, homem segundo o meu
coração, a quem tirei do aprisco de seu pai para reinar em Israel.
16. Irmãos, não desfaleçais; pois nos últimos dias
virá o enganador, transfigurado em anjo de luz, o diabo e Satanás, que seduzirá
a terra inteira. Ele surgirá como homem, falando e enganando a muitos, mas os
escolhidos não lhe darão crédito.
17. E Sansão crescia em força e graça diante do
povo de Israel; e era o varão mais forte de toda a terra, pois ninguém se
igualava a ele entre os hebreus, os filisteus, os egípcios ou dos do lado da
banda do oriente.
18. Aproveitando o sono de seu marido, Dalila foi e
cortou-lhe as madeixas da cabeça, nas quais não passara navalha desde o
nascimento; pelo que perdeu ele suas forças.
19. E, após os apóstolos terem visto o Senhor
manifestado, chegou Tomé ao lugar em que estavam reunidos; contando-lhe os
discípulos que o Senhor ressuscitara, e que havia aparecido a eles, não creu
ele, pois era incrédulo, e duro de coração.
20. Vigiando em todo o tempo acerca do vosso falar
e do vosso trato com os outros, pois Satanás anda em derredor, anotando nossas
palavras; vede, portanto, que vossos dizeres não sejam usados para condenação,
mas para glória no Dia do Senhor Jesus.
21. Acautelai-vos, pois Satanás, vosso inimigo,
aguarda o momento de vosso desânimo para vos arrastar para o inferno, onde há
pranto e ranger de dentes.
22. O diabo marca toda palavra que falamos.
23. E aconteceu que, com a pregação de Pedro, mais
de três mil almas se converteram no dia de Pentecostes.
Com certeza, muitos outros versículos falseados tem
aparecido pelo mundo afora. Estes são os que conheci até hoje, sem contar as
conclusões totalmente infundadas que alguns têm feito sobre textos bíblicos,
tais como:
a) Pregar que Jesus levou nossas doenças físicas,
baseando-se em Is 53.4,5, que é uma profecia do Antigo Testamento, que deveria
ser interpretada à luz do Novo Testamento, em Mt 8.16,17 e 1Pe 2.24;
b) Ensinar que a prosperidade é um direito dos cristãos, com base nas promessas de Dt 28.1-14, enquanto as instruções sobre as guerras aos cananeus são espiritualizadas;
c) Declarar que a Igreja será arrebatada antes da Grande Tribulação, construindo um castelo de areia sobre 1Ts 5.9, em vez de ler este versículo à luz de Ap 14.10;
d) Isolar o texto de Dt 6.4 para negar a pluralidade de Pessoas na unidade de Deus, enquanto o Novo Testamento ensina que essa unicidade é formada por o Pai, a Palavra e o Espírito Santo (1Jo 5.7, Almeida), sendo que o próprio Antigo Testamento já deixa isso implícito (Gn 1.26 c.c. Is 44.24).
Além disso, ouvimos também as frases engraçadas,
que são facilmente identificadas por qualquer conhecedor mediano das
Escrituras:
Se ajude, e Eu te ajudarei.
Quem pariu Mateus que o cuide.
E por aí vai.
Por:
Rafael Gabas Thomé de Souza
O autor é é estudante e ex-atirador do TG 02-010 em Araçatuba (SP)
O autor é é estudante e ex-atirador do TG 02-010 em Araçatuba (SP)
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