Em recente pesquisa sobre o movimento apostólico no
Brasil, o Rev. Augustus Nicodemus Lopes[1] afirmou que já existem mais de 12
mil apóstolos no país, reconhecidos nas últimas duas décadas. A grande questão
é se os tais, de fato, são apóstolos nos termos apresentados pela Palavra de
Deus. As Escrituras Sagradas, como nossa única fonte de autoridade dada à
Igreja pelo próprio Deus, deve ser o instrumento por meio do qual podemos
discernir o que é falso e verdadeiro. Somos, portanto, impelidos pelo Espírito
Santo a mantermos nossas interpretações sempre submissas à Verdade de Deus,
deixando que a própria Bíblia verse sobre o assunto, nos atendo apenas à
exposição fiel daquilo que o Senhor revelou pelos seus santos profetas e
apóstolos.
Quanto ao tema proposto, antes de discorrermos
propriamente sobre os falsos apóstolos, devemos conhecer o que a Bíblia ensina
sobre os verdadeiros; e ela nos aponta claramente, tanto as credenciais de um
apóstolo de Cristo como a abrangência de sua atuação na história da redenção.
Vejamos, então, quais são as credenciais de um apóstolo.
Em primeiro lugar, um apóstolo de Cristo deve ter
sido chamado e constituído APÓSTOLO pelo próprio Senhor Jesus. É o que se deve concluir dos dois trechos abaixo:
“E, quando
amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu DOZE DENTRE ELES, aos
quais deu também o nome de APÓSTOLOS: Simão, a quem acrescentou o nome de
Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Felipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé;
Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas
Iscariotes, que se tornou traidor” (Lucas 6.13 e 16).
“Não te
envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado,
que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do
evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação;
não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça
que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada,
agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu
a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o Evangelho, para
o qual FUI DESIGNADO pregador, APÓSTOLO e mestre.” (2
Timóteo 1.8-11).
Em segundo lugar, um apóstolo de Cristo deve ter
sido instruído pessoalmente pelo Senhor Jesus. Os doze, bem como Matias e Paulo foram orientados pelo próprio Mestre.
Os primeiros, andando com Ele e testemunhando todas as coisas com seus próprios
olhos; e Paulo, como um fora de tempo, segundo ele mesmo o descreve, recebendo
revelações diretas do Senhor. Sobre a escolha de Matias, recomendo a leitura de
um trecho do livro de Abraham Kuyper: A obra do Espírito Santo[2]. Vejamos o
que diz os versos abaixo:
“O que era desde o princípio, o que TEMOS
OUVIDO, o que TEMOS VISTO com nossos próprios olhos, o que CONTEMPLAMOS, e as NOSSAS
MÃOS APALPARAM, com respeito ao verbo da vida [...] o que TEMOS VISTO E OUVIDO
ANUNCIAMOS também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo”
(1 João 1.1 e 3).
“Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho
por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o RECEBI, nem o APRENDI
de homem algum, mas MEDIANTE REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO” (Gálatas 1.11-12).
Em terceiro lugar, um apóstolo de Cristo deve ter recebido
autoridade para realizar sinais, milagres e prodígios em Seu nome. Os Evangelhos e o livro de Atos mostram claramente que o poder de
operar milagres, sinais e prodígios em grandes proporções era prerrogativa
apenas de Cristo e dos seus apóstolos, como nos indicam os versos a seguir:
“Em cada alma
havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos POR INTERMÉDIO DOS
APÓSTOLOS.” (Atos
2.43).
“Muitos
sinais e prodígios eram feitos entre o povo PELAS MÃOS DOS APÓSTOLOS. E costumavam
todos reunir-se, de comum acordo, no pórtico de Salomão.” (Atos
5.12).
“Pois as
CREDENCIAIS DO APOSTOLADO foram apresentadas no meio de vós, com toda a
persistência, POR SINAIS, PRODÍGIOS E PODERES MIRACULOSOS.” (2
Coríntios 12.12).
E por fim, um apóstolo de Cristo deve ter visto o
Senhor Jesus vivo, morto e ressuscitado, bem como dado testemunho disto diante
dos homens. E esta parece ser uma das mais relevantes dentre
todas as credenciais de um apóstolo.
“É
necessário, pois, que, dos HOMENS QUE NOS ACOMPANHARAM TODO O TEMPO QUE O
SENHOR JESUS ANDOU ENTRE NÓS, começando no batismo de João, até ao dia em que
dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne TESTEMUNHA CONOSCO DA SUA
RESSURREIÇÃO.” (Atos
1.21-22). (Leia sobre a escolha de Matias[3]).
“Com grande
poder, os APÓSTOLOS DAVAM TESTEMUNHO DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR JESUS, e em
todos eles havia abundante graça.” (Atos 4.33).
“Antes de
tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escrituras. E APARECEU A CEFAS E, DEPOIS, AOS DOZE. Depois, foi
visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria
sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi VISTO TAMBÉM POR
TIAGO, mais tarde, POR TODOS OS APÓSTOLOS e, afinal, depois de todos, FOI VISTO
TAMBÉM POR MIM, como por um nascido fora de tempo. Porque eu SOU O MENOR DOS
APÓSTOLOS, que mesmo não sou digno de ser chamado APÓSTOLO, pois persegui a
igreja de Deus. Mas pela graça de Deus, sou o que sou, e a sua graça, que me
foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles;
todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” (1 Coríntios 15.3-10).
Além das credenciais acima expostas, uma verdade
crucial e fundamental a respeito dos verdadeiros apóstolos de Cristo foi
registrada pelo Apóstolo João no livro de Apocalipse:
“E me transportou, em espírito, até a uma grande
e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu,
da parte de Deus [...] A muralha da cidade tinha DOZE FUNDAMENTOS, e estavam
sobre estes os DOZE NOMES DOS DOZE APÓSTOLOS DO CORDEIRO” (Apocalipse 21.10
e 14). – Sobre o nome de Matias e Paulo leia o texto recomendado
anteriormente[4].
Trata-se de uma revelação sobre à consumação dos
tempos. Nela o Senhor mostrou os NOMES APENAS DOS DOZE APÓSTOLOS DO CORDEIRO
escritos nos fundamentos da cidade santa. Isto implica que nenhum outro nome
foi escrito, senão os nomes dos doze verdadeiros apóstolos de Cristo. O que
dizer dos que hoje ainda se intitulam apóstolos? Em que parte das Escrituras
eles se encaixam para serem recebidos pela igreja como tais?
É possível que haja crentes verdadeiros que estejam
em posição de falsos apóstolos? Certamente que sim. Por certo, por terem
recebido falsos ensinos a este respeito e porque foram ou induzidos ou tentados
a pensarem que tenham recebido de Deus tal vocação. No entanto, se verdadeiros
crentes ou não, não deixam de ser falsos apóstolos. Infelizmente a maioria
deles são ímpios, instrumentos de Satanás, movidos pelo e para o engano.
Passemos então, às doze verdades a respeito desses
falsos apóstolos. Considerando que o chamado “ministério apostólico” no Brasil,
chegou trazendo novos ensinos e novas revelações – incluindo aquele referente à
“restauração do ministério apostólico”, aqueles que assim procedem devem ser
vistos também como falsos mestres e falsos profetas. Em nenhum lugar das
Escrituras encontramos base para tal ensino. Vejamos o que a Bíblia diz sobre
eles:
1. Falsos apóstolos não são estranhos de fora, mas
se levantam entre o povo de Deus. Não se
enganem, eles surgem entre os salvos, de onde menos se espera. Estão na igreja
visível e, em geral, em cargos de liderança, gozam de relativa autoridade sobre
a igreja e até conseguem enganar a muitos, fazendo-se reconhecidos como líderes
de grande credibilidade, mas não passando de falsos profetas e falsos mestres.
A este respeito o Apóstolo Pedro nos advertiu:
“Assim como, NO MEIO DO POVO, surgiram falsos
profetas, assim também surgirão ENTRE VÓS falsos mestres, os quais
introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de
renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruição.” (2 Pedro 2:1).
2. Falsos apóstolos são autodeclarados. Eles se levantam diante do povo de Deus asseverando terem recebido de
Deus tal vocação ou usando a autoridade de outros apóstolos, também
autodeclarados, para que sejam recebidos pela igreja de Deus como tais.
Apocalipse registra casos semelhantes na igreja de Éfeso; homens maus que se
dizem apóstolos sem de fato o serem. Vejam as palavras do Senhor Jesus à
Igreja:
“Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a
tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova
OS QUE A SI MESMOS SE DECLARAM APÓSTOLOS, E O NÃO SÃO, e tu os achaste
mentirosos .” (Apocalipse 2:2).
O grande problema dos cristãos que fazem parte dos
ministérios desses líderes é que foram ensinados, sob ameaça de maldição, a não
colocarem esses homens à prova, sob o argumento de que não se pode tocar “no
ungido do Senhor”.
3. Falsos apóstolos são bons imitadores dos
verdadeiros apóstolos. Estes tais
têm a capacidade de, por suas obras fraudulentas, convencerem pessoas de que
são apóstolos como os verdadeiros apóstolos de Cristo. São imitadores baratos,
instrumentos de engano, que muitas vezes enganam até a si mesmos. O Apóstolo
Paulo denuncia estes falsos apóstolos em uma de suas cartas aos coríntios:
“Porque os tais são FALSOS APÓSTOLOS, OBREIROS
FRAUDULENTOS, TRANSFORMANDO-SE EM APÓSTOLOS DE CRISTO. E não é de admirar,
porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” (2 Coríntios 11.13-14).
Aqueles que os seguem não tem a coragem de
submetê-los ao crivo bíblico das credenciais apostólicas.
4. Falsos apóstolos reivindicam para si sinais do
apostolado verdadeiro. De alguma
forma falsos apóstolos conseguem demonstrar por meio de enganos alguns sinais
das credenciais dos verdadeiros apóstolos e se apresentam diante da Igreja, e
até mesmo do próprio Deus, esperando que seus sinais sejam aceitos e cridos
como verdadeiros. A esse respeito o Senhor Jesus alertou:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará
no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! PORVENTURA, NÃO TEMOS NÓS
PROFETIZADO EM TEU NOME, E EM TEU NOME NÃO EXPELIMOS DEMÔNIOS, E EM TEU NOME
NÃO FIZEMOS MUITOS MILAGRES? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos
conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” (Mateus
7:21-23).
Se estes tais não são recebidos por Cristo, ainda
que tenham sinais, também não devem ser recebidos pela igreja.
5. Falsos apóstolos gloriam-se de serem “iguais”
aos verdadeiros. Movidos pelo auto-engano e pelo desejo de terem o
maior número de pessoas os seguindo, acreditando e afirmando terem o poder e a
vocação dados aos apóstolos, os falsos se gloriam de serem como os verdadeiros,
apresentando-se deste modo e exigindo que sejam tratados como tais. Veja o que
nos disse o Apóstolo Paulo sobre eles:
“A verdade de Cristo está em mim; por isso, não
me será tirada esta glória nas regiões da Acaia. Por que razão? É porque não
vos amo? Deus o sabe. Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que
A BUSCAM COM O INTUITO DE SEREM CONSIDERADOS IGUAIS A NÓS; NAQUILO EM QUE SE
GLORIAM.” (2 Coríntios 11.12-14).
6. Falsos apóstolos tem aparência de manifestações
de poder. Uma das características dos falsos apóstolos é a
capacidade de atrair pessoas pelo anúncio e pela realização de “sinais” de
poder, em geral sem chances de comprovação. O fato é que eles impressionam,
cativam e escravizam seus seguidores pregando uma necessidade de experimentar o
“poder” de Deus. O próprio Senhor Jesus avisou aos seus discípulos que estes
tais apareceriam e enganariam a muitos com seus “sinais de poder”:
“Porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas OPERANDO GRANDES SINAIS E PRODÍGIOS PARA ENGANAR, se possível, os
próprios eleitos.” (Mateus 24:24).
7. Falsos apóstolos são eficazes na arte de
disfarçar suas mentiras e enganos. Eles
são dissimulados, apresentam-se cheios de promessas vazias, portando-se de tal modo
que suas mentiras não podem ser facilmente descobertas. Seus seguidores ficam
tão extasiados com suas promessas que perdem a capacidade de julgar tudo antes
de reter qualquer coisa. Como não são preparados para identificar falsidades,
dão crédito às mentiras como se fossem verdades. Foi também o Senhor Jesus quem
nos alertou sobre isso:
“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que
VÊM ATÉ VÓS VESTIDOS COMO OVELHAS, MAS, INTERIORMENTE, SÃO LOBOS DEVORADORES.” (Mateus
7:15).
8. Falsos apóstolos tem aparência de piedade. As pessoas gostam de líderes com aparência de espiritualidade. Aparência
de piedade é um meio eficaz de promover o engano e cativar pessoas,
especialmente àqueles que aprendem sem reter a verdade. Os falsos apóstolos tem
aparência de piedade, mas seu caráter é contraditório:
“TENDO APARÊNCIA DE PIEDADE, mas negando-lhe,
entretanto, o poder. Foge também destes. Pois entre estes se encontram os que
penetram sorrateiramente nas casas e CONSEGUEM CATIVAR mulherinhas
sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e
jamais podem chegar ao conhecimento da verdade.” (2 Timóteo 3:5-7).
9. Falsos apóstolos são eficazes no uso das
palavras. Palavras são o principal instrumento dos falsos apóstolos.
Palavras bonitas e lisonjeiras, porém enganosas, são eficazmente usadas para
atrair as multidões. Em geral as igrejas desses pretensos apóstolos são cheias.
Cheias de pessoas esperando ouvir seus sermões centrados no homem e carregados
de palavras cuidadosamente colocadas como iscas aos corações ingênuos. Um
linguajar espiritualizado, um evangeliquês místico e “palavras de ordem” que os
fazem parecer conectados ao céu. É o Apóstolo Paulo que de novo adverte a
igreja sobre esse perigo:
“Rogo-vos, irmãos, que noteis os que PROMOVEM
DISSENSÕES E ESCÂNDALOS CONTRA A DOUTRINA QUE APRENDESTES; desviai-vos deles.
Porque os tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre; e COM
PALAVRAS SUAVES E LISONJAS ENGANAM OS CORAÇÕES DOS INOCENTES.” (Romanos
16:17-18).
10. Falsos apóstolos são convincentes. Além de palavras serem bonitas, eles possuem estratégias e métodos
convincentes. Associados às suas performances e promessas de manifestação de
poder, conseguem enganar facilmente pessoas crédulas. Foi o próprio Senhor
Jesus quem disse que, se isso fosse possível, até os eleitos seriam enganados
por eles.
“Porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas OPERANDO GRANDES SINAIS E PRODÍGIOS PARA ENGANAR, se possível, os
próprios eleitos.” (Mateus 24:24).
11. Falsos apóstolos são sutis na introdução de
falsos ensinos. Não podemos nos enganar, acreditando que falsos
apóstolos chegam com ensinos descaradamente absurdos. Em geral eles aparecem
com ensinos atrativos, sutilmente conquistando a confiança do povo e lançando
suas heresias nocivas no meio da igreja. Chega sim um momento que eles começam
a ensinar descaradamente doutrinas absurdas, mas o povo já está tão cativo, que
as recebe sem questionar, especialmente sendo ensinadas que “discípulos não
questionam, discípulos obedecem”.
“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos
profetas, assim também surgirão entre vós falsos mestres, OS QUAIS
INTRODUZIRÃO, DISSIMULADAMENTE, HERESIAS DESTRUIDORAS, até ao ponto de
renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruição.” (2 Pedro 2:1).
“Tendo aparência de piedade, mas negando-lhe,
entretanto, o poder. Foge também destes. Pois entre estes se encontram os que
PENETRAM SORRATEIRAMENTE NAS CASAS E CONSEGUEM CATIVAR mulherinhas
sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e
jamais podem chegar ao conhecimento da verdade.” (2 Timóteo 3:5-7).
12. Falsos apóstolos dizem o que o povo quer ouvir. Como o povo está ávido por ouvir o que desejam, torna-se fácil aos
falsos profetas enganá-lo trabalhando em cima de seus anseios. Os ministérios
desses homens e mulheres são voltados aos anseios humanos, não para a glória de
Deus. O profeta Jeremias já alertava o povo de Deus a esse respeito no Antigo
Testamento, quando falsos profetas diziam ao povo o que o povo queria ouvir.
Diziam: "Deus disse" quando Deus na verdade não disse nada:
“Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus
de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os
vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos, que sonhais; Porque ELES
VOS PROFETIZAM FALSAMENTE EM MEU NOME; não os enviei, diz o Senhor.” (Jeremias
29:8-9).
Diante do exposto, todos nós temos uma postura a
tomar como forma de proteger a igreja de Cristo contra os danos dos falsos
apóstolos:
Aos verdadeiros pastores e mestres, cabe o dever de
ensinar fielmente a verdade, alertar os crentes do erro, preveni-los dos
perigos, e conduzi-los de forma que venham a crescer na graça e no conhecimento
do Senhor; orando sempre para que sejam cheios do espírito de sabedoria e
entendimento, tendo iluminados os olhos do coração, para que permaneçam firmem
na graça e na fé em Cristo Jesus.
A todos os crentes, cabe o dever de conhecer as
Escrituras, vivendo em obediência na verdade e sondando sempre os corações e
consciências para que não se deixem enganar por sutilezas; orando sempre para
que si lhes abram os olhos e tenham discernimento para afastarem dos ensinos
dos falsos apóstolos.
Aos verdadeiros crentes que se constituíram falsos
apóstolos, cabe o urgente dever de se arrependerem de seus falsos caminhos,
voltando-se para Deus, buscando graça e misericórdia em tempo oportuno; orando
com humildade e temor para que o Senhor os livre do auto-engano e os previna de
fazer tropeçar um daqueles a quem o Senhor ama.
Quanto aos falsos apóstolos, cujos corações são
movidos pela impiedade, sejam os tais guardados para o dia do juízo. Deus não
terá misericórdia deles.
Notas:
[1] LOPES, Nicodemus Augustos. Apostolado
no Brasil. Voltemos ao Evangelho, disponível em . Acesso em 02 de Maio de 2014.
[2] KUYPER, Abraham. A Obra do
Espírito Santo. São Paulo: Cultura Cristã, 2010. pp. 185-189.
[3] Idem.
[4] Idem.
Sobre o autor: Rev. Antônio dos Passos Pereira é casado com
Mirtes Áurea, pai de Vinícius de 8 anos e Nicole 1,5 ano. Pastor na Igreja
Presbiteriana de Lagoa Santa/MG. Mestrando em Teologia Histórica pelo
Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (Mackenzie). Bacharel
em Teologia pela EST-Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo/SP, 2013. Bacharel em Teologia e Missões pelo MTC
Latino (Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais), Montes
Claros/MG. 2003.
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