Nos tempos da minha juventude, quando eu era novo convertido, um amigo me convidou para acompanhá-lo até uma igreja em que ele seria o responsável pelo sermão da noite. Por se tratar de alguém a quem eu estimava, resolvi aceitar o convite. Chegamos à congregação, momentos antes do culto iniciar, lembro-me que o pastor local nos cumprimentou fervorosamente e, logo em seguida, tomou o púlpito e começou a orar. Sua oração era feita a plenos pulmões e, mesmo ao microfone, ele orava em um tom cada vez mais elevado. A certa altura, todos ali alçavam suas vozes como se quisessem competir com o pastor.
Eu já estava aborrecido com toda aquela agitação, quando de repente, para meu espanto, um homem alto, pulando sob apenas um de seus pés e batendo palmas, passou por mim como uma flecha. Ele pronunciava palavras ininteligíveis, enquanto alguns gritavam freneticamente: “glória” e “aleluia”. Tudo aquilo se estendeu durante quase todo o tempo em que estivemos ali, até que, finalmente, momentos antes de finalizar aquela arruaça, meu amigo teve alguns poucos minutos para apresentar seu sermão. Foi uma noite horrível que trago na memória com muito pesar.
Reuniões como essa que acabei de descrever não apontam para o Deus santíssimo e ordeiro que encontramos nas páginas das Escrituras. A verdade é que, em meio à balbúrdia e manifestações estranhas, o nome do Senhor não é reverenciado. O culto coletivo deve ter como marca distintiva a decência e a ordem (1Co 14.40) em um ambiente em que os crentes se comportam com reverência e santo temor (Hb 12.28-29).
O movimento pentecostal, ao contrário disso, desde sempre é negligente nesse campo. Enganam-se aqueles que acreditam que o que aconteceu naquele galpão, na rua Azusa, 312, em Los Angeles, no início do século vinte, sob a liderança de William J. Seymour, foi uma demonstração legitima de espiritualidade cristã. O que houve ali foi, isso sim, uma expressão do quão insano pode se tornar o ajuntamento de indivíduos sem o mínimo de discernimento da Palavra de Deus.
Há relatos de que, nos “cultos” realizados na rua Azusa, as pessoas passavam horas gritando, uivando e pulando de maneira ensandecida. E o que é ainda pior, chamavam essa algazarra de batismo do Espírito Santo. Nada mais distante do verdadeiro batismo, que é a inserção do crente no corpo místico de Cristo ao tempo em que ele crê em Jesus como único e suficiente salvador (1Co 12.12-13).
Além de não reverenciar a Deus em suas assembleias, o pentecostalismo afeta outro campo importante: a vida prática de seus adeptos. Não quero dizer com isso que todos que estão no meio pentecostal são pecadores obstinados e irreverentes. Pessoalmente, já conheci homens e mulheres desse contexto que, de fato, nasceram de novo. Esses, porém, com o passar do tempo, ao perceberem que estavam mergulhados no erro, imediatamente abandonaram esse movimento danoso.
O que podemos afirmar, no entanto, é que o meio pentecostal favorece a mentira e o engano. A razão disso é simples de entender: Quando certos líderes admitem que haja nos cultos falsas e fingidas manifestações do Espírito, consequentemente, aceitam que seus membros levem vidas fingidas, não somente no campo da espiritualidade, enquanto pronunciam falsas profecias ou inventam línguas estranhas, mas também no que tange às suas práticas diárias.
Sobre o impacto da adoração coletiva na vida dos crentes, David De Bruyn, em seu livro A Igreja Conservadora, diz que: “Se a adoração coletiva trata Deus levianamente, isso é ensinado como uma reação diante de Deus. Se a adoração coletiva é desmazelada e causa pouco impacto na consciência do adorador, ele aprende que deve agir de maneira semelhante diante de Deus durante a semana. Se a adoração coletiva contém um misto de reverência, alegria, contrição, ações de graça e esperança, o adorador busca algo similar em sua própria devoção. A adoração coletiva comunica muito da forma como nos dirigimos a Deus, como o concebemos e o que esperamos obter quando o encontramos. Cada evento coletivo da igreja local é uma demonstração concentrada de como a igreja imagina Deus”.
Minha súplica ao Senhor é que aqueles que padecem por causa do pentecostalismo tenham seus olhos abertos e desfrutem do pão puro da Palavra de Deus. Que essas pessoas sejam libertas da mentira e usufruam da liberdade real que há em Cristo.
Que Deus nos ajude!
Pr. Robson Alves
Fonte: http://www.igrejaredencao.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário