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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

6 rachaduras na Cosmovisão Secular

Traduzido por Juliana Pellicer Ruza – Artigo original aqui.

“Você acha que o que eu creio é loucura, não é?” Eu disse a um amigo judeu-ateu.

Sua namorada gentilmente interveio, “Não, ele não acha isso!”
“Sim, ele acha,” eu disse. “Eu creio que toda a história humana gira ao redor de um palestino do primeiro século que morreu numa cruz e ressurgiu dos mortos. Isso é loucura, certo?” Meu amigo ateu concordou. “Mas o problema,” respondi, “É que eu também acho que você acredita em loucuras.”

Quando nossos amigos ouvem as declarações de Jesus, eles se perguntam porque cremos em coisas tão fantasiosas, quando há uma visão de mundo perfeitamente racional disponível para nós. Mas se nós olharmos ao fundamento secular no qual nós supostamente estamos, perceberemos que é mais como uma placa de gelo flutuando para longe do continente.

E há rachaduras no gelo. Há seis delas.

1. Falta de Fundamento para a Ciência e a Existência

A crença em um Deus criador pessoal pode parecer loucura, mas é o fundamento sobre o qual a ciência foi construída. O método científico foi desenvolvido por cristãos porque eles acreditavam em um Criador racional que governava o universo de acordo com princípios racionais. O professor de Princeton e excelente filósofo da ciência Hans Halvorson argumenta que a ciência ainda está baseada em uma fundação teísta. A ciência pode explicar como o universo veio a existir, mas o método científico de buscar causas naturais para fenômenos naturais não pode nos dar uma causa primeira. O ateísmo luta para explicar porque há um universo ou porque o universo segue leis compreensíveis às mentes humanas. Se o sucesso da ciência aponta para algum lugar, Halvorson argumenta que é para o teísmo sobrenatural.

2. Falta de Fundamento para a Igualdade Humana

Meus amigos seculares acreditam que o valor igual de todos os seres humanos é uma verdade autoevidente. Mas se abraçamos a história materialista de que os humanos se resumem às suas partes físicas, porque devemos ter o mesmo valor? Alguns tentam fundamentar a igualdade na ciência, referenciando fontes evolucionárias para o altruísmo (um campo liderado pelo professor de Harvard e católico, Martin Nowak). Mas a evolução nos dá muita evidência na direção contrária, e como observa o psicólogo e líder ateísta Steven Pinker examinar como a moral humana emergiu é diferente do projeto moral de como os humanos devem viver.

Se o universo não é nada mais do que a ciência pode medir, não temos fundamento último para o valor e a igualdade humana. Somos apenas átomos, afinal.

Outros olham para os parâmetros éticos que transcendem a cultura, frequentemente citando a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Mas a declaração foi escrita por um comitê desproporcionalmente cristão liderado por Eleanor Roosevelt— uma cristã entusiasmada —e é fortemente informada por valores judaico-cristãos. De fato, em 1983, o representante iraniano na ONU a chamou de “uma forma secular de enxergar a tradição judaico-cristã, que não poderia ser aplicada por muçulmanos”.

Claro, filósofos seculares podem e formulam sistemas que apoiam a igualdade humana. Podemos até observar que a igualdade promove o florescimento. Mas se o universo não é nada mais do que o que a ciência pode medir, não temos fundamento último para o valor humano e a igualdade. Somos apenas átomos, afinal.

3. Tensão entre Valores Seculares e Diversidade Religiosa

Meus amigos seculares celebram a diversidade religiosa e apoiam os direitos das minorias religiosas de praticarem sua fé. Esse é um belo instinto. Mas o que acontece quando as crenças religiosas conflitam com valores seculares? Se dissermos a nossos amigos muçulmanos “Defendemos o seu direito de ser um muçulmano, contanto que você abrace papéis iguais para homens e mulheres, a legitimidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a liberdade de seus adolescentes experimentarem a liberdade sexual” estaremos verdadeiramente apoiando seu direito de praticar sua fé?

Crenças predominantemente de brancos ocidentais frequentemente estão em tensão com as crenças de minorias raciais e religiosas.

Nicholas Kristof desafiou sua tribo no New York Times, “Nós [liberais] queremos ser inclusivos com as pessoas que não se parecem conosco – contanto que pensem como nós.” Meus amigos imigrantes não ocidentais de vários contextos religiosos frequentemente lutam com o senso de que uma cosmovisão secular está sendo empurrada sobre nós e nossos filhos. Claro, isso não significa que a ética liberal secular não está certa e não deve ser fortalecida. Talvez esteja. Mas devemos reconhecer que são crenças predominantemente sustentadas por brancos ocidentais, e elas frequentemente entram em conflito com as crenças de minorias raciais e religiosas.

4. Necessidade de Concorrer por Verdade Objetiva e Relativismo Religioso

Alguns de meus amigos seculares estão confortáveis em dizer que as crenças religiosas estão simplesmente erradas. Muitos, entretanto, relutam e preferem pensar que todas as religipes são igualmente válidas: a abordagem do adesivo COEXIST. Mas desde que as religiões fazem declarações concorrentes sobre a verdade objetiva, não podemos dizer que elas são igualmente corretas, sem invalidar a própria verdade.

Se o racismo é errado, então as crenças que sustentam o racismo estão erradas. Se a declaração de que Jesus ressurgiu corporalmente dos mortos é mentirosa, então, o princípio central do cristianismo é mentiroso. Onde diferentes religiões fazem declarações conflitantes sobre fatos históricos – e elas fazem – não podem simplesmente estar todas corretas. Por mais que seja difícil provar o que aconteceu em um passado distante, se abandonamos o conceito de verdade histórica, abandonamos a verdade em si mesma e a realidade se desfaz.

5. Falso Argumento do Aumento do Secularismo

Não vemos as rachaduras no gelo da cosmovisão secular porque parece que é a configuração padrão. Consideram-se que os religiosos estão do lado errado da história: enquanto o mundo fica mais moderno, mais educado e mais científico, o humanismo secular vai retroceder. Mas isso não aconteceu, e não vai acontecer num futuro breve. De fato, o mundo está se tornando mais religioso.

A ideia que o ateísmo é a configuração padrão para pessoas educadas é simplesmente inadmissível.

Esse memorando ainda tem que chegar na maioria dos departamentos das universidades, mas já tem sido proclamado claro e cristalino por sociólogos da religião. Além disso, o vínculo entre a educação e o secularismo é um mito. Os cristãos inventaram a universidade e hoje, judeus e cristãos são os grupos mais educados do mundo, com a menor lacuna em níveis de educação entre homens e mulheres. Nos Estados Unidos, enquanto é menos provável que os americanos com curso universitário digam que creem em Deus com absoluta certeza, ainda são 55% da população graduada, e os cristãos com nível universitário vão mais à igreja do que os cristãos com menor nível educacional. A ideia de que o ateísmo é a configuração central para pessoas educadas é simplesmente inadmissível.

6. Falsa Declaração de que Menos Religião é Bom Para a Sociedade

Os neo-ateístas argumentam que o mundo seria melhor sem religião, mas você tem que ser altamente seletivo com seus exemplos para fazer com que essa declaração seja persuasiva. E você tem que ignorar os dados que indicam que nos Estados Unidos, pelo menos, as pessoas que participam em comunidades religiosas são mais felizes, saudáveis e vivem mais do que aqueles que não participam.

Em nosso presente momento, o ateísmo não é avaliado na mesma base que qualquer religião. As pessoas dizem “Não posso ser um cristão por causa das Cruzadas.” As pessoas não dizem “Não posso ser um ateu por causa da Coreia do Norte.” Claro, meus amigos seculares protestarão que a Coreia do Norte, China e a Rússia Stalinista não representa seu tipo de ateísmo. Amém a isso. Mas nem os horrores das Cruzadas ou a Inquisição representa meu tipo de Cristianismo.

Certamente, crenças religiosas podem motivar atos horrendos. O chamado Estado islâmico nos dá exemplos diários desse horror. Mas o ateísmo não está correlacionada com a virtude, mesmo fora de regimes totalitários. Como observa o psicólogo ateu Jonathan Haidt, “Ateus podem ter muitas outras virtudes, mas em uma das menos controversas e mais objetivas medidas de comportamento moral – dar tempo, dinheiro e sangue, para ajudar estrangeiros em necessidade – pessoas religiosas parecem ser moralmente superiores do que pessoas seculares.”

Não me entenda errado. Nós cristãos não somos também boas pessoas: Somos um bando de hipócritas imorais nos agarrando pela vida a um belo Salvador. Mas algo nesse apego parece ajudar.

Então os religiosos creem em loucuras? Absolutamente. E, que fique claro, meu amigo judeu-ateu é bem mais inteligente do que eu. Mas é louco em qualquer direção que olhamos – e pode ser que as pessoas que creem em coisas loucas como a ressurreição estão em um terreno contraintuitivamente sólido.

O finado Dallas Willard escreveu:

Por trabalhar como professor universitário e filósofo, frequentemente me perguntam em muitas formas “Por que você segue a Jesus Cristo?” Minha resposta é sempre a mesma: “Quem mais você tinha em mente?”

Fonte: napec.org

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