“Porque
dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória
eternamente” (Rm.11.36).
O motivo e
fim básico e orientador de todo o trabalho evangelístico (missões?)[1] deve ser
a glória de Deus. Essa glória reorienta a evangelização objetivando
corretamente a alegria dos povos e o prazer do próprio Deus.
Uma leitura
cuidadosa das Escrituras é o suficiente para denunciar que o motivo pelo qual a
Igreja deve evangelizar não é predominantemente o fato da queda do homem. De
Gênesis a Apocalipse, o Evangelho constitui-se num chamamento ao homem caído em
retornar ao seu Criador, pois somente Nele se encontra a raiz ontológica humana.
Não se trata de menos amor ao homem; antes, de que é a melhor forma de externar
o amor de Deus aos pecadores e chama-los ao seu ‘retorno ontológico’, isto é,
SER para a glória de Deus.
Pelo menos
dois motivos principais são elencados, conforme J.I. Packer, para a
evangelização. O amor ao próximo é o segundo motivo e não o primeiro.
O primeiro
motivo é primário e fundamental. A principal finalidade do homem é glorificar a
Deus. O grande princípio de vida da Bíblia é: “fazei tudo para a glória de
Deus.” Os homens devem glorificar a Deus obedecendo a sua palavra e cumprindo a
sua vontade revelada. Semelhantemente o primeiro e maior mandamento é: “Amarás
o Senhor, teu Deus.” Quando obedecemos aos seus mandamentos, estamos
simplesmente demonstrando o nosso amor pelo Pai e pelo seu Filho, que nos
amaram tão ricamente. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o
que me ama;” disse o nosso senhor. “Porque este é o amor de Deus:”, escreveu
João, “que guardemos os seus mandamentos”. Agora, a evangelização é uma das
atividades que tanto o Pai quanto o Filho nos mandaram cumprir.[2]
Primeiramente,
o deleite pela Glória de Deus esconde, positivamente, a alegria escatológica em
que muitos homens, de todos os povos, genuinamente terão no Senhor (Ap.5.9).
Logicamente, se a estrutura criacional (conforme as Escrituras), por causa do
pecado perdeu o seu Referencial, não seria a volta à sua origem a reintegração
da antiga perfeição?[3] Se todo o mundo é criado bom, a proposta do Evangelho é
que todo o bom seja redimido em Cristo para Deus.[4]
A obra da
salvação é redirecionar para Deus a corrente da vida humana (WALSH; MIDDLETON,
2010, pp.77-78). E tal redirecionamento é regenerar e devolver ao homem a sua
‘estrutura ontológica’ (Mt.19.28). Por esta razão, é imprescindível ao
Evangelho a noção de que evangelizar é reumanizar o homem.[5] H. Dooyeweerd
observa este fato e salienta que na medida em
que o ego não é nada em si mesmo, mas apenas na relação com sua origem, e uma
vez que o pensamento teórico requer a afirmação de um eu ou de um ego, o ego-
se queremos evitar a dissipação completa do eu e do pensamento teórico-
necessita encontrar seu sentido na relação com a sua origem (Deus) ou será
forçado a “absolutizar” um aspecto da esfera temporal, tratando-se como se fosse
absoluto (2010.p. 81-82).
Podemos,
então, concluir que a absolutização de uma esfera da realidade humana acabar
por ‘despistar’ o homem de vários outros aspectos de sua existência e de sua
própria identificação que só pode ser encontrada em Deus.
Portanto,
evangelizar é dar ao homem a sua real identidade, e nada torna o ser mais feliz
do que ser aquilo para o qual estruturalmente deve ser- perfeito (Homem). Erico
Tadeu Xavier nos lembra em seu artigo “A evangelização no mundo
contemporâneo”[6] que “o evangelho implica na reconciliação de todas as coisas
em Cristo” (Xavier, 2011).
Seria
estranho se o alvo principal da Igreja na evangelização fosse a salvação dos
perdidos.[7] Não deveria a Igreja evangelizar a fim de que os povos se alegrem
diante da grandeza do Criador? Se assim o for, evangelização não é o propósito
final da Igreja, mas o louvor, sim. “Missões existe porque louvor não existe”,
afirma Piper (1996, pp.9-12).[8]
A afirmação
de Piper se justifica na Confissão de Westminster, onde “o fim principal do
homem é adorar a Deus e gozá-lo eternamente”.[9] Esta declaração fortalece
tanto a primeira premissa, quanto a segunda. Todavia, quanto a segunda premissa
(evangelizar para o louvor de Deus), não são as pessoas que assumem a primazia,
mas Deus. O louvor torna-se o combustível e o alvo para a evangelização.
A afirmação
de J. Piper é considerada e ampliada por Crhistopher Wright em “A missão de
Deus”. Segundo o autor, estas são
palavras eloquentes e fundamentalmente verdadeiras, sem dúvida. O louvor será
realidade dominante de nova criação, e, já que a missão de Deus na história
também terá chegado ao fim […]. Então, sim, a missão existe porque o louvor não
existe, porque missão significa ir atrás daqueles que ainda não estão louvando
a Deus, para que eles, também, possam louvá-lo.
Mas também
podemos dizer, em outro sentido igualmente bíblico, que a missão só existe
porque o louvor existe. É o louvor que qualifica e energiza a igreja para a
missão, e também serve de lembrete constante tão necessário de que a nossa
missão, como um todo, flui de nossa resposta obediente e da nossa participação
na missão anterior de Deus- da mesma maneira que nosso louvor ocorre em
resposta à realidade e aos atos anteriores de Deus. Louvar é a postura adequada
e principal ou a forma de existência básica da ordem criada diante do
criador.[10]
Ora,
evidentemente que os Evangelhos apontam que a evangelização visa a salvação dos
perdidos, mas com que propósitos os ‘santos pecadores’ estão, agora, salvos? A
evangelização não apenas devolve o caráter ontológico à humanidade como também
atinge o seu ápice ao cumprir o seu propósito derradeiro: a satisfação divina.
Pois, se o Evangelho dá ao homem o seu estatuto de SER (humaniza), significa
também, que o ‘shalom’ de Deus é reestabelecido, e Deus, então,
satisfeito como em Gênesis (lembra?).[11]
Um aspecto
importante é ressaltado pelo Dr.R.P.Shedd ao dizer que a evangelização que
proclama as bênçãos salvadoras de Deus tem como principal objetivo a obtenção
do louvor da sua graça. Quando espalhamos as boas novas por todo o mundo,
cumprimos o desejo supremo de Deus de se tornar conhecido e, consequentemente,
louvado. É especificamente como Deus de graça que ele deseja ser conhecido. O
caráter glorioso de sua graça soberana deveria evocar o louvor dos redimidos em
toda parte, a exemplo do que fazem as hostes angelicais (Ap.5.12,13).[12] Se o
alvo da evangelização é fazer discípulos, e não ‘simplesmente convertido’, como
discípulo, o fruto da evangelização é a glória de Deus. Esta glória deveria ser
aquilo que os discípulos mais anseiam.
O cerne do
evangelismo deve ter por natureza a glorificação do Deus-Trino e, por
contraste, a exposição da alma humana pecadora. Basta-nos observar a
apresentação das Boas Novas. Existe a possibilidade de se apresentar ao pecador
o Deus Santo sem que se contraste a queda do homem? A graça de Deus não é
aquilo que ilumina, na cruz de Cristo, as trevas da alma humana? Fica evidente
que a evangelização exige uma teologia que seja bíblica. A Teologia bíblica,
naturalmente, apontará para o fato de que tudo o que vem do Deus Criador só
pode existir cheio de glória. Todavia, não há glória alguma proveniente das
próprias coisas criadas, mas Daquele que criou todas as coisas. A glória não está
nas coisas, mas deve ser reconhecida nelas e a partir delas.[13] Há em cada
obra criada por Deus, desde a pedrinha no jardim ao Monte Evereste, a
assinatura de Deus-Pai com o nome de seu Filho: Jesus Cristo. E é na redenção,
na Pessoa de Jesus Cristo, que o nome de Deus é glorificado!
O alvo de
Deus é manifestar a sua glória. Ele manifesta a sua glória em tudo que faz,
mais notavelmente em revelar sua excelência moral às suas criaturas e evocar
louvor delas por sua beleza e pelos benefícios que lhe outorga (cf. Ef.1.3). A
glória de Deus é aquilo que o faz parecer glorioso aos anjos e aos homens.[14]
De Gênesis a
Apocalipse, o plano soteriológico permeado pelo amor divino, ao estampar o seu
Ser Santo, evoca consequentemente a sua glória. O desejo e plano de que o nome
de Deus seja universalmente conhecido pressupõe a glória de seu SER. Aqui, o
seu NOME está repleto de referências à sua Pessoa, Natureza. Esta, per si,
exige a glória por parte da criatura.[15]
Todavia, não
é fácil aceitar a ideia de que se evangeliza para glorificar a Deus bem antes
do desejo de se ver os pecadores salvos por Jesus. O motivo que talvez se
esconda por trás desta silenciosa e resoluta dificuldade está no fato de que,
em última instância, o homem caído ainda nutra a sua ideia de autonomia para
com Deus.[16] É difícil aceitar que a glória de Deus deve vir antes de seu amor
pelo pecador e que tanto o inferno quanto o céu o glorificam.
Sei que para muitos,
a questão quanto a qual é a meta da evangelização não oferece problema de espécie
nenhuma. Para eles já está prevista a conclusão de que o único e exclusivo
objetivo é a salvação das almas. Na verdade, porém, a questão não é tão simples
assim. A conversão dos pecadores é de fato um alvo da evangelização- e
importante- mas há outras metas. E sua finalidade suprema e última não é o
bem-estar dos homens, e nem mesmo sua bem-aventurança eterna, mas, sim, a
glorificação de Deus (KUIPER. R.B. p. 85).
Embora não
exclua o cristão de sua responsabilidade para com a evangelização, é confortante
saber que a Igreja de Cristo, quando em comunhão em corpo santo, em si mesma já
dá testemunho da glória de Deus.[17] A união mística de Cristo com a sua Igreja
resplandecerá finalmente a glória de Deus Pai. A Igreja testemunha a glória de
Deus em Jesus Cristo. É em seu testemunho santo e voz profética contra o pecado
que o evangelho é anunciado. E isto não significa que a Igreja é em si mesma a
mensagem de Deus! A Igreja é o meio desta proclamação. Portanto, “a
evangelização deve ser definida dentro de uma perspectiva de sua mensagem, não
do seu resultado” (COSTA, H.M.P. p.19).
É certo que
a evangelização deve ser Teocêntrica. Todavia, se Deus cumpre o seu plano
redentor no Filho de seu amor, é continuamente certo que a evangelização
Teocêntrica só pode ser realizada mediante a mensagem Cristocêntrica.
Logicamente, os Evangelhos apontam o Filho, Jesus Cristo, como a manifestação
da glória de Deus.[18] Assim, Cristo é o evangelho. E, como tal, fundamenta-nos
a noção de que o fim principal da evangelização é a glória de Deus. Não é a
parousia o ápice da vitória de Deus e de Seu Cristo sobre o mundo (Ap.11.15)? A
cruz não é a exposição pública da vitória de Deus (Cl.2.15)?
Reitere-se:
o evangelho é glorioso porque revela a gloriosa perfeição de Deus- o seu amor,
bondade, misericórdia, justiça, fidelidade. Evangelizar significa proclamar as
perfeições de Deus. A glória é totalmente invisível a nós, até que resplandeça
em Cristo. […] O evangelho consiste no anúncio da grandeza e majestade de Deus
e como podemos conhece-lo em Cristo Jesus (COSTA, H.M.P. p.62).
Ora, o fato
de que Cristo é o único meio pelo qual Deus salva os pecadores não esboça
apenas o poder de Deus em os salvar. Antes, aponta que o único modo, depois da
queda, em que Deus pode ser glorificado pelos homens, bem como, reunir-se a
eles por toda a eternidade, se dá em Cristo. Somente Nele, a glória e o gozo de
Deus COM OS REMIDOS poderão ser eternos (Ap.5.9). O reconhecimento universal do
senhorio do Salvador, naquele dia, não será para a glória de Deus Pai
(Fl.2.11)? E não é o próprio Pai quem exaltará o nome de Jesus sobre todos os
nomes e, ao fazê-lo verá o Seu próprio Nome confessado no reconhecimento do
Senhorio de Cristo (Fl.2.10,11)?
Portanto,
louvor sem evangelização é tão impossível quanto evangelização sem o louvor.
Pois, o louvor é o
auge, não missões, porque Deus é o auge, não o homem. Quando esta era terminar,
e os milhões incontáveis dos redimidos se prostrarem diante do trono de Deus,
missões terá terminado. É uma necessidade temporária. Mas, o louvor permanece
para sempre.
O louvor,
portanto, é o combustível e o alvo de missões. É o alvo de missões porque em
missões simplesmente tentamos trazer as nações para dentro do gozo supremo da
glória de Deus. O alvo de missões é a alegria dos povos diante da grandeza de
Deus.[19]
Acreditar
que louvor e evangelização (missões) podem existir independentemente afeta
tanto a compreensão do crente acerca de Deus quanto o seu amor para com o
próximo. Além do mais, impede a promoção sadia e madura da introspecção
cristã. Devemos nos perguntar sempre: por que evangelizo? Por que e para quem
anseio fazer missões?
O crente
deve sondar constantemente o coração, quer em louvor ou quando evangeliza. Isto
porque às vezes nos identificamos muito mais com o pecador, para quem falamos
de Cristo, do que com a glória de Deus, a qual devemos amar. Podemos nos
ofender mais facilmente com a perdição eterna do pecador do que com o fato de
se ter menos um homem glorificando a Deus na eternidade.
Observe onde
está a ênfase do apóstolo João ao ver uma grande multidão diante o trono do
Cordeiro: “Depois disto olhei e vi uma grande multidão, que ninguém podia
contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, de pé diante do trono e
diante do Cordeiro. E todos os anjos estavam ao redor do trono e ao redor dos
anciãos e dos quatro seres viventes, e caíram sobre seus rostos diante do trono
e adoraram a Deus, dizendo: amém! O louvor, a glória, a sabedoria, as ações de
graça, a honra e a força sejam ao nosso Deus pelos séculos dos séculos, amém”
(Ap.7.9-12). Aponta o alvo supremo de toda a criação. No fim, céus e terra se
voltam em louvor ao grande e majestoso Senhor do universo. Este, em Si só,
evoca toda a adoração! E tal evocação não é a exigência de um monarca
soberbo. C.S.Lewis consegue expressar pontualmente a necessidade, bem
como, a natureza do louvor a Deus em suas criaturas:
Toda a minha
dificuldade, a mais ampla dificuldade sobre o louvor a Deus, baseava-se em
minha absurda resistência – no que diz respeito àquele que é o que há de mais
valioso- ao que temos prazer em fazer, ao que não conseguimos deixar de fazer e
em relação a tudo que valorizamos. […] temos prazer em louvar o que apreciamos
porque o louvor não somente expressa como também completa a apreciação; ele é a
própria apreciação. […] o prazer é incompleto até que seja expresso. […].
Quanto mais digno o objeto, mais intenso é esse prazer. Se fosse possível a uma
alma criada […] “apreciar” plenamente, ou seja, amar e ter prazer no mais digno
de todos os objetos existentes e, ao mesmo tempo, em todos os momentos
expressar perfeitamente esse prazer, então essa alma estaria em suprema
bem-aventurança. É ao longo destas linhas que descubro a maneira mais fácil de
entender a doutrina cristã de que o “céu” é um estado no qual os anjos agora- e
os homens no futuro- estão perpetuamente empenhados em louvar a Deus. […].
Desfrutar plenamente é glorificar. Ao ordenar que o glorifiquemos, Deus está
nos convidando a desfrutarmos dele.[20]
J. Beeke diz
que o alvo supremo da piedade é reconhecer e louvar a glória de Deus. Afirma
ele que, “o desejo de glorificar a Deus excede até mesmo o desejo por salvação
em toda a pessoa verdadeiramente piedosa. Fomos criados para que Deus seja
glorificado em nós, e os nascidos de novo anseiam por viverem esse
propósito”.[21] O crente é liberto de sua busca interesseira, autorreferente. O
maior de todos os mandamentos é corretamente ordenado: somente quando Deus é
amado sobre todas as coisas é que amo o próximo e a mim mesmo na justa medida
(Mt.22.36-38).
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, F. O. Reflexões críticas sobre
weltanschauung. Fides Reformata, XVI, n.2, (2011),pp.51-94. Disponívelem:www.mackenzie.br/…/Reflexoes_Criticas_sobre_Weltanschauung_-_Fabi….Acesso
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são Paulo: PES, 1996.
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ocidental: estudos sobre a pretensa autonomia da razão. São Paulo: Hagnos,
2010.
LEWIS, C.S. Lendo os Salmos, Viçosa,
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MATOS, Alderi. Puritanos e Assembleia de
Westminster. Disponível em: www.mackenzie.com.br/10993.htm. Acesso em: 01
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transformadora: moldando uma cosmovisão cristã. São Paulo: Cultura Cristã,
2010.
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louvor: “Há missões por não haver louvor”. Mission Frantier, v.18, n.5-8
(May-August, 1996), pp.9-12.
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apóstolo da glória de Deus em Cristo, São Paulo: Vida Nova,2015.
VAN TIL, Cornelius. Apologética Cristã, São
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XAVIER,E.T.A evangelização no mundo
contemporâneo. Kerigma@, ano 7, v.7, n.2, 2011. www.unasp.edu.br/kerygma
pp. 112-123.
[1] KUIPER, R.B. Evangelização Teocêntrica,
São Paulo, PES, 1976, p.1: “Não faço nenhuma distinção entre “missão” e
“evangelização”.
[2] PACKER, J.I. A evangelização e a soberania
de Deus, São Paulo: Cultura Cristã,2002, p.67.
[3] ANSELMO, Santo, Proslógion: seu alloquium de
Dei existentia,tradutor: José rosa, Covilhã: Universidade da Beira
Interior, 2008, coleção: Textos Clássicos de Filosofia. Disponível em: www.lusosofia.net/textos/anselmo_cantuaria_proslogion.pdf,
acesso em 13/09/2016. “Ó mísera sorte a do homem desde que perdeu aquilo para
que foi feito! Ó dura queda e funesta aquela! Ai! o que perdeu e o que
encontrou ? O que lhe fugiu e o que lhe restou? Perdeu a felicidade para a qual
foi feito e encontrou a miséria para que não foi feito. Fugiu-lhe aquilo sem o
qual é de todo infeliz e ficou aquilo que, por si, é apenas desprezível. Então,
“o homem comia o pão dos anjos” de que agora tem fome ; agora, come “o pão das
dores” que então des-conhecia6 . Ai! luto comum dos homens, pranto universal
dos filhos de Adão! Ele arrotava de saciedade e nós suspiramos de fome. Ele
vivia na abundância e nós mendigamos. Ele tinha em plena felicidade e, miseravelmente,
abandonou; nós, infelizmente, carecemos e, miseravelmente, desejamos; e, ai!,
quão vazios permanecemos. Por que não guardou, para nós, quando o podia
facilmente, aquilo de que nos encontramos tão gravemente carentes? Por que nos
ocultou assim a luz e nos lançou nas trevas? Sim, por que nos furtou a vida e
infligiu a morte? Acabrunhados de penas, de onde fomos expulsos e para onde
fomos atirados! De onde fomos precipitados e onde estamos atascados! Da terra
natal para o exílio, da visão de Deus para a nossa cegueira. Da jucundidade da
imortalidade para a amargura e o horror da morte. Ó desgraçada mudança! De tão
grande bem para tão grande mal! Grave dano, grave dor, grave tudo! Mas, ai!,
infeliz de mim!, um entre os outros exilados filhos de Eva afastados de Deus,
que empreendi e que consegui acabar? Para onde tendia e aonde cheguei? A que
aspirava e em que situação suspiro? “Procurei os bens e eis a perturbação!”
Tendia para Deus e caí sobre mim mesmo. Procurava o repouso no meu retiro e
“encontrei a tribulação e a dor” no meu íntimo. Queria rir com a alegria da
minha mente e sou forçado a rugir “pelo gemido do meu coração”. Esperava a
alegria e eis que os suspiros se tornam mais densos”.
[4] WASH, Brian J.; MIDDLETON, J. R. A visão
transformadora: moldando uma cosmovisão cristã. São Paulo: Cultura Cristã,
2010.
[5] DOOYEWEERD, H. No crepúsculo do pensamento
ocidental: estudos sobre a pretensa autonomia da razão. São Paulo: Hagnos,
2010. pp.72-89.
[6]XAVIER, E.T.A evangelização no mundo
contemporâneo. Kerigma@, ano 7, v.7, n.2, 2011. Disponível em:
www.unasp.edu.br/kerygma pp. 112-123. Acesso em: 13/09/2016.
[7] PIPER, J. A supremacia de Deus em missões
pelo louvor: “Há missões por não haver louvor”. Mission Frantier, v.18,
n.5-8 (May-August, 1996), pp.9-12.
[8] Não fazemos, aqui, caso em distinguir os
conceitos que possam existir entre ‘evangelização e missão’. Orlando Costa
afirmou serem as duas faces de uma mesma moeda. Segundo ele, “por missão
entendemos como sendo o chamado de Deus para uma empresa redentora. Missões e
Evangelismo são, pois, dois lados da mesma moeda. A moeda é Deus e sua
atividade redentora em favor de toda a humanidade. Evangelismo é o anúncio
desta obra; Missão é o mandamento que nos compele a pôr em ação esse anúncio”.
COSTA, E. Orlando, La Iglesia y sua misión evangelizadora, Buenos Aires:
Editorial La aurora, 1971, p.27.
[9]MATOS, Alderi. Puritanos e Assembleia
de Westminster. Disponível em: www.mackenzie.com.br/10993.htm..
Acesso em: 03 abril, 2014.
[10] WRIGHT, Christopher J.H. A missão de Deus:
desvendando a grande narrativa bíblica. São Paulo: Vida Nova, 2014, p.137.
[11] ALMEIDA, F. O. Reflexões críticas sobre
weltanschauung. Fides Reformata, XVI, n.2, (2011), pp.51-94. Disponível em:
www.mackenzie.br/…/Reflexoes_Criticas_sobre_Weltanschauung_-_Fabi…. Acesso em
01 setembro, 2016.
[12] SHEDD, Russell P. Fundamentos Bíblicos da
Evangelização. São Paulo: Edições Vida Nova, 1996, p. 21.
[13] Romanos capítulo um esboça que o homem,
corrompido pelo pecado, inverteu a ordem da criação. A Revelação se tornou em
“desvelamento” (a lembrar de Hegel) . O pecado levou o homem à luta por apagar
a assinatura de Deus em Sua criação.
[14] BEEKE. J.R. Vivendo para a glória de
Deus: uma introdução à Fé Reformada. São José dos Campos: FIEL, 2008,
p.163.
[15] WRIGHT, Christopher J.H. A missão de Deus:
desvendando a grande narrativa bíblica. São Paulo: Vida Nova, 2014, p.135:
“ O monoteísmo bíblico gera louvor. Seria boa ideia concluir […] com adoração e
louvor a esse grande Deus, em nome de Cristo e por meio dele. O louvor a Deus
é, afinal, o destino de supremo do monoteísmo bíblico”.
[16] VAN TIL, Cornelius. Apologética Cristã,
São Paulo: Cultura Cristã, 2010, pp.35-40.
[17] COSTA, H.M.P. Breve teologia da
evangelização, são Paulo: PES, 1996: “A igreja de Deus, no seu ato
essencial de proclamar as virtudes de Deus (IPe. 2.9-10), tem como objetivo
final a glória de Deus (Rm.11.36; ICo.10.31). A evangelização visa glorificar a
Deus através do anúncio da natureza de Deus e de Sua obra eficaz, efetivada em
Cristo Jesus. Ousamos dizer que a evangelização tem fundamentalmente como alvo
final glorificar a Deus; e Deus é glorificado através da salvação de seu povo
(Is. 43.7; Jo.17.6-26; Ef.1.6; IITss.1.10-12) e a consequente confissão de Sua
soberania (Fl.2.5-11). Quando evangelizamos, estamos revelando o nosso amor a
Deus e ao nosso próximo, glorificando a Deus, sendo-lhe obediente na vivência
de nossa natureza de proclamação e serviço”.
[18] Thomas R. Schreiner apresenta, na missão do
apóstolo Paulo, esta mesma ideia. Segundo ele, “o principal objetivo de Paulo,
porém não era sua missão. Ele foi comissionado a levar “a obediência da fé
entre todos os gentios por causa de seu nome (Rm.1.5). A razão pela qual ele se
dedicou à missão foi o nome de Jesus Cristo, a fim de vê-lo exaltado, de modo
que todo joelho se dobre e toda língua o confesse como Senhor (Fl.2.10,11). […]
além disso, o motivo para a propagação do evangelho entre os gentios é
glorificar “o único Deus sábio, por meio de Jesus Cristo” (16.27). […] O
objetivo maior de Paulo não é a reconciliação horizontal entre judeus e
gentios, embora ele tenha devotado a vida à comunicação da mensagem da graça
salvadora de Deus aos gentios. O objetivo por excelência da missão de Paulo era
ver Deus glorificado, algo que alcança seu ponto máximo quando judeus e
gentios, juntos, adoram a Deus e o louvam. Essa adoração conjunta começa na
terra e durará para sempre”. SCHREINER, T.R. Teologia de Paulo: o
apóstolo da glória de Deus em Cristo, São Paulo: Vida Nova ,2015, p.65.
[19] PIPER, J. A supremacia de Deus em missões pelo
louvor, INN: Capacitando para missões transculturais, Revista Missiológica da
Associação de Professores de Missões no Brasil, São Paulo: Vida Nova, S/D,
pp.57-63.
[20] LEWIS, C.S. Lendo os Salmos,
Viçosa, MG: ultimato, 2015, pp.102,103.
[21] BEEKE. J.R. Vivendo para a glória de
Deus: uma introdução à Fé Reformada. São José dos Campos: FIEL, 2008,
p.193.
Fonte: www.napec.org
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