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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O Espírito Santo em Romanos

Por Jean Seifert

O livro de Romanos é a primeira das cartas apostólicas no novo testamento e provavelmente a mais importante. Todas as outras cartas do Novo Testamento parecem terem sido escritas e enviadas às igrejas, mas Romanos não tem paralelo com o restante das escrituras, pois é destinada a igreja como um todo, pois o propósito era de apresentar o Evangelho aos que nunca tinham se encontrado com Paulo. Pelo Evangelho ser o foco da Carta, O Espirito Santo não tem tanta frequência nas citações de Paulo.

O Espírito Santo é mencionado no capítulo 8 da Carta aos Romanos dezenove vezes, mais frequentemente do que em qualquer outro capítulo da Bíblia.

O Espírito Santo na Carta aos Romanos

Na maioria das vezes não se sabe empregar a utilização do “e” maiúsculo ou minúsculo quando se refere a palavra “espírito” na Escritura Sagrada.

O primeiro episódio referente à palavra “Espírito” é um exemplo. Contudo, como frequentemente é aceito que a frase “Espírito de santificação” se refira a caráter, é mais certo explicar o termo ligado ao Espírito Santo do que sobrepô-lo a alguma área marcada, onde a santidade é acentuada.

Estes versículos geram uma declaração Cristológica como uma realidade básica do Evangelho. Compreende o percurso de Cristo desde sua encarnação até a ressurreição dos mortos. A participação do Senhor como homem sem pecado, Sua experiência na morte e imediata ressurreição dentre os mortos através do poder de Deus, foram completamente conciliável com o caráter Divino como revelado pelo “Espírito de santificação”.

O mesmo destaque é mantido na segunda passagem em que a palavra “espírito” é utilizada e, no contexto, é fácil entender o motivo. Por mostrar a natureza pecadora do homem com seus temíveis resultados, e pondo em pauta a eficácia do Evangelho até o ponto onde afirma: ”tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, Paulo soma a estas palavras, em Romanos 5:5 que “o amor de Deus está derramado em nós corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.

Numa carta aplicada ao esclarecimento da Justiça comprometida com a provisão da salvação para a humanidade, o foco é posto na santidade do Espírito. Nada poderia estar mais afastado do santo caráter de Deus do que declarar um meio de concordar sobre uma base que não fosse justa e santa. A santidade do Santo Espírito é enfatizada pelo contato que Ele sustenta com a ressurreição de Cristo e pela incumbência que Ele desenvolve em favor daqueles que, tendo sido justificados pela fé, têm paz com Deus.

O capítulo 8 de Romanos alicerça sobre a obra do Espírito Santo na Sua amizade com o cristão, e muitos valores relevantes Lhe são conferidos. Dentre os dezenove acontecimentos da palavra “Espírito” identificadas neste capítulo, duas vezes é relatado o “Espírito de Deus” (versículos 9 e 14); uma, o Espírito Santo é chamado o “Espírito de vida” (versículo 2); outra, temos o “Espírito de Cristo” (versículo 9), e, o “Espírito de adoção” (versículo 15). Todas as outras citações ou emprego da palavra espírito tem a ver com as características, a obra e com o relacionamento que o Espírito Santo mantem com seu povo.

O pretexto de Paulo, pertinente à “justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo” (capítulo 3 versículo 22), cumpre seu clímax neste capítulo. A morte do pecador é necessária e não se pode fugir dela. O Evangelho de Deus anuncia que um Substituto foi encontrado na Pessoa do Filho de Deus. A chave para uma vida cristã se encontra no capítulo 6: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com Ele [Cristo] crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado”.

No desenvolvimento espiritual, o cristão vem a ter o mesmo entendimento de Paulo, que disse: “Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento” (Capítulo 7 versículo 23). Livre para sempre da punição do pecado, o cristão se sente derrotado ao descobrir que é “carnal”, isto é, exposto a todas as fraquezas da carne e, em si mesmo, impossibilitado de combater o inimigo com fé na vitória.

A constante solidão vista no capítulo 7 leva ao lamento: “Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (versículo 24). Paulo sabe que há socorro. Falar sobre “o Espírito de Deus” e “o Espírito de Cristo” em absoluta igualdade, define a relação das Pessoas Divinas.

Como “Espírito de Vida”, Ele é o poder reformador o qual o cristão nasce e como o “Espírito de Adoção”, o Espírito Santo instrui o filho de Deus a dizer: “Aba, Pai” ao se aproximar de Deus (capítulo 8 versículo 15). No breve espaço desses nove versículos, o Espírito Santo é relatado dez vezes. No versículo 9 O Espírito Santo aparece três vezes e é chamado “o Espírito”, “o Espírito de Deus” e “o Espírito de Cristo”. Aqui aparecem dois aspectos importantes. Um é que a Divindade existe como uma Trindade. “O Espírito Santo, procedendo do Pai e do Filho, é da mesma substância, majestade e glória do Pai e do Filho, Deus verdadeiro e eterno”.

Ser chamado o “Espírito de Deus” dá ênfase à afirmação feita pelo Senhor, em João 15:26, de que Ele enviaria o Espírito Consolador, “aquele Espírito de verdade, que procede do Pai”. O Espírito Santo de Deus habita no cristão como o Espírito de Cristo e isso pelo poder do Espírito Santo. Ou seja, não é possível pertencer a Cristo se o Espírito de Cristo não habitar em seu coração (versículo 9).

Entende-se que o corpo do cristão é remetido à morte e um dia, se a vinda de Cristo não nos alcançar em vida, seremos levados por ela, mas nesse período, Deus é a fonte de vida; nosso Senhor Jesus é o canal e o Espírito Santo o elemento da sua concessão. Em Romanos vê-se de Deus, que ressuscitou a Jesus dentre os mortos (Capítulo 4 versículo 24). O Espírito Santo é denominado “o Espírito de Vida” (capítulo 8 versículo 2). A definição do Espírito Santo como “o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus” (capítulo 8 versículo 11) é muito pertinente, pois está vinculado com a vida Divina sendo manifestada no cristão.

Dentre outras, a última das dez referências ao Espírito Santo neste pequeno trabalho sobre o livro de Romanos tem a ver com Seu testemunho da realidade da posição do cristão na família de Deus. O testemunho ao espírito do cristão, gerado pelo poder do Espírito que nele habita tem a garantia segura de que somos nascidos de Deus como Seus filhos. Ou seja, somos constituídos “herdeiros de Deus” (versículo 17). E, também “coerdeiros de Cristo”, como nos foi conferido este título maravilhoso.

Habitado pelo “Espírito de vida, de Cristo e de Deus”, o cristão é livre e herda o direito de clamar como filho de Deus. Na primeira parte da epístola aos Romanos, o Apóstolo Paulo não se descuidou da execução prática da verdade, pois enfocou no tema referente ao Espírito sendo de forma doutrinária, Incentivando o povo de Roma a seguir segundo o espírito, não segundo a carne, e alerta que a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz (versículo 6).

No final da carta de Romanos, Paulo escreve aos romanos de modo exortativo. Vê-se que o início do capítulo 12 é definido neste ponto. Paulo reforça a andar em Espírito para que se experimente a vontade de Deus: “Para que experimenteis [na prática] qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Capítulo 12 versículo 2).

Isto que Paulo quer dizer é que não é a característica de andar em amor, ou alegria, pois o reino de Deus é estabelecido em muito mais do que aquilo que comemos ou bebemos. Suas características são Justiça, paz e alegria no espírito Santo (Capítulo 14 versículo 17). Algumas características atribuídas Espírito Santo são relatadas em Romanos capítulo 16 versículos 13,16,19 e 30. A virtude, ou poder, do Espírito e amor do Espírito. Estas palavras descrevem atributos ou atividades do Espírito Santo que estão em completa harmonia com o contexto geral em que são encontradas.

Conclusão

Através da carta escrita aos Romanos, Paulo apresenta, em uma linguagem obvia, o que ele denomina de “meu evangelho”. Ele utiliza de uma situação jurídica em que os romanos, ou a população em geral está perante o tribunal Divino, incriminada, culpada e sobre quem aguarda a pior sentença: morte. De sobremaneira, um meio de absolvição, ou perdão, é planejado e anunciado pelo próprio Juiz, baseando-se em perfeita justiça.

O grande poder que está nas mãos de Deus, abundado pelo espírito Santo, absorve a agonia, o desespero do “réu” e convicto e o substitui por paz, gozo, alento e esperança por meio da fé. Pelo mesmo poder produzido pelo Espírito Santo, Sinais e prodígios, citados no capítulo 15 versículo 19 são revelados através da pregação do Evangelho do apostolo Paulo, para que os homens sejam obedientes e atentos à palavra de Deus.


Fonte: www.napec.org

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