Deus ainda condena nações inteiras hoje? - O Peregrino

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sábado, 20 de dezembro de 2025

Deus ainda condena nações inteiras hoje?

Pastor John, olá e obrigado por este podcast. Tenho refletido muito sobre o julgamento que Jesus pronuncia sobre as cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum em Lucas 10.13-16, bem como sobre sua declaração sobre uma geração inteira em Lucas 11.51. Minha pergunta é: o que realmente acontece com esses grupos de pessoas e os indivíduos dentro deles quando Jesus condena uma cidade ou uma geração? Esse tipo de julgamento significa que todas as pessoas dentro desse grupo são julgadas da mesma forma? Houve crentes fiéis nessas cidades que foram poupados, ou o julgamento se aplica coletivamente, mesmo àqueles que poderiam ter se arrependido pessoalmente?

 

É difícil para mim compreender plenamente o peso disso, e estou com dificuldade para entender se esses julgamentos se referiam a uma destruição terrena, como a queda de Jerusalém em 70 d.C., ou se apontam para um julgamento eterno, significando que essas pessoas enfrentariam a condenação após a morte. Como entendemos pronunciamentos coletivos de julgamento como este à luz da responsabilidade individual perante Deus? Deus julga as pessoas coletivamente ou individualmente, e como isso funciona? Por fim, quero saber como entender isso em relação aos dias de hoje — como isso deve moldar a maneira como pensamos sobre o julgamento de Deus, seja sobre nações, comunidades ou até mesmo sobre o nosso próprio tempo? Quero compreender o peso dessa realidade preocupante.

 

Salvação Individual

Bem, vamos começar apresentando a realidade pervasiva do Novo Testamento da responsabilidade individual radical: responsabilidade diante de Deus pela salvação, santidade pessoal e julgamento final. Existe algo como realidade corporativa — não estou negando isso. A igreja é uma realidade corporativa: é uma noiva; é o corpo de Cristo. Eu entendo isso. Eu amo isso. Não quero minimizar isso. Mas, pervasivamente no Novo Testamento, Deus lida com indivíduos para a salvação (e se eles fazem parte de realidades corporativas), para a santidade, para o julgamento final.

 

Basta fazer uma busca por palavras (foi o que eu fiz) na palavra grega singular pas, “cada”. Você pode fazer isso em português com a com “cada” ou “todo”. Esta é uma palavra singular e significa “cada pessoa”. E o que você encontra são dezenas de declarações como estas: “Deus retribuirá a todos”. “Todo aquele que ouve”, “todo aquele que saiu de casa”, “todo aquele que é treinado como um escriba”, “todo aquele que pergunta”, “todo aquele que reconhece a Cristo”, “todo aquele que se exalta”, “todo aquele que é nascido de novo” – e assim por diante. Todas são individuais; todos, cada pessoa, importa e é tratada por Deus para a salvação, para a santidade, para o julgamento eterno.

 

“Se com a tua boca [singular; uma boca, uma cabeça] confessares a Jesus como Senhor e em teu coração [singular; um só coração, não dois corações, não um coração coletivo] creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10.9). Deus lida com indivíduos no Novo Testamento quando se trata da salvação, de suas vidas pessoais de santidade e de seu julgamento final.

 

Agora, a questão é esta: como essa realidade generalizada da salvação individual se relaciona com o julgamento corporativo, quando Deus diz que uma cidade ou nação inteira será julgada?

 

Julgamento Corporativo

A primeira parte da resposta é que declarações sobre o julgamento corporativo podem ser julgamentos de devastação neste mundo, como Brian já disse, ou no fim do mundo em um dia de julgamento eterno.

 

Por exemplo, Jesus previu claramente a destruição de Jerusalém, que ocorreria quarenta anos depois de sua ascenção ao céu. Isso aconteceu na história. Não no fim dos tempos. Lucas 19.41–44:

 

Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.

 

Essa é a destruição de Jerusalém, prevista. Aconteceu quarenta anos depois, e isso é histórico. Portanto, esse é um exemplo do julgamento divino neste mundo, antes que o fim chegue.

 

Mas em Mateus 11.22, quando Jesus pronunciou o julgamento sobre as cidades de Corazim e Betsaida, ele disse: “No dia do julgamento, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vocês”. Esse é um exemplo de julgamento final, no fim da história, no dia do julgamento, que resulta em condenação ou salvação.

 

Fazendo conexões

Então, agora, o que dizer dos crentes em Cristo que estão em Jerusalém quando o julgamento chegar, ou que estão em Corazim e Betsaida quando lhes for dito que perecerão no último dia? E há três respostas bíblicas (pelo menos) para esta questão de como os crentes em cidades ou nações que serão julgadas, neste mundo ou no fim, se relacionam com essa situação. Há três respostas bíblicas.

 

1. Salvação Sólida

Todo indivíduo que crê de coração no Senhor Jesus para a salvação jamais será condenado (João 5.24). Não importa em que grupo ele esteja, em que cidade ou nação esteja. Ele jamais será julgado. Ele passou da morte para a vida. Ele pode viver em Corazim ou Betsaida, mas não é de Corazim, para usar a linguagem de Jesus (João 15.19). Ele não é de Corazim ou Betsaida. Ele não é contado como parte daquele grupo corporativo que perece, porque ele já foi salvo individualmente por Deus.

 

2. Purificar, não punir

Os crentes genuínos podem, de fato, suportar a destruição de suas propriedades, até mesmo perder a vida, no julgamento histórico de Deus sobre uma cidade ou nação. Eles não experimentarão esse julgamento como punição, mas como purificação.

 

O desígnio de Deus não é o mesmo quando seu julgamento recai sobre seu inimigo como quando seu julgamento recai sobre filhos. Eles podem morrer — a criança pode morrer. A mesma doença que mata o incrédulo por meio do julgamento pode matar a criança. Agora, aqui está a razão pela qual digo isso. Em 1 Pedro 4.12 e 17, diz isto: “Amados [isto é, os cristãos], não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos provar, como se coisa estranha vos acontecesse… Pois é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus.” Aí está. “E se começa conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?”

 

Portanto, a partir disso e de outros ensinamentos, concluo que o julgamento de Deus pode começar com a casa de Deus. E se isso acontecer, Pedro diz em um versículo anterior: “o Espírito da glória e de Deus repousa sobre vocês” (1 Pedro 4.14). Mesmo que você esteja suportando essa dura mão de Deus, e possa morrer sob ela, o Espírito da glória e de Deus repousa sobre você.

 

Não encare isso como um castigo. Seria um grande erro. Se somos cristãos, podemos confiar que Cristo suportou o nosso castigo. Isso foi no passado. Nunca seremos punidos pelos pecados que Jesus cobriu. Este é o fogo purificador de Deus. Confie nele, e sua fé transbordará como ouro e redundará, como Pedro diz no primeiro capítulo, “em louvor, glória e honra, na revelação de Jesus Cristo” (1 Pedro 1.7).

 

Então, essa é a segunda maneira como os indivíduos se relacionam com o julgamento corporativo. Podemos passar por isso e até morrer, mas Deus planejou para nós não o castigo, mas a purificação e a recompensa final.

 

3. Caminho de Fuga

E a terceira maneira pela qual os cristãos individuais se relacionam com a punição corporativa de cidades ou nações é que Deus pode criar uma maneira de escapar.

 

Por exemplo, Jesus previu a destruição de Jerusalém e disse aos seus seguidores como escapar. Ele disse em Lucas 21.20-22: “Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei que a sua desolação está próxima. Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela; porque estes são dias de vingança, para que se cumpra tudo o que está escrito.” Portanto, Deus tem planos para que o seu povo frequentemente escape das mesmas situações em que ele está trazendo julgamento.

 

Lendo o jornal diário

Portanto, em resumo, se Deus pronuncia o julgamento final sobre uma cidade ou nação e as destina ao julgamento final e à destruição, nenhum cristão que viva entre elas compartilhará esse destino. Eles são justificados e jamais serão condenados. Eles entrarão na vida eterna.

 

Em segundo lugar, se Deus proferir um julgamento histórico sobre uma cidade de tal forma que, digamos, a Peste Negra, o Ebola ou a COVID-19 exterminem três quartos da população pelos pecados da cidade ou da nação, muitos cristãos podem perecer dessa doença. De fato, já vimos isso na história. Cristãos que se sacrificam permanecem em lugares perigosos e cuidam dos doentes, contraem a doença e acabam eles mesmos morrendo. Mas, eles não estão sendo punidos.

 

E terceiro, Deus pode alertar seu povo para fugir de uma cidade específica porque o julgamento histórico está prestes a cair sobre eles. É como se a família de Ló tivesse sido salva (Gênesis 19.15-17).

 

Todas essas três situações são verdadeiras hoje, e precisamos saturar nossas mentes com a Palavra de Deus, a Bíblia, para que possamos discernir quando buscamos ler os sinais dos tempos.

 

Por: JOHN PIPER. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Does God Condemn Nations Today? | Revisão e edição por Vinicius Lima

 

Fonte: https://voltemosaoevangelho.com 

 

 

 

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