Por
Renato Vargens
Infelizmente em nosso país, milhões de brasileiros,
das classes sociais mais distintas, de todos os estados da federação, cultivam
o danoso hábito de visitarem os cemitérios na expectativa de rezar ou
interceder pelos seus entes falecidos.
A prática de orar pelos defuntos iniciou-se por
volta do 5º século (d.c), quando a igreja passou a dedicar um dia especifico do
ano para rezar pelos seus mortos. No entanto, o culto de finados somente seria
instituído na França, no século X, através de um abade beneditino de nome
Cluny. Um século depois, os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão
IX (1015) obrigaram aos fiéis a dedicarem um dia inteiro aos mortos. Já no
século XIII o dia de rezar pelos finados finalmente começou a ser celebrado em
2 de novembro. Essa data foi definida por ser um dia depois da comemoração da
Festa de Todos os Santos, onde se celebrava a morte de todos que faleceram em
estado de graça e que por algum motivo não foram canonizados.
Caro leitor, a Bíblia é absolutamente clara ao
afirmar que após a morte só nos resta o juízo. Ensina também, que o fato de toda
e qualquer decisão por Cristo só pode ser tomada em vida, o que, por
conseguinte, nos leva a entender de que não existe fundamento teológico para
interceder a favor dos mortos.
Para os católicos romanos a referência bíblica que
fundamenta esta prática encontra-se em 2 Macabeus 12.44. Entretanto, nós
protestantes, não reconhecemos a canonicidade deste livro e nem tampouco a
legitimidade desta doutrina, uma vez que o Protestantismo não se submete às
tradições católicas e sim as doutrinas das Sagradas Escrituras.
Segundo a interpretação protestante, a Bíblia nos
diz que a salvação de uma pessoa depende única e exclusivamente da sua fé na
graça salvadora que há em Cristo Jesus e que esta fé seja declarada durante sua
vida na terra (Hebreus 7.24-27; Atos 4.12; 1 João 1.7-10) e que, após sua
morte, a pessoa passa diretamente pelo juízo (Hebreus 9.27) e que vivos e
mortos não podem comunicar-se de maneira alguma (Lucas 16.10-31).
Ora, do ponto de vista bíblico é inaceitável
acreditar que os mortos estejam no purgatório ou no limbo aguardando uma
segunda oportunidade para a salvação. Em hipótese alguma nós como cristãos
devemos celebrar ou participar de culto aos mortos, antes pelo contrário, fomos
e somos chamados a anunciar aos vivos a vida que somente podemos experimentar
em Cristo Jesus.
Soli Deo gloria
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