Desde
muito cedo estou envolvido com música na igreja, tenho a alegria de ter
nascido num ambiente extremamente musical, meu pai músico
multi-instrumentista (tocava vários instrumentos de sopro, além de
violão, teclado e acordeon), além de ser o responsável pelo coral da
igreja desde sempre. Por outro lado minha mãe, nos cultos domésticos,
sempre tocava acordeon e cantava muito bem, o que despertou em mim,
muito cedo a veia musical.
Lembro-me
aos 8 anos já estar tocando na igreja, então por baixo, são 20 anos
envolvido com música diretamente no contexto evangélico, isso contando o
tempo que tive fora pelos motivos que só um músico cristão sabe. E sou
muito grato ao Senhor inclusive por esses momentos “fora” do ninho, por
que foi nesses momentos que aprendi a me ver como realmente era
musicalmente.
Nesses
20 e poucos anos, venho observando situações, comportamentos e atitudes
de músicos, líderes musicais, pastores de música, ministros, e afins, e
tenho aprendido muito, e gostaria de dividir um pouco do que tenho
observado ao longo desses anos. Por que a igreja é o casulo do músico
cristão?
Em muitas situações, a igreja para o musico, funciona como uma espécie de casulo ou ninho.
1º.: Por que é um ambiente confortável e aconchegante, “livre de ameaças”
2º.: Por que pode ser um instrumento deformador da visão que um músico pode ter de si mesmo.
Nesse
momento, quero me concentrar apenas nos desdobramentos que são oriundos
dessas duas situações. A igreja evangélica brasileira quase na
totalidade suprimiu a beleza da arte, e sempre teve sua atenção focada
em seu utilitarismo. Calma!!! Explico, a igreja lógico que, com suas
raríssimas exceções, sempre esteve muito focada na recuperação do homem,
mas esqueceu de uma coisa básica, o homem não vive só de pão e emprego.
A
outra coisa séria, é o fato de pregar o céu e sua maravilha (e não há
nada de errado nisso), mas não ensinou aquele cidadão renegado, a ver a
beleza a sua volta, a criatividade do Deus da criação por exemplo.
O
outro extremo, é a pregação focada no materialismo. Nenhuma das duas
orientações, incluem a arte. Pergunto: Como um artista pode se sentir
motivado com a sua arte, se o que ele faz não é visto como arte, apenas
como algo necessário dentro da liturgia?
Nesse
aspecto podemos dizer que a igreja esquece que seu Criador é o maior
artista, é o Deus da Criação! É a maior autoridade em arte! Se a igreja
não reconhece a arte musical, então não haverá critérios de avaliação
para os músicos. Por isso em alguns contextos é muito comum um músico
ficar naquela cadeira-cativa anos a fio.
E
o que isso gera no músico, é uma falsa visão de si mesmo, porque todo
aquele ambiente aconchegante e extremamente “utilitarista”, o faz pensar
que por estar sendo útil, também é o melhor praquela realidade.
Formamos
então especialistas em mediocridade, gente morta pra arte, cegos,
incompetentes, arrogantes, e sem um fio de humildade, e que se opõem
fortemente à mensagem do evangelho de Cristo.
Esse
é do tipo que, quando chega um músico mais talentoso em sua
congregação, ele trata logo de fazer aquele discurso "mata-oponente”.
Nessa hora, vale tudo pra proteger seu posto-cadeira-cativa.
Fonte: https://bereianos.blogspot.com
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