Muitas pessoas que
querem arrumar uma desculpa para seu individualismo cultural – expressão
mais decadente de nossa cultura pós-cristã, usam o refrão comum: “Não
faço parte da igreja porque quero fazer parte de algo que seja mais
parecido com a Igreja do Novo Testamento!” Será?
Sempre que eu ouço isso,
dito por supostos cristãos que deviam ler a Bíblia, eu balanço minha
cabeça... em assombro, por tanta falta de conhecimento, por ver tão
deslavada desculpa...
Em várias incidências
claras, a “Igreja do Novo Testamento” era menos atraente, menos
autêntica, menos flexível, menos amorosa, menos verdadeira, menos bonita
e menos semelhante a Cristo do que a igreja hoje.
Por motivos de
conveniência cultural (como hoje)... temer perdas, perda de dinheiro,
emprego, aceitação cultural... que os cristãos do primeiro século
estavam com o pé fora da porta da igreja... e por isso o autor de
Hebreus os exortou a não desistirem de congregar, como estava se
tornando hábito naqueles dias... e essa era a “Igreja do Novo
Testamento” – “Não deixando de nos congregar, como é costume de alguns,
antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se
vai aproximando aquele dia.”- Hebreus 10:25
Uma “Igreja do Novo Testamento” que todos nós seríamos tentados a abandonar era a igreja em Corinto.
Uma das passagens mais célebre da Bíblia é 1 Coríntios 13, conhecida por nós como “o capítulo do amor”.
Neste magnífico
capítulo, somos informados de que o amor é paciente e bondoso. Ele não
tem inveja ou jactância, e não é arrogante ou rude. Não é exigente ou
irritável, e não guarda rancor. Ele resiste às coisas que estão erradas e
celebra coisas que são verdadeiras. Ele crê, espera e suporta todas as
coisas.
Maravilhoso, certo?
Você sabia que quando
Paulo escreveu aos Coríntios sobre o amor, ele não tinha cerimônias de
casamento ou qualquer coisa do tipo em vista? Você sabia que ele estava
realmente os repreendendo porque eles estavam se devorando, porque cada
um dos atributos do amor era algo que eles não tinham como igreja?
A igreja de Corinto, uma
proeminente "Igreja do Novo Testamento" (como muitos dizem de boca
cheia hoje que queriam fazer parte), estava cheia de problemas. Uma
breve viagem pela primeira carta de Paulo a esta comunidade de
inadaptados nos diz que eles eram conhecidos por se julgarem
severamente, criando grandes divisões sobre questões teológicas menores e
insignificantes, cometendo adultério, fornicação, iniciando processos
frívolos, divorciando-se sem fundamentos bíblicos, desfazendo a
"liberdade cristã", se embriagando na santa ceia... e a lista continua.
Paulo poderia facilmente ter anulado essa comunidade. Ele poderia ter
jogado muito facilmente a toalha.
Por que Paulo não jogou a toalha na Igreja do Novo Testamento? Pela mesma razão que Jesus não jogou a toalha.
Igreja é família.
A adesão a uma igreja
local não significa nada mais e nada menos do que isto: Juntando o seu
eu imperfeito a muitos outros eus imperfeitos para formar uma comunidade
imperfeita que, através de Jesus, embarca em uma jornada rumo a um
futuro melhor ... juntos. Perfeitos um dia
Surpreendentemente,
Paulo começa sua primeira carta de confronto aos Coríntios com afirmação
e segurança. Apesar de suas muitas falhas, pecados, inconsistências,
hipocrisias e fraquezas, ele é esperançoso por eles, não porque eles são
pessoas estelares, sequer razoáveis - mas porque Jesus é um Salvador
estelar. Jesus completará a obra que começou neles, e Paulo sabe disso.
Então, em vez de bater no botão e ejetar sobre eles, ele dobra seu
esforço em seu envolvimento com eles. Em vez de evitá-los e humilhá-los,
ele lhes fala como seus amados irmãos, irmãs, filhos e filhas na fé. Em
vez de fugir deles, corre em sua direção. Ele os nomeia não de acordo
com seus fracassos, mas de acordo com seu status redentor, usando
palavras como "santos" e "santificados". Ele agradece a Deus sempre por
eles e os lembra que Jesus os sustentará até o fim.
Paulo olha para a igreja
local quebrada e contempla a beleza. Ele olha para a igreja local
pecaminosa e prevê a santidade. Ele olha para a igreja local indesejável
e é superado com o desejo de seu florescimento. Paulo pensa sobre a
igreja da mesma maneira que Jesus. Ele pensa na igreja como uma família.
Filhas e filhos de Deus, com quem ele se compraz. A noiva de Cristo, a
quem ele se desposou para sempre. Irmãs e irmãos uns para com os outros,
herdeiros do Reino.
Família .
Como Santo Agostinho
disse certa vez, às vezes "a Igreja é uma prostituta ( como Gômer, a
mulher de Oséias, é o que Deus diz)... mas ela ainda é minha Mãe".
Não só a Igreja é nossa Mãe, mas também a esposa de Jesus.
Se o desejo de alguém é
apertar o botão de ejeção na igreja local, é melhor fazer sem arrumar
desculpas... admitir ser o eco de nossa cultura em endeusamento do
individualismo... sua ojeriza a autoridade, a ter que prestar contas, a
ter que servir ao Reino com seu amado dinheiro... por isso a grande
tentação de criar a sua própria experiência de fé particular.
Por Josemar Bessa
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com


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