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segunda-feira, 24 de novembro de 2025

O que o livro de Jonas tem a ver com Jesus?

Cristo está em cada página da Bíblia

Resumo: O livro de Jonas, muitas vezes lembrado apenas como a história de um profeta engolido por um grande peixe, aponta profundamente para Cristo. Enquanto Jonas fugiu da missão de Deus, Jesus obedeceu até a morte na cruz; enquanto Jonas foi lançado ao mar por sua desobediência, Jesus se entregou voluntariamente para salvar pecadores; enquanto Jonas passou três dias nas profundezas do peixe, Jesus morreu e ressuscitou ao terceiro dia; e enquanto Jonas relutou diante da misericórdia divina, Jesus encarnou plenamente essa misericórdia, oferecendo perdão até mesmo na cruz. Assim, Jonas é um sinal que prepara o caminho para o Salvador maior: Jesus Cristo.


 

Todas as Escrituras apontam para Jesus. Seja uma passagem que prediz Cristo, prepara o povo de Deus para Cristo, reflete Cristo ou mostra os resultados da obra de Cristo, podemos encontrá-lo em cada página. É fácil ver Jesus nos relatos do Evangelho ou nas epístolas do Novo Testamento, mas e os livros da lei ou as narrativas históricas do Antigo Testamento? Compreender ou ensinar passagens desses livros de uma maneira centrada em Cristo nem sempre é simples.

 

Vamos examinar o livro de Jonas — um profeta menor escrito como narrativa histórica — para ver como essa história familiar nos aponta para Jesus.

 

Obediência ao chamado

O livro começa com o chamado de Deus a Jonas para ir e advertir o povo de Nínive sobre o julgamento de Deus, porque era uma cidade perversa, conhecida por sua violência e idolatria. Em vez de obedecer, Jonas fugiu na direção oposta, embarcando em um navio para Társis para escapar da presença de Deus — e de sua vontade. É aqui que vemos a primeira maneira pela qual Jesus é o Jonas melhor.

 

Como Jonas, Jesus recebeu uma missão de Deus para deixar sua casa e levar a Palavra de Deus ao povo pecador. Ao contrário de Jonas, cujo coração estava decidido a desobedecer à ordem de Deus, Jesus obedeceu voluntariamente ao chamado de Deus para deixar sua casa celestial e vir até nós. Mesmo que sua missão lhe custasse a vida, ele “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.8). No Getsêmani, Jesus orou entre lágrimas e suor sangrento: “contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.” (Lucas 22.42), submetendo-se ao Pai mesmo diante de um sofrimento inimaginável. Jonas desobedeceu; Jesus obedeceu.

 

Lançado à morte

Mas Deus perseguiu Jonas. O Senhor lançou sobre o mar uma tempestade tão intensa que o barco estava à beira de se partir em pedaços. Enquanto os marinheiros aterrorizados clamavam aos seus deuses, Jonas dormia dentro do navio. O capitão o acordou, dizendo: “Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo? Agarrado no sono? Levanta-te, invoca o teu deus” (Jonas 1.6). Jonas sabia que a tempestade era para ele, então disse aos marinheiros que a única maneira de eles viverem era se ele morresse. Eles obedeceram com relutância e, quando Jonas afundou nas ondas, Deus acalmou a tempestade.

 

Ao contrário de Jonas, cujo coração estava decidido a desobedecer à ordem de Deus, Jesus obedeceu de boa vontade ao chamado de Deus para deixar seu lar celestial e vir até nós.

 

Marcos 4.35-41 conta uma história paralela. Jesus também estava dormindo durante uma violenta tempestade, enquanto seus discípulos entravam em pânico. Eles o acordaram, gritando: “Mestre, você não se importa que estamos perecendo?” (v. 38). Mas, ao contrário de Jonas, o próprio Jesus falou com a tempestade e a acalmou com uma palavra. O mar lhe obedeceu imediatamente. Os discípulos se maravilharam com Jesus, compreendendo que somente Deus pode comandar a criação. Eles se perguntaram em voz alta: “Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” (v. 41). A resposta é clara: Jesus é melhor do que Jonas porque ele não é meramente humano, mas também divino.

 

Jesus não foi lançado ao mar naquele dia como Jonas, mas ele se lançou à morte quando foi para a cruz. Assim como a morte metafórica de Jonas salvou os marinheiros da tempestade, a morte de Jesus foi necessária para nossa salvação. Mas enquanto a viagem de Jonas para as profundezas foi resultado de sua própria desobediência, a morte de Jesus foi resultado da nossa. Embora sem pecado, ele assumiu o pecado do mundo por nossa causa. Como Jesus declarou: “Alguém maior do que Jonas está aqui” (Mateus 12.41).

 

Três dias nas profundezas

O mergulho de Jonas no mar parecia definitivo, mas Deus designou um grande peixe para engoli-lo. Jonas permaneceu dentro da barriga do peixe por três dias e três noites antes que ele o vomitasse em terra firme.

 

Mais tarde, Jesus explicou que Jonas era um sinal que apontava para ele mesmo: “Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do Homem três dias e três noites no coração da terra” (v. 40). Jonas estava praticamente morto, mas Jesus realmente morreu e foi sepultado por três dias antes que Deus o ressuscitasse dos mortos. Jesus cumpriu o sinal de Jonas por meio de sua morte e ressurreição, comprando a vida para todos os que creem.

 

Mensageiros da misericórdia

Com a misericórdia de uma segunda chance, Jonas finalmente obedeceu à ordem de Deus e foi a Nínive, proclamando: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída!” (Jonas 3.4). Os ninivitas creram em Deus e se arrependeram de seus maus caminhos com pranto e jejum. O Deus misericordioso respondeu, abrindo mão do desastre que havia ameaçado.

 

Mas enquanto a viagem de Jonas para as profundezas foi resultado de sua própria desobediência, a morte de Jesus foi resultado da nossa.

 

Jonas havia recebido a misericórdia salvadora de Deus poucos dias antes, mas em vez de se alegrar com a salvação dos ninivitas, ele ficou com raiva. Ele admitiu que fugiu para Társis porque sabia que Deus seria misericordioso: “pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal.” (4.2). Jonas entregou uma mensagem de julgamento que levou ao arrependimento e à misericórdia, mas o que ele realmente desejava era ira.

 

Jesus era um mensageiro da misericórdia, chamando os pecadores ao “arrependimento, pois o reino dos céus está próximo” (Mateus 3.2). Ao contrário de Jonas, Jesus ansiava por mostrar misericórdia. Ele olhava para os pecadores com compaixão, vendo-os como “atormentados e desamparados, como ovelhas sem pastor” (9.36). Ele foi rejeitado, traído, ridicularizado, torturado e assassinado por aqueles que veio salvar, mas mesmo quando estava morrendo na cruz, clamou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas 23.34). Jonas invejava a misericórdia de Deus; Jesus a encarnava.

 

A história de Jonas é mais do que um conto da escola dominical sobre um grande peixe — é uma sombra do Salvador que estava por vir. Jesus é o verdadeiro e melhor Jonas. Em cada ato de desobediência e libertação, resistência e redenção, Jonas nos aponta para Jesus: o Filho obediente, o Senhor soberano, o Salvador ressuscitado e o Redentor misericordioso.

 

Por: Joanna Kimbrel (MATS, Seminário Teológico de Westminster), é professora da Bíblia, escritora e coordenadora de iniciativas femininas da The Gospel Coalition. Ela é coautora de " Behold and Believe: A Bible Study on the "Eu Sou" Statements of Jesus" e autora de "The Greatest Hero: The Book of Romans" e " Jesus is Better: The Book of Hebrews" . Joanna e seu marido, Chad, têm três filhas e são membros da Sojourn Community Church em Woodstock, Geórgia. Você pode segui-la no Instagram (@joannakimbrel). 

 

Fonte: https://voltemosaoevangelho.com 

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