Foi amplamente divulgado
que foram eleitas três pastoras para integrar a diretoria da Ordem dos
Pastores Batistas - OPBB - a nível nacional.
Queridos colegas e
irmãos e irmão e amigos, aqui vai um simples comentário muito respeitoso
de um servo inútil, mas crente em Jesus e que tem o seu nome escrito no
Livro da Vida do Cordeiro para sempre e que é guardado pelo poder de
Deus, no Céu.
Acredito que pelos
Princípios Batistas, já que afirmam ter a Bíblia Sagrada como única
regra de fé e prática, podemos afirmar que toda ordem estipulada nesse
mundo, seja ela de caráter eclesiástico ou não, deve se sujeitar às
Escrituras Sagradas.
Se alguém conseguir
defender - com argumentos honestos - de que a assim-chamada “ordenação
feminina ao ministério pastoral” é bíblico quero retirar tudo o que aqui
for escrito.
A “ordenação pastoral
feminina” não fere questão de gênero, mas uma questão crucial de ordem
da criação divina e ordem hierárquica estipulada por Deus entre homem e
mulher, seja na família, seja na sociedade. Só uma pergunta: como uma
mulher vai exercer autoridade espiritual sobre homens, sendo que em casa
ela deve se sujeitar a autoridade de seu marido, inclusive espiritual?
A questão não é
sociológica, como afirmam, mas teológico-bíblica. Queridos, diante dos
fatos vistos no decorrer da História da Igreja, é melhor ser taxado de
radical, tentando se apegar à verdade, do que ser liberal, abrindo mão
de princípios fundamentais das Sagradas Escrituras.
Portanto, com todo
respeito aos muitos anos de ministério de muitos amigos e irmãos. Não
basta se envergonhar tão-somente, como servos de Deus, precisamos nos
posicionar. Pagar um preço pela verdade e não se dobrar aos comodismos
do sistema. Que Deus nos oriente a tomar as decisões certas. E não as
convenientes! A esse comentário, recebi as seguintes reações:
1. Pastor, quem ordena são homens, mas o Espírito Santo é que concede dons, logo as mulheres podem receber o dom de pastoreio.
Minha resposta para
nossa reflexão: Com todo respeito, seria uma boa análise, se não fosse
os falsos silogismos que a análise possui.
As Sagradas Escrituras
não se contradizem. O mesmo Deus que outorgou autoridade é o que delega
funções na Igreja. A Bíblia Sagrada é clara, agora, cada um tem a sua
responsabilidade diante da Palavra exposta!
Só para entendimento, a
questão de gênero não tem nada a ver com capacidade ou atividade, mas
com delegação de autoridade. O homem não é melhor do que a mulher em
nada, mas uma coisa o homem cristão precisa exercer em casa e na Igreja:
autoridade de homem. Autoridade entende-se por responsabilidade de
assumir a liderança, seus bônus e muito mais os seus ônus.
2. Pastor, do ponto de
vista filológico, não se pode afirmar que a ordenação fere as Sagradas
Escrituras. Há de se considerar o contexto cultural da época em que o
texto foi escrito, ou seja, patriarcal.
Minha resposta para
nossa reflexão: A partir do momento que se menciona a estrutura cultural
patriarcal, já se coloca como parâmetro uma análise sociológica e não
teológica.
Além disso, a análise
filológica não pode ser determinante e exclusiva para se chegar a uma
posição diante do texto bíblico, afinal, as Sagradas Escrituras tem uma
linha teológica indiscutível, que deve orientar toda a nossa análise
textual.
Uma palavra deve ser
avaliada em seu contexto, inclusive dentro da teologia bíblica. Dessa
forma, não se pode analisar o texto do ponto de vista puramente
semântico.
Sendo assim, a questão
da liderança masculina é notória nas Sagradas Escrituras, não só por um
contexto sociológico diferente, mas por uma questão teológica.
Deus fez o homem
primeiro, Deus colocou sobre o homem uma responsabilidade maior do que
sobre a mulher, Deus estipulou a mulher como auxiliadora e não como
cabeça, Deus nos alerta sobre à parte mais frágil - a feminina, etc.
Portanto, com todo respeito, toda análise técnica deve se render à
naturalidade das Sagradas Escrituras que traça uma linha coerente no
decorrer da história.
3. Assim como Deus permitiu algumas exceções, hoje, pela omissão dos homens, as mulheres tem se colocado para fazer e fazem bem.
Minha resposta para
nossa reflexão: O fato dos homens se omitirem na História da Bíblia,
como o caso de Débora, e os homens se omitirem de seus ofícios nos dias
de hoje, seja na família, na igreja e na sociedade, não se torna um
pressuposto legítimo para se defender a causa feminina na questão posta,
pelo contrário, torna-se uma alerta para as falhas cometidas pelos
homens e às consequências disso para si próprios, para a igreja, para a
família e para a sociedade.
Isso não tem nada a ver
com machismo, pois acredito que as mulheres são tão competentes quanto
aos homens, mas trata-se - digo mais uma vez - de ordem da criação
divina.
ISSO NÃO É UM MERO DETALHE NAS ESCRITURAS e do propósito da liderança masculina dentro dos planos de Deus.
Agora, se não acham isso
pertinente, não sou eu que os convencerei, mas as consequências do
movimento feminista em todas as esferas, inclusive familiar e
eclesiástica, são visíveis.
4. Por que se importar
com isso, sendo que isso não leva ninguém para o céu ou inferno. Existem
discussões mais relevantes que precisamos nos ater.
Minha resposta para nossa reflexão: O fato da salvação eterna (ir ou não ir para o inferno) não pode minimizar a discussão.
Somos peregrinos sim,
aqui na terra, mas enquanto peregrinos, obedecemos a uma ordem posta por
Deus pelas Sagradas Escrituras, a fim de que nossa vida siga um
parâmetro dado por Deus.
Portanto, minimizar a
relevância do assunto, é desconsiderar os propósitos divinos para homens
e mulheres na família, igreja e sociedade. Se fosse assim, com essa
ótica, dízimo, ofertas, batismo, ceia do Senhor e tantos outros assuntos
bíblicos e pertinentes à vida cotidiana da igreja deixariam de ser
relevantes, afinal nenhum desses conduzem o homem ao céu ou ao inferno.
O fato de se ter
assuntos mais importantes para a discussão é evidente. Acredito,
sinceramente, que a salvação das almas é algo de sumo importância na
vida da Igreja como agência do Senhor, todavia, isso não exclui a
relevância da pauta aqui colocada, pois se parte do problema da Igreja
estar deixando de lado algumas das suas funções elementares deve-se ao
fato da omissão masculina em exercer liderança e cumprir seu papel, a
começar na família, na igreja e na sociedade. Homens omissos, famílias
comprometidas, igreja deficitária e sociedade fragilizada. Basta
encararmos com sinceridade os fatos!
5. A Bíblia não proíbe a
ordenação feminina. Não existe texto bíblico algum que faça isso.
Portanto é uma questão de dialogar com a cultura. As experiências de
cada realidade podem avaliar bem se é ou não da vontade de Deus a
questão da ordenação feminina ao pastorado.
Minha resposta para
nossa reflexão: O fato das mudanças culturais serem elementos
importantes para uma hermenêutica responsável é verídico, mas não
conclusivo, pois, como já foi dito, as variáveis textuais e
especialmente uma teologia bíblica é crucial para se manter no trilho de
uma interpretação bíblica sincera e responsável.
As experiências como um
parâmetro para a coerência com a vontade de Deus é no mínimo perigoso,
para não dizer, enganoso. Se partirmos desse pressuposto, sob uma
avaliação humana do que dá ou não certo, o ministério de Jeremias foi um
fracasso, mas divinamente, sabemos pelas Escrituras que ele cumpriu com
êxito a vontade de Deus. Defender essa bandeira é se aproximar dos
equívocos da neo-ortodoxia, da onda carismática e tantos outros modismos
perigosos para a saúde da igreja.
A História da Igreja Cristã tem mostrado isso.
A questão da ordenação
de mulheres ao ministério da Palavra tem sido objeto de discussão por
parte de muitas pessoas em igrejas e seminários. É um assunto tão
delicado que alguns preferem nem mesmo se pronunciar sobre ele.
Normalmente, esse tema tem sido discutido mais sob a ótica cultural dos
tempos bíblicos em relação ao tempo atual e dos direitos de igualdade
entre homem e mulher. Por isso mesmo tem causado constrangimento em
alguns meios, tornando-se um assunto melindroso. O debate tem sido mais
em torno desses aspectos culturais e pessoais do que necessariamente
exegético e talvez seja essa a razão do incômodo.
As posições giram sempre
em torno de três opções: A primeira diz que mulher pode ser pastora; a
segunda declara que a mulher não pode ser pastora e, a terceira afirma
que não tem posição. De forma geral, aqueles que defendem a ordenação
feminina ao pastorado usam argumentos baseados no avanço da civilização,
na modernização dos tempos, no progresso humano e a crescente
participação da mulher em outras áreas da sociedade. Nessa mesma linha,
outros consideram simplesmente inevitável que as mulheres sejam
ordenadas pastoras, pois, segundo pensam, essa é uma tendência
irreversível. Naturalmente, ainda há aqueles que pensam sob o ponto de
vista da igualdade e analisam a nova sociedade que Cristo construiu,
fazendo de ambos um só povo, onde não há distinção entre homem e mulher
(Efésios 2.14-16). Do segundo grupo, que é contrário à ordenação das
irmãs, alguns são simplesmente machistas e não ponderam o assunto com
sobriedade e acabam relegando às mulheres uma posição quase humilhante.
Alguns simplesmente ignoram as questões mais simples da teologia,
sociologia, entre outras, para oferecer uma posição consistente. O
terceiro grupo está dividido entre aqueles que temem ser dogmáticos por
não encontrarem subsídios e aqueles que não se importam com o assunto,
como se isso não lhes dissesse respeito ou fosse importante.
No entanto, esse artigo
deseja desafiar o leitor a uma reflexão teológica do assunto. Apesar de
reconhecer que todos devem sempre considerar os tempos e as mudanças
culturais, creio que a Bíblia deva ser sempre o primeiro e último
escrutínio para uma decisão assim. Como pastores, nosso espírito precisa
ser bíblico, mesmo que isso implique em posicionamentos contrários à
cultura ou à tendência por mais inevitável que seja. A voz profética,
aliás, nem sempre obteve respaldo da moda. Tendo como base os escritos
de alguns autores comprometidos com a Bíblia, quero propor a análise de
determinados textos sagrados para provocar uma reflexão consistente em
cada um (pelo menos que sirva de ponto de partida), para depois chegar a
uma conclusão.
2. Passagens consideradas a favor da ordenação feminina
Em primeiro lugar vamos
olhar para algumas passagens bíblicas que muitas vezes são usadas para
sustentar a possibilidade da ordenação feminina ao ministério pastoral. A
primeira delas é Romanos 16.7 - aqui, em sua saudação à Igreja de Roma,
Paulo menciona uma pessoa por nome Júnias, que era notável entre os
apóstolos. Algumas correntes tomam esse texto para argumentar que Júnias
era uma mulher que exercia o ofício apostólico. Antes de mais nada,
porém, duas perguntas devem ser feitas: a) seria esse um nome feminino?
b) a expressão "notável entre os apóstolos", significa que Júnias era um
dos apóstolos ou significa que os apóstolos tinham Júnias em alta
conta?
Ao que tudo indica,
parece que Júnias era nome tanto de homem quanto de mulher no período
neotestamentário. O conhecido pastor e teólogo batista Russell Shedd
declara que "não é possível determinar através do original se o segundo
nome é feminino ou masculino". Alguns autores lembram que Epifânio
relata que Júnias se tornou bispo de Apaméia. Outro dos antigos pais da
Igreja, Orígenes, também faz referência em seu comentário em latim à
carta aos Romanos a Júnias, mas, no masculino. De forma conclusiva, no
entanto, a única coisa de que se tem certeza no texto de Romanos 16.7 é
que Júnias era uma pessoa que ajudou o apóstolo em seu ministério.
Qualquer exegeta sabe que fica muito difícil tomar o apoio de uma
passagem tão frágil como essa para fazer uma sustentação doutrinária.
Uma outra passagem muito
usada para apoiar a visão da ordenação feminina é Gálatas 3.28, que
declara: "não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus". É, de fato, um texto muito atraente e muitos encontram nele o
respaldo para sua posição, fazendo uso dele para dizer que Cristo aboliu
toda a diferença entre homem e mulher. Para eles, Cristo quebrou a
maldição de Gênesis sobre a mulher, e agora dá, também a ela, o direito
de ter as mesmas funções eclesiásticas que os homens.
Como sempre, a boa
exegese sempre nos leva a fazer uma pergunta ao texto. Nesse caso
específico, a melhor pergunta a ser feita seria: Nesse texto o apóstolo
Paulo está falando da abolição da subordinação feminina e de igualdade
de funções ministeriais entre homem e mulher? A resposta pode começar a
ser encontrada no contexto de Gálatas. Ao que tudo indica, Paulo
escreveu essa carta para responder a questões levantadas sobre a nossa
justificação diante de Deus. Sua afirmação central é a de que todos,
independente da sua raça, cor, posição social e sexo, são recebidos por
Deus da mesma maneira: pela fé em Cristo. Definitivamente Gálatas 3.28
não está tratando do desempenho de papéis na igreja e na família, mas da
nossa posição diante de Deus. A salvação em Cristo justifica igualmente
homens e mulheres diante de Deus, mas não altera o papel de ambos
estabelecido previamente na Criação. O pastor e teólogo presbiteriano
Augustus Nicodemus afirma que "o assunto não são as funções que homens e
mulheres desempenham na Igreja de Cristo, mas a posição que todos os
que creem desfrutam diante de Deus".
É importante sempre ter
em mente que a questão da subordinação feminina tem sua base na Criação
(Gênesis 1 e 2) e não na Queda (Gênesis 3). A cruz de Cristo aboliu as
diferenças cerimoniais para que todos pudessem aproximar-se de Deus, mas
em nenhum momento pôs um término nas funções ou papéis fundamentais do
homem e da mulher estabelecidos por Deus muito antes da Queda. Para o
saudoso Dr. Shedd "no reino de Deus, homem e mulher são iguais; na
natureza, são interdependentes, na sociedade, igreja e família, a mulher
se submete". A igualdade que hoje há em Cristo não afetou ou alterou o
papel do homem ou da mulher. O marido continua sendo o cabeça e a mulher
continua sendo submissa. Essa posição honrosa de ambos contribui
inclusive para o entendimento da nossa eclesiologia. É o paralelo do
casamento humano com as bodas de Cristo e sua igreja, a noiva
(1Coríntios 11.7-10; Efésios 5.22-24 e 1Timóteo 2.12-15).
Há ainda um outro fator a
ser observado. Aquilo que é bom para a Igreja é bom para a sociedade
também. No coração de uma mulher cristã deveria haver o sentimento de
promover a liderança de seu marido, bem como no coração de um homem
cristão deveria haver o sentimento de liderar sua esposa em amor. Esse
sentimento de submissão "no temor de Deus" (Efésios 5.21) deveria ser o
tom do "bom andamento da vida", como sugere o saudoso Dr. Russell Shedd.
Para ele esse compasso de submissão deveria existir naturalmente no
lar, "da esposa para o marido, dos filhos aos pais", e também "no
emprego, dos empregados aos chefes", todos, enfim, refletindo a
submissão "da Igreja para o seu Mestre, Cristo". A deterioração desse
valor dentro da Igreja tem afetado em grande parte as famílias por todo o
mundo. A Igreja tem a oportunidade de colocar-se como um padrão
diferente do mundo, mas infelizmente tem se adaptado com muita
facilidade às suas pressões. O pastor batista John Piper declara que "na
igreja, a redenção em Cristo deu a homens e mulheres bênçãos iguais da
salvação; no entanto, alguns papéis do governo e ensino dentro da igreja
permanecem restritos aos homens". Assim, esse texto de Gálatas também
não deve ser utilizado como base teológica para o ministério pastoral
feminino.
Uma terceira passagem
ainda muito usada para sustentar a ordenação feminina ao ministério
pastoral é Atos 2.16-18, quando Pedro cita o profeta Joel dizendo que,
"vossas filhas profetizarão e sobre as minhas servas derramarei do meu
Espírito". Esse texto é usado para dizer que, assim como os homens, as
mulheres também receberam o Espírito Santo de Deus e, portanto, podem
exercer as mesmas funções que eles. Em primeiro lugar, deve-se notar o
paradoxo dessa defesa, pois, para se reclamar igualdade aqui,
dever-se-ia antes, reclamar igualdade lá. O texto diz que elas receberam
o Espírito, sim, mas não diz que elas exerceram ministério pastoral.
Pelo menos, é o que o "silêncio da Bíblia" indica. Se as mulheres
exerceram os mesmos ministérios que os homens no período da igreja
apostólica, por que não há nenhuma menção no Novo Testamento de
apóstolas, presbíteras, pastoras ou bispas? Por todo o Novo Testamento
não se encontra qualquer recomendação apostólica nesse sentido. Nem uma
sequer! As cartas conhecidas como "Pastorais", em que Paulo instrui
Timóteo e Tito, e que são usadas como texto base para a ordenação dos
oficiais da Igreja, nada falam quanto à ordenação de mulheres. O
conhecido pastor e escritor John Piper (Bethlehem Baptist Church, em
Minneapolis, EUA) lembra que todos os dons são dados tanto a homens como
a mulheres, mas os ofícios, não, e essa distinção (entre dons e ofício)
precisa estar em nossa mente. Uma simples leitura das qualificações
exigidas por Paulo em 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9 transmite a clara
impressão de que o apóstolo tinha em mente a ordenação de homens. E
ninguém pode alegar que era uma questão cultural ou machismo da parte do
apóstolo. Ele não apenas reconhecia a igualdade do ser humano diante de
Deus e a importância do trabalho feminino no Reino, mas também sempre
lutou para proteger a mulher dentro daquela sociedade machista. Ele
tinha questões teológicas em mente.
Mais uma vez, então, a
pergunta que deve ser feita ao texto em questão é: o fato de as mulheres
receberem o Espírito Santo significa obter autorização para a ordenação
ministerial? O Dr. Augustus Nicodemus Lopes lembra que o texto fala de
profecia, sonhos e visões e, bem sabemos, que esses fenômenos podem
acontecer sem que a pessoa seja ordenada. Essa passagem não é um texto
que traz qualificações para o ministério pastoral. Apesar de ter havido
profetizas na igreja apostólica, como as quatro filhas de Filipe (Atos
21.9; cf. 1 Coríntios 11.5), em nenhum lugar diz que elas eram pastoras.
Basicamente essas são as
passagens utilizadas para sustentar a ordenação feminina ao pastorado.
Mas elas devem ser analisadas com atenção, pois o fato de terem recebido
os dons do Espírito (inclusive aqueles relacionados com o ensino),
nenhum dos textos traz sustentação para que elas sejam ordenadas. Quando
Cristo desejou estabelecer pastores para sua Igreja, ele nos deixou o
registro bíblico de homens sendo incumbidos dessa função. Mesmo sendo um
Senhor gracioso que considera todos iguais para receberem misericórdia e
graça; que ama indistintamente suas ovelhas e morreu por todas de igual
forma, ele não mencionou mulheres como pastoras. Ele as amou, serviu e
foi servido por elas. Não as ignorou, mas, pelo contrário, foi-lhes um
protetor num mundo desigual. Foi o libertador de tantas opressões que
elas sofriam, mas nada falou sobre serem pastoras. Além disso, a igreja
sempre declarou ser sustentada sobre o ensino dos apóstolos e eles, da
mesma forma, não parecem sustentar essa posição.
Todos os textos acima
demonstram que as mulheres cristãs, juntamente com os homens, participam
da graça de Deus, e dos dons do Espírito, sem restrições. Entretanto,
toda boa homilética afirmará que elas nada têm a dizer sobre ordenação
ao ministério pastoral, nem a favor, nem contra, pois tratam de outros
assuntos, não podendo ser usadas para sustentar essa posição. Há,
todavia, pelo menos três passagens bíblicas que oferecem princípios
sobre o assunto por tratarem do ensino e, aparentemente, impõem
restrições à ordenação pastoral feminina e que por essa razão também
devem ser analisadas.
3. Passagens consideradas contra a ordenação feminina
A primeira delas é I
Coríntios 11.2-16. Aqui Paulo aborda o problema causado por algumas
mulheres que estavam orando, profetizando (e provavelmente falando em
línguas) com a cabeça descoberta, isto é, sem o véu, contrariando assim o
costume das igrejas cristãs primitivas (v. 16). O contexto nos leva a
entender que algumas mulheres daquela comunidade estavam fazendo
reivindicações, mas tinham um espírito contencioso (v. 16). O apóstolo
naturalmente não nega à essas mulheres a participação no culto, mas
insiste que elas usem o véu - uma expressão cultural que reflete o
princípio permanente da subordinação feminina (11.5,6,10,14). O apóstolo
indica que, nos cultos, a participação delas deveria ser vista como um
sinal de que estavam debaixo da autoridade eclesiástica masculina
(v.10). Em outras palavras, embora Paulo permita que a mulher profetize e
ore no culto público, ele requer dela que se apresente de forma a
deixar claro que está debaixo de autoridade, no próprio ato de
profetizar ou orar.
Isso pode ser confuso e
soar como "politicamente incorreto" caso não tenhamos um coração
espiritualmente disposto nas mãos do Senhor. No texto em questão, Paulo
argumenta teologicamente, a partir da subordinação de Deus Filho a Deus
Pai. A subordinação da mulher ao homem não a torna inferior. Assim como
Pai e Filho, que são iguais em poder, honra e glória, desempenham papéis
diferentes na economia da salvação (o Filho submete-se ao Pai), homem e
mulher se complementam no exercício de diferentes funções, sem que
nisso haja qualquer desvalorização. Para o professor de Novo Testamento,
Dr. Thomas Schreiner, "uma vez que Paulo apela à relação entre os
membros da Trindade, fica claro que ele não olha para as relações
descritas neste texto como meramente cultural". Paulo ainda recorre ao
relato da Criação em Gênesis 2, desejando mostrar que a mulher não é
inferior, mas, sim, a glória do homem (vv.8-9). Paulo vê nos detalhes da
Criação uma ordenação divina quanto aos diferentes papéis do homem e da
mulher. O fato, por exemplo, de termos de ser submissos às autoridades
civis não nos torna inferiores. A própria Bíblia ordena essa submissão
(Rm 13.1-5; I Pe 2.13-17). Também os filhos não são inferiores a seus
pais, mas lhes devem submissão (Ef 6.1). Como bem lembrou o Dr. Augustus
Nicodemus Lopes , "o conceito de subordinação de uns a outros tem a ver
apenas com a maneira pela qual Deus estruturou e ordenou a sociedade, a
família e a igreja".
Logo se percebe a
importância de I Coríntios 11 para a questão desse debate sobre a
ordenação feminina. A mulher deve estar debaixo da autoridade espiritual
exercida pelo homem e, ao participar do culto, não pode exercê-la sobre
ele. Ao comentar essa passagem, o saudoso Dr. Shedd afirma que "com o
véu" (sinal de submissão), "a esposa protegia sua própria dignidade".
Alguém, então, poderia argumentar que deveríamos voltar a usar o véu
como era o caso da igreja em Corinto. Mas o véu, no entanto, era apenas a
maneira grega do século I de demonstrar subordinação. Não é necessário
usar o véu hoje, mas o princípio da subordinação continua. O apóstolo
defende a participação diferenciada da mulher no culto usando argumentos
permanentes, que transcendem cultura, tempo e sociedade, como a
distribuição ou economia da Trindade (v.3), o modo pelo qual Deus criou o
homem (vv.8-9) e ainda apelando para o costume das igrejas cristãs em
geral (v.16). Para o Dr. Shedd "Paulo apela para princípios. Usar ou não
véu depende do que significa para a época ou sociedade atual". Além
disso, é bom notar que I Coríntios 11 começa lembrando aos leitores que
as questões de autoridade, submissão e ordem no culto público deveriam
ser tratadas com uma instrução apostólica (v.2). O parágrafo termina
afirmando que "ser contencioso" (como algumas mulheres de Corinto) não
era um "costume" apostólico, nem deveria ser em nenhuma "igreja de Deus"
(v.16).
Uma segunda passagem é
encontrada no mesmo livro (I Co 14.33b-38), indicando uma sequência
dentro de um mesmo tema: a ordem no culto público. "... Como em todas as
igrejas dos santos. As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas;
porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também
ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a
seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na
igreja" (vv. 33b-35).
A frase, "não lhes é
permitido falar", tem conotação de autoridade. Elas podiam falar nos
cultos, mas não de forma a parecerem insubmissas, como mostra o verso
34b. Paulo também cita "a lei", que é o Antigo Testamento. No contexto
imediato, Paulo fala do julgamento dos profetas no culto (v. 29), o que
envolveria certamente questionamentos, e mesmo a correção dos profetas
por parte da igreja reunida. Para o professor de Novo Testamento e autor
reconhecido internacionalmente, Dr. D. A. Carson há aqui uma alusão à
Criação que deve ser observada universalmente. Paulo está possivelmente
proibindo que as mulheres questionem ou ensinem os profetas em público.
Certamente havia na igreja de Corinto um problema de arrogância
jactanciosa por parte de algumas mulheres.
Assim como em I
Coríntios 11.16, aqui também a determinação de Paulo está de acordo com o
espírito cristão em todas as demais igrejas (14.33b). Portanto, não é
local. Sua ordem está conforme a "lei", (14.34b) e deveria ser entendida
como um "mandamento do Senhor" e esse mandamento seria prontamente
reconhecido pelos "espirituais" (14.37). Mais uma vez o Dr. Carson
lembra que existe uma sequência lógica tratada por Paulo desde o
capítulo 11 e todo o tempo o apóstolo tem de advertir os coríntios que
existe uma prática em todas as igrejas de Deus que deveria também ser
observada por eles. Eles estavam tão orgulhosos de suas revelações que
já começaram a agir diferentemente do padrão cristão. "Por que eles
deveriam ser diferentes?" pergunta Carson. Na prática os coríntios
deveriam se portar como as demais igrejas (14.33b) e na teologia também
(14.36), pois Deus não teria dado uma doutrina diferente para aquela
igreja em especial. Paulo, assim, não estaria estabelecendo um padrão
apenas para aquela igreja, mas lembrando-lhe de que ela deveria seguir
um padrão já estabelecido em todas as demais igrejas. O saudoso Dr.
Russell Shedd, por sua vez, é muito objetivo ao comentar essa passagem.
Para ele, "muitos dos abusos na igreja se devem às mulheres, geralmente
mais dominadas por experiências psíquicas". Carson acredita que essas
instruções são "para o nosso bem".
Uma terceira passagem é I
Timóteo 2.11-15. Aqui vemos a palavra de Paulo para que "a mulher
aprenda em silêncio, com toda a sujeição". A ordem apostólica não
permite "que a mulher ensine, nem que exerça autoridade sobre o homem"
(vv. 11-12). O apóstolo escreveu para instruir Timóteo a combater uma
perigosa heresia que havia se infiltrado na igreja de Éfeso. Os falsos
mestres estavam ensinando que a prática ascética era um meio para se
alcançar uma espiritualidade mais elevada. Insistiam na abstinência de
certas comidas, do casamento e do sexo em geral (I Timóteo 1.3-7; 4.1-3;
6.4-5; cf. II Timóteo 2.14, 16-17, 23-24). Eles também rejeitavam os
papéis tradicionais das mulheres no casamento, e encorajavam-nas a
reivindicar papéis iguais na igreja e no lar (2.15; 4.1-2; 5.14-15). O
texto dá a entender que o ensino desses falsos mestres tinha como porta
de entrada as mulheres (I Timóteo 5.12,15; cf. II Timóteo 3.6-7).
A palavra "ensinar", em
Timóteo, está relacionada com a frase "em posição de autoridade", no
sentido restrito de instrução doutrinária autoritativa, feita com o peso
da autoridade oficial dos pastores (I Tm 4.11; 6.2; 5.17). O leitor
cuidadoso poderá fazer um estudo mais profundo e comprovar pessoalmente
isso. Mas, o que fica evidente, afinal, é que a atitude que o apóstolo
exigia das mulheres cristãs de Éfeso era de submissão e silêncio quanto
ao aprendizado da doutrina no culto público. Não seria lógico concluir
que essa proibição de a mulher exercer autoridade sobre os homens exclui
as mulheres do ofício pastoral? De acordo com Paulo, o oficio pastoral
está relacionado essencialmente ao ato de governar e presidir a casa de
Deus (1Tm 3.4-5; 5.17). Não se limita a essa função, mas deve passar por
ela.
O contexto de I Timóteo
2.11-15 é a instrução de Paulo a Timóteo quanto ao culto público da
igreja (I Timóteo 2.1-10). A instrução de Paulo aqui tem força
universal, como o próprio texto enfatiza. A ordem apostólica é para que
os cristãos orem "por todos os homens" (2.1), por "todos os que se acham
investidos de autoridade" (2.2), visto que Deus quer que "todos os
homens sejam salvos" (2.4). Assim, os varões devem "orar em todo lugar"
(2.8). O ensino de Paulo, portanto, tem a ver com "todos os homens... em
todo lugar". (2.8).
Há, ainda, uma disputa
sobre os termos gregos gnuaiki e andros. O contexto parece muito mais
indicado a explicar que a frase se refere a "mulher e homem" e não a
"esposa e marido". Com isso o texto ensina que a mulher não deveria
"exercer autoridade sobre um homem" (NVI, RA, etc). Alguns acreditam que
se uma mulher estiver em perfeita submissão ao seu próprio marido,
então ela está autorizada a ensinar outros homens. Mais uma vez, essa
seria uma análise precipitada e, possivelmente, descontextualizada.
Douglas Moo (professor de Novo Testamento e conhecido autor), acredita
que Paulo autoriza "mulher ensinar outra mulher", com base em Tito
2.3-4, mas "as proíbe de ensinar homens". Para o professor, nas
epístolas pastorais, as atividades de governo (na igreja) são atribuídas
a presbíteros. Claramente, então, a proibição de Paulo de que uma
mulher exerça autoridade sobre um homem exclui a mulher de se tornar
líder no sentido em que esse ofício é descrito por ele. Desta forma, Moo
conclui que uma mulher estaria impedida de ocupar qualquer função em
uma igreja que seja equivalente ao ofício de governo eclesiástico
descrito por Paulo. Para ele essa conclusão é perfeitamente aplicável em
nossos dias, uma vez que o apóstolo tem em mente a Criação e as funções
do homem e da mulher que advêm dela e não sua cultura particular.
4. Conclusões e recomendações
Tanto John Piper como
Wayne Grudem acreditam que uma verdadeira avalanche de material
feminista desabou sobre o mundo e acabou por acertar a igreja também.
Naturalmente não com a mesma má índole do mundo. Muitos dentro da igreja
têm defendido sua posição em prol da ordenação feminina com as mais
íntegras e honestas intenções. Com certeza, no entanto, isso tem causado
grande incerteza dentro da igreja, como uma neblina sobre um assunto
específico, tirando a clareza de quais papéis os homens e as mulheres
devem exercer. Mas o fato é que a maioria dos evangélicos não tem
aceitado essa posição, pois rejeitam aquilo que chamam de "o movimento
feminista evangélico".
Devemos encontrar uma
resposta bíblica que traga o equilíbrio sadio entre homem e mulher, como
pessoas distintas diante de Deus. Celebrar a masculinidade e a
feminilidade como presentes de Deus para um e para outro. Uma resposta
que indique aos homens suas funções e posições como modelos aos filhos,
resgatando sua masculinidade bíblica. Assim também as mulheres sabedoras
de suas funções como modelos para suas filhas, resgatando sua
feminilidade bíblica. As distorções causadas pelo pecado devem ser
refutadas e, homem e mulher, devem ter um santo orgulho de serem o que
são como dádiva de Deus ao mundo. Wayne Grudem (principalmente conhecido
por sua "Teologia Sistemática") está certo quando comenta o texto de I
Pedro 3.1-7 e faz o alerta de que está mais do que na hora das
"mulheres serem como Sara e os homens honrá-las assim". O assunto da
ordenação feminina pode ter como raiz a distorção dos papéis
inicialmente concedidos por Deus a homens e mulheres.
É evidente que há
elementos no Novo Testamento que pertencem à cultura do século I. A
função do exegeta é descobrir nelas o princípio permanente para então
aplicá-lo no contexto contemporâneo. É a ponte construída entre o mundo
bíblico e o mundo atual. As passagens de I Coríntios 11.2-16, 14.34-35 e
1 Timóteo 2.11-12 têm um princípio permanente para que se mantenham
distintamente os papéis inerentes ao homem e à mulher na igreja e na
família. Assim, não devemos inverter os papéis. A mulher não deve ocupar
posição de autoridade sobre os homens, mas deve observar de maneira
análoga seu papel como o da Igreja, que está submissa ao Senhor. Ela tem
liberdade, usa seus dons e talentos e ainda tem suas preferências, mas,
em última análise, deve ouvir ao Senhor.
Definitivamente Paulo
não instrui sobre esse assunto tendo como base considerações
condicionadas culturalmente. Seu apoio é basicamente feito de princípios
inerentes à própria humanidade, enraizados na Criação. Ele sempre apela
às Escrituras (Antigo Testamento), demonstrando que a origem dos papéis
próprios do homem e da mulher não estão fundamentados nas questões
transitórias das igrejas e muito menos em algum aspecto cultural, mas
teológico, que envolve Deus e a Criação. É bem provável que o mundo dos
apóstolos estava distante cerca de 4 mil anos do evento da Criação.
Talvez alguém pudesse alegar que os tempos haviam mudado e o
cristianismo deveria estabelecer novos critérios culturais, mas o apelo
dos apóstolos às Escrituras mostra que havia um princípio permanente
estabelecido por Deus que transcendia as épocas.
Assim, é difícil
encontrar respaldo bíblico explícito e suficiente para que se recebam
mulheres ao pastorado, onde irão presidir, governar, e ensinar doutrina
aos homens. Por isso, nenhuma autoridade contemporânea pode criar seus
argumentos a partir das mudanças sociais para ir além da Escritura ou
ainda contradizê-la. É necessário grande temor no coração para não cair
em alguma falácia. É verdade que muitas mulheres exerceram papel
importante na vida de Cristo (como em Lucas 8) e dos apóstolos, como,
Priscila (Atos 18.2; Romanos 16.3-5); Maria (Romanos 16.6); Trifena,
Trifosa e Pérside (Romanos 16.12); Febe (Romanos 16.1), Evódia e
Sínteque (Filipenses 4.2-3), et alii, mas a Bíblia nada fala sobre serem
pastoras. Cada igreja local deve, portanto, analisar com critério o
papel da mulher no ministério, dando a ela honra, respeito e espaço para
exercer seus dons. Há muito trabalho preparado por Deus que pode e deve
ser feito por mulheres piedosas. O Senhor as capacitou e a história tem
dado demonstração abundante dessa verdade. Todo esse trabalho pode ser
feito, com o digno sustento, inclusive, mas é precário afirmar ou
insistir que deva ser oficializado com um título que carece de mais
apoio escriturístico.
Por Pr. Barbosa Neto
5. Referências
Grudem, Wayne: Teologia Sistemática
Keener, Graig S.: Paul, Women & Wives
Lopes, Augustus Nicodemus: O que o Novo Testamento Fala sobre Ordenação Feminina.
Piper, John: Recovering Biblical Manhood and Womanhood.
Shedd, Russell P. A Bíblia Shedd. Vida Nova.
*Jaime Augusto Cisterna é pastor batista, pastoreando atualmente a Igreja Batista Mineira de Belo Horizonte - MG.
http://www.luz.eti.br/cr_ordenacaomulheres-cist.html
Sugestão de leituras e recursos complementares para a reflexão:
http://www.mackenzie.br/.../VOLUME_II.../ordenacao....pdf
http://tempora-mores.blogspot.com.br/2014/01/respostas-argumentos-usados-em-favor-da.html
https://docs.google.com/file/d/0B2Vaq-Hw2BXCQkdGSXNFSVlZMjg/edit
http://opbbcps.blogspot.com.br/2012/07/mulheres-no-ministerio-mark-driscoll.html
http://s3supimpa.blogspot.com.br/2014/01/masculina-mule-macho-sim-sinho.html
http://www.youtube.com/watch?v=vN6qgEwOZ7w
http://www.youtube.com/watch?v=0tWPo4eIs2c&feature=share
http://www.youtube.com/watch?v=T57-dF25_-E
http://www.youtube.com/watch?v=gfbXViH4SR8&feature=share
http://www.youtube.com/watch?v=0ovFvLMrKaU
https://www.youtube.com/watch?v=8iKASp_MlhU
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com
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