Nessa última semana eu
assisti uma série no NetFlix chamada 13 Reasons Why. Não só eu, mas
muitas pessoas a tem assistido, especialmente os adolescentes. Essa
série é uma espada de dois gumes, pois pode prevenir alguém do suicídio o
mostrando o quão desnecessário é, ou pode incentivar a isso. Dependerá
muito do estado existencial e de maturidade que o indivíduo,
especialmente o adolescente, estará no momento ao assisti-la. Mas
afinal, do que se trata? Segue a sinopse:
“A série gira em torno
de Clay Jensen, um estudante tímido do ensino médio, que encontra uma
caixa na porta de sua casa. Ao abri-la, ele descobre que a caixa contém
sete fitas cassete gravadas pela falecida Hannah Baker, sua colega que
cometeu suicídio recentemente. Inicialmente, as fitas foram enviadas
para um colega, com instruções para passá-las de um estudante para
outro. Nas fitas, Hannah explica para treze pessoas como eles
desempenharam um papel na sua morte, apresentando treze motivos que
explicam porque ela se matou. Hannah deu uma cópia das fitas para Tony,
um de seus colegas da escola, que avisa para as pessoas que, se elas não
passarem as fitas, as cópias vazarão para todo mundo, o que poderia
levar ao constrangimento público e vergonha de algumas pessoas, enquanto
outros poderiam ser ridicularizados ou presos”.
Para quem assisti esta
série, especialmente aos adolescentes que sentem predisposição para o
suicídio, é importantíssimo que veja o quarto trailer que está anexo com
ela – além dos porquês –, onde há um bate-papo entre o elenco e
profissionais da saúde falando sobre o tema e a série. Além de visitar o
próprio site deles para buscar ajuda (tem os telefones para as regiões)
e conhecer mais sobre: http://www.13reasonswhy.info/#bra.
Infelizmente, na mesma
época em que a série está em alta, apareceu uma “brincadeira” ou
“desafio” nas redes sociais, a saber: Baleia Azul. Essa brincadeira que
começou na Rússia em 2015, já faz sucesso no Brasil em 2017. A mensagem
deste jogo está baseada em 50 desafios, dentre eles há: o de desenhar
uma baleia no papel e depois no braço, fazer cortes no corpo, ver filmes
de terror e assim por diante; mas o último desafio (quinquagésimo) é o
SUICÍDIO. E sim, já existem histórias de adolescentes que comentem tal
barbárie. Sem vacilar eu creio que esses adolescentes passam por um
perturbado momento existencial ou de maturidade, logo, são facilmente
influenciados ou conquistados pela brincadeira. Em contraponto, há
algumas manifestações nas redes sociais que ocorrem e dentre elas eu
deixo como recomendação:
Por favor, ao menos três
dos meus amigos do Facebook, poderiam copiar e colar essa informação?
Linha de prevenção ao suicídio: 0800-273-8255 #NaoABaleiaAzul.
Ou ainda pesquisar e
aplicar o desafio da baleia rosa que é uma resistência ao da baleia
azul, propondo 50 desafios saudáveis para a pessoa.
PROBLEMA X SOLUÇÃO:
Com essas duas citações
acima nós vemos de uma maneira inusitada um velho inimigo existencial,
male da alma ou conflito da vida, voltar com tudo – se um dia deixou de
ser tão ativo. Existem já várias estatísticas sobre o tema, várias
conclusões em cima dele, vários motivos articulados do porque ocorre tal
e assim por diante. O problema é visível, infelizmente. Porém, qual a
solução para ele?
Já foram passadas três
fontes que buscam ajudar a resolver o problema para que as pessoas não
cometam o suicido. Vários estudos bíblicos já existem para tratar do
tema. Contudo, aqui nesse espaço, quero destacar um principio que se
completa em três partes que tenho por certeza que soluciona
definitivamente este problema, ou os problemas que originam o tal. Esse
princípio se encontra no verso, o qual eu tenho como meu favorito, que
Paulo escreveu para uma igreja localizada na Europa, muitos séculos
atrás, na cidade de Filipos: Quero conhecer Cristo, o poder da sua
ressurreição e a participação em seus sofrimentos (Fl 3.10a).
Mas porque um princípio
que se completa em três partes? Bem, o princípio eu vou chamá-lo de
Intimidade com Cristo, é este que vemos no versículo. Em três partes,
pois este verso só tem um artigo definido – no grego –, portanto, sugere
que todas as ideias serão expressas em uma só. É uma completude!
Exemplificando, podemos dizer que é um tipo de trilogia – termos usado
em artes gerais que diz que uma arte quando é dividida em três obras e,
só poderá ser compreendida quando essas três forem vistas. O princípio
visto só pode ser compreendido quando as três partes forem conhecidas,
compreendidas e vividas. Destarte, só conheço a Cristo se conhecer o
poder de ressureição e a participação nos sofrimentos dEle. Vamos
entender cada uma dessas partes:
1. Quero conhecer a Cristo:
Essa palavra conhecer que já se encontra no verso 8 como conhecimento é
de uma raiz que não fala sobre conhecimento teórico ou racional, mas,
sim, de um conhecimento adquirido pela experiência, de relacionamento.
Neste caso o texto afirma um relacionamento pessoal com a pessoa de
Cristo, de intimidade como dois amigos que se conhecem profundamente
depois da amizade ter se firmado e permanecido. Augusto Cury, o
escritor, era ateu e acabou crendo em Jesus depois que se dedicou aos
estudos dos evangelhos para examinar quem era Jesus e escrever sobre
Ele. Interessante que um ateu se converte quando conheceu Jesus de
Nazaré, revelado nos evangelhos. Melhor forma de conhecer a Cristo é
lendo sobre Ele, mas, também, O buscando em oração e na tentativa de ser
semelhante a Ele no dia após dia.
Mas o que isso tem haver
com o tema? Paulo quando expressa esse desejo na carta que escreveu a
igreja de Filipos, ele escreve em um tempo de “crise” na sua vida. Paulo
estava preso, provavelmente em Roma, e com a grande possibilidade de
ser condenado a morte. Contudo, nesse momento da sua vida de pressão e
dificuldade o que ele quer é ser intimo da pessoa de Cristo. Da mesma
maneira você, lendo esse artigo, talvez esteja passando por algum
conflito interno ou externo, alguma tempestade em sua vida, saiba que
não é a automutilação ou o suicídio que trará a solução, no entanto,
será o se aproximar de Jesus, conhecê-lo, ser intimo dEle. Para isso é
bom vermos as outras duas partes que completarão esse princípio.
Obs.: A bíblia fala de
vários homens de Deus que desejaram a morte ou amaldiçoaram o momento
que nasceram, porém Deus concedeu as providências que necessitavam e
suas histórias foram transformadas (Moisés – Nm 11.10 – 15; Elias – 1Rs
19; Jó – Jó 3). Todos esses tiveram um principio igual, que foi:
Conhecer intimamente ao Senhor!
2. O poder da Sua ressurreição:
Aqui Paulo, no original grego, coloca um pronome pessoal genitivo que
se refere a Cristo – o da sua ressurreição –, transmitindo o sentido
acerca dos efeitos que essa ressurreição traz, e, também, a qualifica e a
defini. A ressurreição de Cristo é causa de sermos cotidianamente
regenerados e salvos, além de nos produzir esperança (Jo 16.7 – 9; Rm
4.25; 1Co 15.13 – 17; 42 – 44; Hb 4.14 – 16); 1Jo 2.1). Os textos
citados nos indicam que pela ressurreição o Espírito Santo foi enviado
para nos convencer e conduzir a obra da salvação e do livramento; que
fomos justificados; que a nossa fé seria útil e levaria a esperança; que
temos um Sumo Sacerdote e Advogado que intercede por nós para sermos
restaurados sempre – alguns entendem que o poder da ressurreição seria o
fato da própria ressurreição final, mas não é, a ressurreição final se
refere o verso 11, logo, a ressurreição deste versículo (com o conhecer a
Cristo e a participação dos seus sofrimentos) serve para nos levar a
ressurreição final. Então, o de fato é de se tornar nova criatura (Rm
6.4; Ef 2.5; Cl 2.12), porém não se limita a tal, mas, também, ao
renovar constantes da vida da pessoa (Rm 8.11; Cl 3.1), pois Paulo que
já era salvo nEle ainda desejava o prosseguimento deste conhecimento.
Tal definição é admitida conforme segue um dos sentidos de ressurreição
(anastaseos) no original – ser sarado e ter seu altar.
Então, amado leitor, se a
situação está difícil e a desesperança se faz presente em sua vida o
levando a desejar a morte, eu digo a você: conheça o poder da
ressurreição, pois essa lhe possibilitará dia após dia ser renascido,
começar de novo, dar novo sentido em cada amanhecer – RENOVAR! Como
Leonardo Gonçalves canta em sua música (Ele Vive): E hoje sou livre,
pois Ele vive… E eu sou livre, eu sou livre enfim, de mim… Da água
renasci e faz sentido servir Alguém melhor que eu… Todo dia de manhã
quero renascer…
3. A participação em Seus sofrimentos:
Interessante destacar essa palavra sofrimento. Os jovens que se
cortam/se mutilam têm buscado evidenciar um sofrimento interno, um tipo
de comunicação que não é verbal. E assim, consequentemente, participa de
algum sofrimento proposto (pela baleia azul).
Em contraste com isso
podemos participar dos sofrimentos de Cristo. Isso não se refere a
mutilação, a penitências físicas ou a estigmas. Refere-se à renúncia
diária, as aflições externas constantes por causa do evangelho (que traz
a paz interna), como também a possível perseguição. Isso é visível
quando o apóstolo escreve, pois estava preso, além da verdade que ele
deixa no capítulo 4.11 e 12, como também outros textos: 1Co 9.1 – 15;
2Co 11.25 – 27. Aqui vale deixar para a reflexão: Bem-aventurados serão
vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e
levantarem todo tipo de calúnia contra vocês (Mt 5.11). Essa palavra
participação refere-se e se unir, associar-se com os sofrimentos de
Cristo, de renúncia e consequências de tais, já que uma vez estamos
unidos ao seu corpo. Acompanha a essa palavra o artigo “tw/n/ton” que é
um dativo que transmite o sentido de proveito/dano recaído, ou seja, tal
participação é um dano, a principio, que recai sobre quem deseja isso,
porém é um proveito para quem vive tal.
Contudo, vale constar,
que a participação deste sofrimento traz paz e satisfação ao coração de
quem participa. Não é cruel! Não gera desesperança! É maravilhoso! Traz
paz!
Jesus certa vez disse:
Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes
darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou
manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas
almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve – (Mt 11.28 – 30).
FINALIZANDO
Existe um vazio em nosso
coração que só pode ser preenchido pela cruz de Cristo, através da
compreensão dela. Há uma falta de sentido em nossa vida que só pode ser
satisfeita quando Ele se torna o centro de nossas vidas. É como um jogo
de quebra cabeça que só terá sentido quando todas as peças estiveram
definidamente em seus devidos lugares. Para muitos, Jesus é a peça que
falta para trazer sentido a esse jogo chamado vida!
“Dá-me Jesus, Ele é tudo que preciso para continuar!”
(Gregório Mcnutt).
“Não há um único
centímetro quadrado, em todos os domínios de nossa existência, sobre os
quais Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: ‘É meu!’”
(Abraham Kuyper)
Por Maurício Montagnero
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com
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