Será que Deus opera mediante uma Organização? - O Peregrino

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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Será que Deus opera mediante uma Organização?

A Sociedade Torre de Vigia afirma que Deus sempre usou uma organização para se comunicar e para dirigir seus servos. Atualmente, a Torre de Vigia ensina que a organização de Deus deve ser associada com as Testemunhas de Jeová que, por sua vez, aceitam o Corpo Governante e seu agente legal, a Sociedade Torre de Vigia, como representantes de um “canal de comunicação” para atuar como intermediário entre Deus e os homens. As Testemunhas são instruídas que é através dessa organização que Deus dirige todos os Seus interesses na terra e que, fora da organização, não há qualquer possibilidade de salvação ou favor divino. Um dos requisitos básicos para ser aprovado para o batismo entre as Testemunhas de Jeová é que o candidato tem que reconhecer a autoridade dessa “organização dirigida pelo espírito”.


A Sociedade Torre de Vigia usa, regularmente, as publicações e seus representantes viajantes para transmitir diretrizes a milhares de congregações das Testemunhas de Jeová em todo o mundo. São eles que coordenam a atividade do serviço de campo, promovem os reajustes em dogmas ou assuntos organizacionais, estipulam regras e normas para assuntos religiosos e seculares, além de determinar os procedimentos disciplinares que devem ser aplicados aos que não se conformarem com tais regras. Os membros das filiais também recebem, regularmente, os relatórios de seus representantes.1
A expressão “Organização de Jeová”, como é usada nas publicações da Sociedade, significa bem mais do que apenas um grupo de religiosos. Nela está implícito o fato de que Deus sempre deu a uma pessoa ou a um pequeno grupo de pessoas, tiradas dentre todos os que pertencem a Deus na terra, a autoridade de repassar, distribuir ou interpretar informações e instruções recebidas diretamente dele para o restante dos servos aprovados, além de que também está implícito na expressão o fato de que Deus não mantém um relacionamento independente com quaisquer pessoas que estiverem fora desse “canal de comunicação”.
Portanto, é esse o assunto que iremos considerar nas páginas seguintes. Será que Deus opera mediante uma organização que é dirigida na terra por um reduzido número de representantes especiais que não podem ser ignorados ou desprezados? O que diz a Bíblia?


De Adão Até o Dilúvio

Deus falou diretamente com Adão e Eva. Abençoou-os e disse-lhes o que Ele esperava deles. (Gênesis 1:28-30) Depois de terem pecado, foram questionados por Deus que em seguida pronunciou a sentença de julgamento sobre eles e sobre a serpente. (Gênesis 3:9-19) O julgamento que Deus fez sobre os sacrifícios feitos por Caim e Abel foi em base pessoal. Quando Caim demonstrou ter uma atitude incorreta, Deus deu a ele conselho pessoal, advertindo-o quanto ao pecado. Depois de ter assassinado seu irmão, Deus o julgou de modo individual. — Gênesis 4:6-15.

Durante o período patriarcal, obedecer ao mandamento de Deus quanto a tornar-se frutíferos, multiplicar-se e encher toda a terra exigia que os povos se espalhassem, em vez de se agruparem. Em harmonia com isso, não há menção alguma de qualquer grupo de servos de Deus que prestassem adoração num local central ou que como grupo regularmente recebiam mensagens de Deus que deveriam ser repassadas aos outros.

Quando Deus decidiu tirar da terra os injustos por meio de um dilúvio, ele escolheu Noé para executar as instruções que serviriam de proteção tanto para a família humana como para os animais. Deus falou diretamente a Noé.2 Como “pregador da justiça” (2 Pedro 2:5), Noé atuou como profeta, aquele que transmite mensagens divinas. Depois do dilúvio, Noé fez sacrifícios a Deus a favor de sua família, estabelecendo assim o que haveria de se tornar um padrão durante muitos séculos. (Jó 1:5) Eram os chefes de famílias que representavam suas próprias famílias perante Deus e, portanto, exerciam a função de sacerdotes ou mediadores em sentido limitado.

Do Dilúvio Até o Sinai

Após o dilúvio, Deus repetiu a ordem de “sede fecundos e tornai-vos muitos e enchei a terra.” (Gênesis 9:1) Novamente, ele continuou a se comunicar com as pessoas em base individual ou através de anjos, sonhos, visões ou profetas que recebiam as mensagens e a ordem de repassá-las aos outros. Quando um grupo de rebeldes iniciou uma conspiração para juntos erigir uma torre, em parte para não ser “espalhados pela superfície de toda a terra”, Jeová Deus confundiu sua língua, forçando-os a obedecer, pelo menos por um tempo, sua ordem de encher a terra. — Gênesis 11:4, 8.

Centenas de anos mais tarde, Deus fez a promessa a seu amigo Abraão, um notável homem de fé, de que ele se tornaria “uma grande nação”. (Gênesis 12:2) Isso marcou o início de algo novo. Uma família sob o favor divino haveria de receber atenção especial e produziria o prometido Messias. Será que isso deu início a um modo mais organizado de se comunicar com a humanidade?

À medida que a família de Abraão crescia, Deus continuou a se comunicar diretamente com seus servos, incluindo pessoas que, quer temporária ou permanentemente, exerciam a função de profetas. Contudo, parece que, naquela época, ninguém tinha um entendimento de tudo e nem o próprio Deus operava unicamente com um só “canal” ou escravo. Por exemplo, enquanto ainda um mero rapaz que vivia com seu pai, um patriarca e profeta, José teve sonhos inspirados que falavam de coisas futuras. José foi enviado por Jeová ao Egito, a fim de preparar o caminho através do qual a família de Jacó viria a se tornar uma grande nação. Entretanto, Jeová não revelou a Jacó o que Ele estava fazendo, muito embora o próprio Jacó ainda fosse um patriarca e profeta. (Gênesis 42:36) Sob a liderança de Deus, setenta e cinco descendentes de Abraão mudaram-se para o Egito. Quando saíram de lá, 430 anos mais tarde, já ascendiam aos milhões.
Quando chegou o tempo de Deus libertar seu povo da escravidão egípcia, Ele falou pessoalmente a Moisés através de um arbusto ardente, dando-lhe a incumbência de fazer milagres, a fim de mostrar tanto aos israelitas quanto aos egípcios o significado e o poder do nome de Jeová. A prontidão com que os israelitas aceitaram adorar um bezerro de ouro nas planícies do Sinai, por exemplo, além de outros sinais que demonstraram que eles tinham uma fé fraca, sugere que enquanto residiam no Egito eles não estavam unidos em um só grupo para manter uma adoração pura assim como fora praticada pelo seu ancestral, Abraão.

Os israelitas entraram num pacto especial com Deus depois que saíram do Egito. Receberam a Lei que haveria de se tornar um guia em assuntos que envolvessem a moral, a civilidade e a religião. A Sociedade Torre de Vigia usa tais eventos como um paralelo de como as Testemunhas de Jeová foram tiradas do “mundo”, especialmente da Cristandade, e como foram instruídas a partir de um “canal de comunicação” terrestre e central, o que levou a todos a serem edificados dentro da forma atual de organização. A nação de Israel é, então, usada como um “tipo” ou um quadro da altamente organizada Sociedade Torre de Vigia. Será que a Lei Mosaica criou uma estrutura administrativa centralizada como a que governa as atuais Testemunhas de Jeová?

Como Foi Organizada a Nação de Israel?

De fato, Moisés agiu como um “canal de comunicação” entre Deus e os Israelitas. Faz-se menção dele nas Escrituras como sendo um “mediador”. (Números 12:7; Gálatas 3:19) Como tal, ele prefigurou Jesus Cristo. (Deuteronômio 18:18, 19; compare com Atos 3:19-23.) Moisés agiu como líder da nação de Israel e como profeta. Seu sucessor, Josué, tornou-se um líder, mas não um mediador ou profeta. Nem tampouco foram o irmão de Moisés, Aarão, e seus descendentes os escolhidos para se tornarem os sacerdotes. Tanto eles quanto os outros membros da tribo dos levitas receberam a incumbência apenas de executar funções religiosas e não funções executivas ou proféticas. Quem, então, dirigia as coisas em Israel?

Não havia qualquer necessidade de um governo central, uma vez que a nação de Israel ainda era uma única família. Sua organização baseava-se em famílias. Os anciãos e os “chefes de cem e de mil” não eram eleitos por voto popular e nem eram designados por Deus. Eram os parentes das pessoas que eles representavam. Cada tribo constituía um grupo familiar que, por sua vez, descendia de um único ancestral, o que lhes conferia parentesco consanguíneo.
A Lei Mosaica fornecia diretrizes quanto à moral e à religião dos Israelitas. Nela encontravam-se longas definições de pensamentos pecaminosos ou ações que poderiam ocorrer em qualquer faceta da vida diária, além de procedimentos específicos a serem adotados diante dessa pecaminosidade. Contudo, ela não estabeleceu qualquer forma de governo humano ou um corpo administrativo. Sob a Lei, os israelitas deveriam conduzir suas vidas através de sua consciência, e não através de governantes humanos que validavam um poder governamental através de um corpo policial ou de forças armadas. As penalidades aplicadas aos que desobedeciam ou transgrediam a lei aconteciam em cada comunidade, pelos próprios habitantes daquela comunidade, sob a supervisão dos anciãos. Os anciãos supervisionavam as resultantes ofertas e outros procedimentos religiosos. Cada pessoa era responsável por seu comportamento diante de Deus, sua família e a comunidade. Essa era uma forma teocrática em seu verdadeiro sentido: o próprio Deus atuava no lugar de um rei humano. Será que essa forma de governo funcionava?

Do Sinai Até Samuel

Depois que entraram na terra prometida, os israelitas viveram por mais de 350 anos sem qualquer rei humano ou governo central. “Naqueles dias Israel não tinha rei algum, cada um fazia o que lhe parecia melhor.” (Juízes 21:25) Esse arranjo teocrático não resultou em anarquia. A evidência prova que isso produziu excelentes resultados.

Conforme necessário, de tempos em tempos, Deus selecionava e designava juízes. Os juízes agiam como líderes, porém, mais num sentido militar do que num sentido governamental. Às vezes, mais de um juiz era designado. Eles não recebiam qualquer autoridade executiva especial e nem tampouco agiam como reis sobre Israel, pois o próprio Deus era seu único governante. Os capítulos concludentes do livro de Juízes contêm um relato interessante e incomum de como a justiça era administrada sob esse arranjo no caso de um crime peculiarmente grave.

O registro bíblico mostra que durante mais de dois terços do período dos juízes houve paz na terra. Durante o tempo em que os juizes eram comissionados para livrar Israel das mãos inimigas, houve três períodos de quarenta anos e um período de oitenta anos nos quais houve “paz”. (Juízes 3:11; 3:30; 5:31; 8:28) Nunca mais houve qualquer período tão cheio de paz como durante o período dos juízes. De fato, durante aquele tempo, a Bíblia relata que apenas uma profetisa, Débora, foi enviada a Israel. O que aconteceu que mudou aquela situação de tal modo a interferir na condição pacífica da terra?

Surge Uma Má Ideia

Com o tempo, os israelitas começaram pedir por um rei. Eles queriam um governo visível, centralizado. Por que? Seria porque a forma teocrática de governo que trouxera paz e prosperidade para todas as gerações não funcionava mais? Não. Seria porque queriam ser protegidos contra a apostasia? Não. Então, por que? Disseram: “Então seremos como todas as outras nações, com um rei para nos comandar e ir à nossa frente e lutar em nossas batalhas.” (1 Samuel 8:20) O fato era que queriam ser exatamente como as nações pagãs em volta deles. A ideia era egoísta, mundana e anti-teocrática. E foi exatamente isso o que Deus disse. Samuel pensou que Israel havia rejeitado a ele como profeta, mas Jeová Deus o corrigiu ao dizer que os israelitas haviam rejeitado a Ele como seu rei. Deus advertiu a nação de Israel que um governo centralizado iria levá-los a muitas dificuldades, porém, continuaram a insistir que Deus desse a eles um rei humano. — 1 Samuel 8-10.

Deus concedeu-lhes seu pedido. Escolheu um homem bom e capaz, Saul, como seu primeiro rei. Com o passar do tempo, as boas qualidades que levaram Saul a ser escolhido foram corrompidas. Deus rejeitou Saul e escolheu outro rei para Israel, o jovem Davi que veio a se tornar um homem “agradável ao coração [de Deus].” (1 Samuel 13:14) Mesmo um homem dessa envergadura não evitou sérias transgressões. O reino de Davi foi marcado por escândalos pessoais e tragédias familiares.

Salomão, filho de Davi, foi chamado de “o mais sábio de todos os homens”. Seu reinado de 40 anos foi marcado por paz, prosperidade e felicidade, porém, ao adquirir mais idade, Salomão também se tornou infiel a Deus. (1 Reis 11:4-6) Em resultado disso, o filho de Salomão, Roboão, assumiu o trono e Jeová dividiu a nação, para sempre, em dois reinados: dez tribos ao norte (Israel) e duas tribos ao sul (Judá). — 1 Reis 11:9-13.

Acabou em fracasso total uma forma de governo centralizado sobre todo o Israel. Durou apenas três gerações, mesmo considerando o fato de que Deus era quem selecionava os reis. A partir desse ponto da história dos judeus, qualquer tentativa de comparar os israelitas com as Testemunhas de Jeová do século vinte se torna extremamente difícil e complicada.

Dois Reinos, Uma Organização?

Depois da divisão em dois reinos, as coisas nunca foram as mesmas para os judeus. O reino de Judá continuou a ter como rei sempre alguém que fosse um dos descendente de Davi, ao passo que o reino de Israel tinha dinastias múltiplas, às vezes sendo substituídas depois de guerras sangrentas. Os dois reinados lutavam com inimigos externos e entre si. Cada um tinha sua própria linhagem de reis. O reino setentrional estabeleceu seu centro de adoração em Samaria, em vez de em Jerusalém que era o território do reino de duas tribos, ao mesmo tempo em que substituiu quase que totalmente os sacerdotes levitas por sacerdotes não-levitas, o que os levou à adoração falsa.

É difícil imaginar que poderíamos, de qualquer maneira, assemelhar a situação governamental entre os judeus a uma única e harmoniosa organização e compará-la a uma estrutura administrativa central. O caso não tinha nada a ver se um dos reinos era fiel e o outro infiel. Tanto em um quanto no outro reino houve reis bons e maus. Deus não se refreou de lidar quer com um ou com outro reino. Ele enviou profetas a ambos os reinos. Em qualquer um dos reinos, assim que um rei mau tomava posse, a iniquidade imperava. No entanto, sob o reinado de reis com inclinações justas, geralmente havia um retorno à adoração pura, o que resultou em bênçãos.

O reino setentrional de Israel caiu definitivamente nas mãos do rei Assírio, Salmanaser, em meados do oitavo século antes de Cristo. Com o tempo, alguns de seus descendentes retornaram à sua anterior capital, Samaria, na parte norte da Palestina. Nos dias de Jesus, eram conhecidos como samaritanos e eram odiados pelos seus primos judeus.

Depois da queda do reino setentrional, o reino do sul, Judá, continuou a ter bons e maus reis. Devido à sua infidelidade, no sexto século antes de Cristo, Deus finalmente permitiu que eles fossem levados cativos a Babilônia pelo rei Nabucodonosor. Assim que terminou o cativeiro, um grupo de judeus relativamente pequeno retornou a Jerusalém, a fim de reconstruir o templo e se restabelecer em sua terra natal. Contudo, a maioria deles nunca retornou à Palestina.

Cerca de vinte séculos se passaram entre a vinda de Cristo e a promessa feita por Deus a Abraão, seu amigo, de que sua descendência haveria de se tornar uma nação. É verdade que os Israelitas prestaram adoração fiel a Deus, em diversas épocas, de forma unida, especialmente nos séculos que antecederam o inícios das dinastias monárquicas. Contudo, eles nunca tiveram uma administração centralizada que pudesse sequer, no mínimo, ser comparada à atual organização da Sociedade Torre de Vigia, tanto no que diz respeito à forma ou à função. Entretanto, durante todo aquele tempo, continuaram sendo o povo escolhido de Deus. Como podemos afirmar isso?

Jesus é Enviado às “Ovelhas Perdidas de Israel”

Por ocasião do aparecimento de Jesus, como nação, Israel podia ser qualquer coisa, menos uma nação altamente organizada. Eram governados por estrangeiros. Não praticavam a adoração pura. A maioria deles (aqueles que haviam permanecido no reino setentrional de dez tribos, mais os descendentes do grande número de judeus que nunca retornaram à Palestina depois do cativeiro em Babilônia) estava espalhada por toda a terra. Eram governados por diversos reis de outras nações. Estavam divididos em suas crenças. Haviam feito tantos acréscimos à Lei que o simples mandamento de guardar o sábado se tornara impossível. A adoração que era feita em Jerusalém havia sido corrompida pelo mercantilismo, por rituais desnecessários e por formalidades.

No entanto, mesmo apesar dessa situação, o ministério de Jesus foi dirigido aos judeus e aos samaritanos e não aos gentios. Porquê? Segundo ele mesmo disse, ele havia sido enviado “às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mateus 15:24) Não obstante a infidelidade e a apostasia, eles ainda eram o povo escolhido de Deus. Não foi senão após ter rejeitado o Messias que sua “casa foi abandonada”. — Mateus 23:38.

Como Deus Se Comunicava Com Israel

Existem inúmeros exemplos na Bíblia que mostram como Deus se comunicava com seu povo. A alguns ele falava diretamente (Gênesis 46:1-4; Josué 8:1) ou através de anjos. (Juízes 6:11-24; capítulo 13) Outros, incluindo os profetas, recebiam visões ou sonhos. (1 Reis 3:5-15; 9:1-9; Isaías 1:1; Amós 7:1-9; Ezequiel 1:1) Mas, a maior parte das mensagens dirigida ao povo de Deus foi dada por meio dos profetas. Conforme declarado em Hebreus 1:1: “Deus … há muito falou em diversas ocasiões e de muitos modos aos nossos antepassados por intermédio dos profetas.”

Na maioria das vezes, os profetas eram enviados a Israel quando o povo de Deus se tornava infiel. Eles simplesmente recebiam as mensagens de Deus e as repassavam ao povo, advertindo-o quanto ao perigo de voltarem à falsa adoração e os encorajava a obedecer a Lei e a praticar a verdadeira adoração. Quem designava os profetas? Eram designados pelo próprio Deus, por intermédio do Espírito Santo. (Números 11.24-29)

Visto que não havia qualquer arranjo na Lei visando a designação de profetas, nem qualquer legislação oficial que autorizasse os judeus a proceder dessa forma, cada Israelita tinha a responsabilidade individual de provar se uma determinada pessoa que se intitulasse profeta era na realidade um representante de Deus. De modo que a Lei especificava três sinais identificadores do verdadeiro profeta: (1) o profeta devia falar em nome de Jeová, (2) a profecia deveria ser cumprida, (3) a profecia deveria promover a verdadeira adoração. — Deuteronômio 18:20-22; 13:1-4.

O trabalho de um profeta, conforme descrito na Bíblia, não representava qualquer prestígio ou poder. Os profetas eram impopulares. A maioria deles foram tratados de maneira indigna pelo povo escolhido de Deus. Muitos foram brutalmente perseguidos ou assassinados pelos líderes da nação.

Será que os profetas de Deus faziam parte de um corpo central, organizado que fornecia diretrizes a toda a nação de Israel? A Bíblia menciona grupos de profetas em alguns lugares, tais como 1 Samuel 10:5, 10; 2 Reis 2:3, 5 e 4:38, mas jamais atuavam como qualquer tipo regular como um “canal de comunicação” de Deus. Na verdade, às vezes alguns profetas nem sequer sabiam da existência de outros profetas ou mesmo de outros adoradores verdadeiros.

Por exemplo, durante um dos períodos de infidelidade do reino setentrional, o profeta Elias acreditava que ele era a única pessoa em Israel que não havia adorado a Baal. No entanto, Deus revelou a ele: “Eu tenho sete mil reservados em Israel — todos aqueles cujos joelhos não se dobraram a Baal e cujas bocas não o beijaram.” (1 Reis 19:18) Sem dúvida alguma, aquelas pessoas fiéis não foram consideradas desleais do rei ungido que estava no poder. Contudo, ainda assim, certamente não estavam organizadas como qualquer tipo de grupo. Levavam uma vida modesta e fiel a Deus, mesmo estando rodeados pelo povo infiel (mas, ainda assim, escolhido) de Deus.

Durante todo o período pré-cristão, a Bíblia faz menção de pessoas fiéis que foram leais a Deus, quer seus líderes fossem fiéis ou não. Foi assim até a vinda de Jesus. Por exemplo, um justo profeta chamado Simão viu a criancinha Jesus, em cumprimento de uma profecia dada a ele por intermédio do Espírito Santo. Em outra passagem, menciona-se uma profetisa fiel chamada Ana. — Lucas 2:25-38

O Começo da Era Cristã

A chegada de Jesus representou o aparecimento de um novo porta-voz e não um novo canal de comunicação entre Deus e os homens. Hebreus 1:2 diz: “no fim destes dias nos falou por intermédio dum Filho, a quem designou herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez os sistemas de coisas.” Haveria Jesus de estabelecer uma organização visível para representar seus interesses na terra ou será que cada cristão seria um “embaixador substituindo a Cristo”? — 2 Coríntios 5:20

Quando Jesus encorajou os apóstolos a serem vigilantes, “Pedro perguntou: ‘Senhor, estás contando esta parábola a nós ou a todos?’ O Senhor respondeu: ‘Quem, então, é o administrador fiel e sábio a quem o amo colocou sobre seus servos, a fim de dar-lhes a porção de alimento no tempo apropriado? Será bom que aquele servo seja encontrado fazendo assim quando seu amo voltar. Em verdade vos digo, ele o colocará sobre todos os seus bens.’” Então, Jesus mostrou que havia diversas possibilidades para os escravos desobedientes. Ele concluiu: “Aquele servo que conhece a vontade de seu amo e não se aprontar ou não fizer aquilo que seu mestre deseja receberá muitos golpes. Mas aquele que não conhece e pratica coisas que merecem a punição receberá poucos golpes. A todo aquele que muito foi dado, desse muito será exigido e a todo aquele a quem muito foi confiado muito mais se lhe será exigido.” — Lucas 12:41-48, NIV.

A Sociedade Torre de Vigia usa essa pergunta de retórica que Jesus fez, de acordo com a passagem paralela em Mateus 24:44-51, como a base para assumirem a responsabilidade “do [um e único] escravo fiel e discreto” a cargo de “todos os pertences [do Amo].” Contudo, é difícil aceitar a ideia de que essa parábola se refira a múltiplas organizações religiosas, cada uma com certa medida de responsabilidade, maior ou menor, baseada no que cada uma delas fez com o conhecimento que obtiveram. Só faz sentido se entendermos essa parábola como uma exortação aos cristãos individuais para que fiquem constantemente atentos à importância de demonstrarem uma conduta correta para com outros, especialmente para com aqueles que professam ser cristãos, mantendo sempre em mente o fato de que um dia todos terão que se reportar a um Amo maior.

Será Que os Apóstolos Formavam um “Corpo Governante”?

Se fosse da intenção de Jesus estabelecer um “canal de comunicação” por meio do qual seria revelado um crescente entendimento das Escrituras, certamente que os apóstolos seriam aqueles a quem se revelaria essa “nova luz”. No entanto, o registro mostra que isso não foi o caso. Alguns dos apóstolos são mencionados nos registros inspirados, durante o crescimento do Cristianismo. Porém, apenas três deles escreveram parte da Bíblia: Mateus, Pedro e João. Outros dentre os doze não figuraram tão proeminentemente assim durante o crescimento e disseminação do Cristianismo como o fizeram, por exemplo, Paulo e Barnabé, Silas e Timóteo. Além disso, a maior parte das Escrituras Gregas foi escrita por pessoas que não faziam parte dos doze apóstolos, mais notavelmente, Paulo, também Marcos, Lucas, Tiago e Judas.

A vida, a morte e a ressurreição de Jesus cumpriram muitas profecias que, de certo modo, não foram preditas pelos líderes religiosos dos dias dos apóstolos. Os cristãos precisavam de ajuda para entender tais profecias. Como foi revelada aos primitivos cristãos a verdade a respeito do papel de Jesus como o Messias? De acordo com Lucas 24:13-35, no mesmo dia em que foi ressuscitado, Jesus apareceu a dois discípulos na estrada para Emaús, a saber, Cléopas e, possivelmente, sua esposa. “Começando com Moisés e todos os Profetas, ele lhes explicou” [não aos onze] “o que havia sido dito em todas as Escrituras acerca dele próprio.” (NIV) Essa inteira explanação de como as profecias hebraicas se aplicavam a Jesus foi um exemplo notável de revelação divina. Depois desse encontro, Jesus partilhou com eles uma refeição e partiu. Em seguida, retornaram a Jerusalém, encontraram os onze apóstolos e lhes contaram tudo sobre o encontro com Jesus. Enquanto falavam, Jesus apareceu a todos os que se encontravam reunidos.

Antes de sua ascensão para o céu, Jesus indicou aos onze que ele já havia recebido a autoridade de ser incumbido pessoalmente de tudo: “Toda a autoridade me tem sido dada no céu e na terra. Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a obedecer todas as coisas que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias até a conclusão do sistema de coisas.” — Mateus 28:18-20

Antes de sua morte, Jesus disse a seus discípulos que enviaria o paracleto, um ajudador ou conselheiro que tomaria seu lugar na terra depois que ele retornasse ao céu: “E pedirei ao Pai e ele vos dará um outro Conselheiro para estar convosco para sempre — o Espírito da verdade. Vós o conhecei, pois ele habita em vós e estará em vós.” (João 14:16, 17,NIV) Ao falar mais tarde sobre a obra do Espírito Santo, Jesus continuou: “Mas quando chegar a vós o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade. Ele não falará de sua própria iniciativa; ele falará apenas o que ele ouvir e ele vos dirá o que ainda há de acontecer. Ele dará glória a mim por receber aquilo que é meu e o tornará conhecido a vós.” — João 16:13-15, NIV.

Haveria o Espírito Santo de simplesmente trabalhar por um curto período de tempo, mais ou menos o equivalente a uma geração, depois do início da congregação cristã, até que Jesus pudesse organizar a recém formada igreja com o objetivo de que ela devesse assumir a responsabilidade do espírito santo, isto é, alimentar os discípulos, “levando-os a toda a verdade” e ao mesmo tempo falando em nome de Jesus? Não. Jesus disse que o espírito estaria com eles “para sempre”, sem que houvesse qualquer necessidade de uma substituição.

Considerando que, após sua ressurreição, Jesus estaria em constante contato com seus discípulos por meio do Espírito Santo, não havia qualquer necessidade para que ele os encorajasse a aguardar o desenvolvimento de qualquer grupo centralizado, composto por representantes humanos que seriam a fonte de liderança ou de direcionamento. Não houve qualquer intenção de Jesus de indicar outra coisa quando disse: “… onde há dois ou três ajuntados em meu nome, ali estou eu no meio deles.” — Mateus 18:20.

O “Concílio” de Jerusalém — “Fonte de Nova Luz”?

A Sociedade Torre de Vigia sugere que os anciãos da congregação de Jerusalém, a cidade de onde o evangelho começou a se espalhar por todo o mundo, tinham uma função bem parecida com a do corpo governante das Testemunhas de Jeová que toma decisões sobre assuntos de importância para outras congregações e age como uma fonte de crescente entendimento da verdade. A Sociedade declara que os anciãos em Jerusalém estavam agindo nessa função quando surgiu uma questão que envolvia a circuncisão. É isso o que ensina a Bíblia? Qual era o papel da congregação em Jerusalém e como o próprio Jesus e o Espírito Santo agiram no tocante à abordagem e à solução daquele problema? Examinemos o registro de Atos 15:1-35 e Gálatas 2:1-14.

De acordo com o livro de Atos, o problema surgiu quando alguns homens vieram de Jerusalém (“da parte de Tiago”, veja Gálatas 2:12) para a Antioquia e começaram a ensinar algo novo, algo que Paulo não havia ensinado àqueles gentios crentes. Qual era essa “nova verdade” de Jerusalém? Disseram: “A menos que sejais circuncidados, segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos.” Isso conflitava frontalmente com o que o próprio Jesus havia revelado a Paulo, a saber, que era apenas por intermédio da fé que alguém poderia ser salvo. Paulo argumentou fortemente contra esse “novo ensino”. Mas, os homens de Jerusalém insistiam que eles estavam certos, de modo que Paulo e Barnabé subiram até Jerusalém para “discutir o problema com os apóstolos e os anciãos”. O registro de Paulo na carta aos Gálatas mostra que ele subiu a Jerusalém porque havia sido ordenado pelo próprio Senhor, “em virtude de uma revelação”. Com efeito, alguns cristãos judeus realmente já começavam a acreditar que a circuncisão era necessária para a salvação.

O relato que Paulo fez à congregação na Galácia a respeito dessa situação mostra que ele se reuniu em particular com “aqueles que pareciam ser alguma coisa” na congregação, os anciãos proeminentes. Ele “pôs diante deles o Evangelho que [ele pregava] entre os gentios e não cedeu nem por um instante.” Aqueles homens piedosos, sob a liderança do Espírito Santo, reconheceram que estavam errados, aceitaram a correção dada por Cristo, através de Paulo, e se dirigiram aos outros anciãos, dessa feita numa reunião maior, sob a liderança do espírito santo, de modo que todos chegaram a um entendimento correto. Posteriormente, escreveram uma carta pedindo desculpas, dirigida especialmente aos gentios da Antioquia, na qual sugeriram algumas coisas que eles deveriam evitar, a fim de contribuir para a paz entre os judeus e os gentios, bem como para a própria saúde e prosperidade deles.3

É evidente que não se chegou a nenhum entendimento novo naquela reunião. Os anciãos em Jerusalém foram corrigidos, em vez de darem correção. Esse registro não fornece qualquer evidência de que havia um “corpo governante” composto de homens em Jerusalém que elaboravam leis e regras que deveriam ser repassadas a todos os cristãos. Na verdade, o caso era exatamente o oposto. A evidência mostra nitidamente que o espírito de Deus agiu por meio de pessoas específicas com a finalidade de livrar a congregação cristã do erro.

O Espírito de Deus Trabalha Junto com os Primitivos Cristãos

Jesus disse a seus discípulos que eles deveriam permanecer em Jerusalém até que fossem “revestidos com o poder de cima”. (Lucas 24:49) Isso ocorreu em Pentecostes. Pedro falou naquela ocasião, aplicando as palavras da profecia de Joel ao que estava acontecendo. Essa profecia, que deveria se cumprir durante toda a era cristã, incluía o seguinte: “derramarei do meu espírito sobre toda sorte de carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, e os vossos jovens terão visões e os vossos anciãos terão sonhos; e até mesmo sobre os meus escravos e sobre as minhas escravas derramarei naqueles dias do meu espírito, e eles profetizarão.” (Atos 2:17, 18) Essa profecia dava conta de que Deus, através do Espírito Santo, iria se comunicar com os cristãos da mesmíssima maneira como havia feito durante as eras pré-cristãs, diretamente, por meio de visões, sonhos e através de profetas. Mostra o registro bíblico que isso realmente aconteceu?

O livro de Atos está repleto de relatos que ilustram claramente o cumprimento da profecia de Joel. Nele encontramos uma efetiva e pessoal ação de Cristo, bem como do Espírito Santo, de anjos, visões e sonhos durante os primórdios da congregação cristã. Podemos incluir nisso a conversão de novos crentes, a expansão da congregação, selecionar e enviar apóstolos e missionários, manter a congregação livre da corrupção advinda da falsidade, encorajar e dar ajuda aos cristãos em épocas de aflição e provas, além de orientar a preservação de todas as informações fundamentais que os cristãos haveriam de precisar nos séculos vindouros, isto é, as Escrituras Cristãs. Jesus e o espírito santo estiveram envolvidos em orientar e dirigir, praticamente, todo o crescimento do Cristianismo.

Considere o caso de Filipe e o Etíope. Felipe estava pregando em Samaria. Um anjo foi enviado até ele na estrada que ia de Jerusalém a Gaza. Durante a viagem, ele encontrou um eunuco etíope. O espirito enviou Felipe até a carruagem do eunuco. Depois que Felipe o batizou, o espírito de Deus levou Felipe embora. — Atos 8:36, 39, 40.

Considere Cornélio, um homem devoto e temente a Deus. Ele teve uma visão de um anjo de Deus que havia lhe dito para enviar homens a Jope a fim de chamar a Pedro. Nesse ínterim, Pedro, ao estar orando no terraço, caiu em transe e ouviu uma voz dizer-lhe que as coisas anteriormente consideradas impuras agora eram puras. O espírito contou-lhe a respeito dos homens enviados por Cornélio. Chegando à casa de Cornélio, Pedro prega o Evangelho a um enorme grupo de pessoas que se tornam cristãos. — Atos 10:1-46.

O próprio Jesus converteu Saulo. (Atos 9:3-6, 15) Saulo (Paulo), sob a influência do Espírito Santo, tornou-se alguém de destaque entre os apóstolos por levar a mensagem cristã aos povos judeus. Ele fundou diversas congregações. Quem o autorizou a agir dessa forma? Teria sido a congregação em Jerusalém ou mesmo a congregação em Antioquia da qual ele havia partido para suas viagens missionárias? Não. Saulo e Barnabé foram designados e enviados como missionários sob a direta orientação do espírito santo. — Atos 13:1-4.

O registro mostra que as pessoas a quem Paulo pregava eram orientadas a se dirigir ao próprio Cristo em busca de orientação em vez de recorrer a qualquer grupo de anciãos, em Jerusalém ou em qualquer outro lugar. Quando Paulo falou a um carcereiro em Filipos, ele simplesmente falou a palavra de Deus ao homem e a “todos na casa daquele” logo depois de sua milagrosa libertação, algum tempo depois da meia-noite. Antes do amanhecer, o carcereiro e toda a sua família (provavelmente também os filhos e servos) foram batizados. Será que Paulo dirigiu a atenção deles para uma congregação local, a fim de que terminassem seu “treinamento”? Não, pois não havia qualquer congregação ali, apenas um outro recém convertido, uma mulher de nome Lídia. — Atos 16:30-34.

Inúmeros outros exemplos poderiam ser citados, mas a mensagem é clara: O próprio Jesus Cristo, junto com o Espírito Santo, em vez de qualquer homem ou grupo de homens, foram os que desempenharam o papel mais ativo na liderança dos primitivos cristãos. Foi o espírito santo quem orientou Paulo e seus companheiros durante suas viagens missionárias (Atos 16:6-10; 18:9-11; 20:22, 23; 21:4), livrou-os dos perigos, inspirou-os a escrever cartas às congregações que haviam sido fundadas pelo esforço deles, além de ter feito a designação de superintendentes. — Atos 20:28; 32, 33.

Assim como os Israelitas, os cristãos também têm como distinguir entre o verdadeiro e o falso profeta e seus ensinos. Ao abordar esse assunto, o apóstolo João não sugeriu que deveria haver qualquer processo de aprovação. Pelo contrário, ele disse que deveríamos provar “as expressões inspiradas” (“espíritos”, NIV). “Toda expressão inspirada que confessa a Jesus Cristo como tendo vindo na carne origina-se de Deus, mas toda expressão inspirada que não confessa a Jesus não se origina de Deus. Além disso, esta é a expressão do anticristo que ouvistes que virá e agora já está no mundo.” (1 João 4:1-3) João não focalizou sua atenção na fonte da profecia ou no comportamento do profeta como critério para julgar o espírito ou a intenção das mensagens que, alegadamente, vinham de Deus. Ao contrário, a profecia é julgada por aquilo que ela enfoca. Se a atenção é no Cristo e em sua obra de redenção, ela vem de Deus. Se não, ela vem do anticristo. Compare com Revelação 19:10.

Será Que Deus se Relaciona com as Pessoas Individualmente e Com Uma Organização?

Em vista da surpreendente evidência de que Deus sempre transmitiu sua vontade por meio de pessoas, alguém poderia perguntar: Seria possível Deus transmitir certas coisas a nós, individualmente, e outras coisas por meio de uma organização aprovada que agisse como um profeta? Esse conceito se baseia na ideia de que uma organização pode agir como se fosse uma pessoa. A associação com uma organização pode influenciar seus membros a copiar os pontos de vista de seus líderes e passar a se expressar assim como eles fazem ou a agir da mesma forma como agem. É como se a organização tivesse sua própria “mente”. Mas, esse não é o caso. Uma organização não tem a capacidade de ter pensamentos, sentimentos ou opiniões independentes. Ela nunca será uma entidade separada assim como o é uma pessoa.

As organizações são formadas quando determinadas pessoas desejam canalizar seus esforços, a fim de exercer uma atividade, atingir um objetivo ou para desenvolver um companheirismo. A organização pode ser pequena ou grande, forte ou fraca. Os membros do grupo podem registar uma sociedade civil, a fim de poder administrar os negócios da sociedade. Podem designar líderes ou porta-vozes para o grupo, além de incumbir diversos membros de atividades específicas. Podem estabelecer regras de conduta e métodos operacionais a ser seguidos, à medida que prosseguem atingindo seus objetivos. Porém, embora seja comum falar de uma organização como se ela estivesse conseguindo realizar algo, nenhuma atividade atribuída a uma organização constitui, na realidade, algo feito independentemente dos membros individuais, quer estejam atuando em separado ou em conjunto. Qualquer pensamento ou ação provém de uma pessoa. Se desconsiderarmos os membros, uma organização se torna, absolutamente, incapaz de gerar, transmitir ou executar ideias. Isso significa que qualquer informação que emane “da organização”, na realidade, vem de uma pessoa, mesmo que aquele membro esteja sinceramente tentando falar no nome do grupo. É por isso que, às vezes, é tão difícil para algumas Testemunhas determinar qual é, verdadeiramente, o ponto de vista da Sociedade em determinados assuntos, uma vez que as orientações escritas ou verbais podem ser contraditórias. Isso se dá porque tais orientações refletem os diferentes pontos de vista das diferentes pessoas que produzem as informações.

Uma organização simplesmente cria meios para se atingir um objetivo. Ela não tem ponto de vista ou sentimentos. Ela não pode agir certo ou errado. Uma organização não pode, de forma alguma, fazer qualquer coisa de sua própria vontade. Somente pessoas podem fazer coisas. E somente uma pessoa pode ter uma relação com Deus (ou com qualquer outra pessoa).

Após a Segunda Guerra Mundial, a organização dos nazistas nunca foi julgada por seus crimes de guerra. Mas as pessoas que estavam associadas com ela sim. Uma organização não pode cometer crimes e nem ser responsabilizada por eles. A ela não pode ser imputada qualquer culpa. Mas, as pessoas sim. É por isso que Jesus, referindo-se à sua chegada em glória, disse que “separará uns dos outros assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.” Prosseguindo, ele mostrou que faria um julgamento baseado no comportamento da pessoa e não em quanto a pessoa havia sido cegamente fiel às regras ou crenças de uma organização. — Mateus 25:31-46.

Não quero dizer com isso que as organizações estão erradas ou que são más em si mesmas. Mas têm de ser encaradas pelo que são e pelo que não são.

O Que é Uma Organização?

A palavra em português para “organização” vem da palavra grega organon que significa um implemento, um instrumento ou uma ferramenta. De modo que uma organização significa mais do que um grupo de pessoas. Assim como se dá com as ferramentas ou instrumentos, as organizações são formadas para cumprirem determinados propósitos ou para exercerem certa influência sobre algum grupo que esteja fora da organização em si mesma. O termo está sempre ligado aos negócios, às atividades políticas e aos movimentos trabalhistas, sendo que todos eles derivam sua força dos recursos coletivos de diversas pessoas e utilizam essa força para atingir determinados alvos que, de outra forma, seriam impossíveis de ser conseguidos através de uma só pessoa.

Uma concordância irá mostrar que a palavra organon nunca aparece na Bíblia, nem tampouco o conceito que ela contém. As palavras hebraicas traduzidas por “ferramenta” ou “implemento” são literais, ao passo que esses termos nunca foram usados nas Escrituras para se referir, coletivamente, a adoradores aprovados por Deus. Ao contrário, a Bíblia fala dos cristãos como uma “congregação”, “igreja” ou “corpo”, cuja razão de existir reside no próprio corpo. Embora possam influenciar os que estão fora do corpo, os verdadeiros cristãos vivem para Jesus Cristo e em função dele, que é a cabeça do corpo. As Escrituras Gregas enfatizam vez após vez a intensa relação que existe entre o crente individual e Jesus.

Em contraste com a referência bíblica de um corpo de crentes, o conceito de uma “organização visível” usada por Deus como ferramenta ou instrumento para realizar sua obra tal como pregar, anunciar os julgamentos e qualquer outra atividade é amplamente enfatizado nas publicações da Sociedade Torre de Vigia. Nesse conceito está inserida uma característica que encontramos no mundo dos negócios, na política e nas organizações trabalhistas: um pequeno grupo de líderes autorizados a promover orientações e decisões a favor dos outros membros do grupo que, por sua vez, devem obedecer sem argumentar ou sem queixar. E como sempre acontece nos caso dos negócios, política e nos sindicatos, a lealdade à organização torna-se um conceito fundamental. Num ambiente assim, a consciência pessoal e o julgamento individual são menos importantes do que a “unidade” (na verdade, uniformidade), pois, a menos que a liderança da organização seja obedecida, não há organização.

Isso significa que a única autoridade que uma organização tem reside nas mentes das pessoas que obedecem às regras e normas organizacionais. (Compare com Romanos 6:16.) A obediência às diretrizes dadas pelos representantes de uma organização pode ser entendida como sendo obediência à organização. Mas esse não é um fato. Trata-se simplesmente de uma obediência às vontades dos indivíduos que elaboraram as diretrizes. Uma organização não tem vontade própria porque organizações não são personalidades ou entidades com desejo, intelecto ou capacidade independentes. É fácil perder de vista esse simples fato quando somos confrontados com a evidência da possibilidade de se conseguir estrondosas consecuções quando as pessoas canalizam seus esforços. Contudo, prédios enormes e quaisquer outras consecuções materiais não impressionam a Deus e nem necessariamente indicam seu favor ou bênçãos. — Gênesis 11:6.

Não devíamos nos intimidar ou nos deixar ser enganados quando os líderes de uma organização religiosa apontam para as marcas visíveis de “sucesso” como se fossem um indicador de que Deus os tem abençoado ou esteja apoiando seu trabalho. Os recursos e as habilidades de Deus são, absolutamente, ilimitados. Ele não tem qualquer necessidade de edifícios, parques gráficos, apoio financeiro ou qualquer outro tipo de estrutura organizacional com os quais pudesse multiplicar seus recursos, como se existissem coisas que Ele mesmo não fosse capaz de realizar. Deus não tem nenhuma das limitações associadas a qualquer organização. Por exemplo, as regras e as diretrizes organizacionais que possam parecer as melhores para se governar o grupo podem se tornar injustas para determinados membros dentro do grupo. Por outro lado, Deus pode dar orientação personalizada a cada um. Podemos confiar em que nosso Pai celestial conhece nossas necessidades individuais e Ele irá nos prover tais necessidades da melhor maneira. — Mateus. 6:31-33; 1 João 5:13-15, 20.

“Vinde a Mim”

Nos séculos que se seguiram à morte dos apóstolos, muitas organizações religiosas foram formadas, geralmente com boas intenções, com o objetivo de prover companheirismo, livramento da perseguição e numa tentativa de proteger os crentes dos falsos ensinamentos. No entanto, com o passar do tempo, os fundadores originais morrem e a adesão ao grupo cresce. Mais cedo ou mais tarde, alguns membros influentes da organização poderão perder de vista o propósito original que levou à formação da associação ou organização. Por falta de fé na capacidade de Jesus de satisfazer as necessidades de seus discípulos ou, talvez, levados por um senso de responsabilidade ou por oportunidades de ganho financeiro, poder ou prestígio, eles passam a se esconder atrás dos grandiosos objetivos declarados pela organização e começam a manobrar as coisas de tal forma a exercer mais controle sobre os outros. As terríveis consequências que finalmente resultam da continuidade desse processo estão escritas com lágrimas e sangue nas páginas da história. Os líderes de tais organizações podem afirmar que representam a Cristo e começam a insistir que têm autoridade para falar no nome dele. Por declararem que detêm o direito de interpretar a Bíblia, expulsam qualquer um que discordar de suas interpretações. Substituem a pura mensagem da Bíblia por seus próprios pontos de vista e, com isso, engrossam as fileiras de membros com promessas de segurança dentro da organização. Talvez até consigam manter a associação por meio de chantagem, coerção ou ameaças; podem ditar regras e normas aos seus membros, exigir lealdade e apoio financeiro, além de dominar sobre pessoas sinceras com a tirania da autoridade.

Todas essas ações trazem grande desonra a Jesus Cristo. Depois de descrever prolongadamente o tipo de conduta que seus verdadeiros seguidores haveriam de produzir, Jesus advertiu: “Cuidado com os falsos profetas que vem a vós em pele de ovelha, ao passo que por dentro são lobos.” Ele disse que “tais homens” poderiam ser reconhecidos pela sua conduta ou pelos seus “frutos”, não como uma organização, mas como pessoas. (Mateus 7:15-20) É por isso que o crescimento organizacional em si mesmo não mostra as bênçãos ou a aprovação de Deus, pois Jesus disse que “muitos falsos profetas surgirão e desencaminharão a muitos.” — Mateus 24:11.

As organizações não são, em si mesmas, erradas. Podem ser fonte de canalização de coisas tais como tempo, energia ou dinheiro. No entanto, em mãos erradas, uma organização religiosa pode usar tais recursos para objetivos outros que não os que dão honra a Jesus Cristo e sua obra de redenção. Portanto, se as pessoas dentro de uma organização decidirem seguir sua consciência, em vez da liderança da organização, poderão ter sérios problemas com os outros membros da organização. Nesse caso, os líderes da organização podem fazer ameaças e taxá-los de “perigosos” para os outros membros, ou até mesmo expulsá-los. Isso não é novidade. Se os membros de uma organização religiosa nos odeiam ou nos chamam de “apóstatas” pelo fato de termos, conscienciosamente, escolhido seguir a Deus e ao seu Filho, em vez de aos líderes da organização e, em resultado disso, passam a nos excluir de sua associação, podemos nos lembrar das palavras reconfortantes de Jesus: “Felizes sois quando homens vos odiarem, quando vos excluírem e vos insultarem e rejeitarem vosso nome como mau por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos naquele dia e pulai de júbilo porque vossa recompensa nos céus é grande.” — Lucas 6:22, 23, NIV, compare com 3 João 9, 10.

Pedro declarou: “Deus não é parcial, mas em cada nação o homem que o teme e pratica obras justas é aceitável a Ele.” (Atos 10:34, 35) Paulo acrescentou: “[Deus] não está distante de cada um de nós.” (Atos 17:26-27) Nosso serviço a Deus pode se dar em qualquer lugar, a qualquer tempo e deve ser feito em base pessoal. Deus comprou cada um de nós, individualmente, com o sangue de seu Filho. Ele quer que cada um de nós se arrependa, individualmente, de nossos pecados e que aceitemos o perdão e que nos acheguemos a Jesus. “Vinde a mim“, disse Jesus, “… e eu vos aliviarei.” — Mateus 11:28.

Para Onde Iremos?

A Bíblia diz que Deus se comunicou com a humanidade através dos profetas nos tempos pré-cristãos e através de seu Filho na era cristã. Não há, em qualquer lugar da Bíblia, a menor evidência que possa até mesmo inferir que Deus tenha alguma vez estabelecido ou trabalhado usando um pequeno grupo de servos na qualidade de representantes especiais que regularmente agiam como os administradores dele, revelando ao restante de seu povo fiel suas mensagens ou seu desejo expresso. É por isso que não existe sequer uma única exortação na Bíblia de que os servos de Deus devam identificar ou demonstrar lealdade ou obediência a um grupo de representantes autorizados como esse.

Não podemos transferir para outra pessoa nossa responsabilidade pessoal diante de Deus e, assim como temos visto, uma organização não pode ser responsabilizada por nada. Paulo disse: “Cada um de nós renda o que for devido a Deus.” (Romanos 14:12) No dia que tivermos que prestar contas a Deus pelo que fizemos, um registro de lealdade a uma organização não poderá nunca substituir um excelente registro de fé em Deus e na resultante conduta cristã para com outros, especialmente para com os seguidores de Jesus.
As conclusões apresentadas aqui, se aceitas, podem criar um problema para as pessoas que talvez já estejam cogitando se devem ou não continuar sua associação com a organização da Torre de Vigia. Se decidirem sair, talvez comecem a perguntar para onde poderão ir. Mesmo que discordem seriamente de certas doutrinas da Torre de Vigia, talvez ainda assim decidam simplesmente continuar dentro da organização, visto que as consequências por deixar a organização, sobretudo, com base em doutrinas, com certeza incluirão ser rejeitados pelos amigos e pela própria família, além de vitupério e tagarelice. Talvez sair da organização não valha o abuso, especialmente se quem sai vai à procura da “verdade” em outro grupo ou igreja só para, mais tarde, descobrir que a nova igreja tem certas doutrinas corretas, mas não “toda a verdade”. Buscar a verdade entre as organizações religiosas pode resultar em improficuidade e frustração. Porém, essa não é, certamente, a única e a melhor alternativa. Na verdade, a decisão não deveria, de modo algum, girar em torno da escolha de uma das muitas organizações. Por que não?

As publicações da Torre de Vigia ensinam que a verdadeira religião tem que ensinar toda a verdade, que se apenas um ensinamento for incorreto, o inteiro bojo de ensino deve ser colocado sob suspeita. Sob a ótica da Torre de Vigia, a “verdade” consiste de “ensinos corretos” ou “explanações exatas” que pareçam se ajustar à realidade, interpretações que podem ser apoiadas ou “provadas” pelo raciocínio humano, usando referências bíblicas como apoio da mesma forma que um cientista ou um matemático talvez tentasse explicar a operação do universo físico por raciocinar sobre os axiomas ou procedimentos matemáticos que são considerados como aceitáveis.

Essa abordagem não pode ser usada para se conhecer a Deus. Paulo advertiu contra essa maneira de se ver o conhecimento: “O conhecimento enfuna, mas o amor edifica. Se alguém pensa que tem adquirido conhecimento de algo, ele ainda não [o] conhece como devia conhecer. Mas, se alguém ama a Deus, este é conhecido por ele.” (1 Coríntios 8:1-3) Paulo torna claro que amar a Deus é muito mais importante do que aquilo que você sabe sobre os fatos ou sobre as passagens bíblicas. Nenhuma pessoa ou grupo de pessoas, e, por conseguinte, nenhuma organização, igreja ou grupo religioso sabe tudo sobre Deus ou seus caminhos. De modo que ninguém poderá encontrar a “verdade que conduz à vida eterna” por buscar conhecer a “correta” explanação de passagens bíblicas ou por “provar” posições doutrinais. A “verdade”, no sentido da Bíblia, não é encontrada lá.

Jesus disse: “Eu sou o caminho e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6) Portanto, conhecer a “verdade” no sentido bíblico deve começar por se formar uma relação com o filho de Deus, Jesus Cristo, simplesmente aceitando-o como Salvador, Mediador, Senhor e Rei e por convidá-lo a fazer parte de sua vida. (1 Coríntios 3:11; Revelação 3:20) Quando muitos dos discípulos de Jesus o deixaram por não ter entendido alguns de seus ensinamentos, ele perguntou aos doze: “Será que vós também quereis ir?” Pedro respondeu: “Senhor, para quem iríamos? Tu tens declarações de vida eterna e acreditamos e viemos a saber que tu és o Santo de Deus.” Os apóstolos de Jesus não estavam prestes a abandoná-lo em busca da “verdade”. A resposta de Pedro à pergunta de Jesus mostra que ele entendia que o problema não era para onde ir, mas em quem confiar. Os apóstolos sabiam que eles não poderiam confiar em nenhuma outra pessoa ou grupo de pessoas que pudesse dar-lhes ensinamentos que conduziriam à vida eterna.

O apóstolo João nos assegura que nos foi dada “capacidade intelectual para podermos obter conhecimento do verdadeiro. E nós estamos em união com o verdadeiro, por meio do seu Filho Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (1 João 5:20)

João continuou: “Criancinhas, afastai-vos dos ídolos.” (v. 21) Por que essa advertência? Porque é muito fácil seguir outras pessoas ou sistemas religiosos em vez de seguir a Jesus Cristo. As publicações da Torre de Vigia fazem referência à organização nos mesmos termos que a Bíblia usa para se referir a Jesus Cristo. As Testemunhas dizem que estão na “verdade” querendo dizer que estão “na organização”. A organização é tida como sendo aquela que administra “todos os interesses do Rei” na terra, coisas que Jesus disse que ele próprio iria administrar. Atribuir a uma organização tal capacidade de ser o canal do espírito de Deus, de bênçãos e direção, além de ser a única fonte de ensino puro, de liderança e proteção contra os inimigos, significa nada mais do que pura idolatria. (Compare com Êxodo 32:4.) E qualquer pessoa que focalizar sua atenção numa organização em vez de em Jesus Cristo constitui-se, claramente, num falso profeta.

Não se deixe desencaminhar pelas alegações autoritárias de qualquer homem ou grupo de homens. Siga apenas a Jesus. Ele é quem tem “toda a autoridade no céu e na terra.” (Mateus 28:18) Com base nesse firme fundamento, procure associar-se com outros cristãos. Com certeza, Deus irá ajudá-lo a encontrar outros verdadeiros cristãos com quem você poderá partilhar a grandiosa alegria de pertencer a Cristo e de compartilhar o amor dele, sob a orientação do Espírito Santo de Deus e da Bíblia para seu bem-estar eterno.

Notas

1 Esse tipo de organização mundial que recebe relatórios regulares e também fornece orientação e direção regulares por meio de um grupo central que está acima dos membros espalhados por toda a terra não era possível há cerca de dois séculos atrás. O inteiro conceito de uma “organização internacional” é algo bem recente, resultado de um amplo desenvolvimento nas comunicações durante o último século.

2 A Torre de Vigia compara a arca de Noé à sua organização. Ela diz que a arca foi a provisão de Deus para a salvação à qual se dirigiram todos os justos na terra, a fim de serem salvos da destruição no dilúvio. É interessante notar que o próprio Noé foi a única pessoa mencionada no registro bíblico como sendo justo, tanto em Gênesis quanto por Jesus e Pedro ao se referirem ao dilúvio. (Mateus 24:38; 2 Pedro 2:5) Embora sua esposa, três filhos e três noras tenham sido salvos do dilúvio juntamente com Noé, a Bíblia não faz nenhuma questão de estabelecer que a família de Noé era justa ou que apenas pessoas justas tiveram a permissão de entrar na arca. Não foi muito tempo depois, nos dias de Abraão, que Jeová é mencionado como o Deus de Sem. Pelo menos alguns dos filhos de Noé podem ter sido poupados quer por causa de Noé ou para dar prosseguimento à raça humana. Mais tarde, foi oferecida a toda a justa família de Ló, bem como genros, a possibilidade de salvação da destruição de Sodoma e Gomorra, mas não demonstraram qualquer inclinação forte para com a verdadeira adoração.

3 Na carta, os gentios são encorajados a se abster de “comida poluída pelos ídolos” e “da carne de animais estrangulados.” Mais tarde, no entanto, Paulo discutiu o assunto de comer carne e outros tipos de alimento tornando claro que comer ou não comer era uma questão de consciência e que, para os cristãos, evitar fazer outros tropeçarem por meio de suas ações era uma questão extremamente motivadora. Compare com Romanos 14:14, 20, 21; 1 Coríntios 10:19-33.

Autor


Este artigo foi escrito por Tom Cabeen, uma ex-Testemunha de Jeová que trabalhou na sede mundial da Sociedade Torre de Vigia, em Brooklyn, Nova Iorque, de 1968 a 1980. Este documento poderá ser copiado e distribuído, no todo ou em parte, sem a autorização escrita do autor, desde que não haja nenhuma transação comercial envolvendo ganho. Quaisquer perguntas ou comentários poderão ser dirigidas em inglês ao autor, c/o 57 Plains Road, 3rd Floor, Milford, CT 06460-2573 ou por e-mail: tcabeen@brci.org. Os direitos autorais desse documento pertencem a Thomas W. Cabeen. Copyright © 1994. Todos os Direitos Reservados.


Extraído do site corior.blogspot.com

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