Jeroboão e o altar da idolatria - O Peregrino

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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Jeroboão e o altar da idolatria

Texto Base: 1 Reis 13.1-10

INTRODUÇÃO

A história de Jeroboão é um exemplo de como uma pessoa que tem as promessas de Deus para sua vida, mas devido à falta de fé e por medo, entra por caminhos errados e se afasta completamente de Deus. É a história de um homem que tinha tudo para dar certo, mas fracassou em todas as áreas de sua vida. Assim como Davi entrou para a história como um modelo de integridade para com Deus, Jeroboão era o modelo do monarca ímpio. Essa lembrança constante de seu pecado indica a maneira como o Senhor tratou a idolatria durante a história de Israel (1Rs 16.26; 2Rs 14.24).

Este homem era servo de Salomão. Era um homem que exercia entre o povo uma grande liderança. Ele era da tribo de Efraim. Salomão o colocou como supervisor de todo o trabalho forçado.

Salomão, o terceiro rei de Judá, pecou tanto contra Deus que o Senhor decidiu tirar a maior parte do reino das mãos dos descendentes dele. Após a morte deste filho de Davi, o reino se dividiu em duas partes. A parte do sul, conhecida como Judá, ficou sob o domínio dos descendentes de Davi. A maior parte, composta das dez tribos do norte, foi dada por Deus a Jeroboão, filho de Nebate, um efraimita já provado como administrador hábil. Por ser um excelente líder e por estar o reino de Salomão em declínio por causa da sua idolatria (1Rs 11.9-13); o Senhor levantou contra Salomão vários inimigos, dentre eles o próprio Jeroboão (1Rs 11.26).

O profeta Aías procurou Jeroboão com um recado do Senhor lhe dizendo que o reino de Israel seria divido após a morte de Salomão e que ele seria rei de dez tribos e que ele seria bem sucedido, mas para isso teria que seguir ao Senhor (1Rs 11.29-40).

Quando Salomão morre e seu filho Roboão passa a reinar, Jeroboão retorna do Egito e vê se cumprir a profecia que o Senhor lhe havia falado (1Rs 12.16-20), pois Roboão, em sua arrogância, não deu ouvidos ao conselho dos mais velhos, mas seguiu o conselho dos jovens. E o conselho deles era para que se tornasse pior que seu pai.
Quando o profeta Aías transmitiu a Jeroboão a mensagem de Deus garantindo-lhe o reino de Israel (1Rs 11.28-39), o profeta deixou claro que a divisão política não dava espaço a um afastamento religioso. O lugar de culto a Deus continuaria sendo em Jerusalém. No entanto, por não confiar nas promessas de Deus, ele estabeleceu o seu próprio culto e sacerdotes para evitar que o povo que estava sob sua liderança fosse adorar em Jerusalém (1Rs 12.25-33).

Jeroboão conduziu o povo a uma falsa religião. Essa religião que inventou era confortável, conveniente e barata, mas não era autorizada pelo Senhor. Ia contra a vontade de Deus revelada nas Escrituras e tinha como propósito a unificação do reino de Jeroboão e não a salvação do povo e a glória de Deus. Era uma religião feita por mãos humanas, e Deus a rejeitou inteiramente.

Devido a isso, o Senhor envia a Betel um profeta para profetizar contra Jeroboão e seu altar idólatra. Por isso, eu quero pensar com você sobre a vida de Jeroboão e o seu altar e quais as lições que podemos aprender com isto.

Em primeiro lugar, quando levantamos nossos próprios altares deixamos Deus de lado e criamos os nossos próprios deuses para adorar (1Rs 12.28-30).

Em Êxodo 1-6 nos diz:

“Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”.

A adoração verdadeira envolvia a arca da aliança, o altar dos holocaustos, o templo em Jerusalém, mas não havia imagem de Deus, pois como disse o Senhor Jesus a mulher samaritana em João 4.24: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. A religião inovadora de Jeroboão tinha outros deuses – bezerros de ouro e altares em Dã e Betel. Ele tinha um certo apoio histórico, pois o primeiro sumo sacerdote de Israel (Arão) havia feito um bezerro de ouro (Êxodo 32.1-29). Precedente histórico, sem a aprovação divina, não serve para guiar o nosso caminho.

a) Vivemos hoje numa era em que a “religião inventada” é popular, aprovada e aceita.

b) Os líderes cegos que conduzem outros cegos asseveram que vivemos em uma “sociedade pluralista” e que ninguém tem o direito de afirmar que apenas uma revelação é verdadeira e que apenas um caminho para salvação é correto.

Esse tipo de mensagem agrada ao ouvido de muitos, mas não é a verdadeira mensagem. A Verdade é imutável. A Bíblia é a nossa regra de fé e prática, por isso não podemos relativá-la como muitos tem feito. Se negligenciarmos o que a Palavra de Deus nos fala, então não precisamos dela.

A sociedade pode ser pluralista, mas a Palavra de Deus não. A sociedade pode pensar o que quiser, mas nós somos guiados pela Bíblia e nela que encontramos a orientação de como deve ser a nossa adoração. Se a negligenciarmos deixaremos o caminho trassado pelo Senhor e passamos a andar por atalhos que nos afastarão cada vez mais da sua presença. Como nos fala o autor de Hebreus:

“Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram” (Hb 2.1-3).

Em segundo lugar, quando levantamos os nossos próprios altares criamos as nossas próprias regras, nossas próprias leis espirituais e nossos próprios sacerdotes (1Rs 12.31).

A lei dada por meio de Moisés foi clara. Os sacerdotes de Israel seriam levitas. Jeroboão não respeitou esta limitação e ordenou pessoas de outras tribos como sacerdotes. Quem tivesse dinheiro para fazer os sacrifícios que o rei pediu poderia ser sacerdote (2Cr 13.9).

“Não lançastes fora os sacerdotes do SENHOR, os filhos de Arão e os levitas, e não fizestes para vós outros sacerdotes, como as gentes das outras terras? Qualquer que vem a consagrar-se com um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses”.

Quando Deus dá qualificações para posições de serviço no reino dEle, devemos respeitar todas as condições por Ele impostas. Apesar de tais orientações na Palavra, quantos homens hoje continuam agindo como pastores, mesmo não tendo todas as qualificações que Deus exige deles? Quem tiver dinheiro para pagar mensalidades de algum curso de teologia se torna pastor, ignorando e desrespeitando as qualificações bíblicas (1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9).

Pastores e “profetas” autodesignados criam a própria teologia e a passam adiante, como se fosse a verdade. Não se interessam nem um pouco no que as Escrituras têm a dizer; antes, colocam as suas “palavras fictícias” no lugar da Palavra imutável e inspirada por Deus, levando muita gente crédula a ser condenada (2Pe 2.1-3):

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita”.

Esses falsos líderes abandonaram as Escrituras e inventaram seus próprios manuais de regras e condutas.

E a impressão que temos é que quanto mais longe das Escrituras mais o povo gosta. Quanto mais longe da verdade mais as pessoas se interessam. Só há um detalhe que essas pessoas não sabem: “A Verdade liberta”.

A Verdade traz o entendimento que nos leva a compreender a mensagem da cruz e, através desse entendimento, alcançamos a salvação de nossas almas.

Em terceiro lugar, quando levantamos nossos próprios altares fazemos o que bem entendemos, pois não temos a quem prestar contas (1Rs 13.1).

Jeroboão criou uma religião que lhe permitia ser rei e sacerdote, ou seja, ele fazia o que bem entendesse.

Jeremias e Ezequiel foram sacerdotes que foram chamados para serem profetas, mas a lei mosaica não permitia que reis servissem como sacerdotes. No livro de  2Cr 26.16-23, nos diz que o rei Uzias quis oferecer incenso sobre o altar e por causa desta transgressão ele ficou leproso.

Hoje temos vivido um cristianismo do “tudo pode”, “não tem nada a ver”, “qual o problema?”. Temos visto por aí um evangelho sem compromisso com Deus, um evangelho sem cruz, um evangelho sem Deus. Entenda uma coisa: “Só houve Pentecostes porque houve cruz. Sem cruz não há Pentecostes”.

Leia o que o Senhor nos diz em Lucas 14.25-33:

“Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo. Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”.

W. Tozer escreveu:

A cruz é a coisa mais revolucionária que já apareceu entre os homens. A cruz dos tempos romanos não sabia o que era fazer acordos; nunca fez concessões. Ela vencia todas as suas discussões matando seu oponente e silenciando-o para sempre. Não poupou a Cristo, mas assassinou-o violentamente como fez aos demais. Ele estava vivo quando o penduraram naquela cruz e completamente morto quando o retiraram dali, seis horas depois. […] Com perfeito conhecimento de tudo isso, Cristo disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me”. Então, a cruz não somente trouxe um fim à vida de Cristo, mas também à primeira vida, a vida velha, de cada um de seus verdadeiros seguidores. A cruz destrói o padrão antigo, o padrão de Adão, na vida do crente e o traz a um fim. Então, Deus que ressuscitou Cristo dentre os mortos ressuscita o crente, e uma nova vida começa.
Isso, e nada menos, é o verdadeiro cristianismo.

Devemos fazer algo em relação à cruz. E só podemos fazer um de duas coisas – fugir da cruz ou morrer nela.

Em quarto lugar, quando levantamos os nossos próprios altares e oferecemos nele os nossos próprios sacrifícios o Senhor não se dirige mais a nós (1Rs 13.2).

O profeta não se dirige a Jeroboão, mas ao altar onde ele está sacrificando, pois o coração desse ímpio rei estava cheio de si e ocupado com seus próprios planos e não tinha tempo de ouvir Deus.
Observe que sua mão secou quando ameaçou o profeta e depois foi restaurada. Ele vivenciou o milagre, mas não se voltou para Deus. O coração de Jeroboão estava completamente fechado para Deus.

O altar de Jeroboão era uma profanação ao altar do templo em Jerusalém. No altar desse rei o que era oferecido não era aceito por Deus, era feito para engrandecimento e fortalecimento do reinado e não para Deus. Não era um lugar de quebrantamento pelo pecado, mas um lugar de engrandecimento de si mesmo.

Há muitos altares em nossas igrejas hoje parecidos com o altar de Jeroboão. Vivemos um tempo secularizado em que os altares das igrejas se parecem mais com palcos de shows do que lugar de adoração. Devido a esta preocupação, precisamos entender qual é o propósito do altar que temos em nossos templos.

Por isso eu pergunto: “O que é um altar?”

1- O Altar é um LUGAR: Malaquias 1.17 “Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível”.

O profeta Malaquias questiona porque o povo profanava o altar oferecendo pão imundo, ou seja, entregando ofertas indesejáveis ao Senhor e desprezando o lugar santo. Isso ainda acontece quando as pessoas fazem do altar um lugar comum onde se apresentam não a Deus, mas a um público.

O altar é um local, contudo deve ser um lugar santificado e “ungirás também o altar do holocausto e todos os seus utensílios e consagrarás o altar; e o altar se tornará santíssimo” (Êxodo 40.10). Não podemos usar um lugar consagrado a Deus para dar glória aos homens (João 5.41). No Antigo Testamento, para subir ao altar era preciso reverência com vestes apropriadas “nem subirás por degrau ao meu altar, para que a tua nudez não seja ali exposta” (Êxodo 20.26). Hoje estamos no tempo da Graça e dispensação do Espírito Santo, mas não podemos deixar de respeitar o lugar de adoração.

2- O Altar é uma POSIÇÃO: Malaquias 1.10 “Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta”.

Malaquias também lamenta que estavam oferecendo fogo em vão no altar do Senhor e deseja que as portas fossem fechadas para que isso não acontecesse mais. Afirma que o Senhor Deus não tem alegria em receber sacrifícios falsos e não aceita um culto religioso apenas sem sentido espiritual.

O altar, além de ser um lugar de adoração é uma posição, ou seja, uma postura que precisa ser tomada pelo adorador. Para estar no lugar de adoração é preciso ser um adorador.

Estar diante do Altar da igreja exige muito respeito e temor porque “o nosso Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12.29) e “tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (I Coríntios 14.40). Embora hoje estejamos no tempo da graça e temos alegria e liberdade pelo Espírito Santo, não podemos negligenciar a seriedade do altar do Senhor.

3- O altar é a VIDA: Malaquias 2.13 “Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão”.

Malaquias repreende o povo porque ofereciam ofertas no altar e não tinham prazer ao entregar seu sacrifício. A tristeza do povo não era de arrependimento dos seus pecados.

O Altar é a vida de cada cristão porque “o corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós” (I Coríntios 6.19). Então a pessoa que confessa a Jesus deve viver uma vida diante do Altar do Senhor em seu coração.
Spurgeon aconselhava seus alunos no seminário a nunca se descuidarem da prática da oração como parte integrante na vida do Ministro da Palavra. Declarou que o pregador precisa se distinguir acima de todas as demais pessoas como um homem de oração. “Ele ora como um cristão comum, ou de outra forma seria um hipócrita. Ora mais que os cristãos comuns ou de outra forma estaria desqualificado para o cargo que assumiu”.

CONCLUSÃO

Essa realidade espiritual que ocorreu na vida de Jeroboão é uma triste realidade que temos visto em nossos dias. Temos que estar atentos para não cairmos no erro de Jeroboão, que duvidou da Palavra de Deus e se enredou por outro caminho, criando o seu próprio sistema de culto, sua própria religião.

Cada crente deve ter consciência de viver no Altar do Senhor, colocando-se em oração constante diante de Deus (I Tessalonicenses 5.17) sabendo que Jesus morreu pelos seus pecados e que o Espírito Santo intercede por nós.

Nossas vidas devem ser oferecidas a Deus “como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que o vosso culto racional” (Romanos 12.1) ao negar-se a si mesmo e tomar sua cruz como Jesus ordenou (Lucas 9.23).  Em Apocalipse o altar é o lugar onde repousam as almas dos mártires (Apocalipse 6.9) que se sacrificaram por amor a Deus.

O altar da adoração é o coração do adorador.

Pense Nisso!


Fonte: www.napec.org

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