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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Sábado - Quando e Como deve ser Guardado?

"Por que obrigas os gentios a viverem como judeus?" - Pergunta Paulo a Pedro (Gálatas 2:14)

O que é o sábado?

Os adventistas do sétimo dia atraem notoriedade para si mesmos ao ensinar que o sábado deve ser observado como um dia dedicado ao Senhor. Os seus seguidores, ainda que enganados, estão dispostos a sofrer perdas económicas e até perseguição por observar este dia, demonstrando desta maneira que "têm zelo por Deus, porém não com entendimento" (Romanos 10:2), e produzindo noutros um sentimento de pena de que essa parente sinceridade e seriedade sejam assim mal direcionadas.

O presente ensaio demonstrará que este ensinamento é contrário aos preceitos do Novo Testamento e exemplo apostólico.

A palavra "sábado" significa "repouso." Sob a lei de Moisés, ordenou-se a Israel que guardasse o sétimo dia como "o sábado do SENHOR" (Deuteronômio 5:13,14). Foi ordenado ao povo que descansasse nesse dia do seu trabalho quotidiano, e dedicar o tempo a cumprir a vontade de Deus segundo prescrita na lei. Apedrejamento era a pena para os que o quebrassem. (Números 15:32-36).

Apesar da sua importância sob a lei de Moisés, a observância do sétimo dia não é exigida dos cristãos de hoje. Em troca disso, é-lhes pedido que manifestem os seus ensinamentos diariamente na suas vidas, e que fá-los-á "descansar" das "obras" do pecado e dedicar a sua vida à obediência da vontade de Deus.

A observância literal e formal do sétimo dia foi parte da aliança com Moisés que se cumpriu em Cristo, e assim retirado.

Era requerido que houvesse uma mudança de lei

A Bíblia descreve duas grandes alianças que Deus fez com o homem. A primeira foi a aliança mosaica feito com a nação de Israel e confirmado com o sangue dos sacrifícios de animais. A segunda foi realizada anteriormente com Abraão, mas considerada posterior porque foi confirmada por Cristo (Gálatas 3:8; Romanos 15:8).

A aliança mosaica legislou a vida dos israelitas em todos os sentidos; mas porque a natureza humana está viciada, nenhum deles pode satisfazer a suas exigências. Por conseguinte demonstrou que todos eram pecadores e que a redenção para a vida eterna só podia ter proveniência da graça e misericórdia de Deus (Romanos 7:13). Então, os fiéis israelitas esperavam ansiosamente o advento da Semente prometida por Deus de quem unicamente podia vir a salvação. Por essa razão a lei é equiparada a um aio levando a nação até Cristo (Gálatas 3:24). Paulo ensinou que a lei "Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa..." (Gálatas 3:19).

Essa semente foi o Senhor Jesus Cristo, que cumpriu os requisitos da lei e removeu a sua maldição, provendo o perdão do pecado que ela enfatizava e ilustrava.

Então, para quê obedecermos à lei de Moisés? (Atos 15:10).

Os adventistas do sétimo dia e os editores da revista A Pura Verdade admitem que a aliança feita com Moisés foi cancelada. Não têm mais remédio que fazê-lo, devido ao obvio ensinamento das Escrituras (Hebreus 8:13). No entanto, promovem a ideia de que a aliança que foi abolida não inclui os dez mandamentos e, já que o quarto mandamento se refere à observância do sábado, chegam à conclusão que o sábado é essencial para a salvação. Aqui é onde não estamos de acordo com eles.

Demonstraremos que os dez mandamentos constituíram o próprio fundamento da aliança mosaica que foi cumprida em Cristo e logo afastada. Ainda que nove destes mandamentos tenham sido reafirmados por Cristo e os Apóstolos, mas não é o caso da lei do sábado.

Os dez mandamentos fazem parte da aliança mosaica


Os dez mandamentos foram gravados em duas tábuas de pedra que foram colocadas na arca do testemunho, no tabernáculo onde o povo de Israel adorava. Descrevendo a aliança mosaica com suas ordenanças do serviço divino e o seu santuário, Paulo refere-se (Hebreus 9:1) aos dez mandamentos como "as tábuas da aliança" (9:4), uma aliança que no capítulo prévio, declarou que "está prestes a desaparecer" (Hebreus 8:13).

Se os dez mandamentos fizeram parte duma aliança que foi ab-rogada, então obviamente a obrigação de observá-los cessaria a menos que fossem reafirmados, tal como nove deles o foram.

O ensinamento de Paulo de que a aliança mosaica incluía os dez mandamentos é apoiada pela mesma lei. Esta declarava:
"Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras, porque, segundo o teor destas palavras, fiz aliança contigo e com Israel. ...e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras." (Êxodo 34:27, 28).

"Então, vos anunciou ele a sua aliança, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra." (Deuteronômio 4:13).

"Não foi com nossos pais que fez o SENHOR esta aliança, e sim conosco..." (Deuteronômio 5:3; note-se que a seguir, Moisés relata os dez mandamentos)

Ao longo da história de Israel a mesma identificação da aliança de Moisés com os dez mandamentos foi preservada. Quando a arca da aliança foi colocada no templo construído por Salomão, foi registado:

"Nada havia na arca senão as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o SENHOR fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem da terra do Egito." (1 Reis 8:9)

Mais tarde no mesmo capítulo, essas duas tábuas de pedras inscritas com os dez mandamentos são identificadas com a aliança mosaica que segundo Paulo foi posta de lado em Cristo. O versículo 21 diz:

"E nela constituí um lugar para a arca, em que estão as tábuas da aliança que o SENHOR fez com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito."

Já que não havia nada na arca exceto as duas tábuas de pedra inscritas com os dez mandamentos, estes formavam a base fundamental da aliança mosaica. A menos que fossem reafirmados, deixaram de ser obrigação quando a aliança caducou.

A aliança mosaica ab-rogada

A Bíblia claramente revela que a aliança mosaica foi somente uma ordenação temporal que foi cancelada no início da era cristã. Em Hebreus 8:7-10, Paulo ensina que a aliança feita com os filhos de Israel quando saíram do Egito era imperfeita, e teria de ser substituída por uma nova aliança. Assim, Paulo comenta:

"Quando ele diz Nova(aliança), torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer." (Hebreus 8:13)

No seguinte capítulo (Hebreus 9), ensinou que esta aliança que estava "preste a desaparecer" incluía "as tábuas da aliança" ou, o que é o mesmo, os dez mandamentos (versículo 4).

Agora, significa isto que todos os ensinamentos dos dez mandamentos passaram à história, e podemos desonrar Deus, ou matar e roubar com impunidade? De maneira nenhuma. Como já dissemos, nove dos mandamentos foram reafirmados porque proclamam princípios eternos. No entanto, o quarto mandamento, o que se refere ao descanso no sétimo dia, nunca foi reafirmado por Cristo ou pelos apóstolos. Não existe uma única ordem no Novo Testamento exigindo aos crentes observar o sétimo dia como dia de repouso; em vez disso encontramos o contrário.

Este feito é fatal para o ensino da revista A Pura Verdade e dos adventistas do sétimo dia, porque significa que a lei do sábado foi abolida, e não tem jurisdição sobre os seguidores de Cristo.

No entanto, os adventistas do sétimo dia fazem distinção entre a "lei de Moisés" e a "lei de Deus," afirmando que a primeira (escrita num livro) é composta dos ritos cerimoniais da lei, e a segunda (inscrita em pedra), somente as exigências morais, sendo abolida a primeira, mas não a segunda.

Mas a Bíblia não apoia tal afirmação. Em primeiro lugar, "o livro" ao qual fazem referência continha muito mais que simples cerimónias, já que incluía a totalidade da lei como a encontramos nos primeiros livros da Bíblia. Em segundo lugar, a Bíblia usa as expressões "lei de Moisés" e "lei de Deus" de forma distinta, já que a lei é uma só, e foi dada por Deus, mas através de Moisés (2 Crónicas 34:14; Neemias 8:14; Malaquias 4:4). Compare Josué 23:6 com Josué 24:26; 2 Crónicas 30:16 com 2 Crónicas 31:3 e 4; Esdras 7:6 com Esdras 7:10 e 14; e Neemias 8:1 com Neemias 8:8. Veja também Êxodo 13:9; Josué 1:7; 1 Reis 2:3; 2 Reis 23:25, e 1 Crónicas 22:12.

Para além disso, como é possível excluir os dez mandamentos, eliminando-os da aliança que Paulo ensinou que tinha sido retirada, considerando que estão completamente identificados com essa mesma aliança através de toda a Escritura, como já demonstramos? Acaso não se refere Paulo às "tábuas da aliança" (Hebreus 9:4)? Não descreve também em 2 Coríntios 3:7 essa aliança como "o ministério da morte, gravado com letras em pedras"?

Estas palavras são decisivas. Mostram categoricamente que os dez mandamentos faziam parte da aliança que por Cristo foi retirada, se pelo contrário as tábuas da lei não tivessem sido identificadas com "o ministério da morte". Porque seriam usados os dez mandamentos em tal relação se ensinavam verdades eternas? A resposta é, porque formavam a base da aliança mosaica. Como princípios individuais, nove dos dez mandamentos são ainda obrigatórios porque foram reafirmados por Cristo e pelos apóstolos, ainda que nem sempre da mesma forma como foram apresentados a Israel. Na aliança mosaica, os mandamentos foram acompanhados pelas palavras: "Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo." (Deuteronômio 27:26; Gálatas 3:10). A lei não proporcionava nenhuma esperança de vida eterna, porque os seus estatutos eram continuamente infringidos pelo povo, o qual veio assim estar sob a sua maldição.

Em Cristo, no entanto, há provisão para o perdão de pecados. A "lei de Cristo" (1 Coríntios 9:21) reafirma nove dos mandamentos. Provê um novo significado para o quarto (a lei do sábado), e em contraste com "o ministério da mortem," converte-se na "lei da liberdade" (Tiago 2:8-12) porque liberta o crente das cadeias do pecado através do perdão, oferecendo-lhe a esperança da vida.

Quando foi instituída a lei do sábado

Se mantém que a lei sabática era conhecida e obedecida pelos patriarcas desde a alvorada da criação, não estando limitada por conseguinte à aliança mosaica. Mas ainda que fosse verdade, isto não implicaria a sua vigência atual, porque os sacrifícios de animais foram introduzidos no próprio começo da humanidade (Génesis 4), e posteriormente foram cumpridos e tornados desnecessários pelo sacrifício de Cristo. Também a lei da circuncisão física foi dada a Abraão por Deus (Génesis 17:10,11); mas já foi substituída pela circuncisão espiritual em Cristo.

É certo que o tempo foi dividido em semanas de sete dias desde o princípio, mas a lei do sábado como tal, estabelecendo como santo o sétimo dia para ser observado de maneira especial, não foi instituída senão depois de Israel sair do Egito. Ainda que Génesis 2:3 afirme que "E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera." nestas palavras não existe nenhum mandamento sobre a observância do dia como mais tarde aconteceu. Estas palavras foram escritas por Moisés para o povo de Israel e serviram para explicar-lhes o porquê do mandamento para observar esse dia. Deus declarou a Israel:

"Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento." (Êxodo 31:17)

Na realidade, nada encontramos revelado sobre a lei do sábado senão até ao tempo de Moisés. De facto, não foi senão até que o povo estava para sair do Egito que o calendário israelita foi estabelecido. Deus disse a Moisés que a saída do Egito marcaria o "princípio... o primeiro dos meses do ano" (Êxodo 12:2). Assim o ano foi alterado. Somente mais tarde, depois de que o maná tinha sido dado aos israelitas no deserto, Moisés foi instruído sobre a lei do sábado, comunicando também a informação ao povo:

"Isto é o que disse o SENHOR: Amanhã é repouso, o santo sábado do SENHOR;" (Êxodo 16:23)

Se a lei do sábado era reconhecida universalmente desde o princípio da criação como se afirma, porque foi necessário explicá-la como fez Moisés? Dá-se a resposta que o povo tinha esquecido tudo o que se relacionava com a lei durante o tempo que estiveram no Egito. Mas se existia tal lei fundamental como é afirmado, porque não foi ensinada ao povo antes de sair do Egito? Porque nem mesmo Moisés sabia acerca da lei do sábado? Porque foi permitido passarem 45 dias depois que a nação saiu do Egito antes de ser explicada ao povo (ver Êxodo 16:1,23), de modo que até então não estavam guardando o sábado? É obvio à luz destes factos que a lei do sábado não foi dada até então como uma ordenança que o homem devia guardar. Por isso lemos:

"Considerai que o SENHOR vos deu[não a toda a humanidade] o sábado; por isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias;" (Êxodo 16:29,30)

"O teu santo sábado lhes fizeste conhecer; preceitos, estatutos e lei, por intermédio de Moisés, teu servo, lhes mandaste." (Neemias 9:14)

"Acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado... o trouxeram a Moisés... Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer." (Números 15:32-36)

O próprio Moisés, ao princípio estava ignorante das implicações do dia de sábado, e que o envolvia a sua observância. Considere estes factos importantes:

1. Durante os 2500 anos desde a criação até Moisés, antes que Israel fosse tirado do Egito como nação separada por Deus, não existe nenhuma alusão ao sábado (exceto Génesis 2:2 que já explicamos).
2. Quando a nação foi formada, o dia de repouso (sábado) é estabelecido como ordenança e como sinal entre Deus e Israel.
3. Depois da ressurreição de Cristo, quando a nação judaica foi derrotada e o evangelho foi pregado aos gentios, a observância do sábado pelos crentes cessou.

Por que cessou então?

Porque o sábado foi o sinal de um repouso que Israel não obteve (Hebreus 4:6), mas que Cristo pode prover (Hebreus 4:3; Mateus 11:28-30): um descanso das obras da carne através do perdão dos pecado que está gratuitamente disponível em Cristo. O sábado era parte da lei projetada para enfatizar a realidade do pecado e revelar à nação a necessidade dum Redentor que ainda não se tinha manifestado.

O significado do sábado

A aliança mosaica exigia que em todos os sábados, os Israelitas descansassem do deu trabalho quotidiano e dedicassem o tempo a Deus. Um verdadeiro Israelita, no entanto, não limitava a sua meditação acerca das coisas de Deus unicamente nesse dia, porque era o "seu prazer" ocupar-se constantemente neste exercício (Salmo 1:2). Não somente obedecia à letra da lei, mas também ao seu espírito, procurando diariamente descansar das obras da carne e fazer a vontade de Deus. Não houve verdadeiro descanso para os Israelitas até que veio o que "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados"; ao contrário, havia constante recordação dos pecados até que o sacrifício de Cristo os cobriu (Hebreus 9:15). O descanso do sábado apresentou aos Israelitas um ideal que nunca alcançaram. Deus declarou:

"Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra..." (Isaías 58:13,14)

Por conseguinte, a verdadeira observância do sábado não requeria somente descansar do trabalho, mas também dedicar o tempo para fazer a vontade de Deus, encontrando prazer nos Seus caminhos, honrando-o por palavra e ação.

Quantas vezes deve fazer isso um verdadeiro crente?

Obviamente todos os dias.

Mas em vista que não podiam realizá-lo completamente, e que o Redentor não tinha aparecido ainda, havia constante recordação da necessidade de descansar das obras do pecado, que o sábado semanal enfatizava.

Em Cristo, todas as sombras da lei tornaram-se realidades. Ele dá substância espiritual aos rituais da lei. Em vez de sacrifícios de animais, ele apresentou-se a si mesmo como "o cordeiro de Deus," oferecido pelos pecados do mundo; em vez de uma circuncisão literal, propõe aos homens uma circuncisão "do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus" (Romanos 2:28,29); em vez dum descanso no dia de sábado, provê um verdadeiro descanso das obras da carne ao imporem-se os princípios divinos como uma maneira diária de viver, e provendo uma efetiva cobertura para o pecado quando é cometido.

Cristo convida-nos ao verdadeiro descanso do sábado, não só um dia em cada sete, mas todos os dias, através do convite: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei." A palavra grega traduzida "aliviarei" é anapausis, uma palavra usada constantemente na Septuaginta (Antigo Testamento em Grego) para o descanso do sábado. O senhor condenava o formalismo estéril e desprovido de significado dos líderes judaicos, os quais insistiam no descanso do sétimo dia sem apreciar o seu significado espiritual. Parecia que Jesus se esforçava em demonstrar isto a estes judeus, ao permitir que os seus discípulos fizessem "o que não é lícito fazer em dia de sábado" (Mateus 12:1,2). Jesus fazia isto porque ele era "senhor do sábado" (Mateus 12:8), e por conseguinte tinha o poder para alterar a lei referente ao sábado.

Somente em Cristo se encontra o verdadeiro descanso sabático.

Disto deduz-se que as lições do sábado têm um lugar na vida do crente, mas não como uma observância do sétimo dia. Nem o sétimo nem o primeiro foram impostos por Cristo para esse propósito, mas sim todos os dias. Paulo ensinava:

"Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra." (Romanos 7:6)

Alguns estavam isentos da lei sabática

Ao permitir que os seus discípulos realizassem "o que não era lícito no dia de sábado," o Senhor não estava desafiando a lei, já que esta registava um precedente para tal ação.

Ainda durante o período da aliança mosaica, havia alguns em Israel que estavam isentos da lei do sábado e aos quais não se exigia guardar um dia em cada sete para dia de descanso. Este facto demonstra que sob certas circunstâncias, a lei do sábado não era obrigatória.

A classe isenta das restrições do sábado eram os sacerdotes envolvidos no serviço do templo. Jesus chamou à atenção os fariseus sobre esse facto para apoiar a ação dos seus discípulos quando faziam "o que não era lícito fazer" nesse dia. Perguntou aos judeus:

"Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?" (Mateus 12:5)

Em vez de ser um dia de repouso para os sacerdotes, o seu trabalho foi duplicado (Números 28:4,9,10). Para eles este dia não era um dia mais santo do que os outros, porque a vida deles era dedicada na sua totalidade ao serviço do Senhor. Assim profanavam o sábado; não guardavam-no como dia santo ou separado, e ainda assim foram declarados "sem culpa" porque para eles todos os dias eram santos para o Senhor, já que o seu serviço era realizado todos os dias.

Esta é a posição adoptada por todos os verdadeiros seguidores de Cristo. Estes são considerados como sacerdotes, já que Pedro escreveu: "Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real..." (1 Pedro 2:9). As suas vidas são uma diária peregrinação em direção ao reino de Deus, glorificando a Deus nas suas ações e até na mais humilde tarefa (veja Efésios 5:22; 6:1-5). Já que são chamados para manifestar diariamente o espírito da lei do sábado, nenhum dia para eles é mais santo do que o outro, assim "profanam o sábado", mas estão "sem culpa" porque não na realidade debaixo da lei.

Cristo proporciona este facto como explicação para a ação dos seus discípulos. Por outras palavras, ele deseja que os seus seguidores manifestem a atitude dos sacerdotes no templo, os quais profanavam o sábado dando a Deus um serviço diário, sem preocuparem-se com dias especiais. Esta é a posição adotada pelos cristadelfianos.

Quando se recorda aos adventistas do sétimo dia que não estão guardando o sábado como foi estabelecido na lei, geralmente respondem que ao fazer a vontade de Deus, guardam o sábado. Mas o comentário de Cristo no sentido de que os sacerdotes no templo profanavam o sábado mostra que este raciocínio está errado, porque não estavam os sacerdotes fazendo a vontade de Deus?

Só existe uma forma de guardar o sábado: a forma estabelecida na lei de Moisés. Nem os seguidores de Herbert Armstrong, fundador de A Pura Verdade, nem os adventistas do sétimo dia observam-no de tal forma. Por outras palavras, apesar de dizerem o contrário, eles não observam o sábado. Estão infringindo-o e não estão isentos de culpa. Os verdadeiros seguidores de Cristo reconhecem que estão livres da lei.

A lei da circuncisão, maior que a lei do sábado

Noutra ocasião, o Senhor condenou o formalismo dos judeus em relação ao sábado. Mencionando outra lei que tinha prioridade sobre o sábado e à qual estavam obrigados a obedecer ainda que ao fazê-lo infringiam o sábado. Esta lei maior refería-se ao ritual da circuncisão.

A lei de Moisés exigia que os meninos judeus fossem circuncidados no oitavo dia depois do nascimento. Mas algumas vezes o oitavo dia de vida de um menino caía no sábado. A questão então surgia, qual seria a lei de maior hierarquia e qual podia ser quebrada para cumprir a outra. Devia evitar-se a circuncisão para guardar o sábado, ou quebrava-se o sábado para observar o ritual da circuncisão?

A lei exigia que se desse prioridade ao rito da circuncisão porque (note isto o leitor que acredita que a lei do sábado foi anterior a Moisés) a circuncisão vinha de Abraão, e o sábado, de Moisés. O comentário é o seguinte:

"Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (se bem que ela não vem dele, mas dos patriarcas), no sábado circuncidais um homem. E, se o homem pode ser circuncidado em dia de sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra mim, pelo fato de eu ter curado, num sábado, ao todo, um homem?"
(João 7:22,23)

Se a lei da circuncisão tinha prioridade sobre a lei do sábado (Cristo validou esta conclusão), sobre o quê baseiam os adventista do sétimo dia ou os leitores de A Pura Verdade ao ensinar que a lei do sábado é obrigatória para os crentes, mas não a da circuncisão?

Unicamente sobre a base de fechar os olhos aos factos apresentados nas Escrituras.

Porque tinha prioridade a lei da circuncisão sobre a lei do sábado? Há uma razão muito importante porque isto era assim. A circuncisão era o sinal da aliança Abraamica (Génesis 17:10,11) que foi confirmada por Cristo (Romanos 15:8); enquanto que o sábado era o sinal da aliança mosaica (Êxodo 31:17), confirmado através dos sacrifícios de animais (Hebreus 9:19). Assim como a aliança Abraamica, confirmada por Cristo, substituiu a aliança mosaica (Hebreus 8:8), assim a lei lindamente ensinava este princípio dando mais importância à circuncisão do que ao sábado.

É significativo que o Novo Testamento mostra que a circuncisão ainda tem lugar na vida do crente no que se refere à lições espirituais que se propunha ensinar. Enquanto que o próprio ritual foi descontinuado (ver Gálatas 5:11), o significado espiritual que o acompanha é certamente retido (Romanos 2:28,29).

Tanto que o sábado era celebrado no sétimo dia, o ritual da circuncisão era praticado no oitavo dia de vida do varão. Há algo de especial nisto porque profeticamente, um dia nas Escrituras pode representar "mil anos" (2 Pedro 3:8).

Por conseguinte, o sábado aponta para o sétimo milénio (período de mil anos) desde a criação, no qual se tornará realidade um tempo de descanso na terra através do justo reinado do Senhor Jesus Cristo (Jeremias 3:17; Salmos 72). Sob a sua direção, o mundo voltará a Deus (Isaías 2:2-4), e Jerusalém chegará a ser o centro de adoração divina onde subirão os mortais para esse propósito (Zacarias 14:16).

O Senhor será assistido naquele dia pelos seus seguidores ressuscitados e imortais (Romanos 2:7; Mateus 19:29; 1 Coríntios 15:23,51,54), os quais como sacerdócio real, reinarão com Cristo na terra (Apocalipse 5:9,10). Este grande sábado de mil anos verá governadores e mestres reinando sobre a população mortal da terra, julgando e rejeitando os pecadores (Isaías 65:17-25), e levando a humanidade à submissão a Deus. Paz e justiça universal (descanso do pecado) se seguirá, porque os homens abandonarão os seus próprios caminhos e se deleitarão no Senhor (Miqueias 4:1-4).

Este repouso milenar que o descanso do sábado prefigurava será seguido do oitavo milénio, do qual o ritual da circuncisão era um tipo. Antes que este seja inaugurado, o último inimigo, a morte, será destruído, e Deus será "tudo em todos" (1 Coríntios 15:24-28). Todos os que tenham sido rebeldes durante o reinado de mil anos de Cristo serão eliminados, enquanto que a imoralidade será conferida àqueles que se tenham mostrado dignos dela durante o mesmo período de tempo (Apocalipse 20:5,6,12-15). A morte nunca mais manchará a terra, de modo que o período do oitavo milénio encontrará manifesto aquilo que o sinal da aliança Abraamica simbolizava: a eliminação da carne mortal da terra, e a completa revelação do propósito de Deus na criação, quando a glória do senhor cobrir a terra como as águas cobrem o mar (Habacuque 2:14).

Como deveria ser observado o sábado

A Bíblia é completamente clara sobre a forma em que o sábado deveria ser observado. Exigia sob pena de morte (Números 15:32-35) que nenhum trabalho fosse feito pelos Israelitas, pelos seus servos (quer fossem Israelitas ou gentios), e elos seus animais (Deuteronômio 5:13.14) dentro das portas da cidade onde moravam.

Nem os adventistas do sétimo dia nem a organização que publica a revista A Pura Verdade observam estes requerimentos restritos. Se eles próprios não trabalham, exigem que os seus empregados o façam; claro, nem tampouco estão em posição de exigir que todos os que estão dentro da cidade onde moram observem a lei!

A lei de Moisés exigia isto porque foi planeada como ordenança nacional para Israel e não para indivíduos "de toda tribo, língua, povo e nação" (Apocalipse 5:9) que seguem Cristo, morando como estrangeiros e peregrinos na terra (1 Pedro 2:11).

Hoje em dia o sábado é tão obrigatório para os crentes como é a lei da circuncisão. Os apóstolos deram as ambas importância espiritual. Paulo descreveu a circuncisão como "a do coração, em espírito, não segundo a letra" (Romanos (2:28,29). Explicou o seu conceito duma circuncisão espiritual que não é da carne nos seguintes termos:

"Nele[Cristo], também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no baptismo, no qual igualmente fostes ressuscitados..." (Colossenses 2:11,12).

O ritual literal da circuncisão cortava uma porção da carne; a circuncisão espiritual faz o mesmo em sentido figurado (Colossenses 3:8-11). Uma pessoa circuncidada neste último sentido nega-se a si mesma para seguir Cristo. O primeiro ato de obediência que Cristo requer dum crente é o baptismo no seu nome depois de ter adquirido o entendimento adequado sobre o evangelho (Marcos 16:16).

Agora consideremos de novo o que revelam as Escrituras acerca da circuncisão e da observância do sábado. Vimos que sob a lei, a primeira tem prioridade sobre a segunda, e sem dúvida, não é obrigatória para os seguidores de Cristo, exceto no sentido figurado. Como é possível então que ainda se considere obrigatória a observância do sábado quando uma lei que tem prioridade sobre ela já foi substituída? Tal ensino é o resultado de um falso entendimento do tema.

Se a circuncisão há de ser manifestar no sentido espiritual, então e o sábado? De novo a Bíblia nos proporciona a instrução:

"Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo." (Colossenses 2:16,17).

O sábado é assinalado como algo que há de ser revelado em Cristo. O que iria ser revelado? A resposta é dada em Hebreus 4:

"Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência." (Hebreus 4:9-11)

Nestas palavras o apóstolo revela que um verdadeiro seguidor do Senhor observa o sábado em sentido figurado quando diariamente se esforça por cessar das suas obras carnais e seguir o exemplo estabelecido por Cristo. Ele exorta-o a procurar entrar naquele descanso porque é o único de verdadeiras consequências aos olhos de Deus e de Cristo.

Essa é a forma em que o sábado deve ser observado nos nossos dias. Deve ser observado, não num dia em sete, mas todos os dias da nossa vida.

Assim como os sacerdotes no templo não estavam subordinados à lei do sábado, pois observam os seu princípios diariamente, também a vida dos crentes deve we um diário de peregrinação em direção ao reino de Deus. Todos os dias serão então tornados santos para Ele.

O perigo do sabatismo

A insistência da revista A Pura Verdade de que devemos observar o formalismo do sábado tende a distrair a mente das lições espirituais que a lei original tentava comunicar.

Deveria recordar-se que a primeira heresia introduzida nas primeiras comunidades cristãs foi o intento de sobrepor a lei judaica aos ensinamentos de Cristo. Tais hereges afirmavam "É necessário... que observem a lei de Moisés." (Atos 15:5). Este ensinamento foi rigorosamente refutado pelos apóstolos o quais instruíram os crentes gentios:

"Visto sabermos que alguns que saíram de entre nós, sem nenhuma autorização, vos têm perturbado com palavras, transtornando a vossa alma[mandando que vos circuncidásseis e guardassem a lei]" (Atos 15:24)

Ao mesmo tempo os apóstolos recomendaram que havia certos aspectos da lei que era aconselhado que os crentes gentios guardassem (Atos 15:24-29), mas é muito significativo que o observar do sábado não figurasse entre eles. Se guardar o sábado é um assunto de vital importância, como é afirmado na revista A Pura Verdade, porque não estava incluído nas recomendações dos apóstolos nesta ocasião?

A resposta é que a lei foi cumprida em cristo, e que a observância do sábado era exclusivamente um aspecto da lei (Gálatas 4:9,10).

Obviamente, os ensinamentos de Paulo, estão em desacordo com os da revista A Pura Verdade, e com os dos adventistas do sétimo dia, já que o apóstolo ensinou:

"Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente" (Romanos 14:5).

Deste modo Paulo mostrou que a observância de um dia mais que outro era um assunto de pouca consequência. Sem dúvida os cristãos judeus desejavam continuar a observar o Sábado como um dia de descanso, e não havia nada de mal em fazê-lo, enquanto que não impusessem as mesmas restrições nos seus irmãos gentios, ou assumissem que a observância do sétimo dia lhes permitia 'faltar' às reuniões regulares estabelecidas pelos apóstolos (Atos 2:41,42).

Dá a impressão que alguns judeus cristãos faziam isto, dando mais importância ao sábado do que à reunião estabelecida por Cristo para o partir do pão. Isto pode ter provocado a admoestação de Paulo aos Hebreus:

"Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns" (Hebreus 10:25)

Ele adverte-os contra o pôr ênfase em certos dias, como o sábado:

"Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco." Gálatas 4:10,11)

O Novo Testamento não enfatiza o sétimo dia nem o primeiro dia como de significado especial; mas enfatiza que todos os dias devem ser usados como uma oportunidade para servir e adorar a Deus corretamente.

Herbert Armstrong, na revista A Pura Verdade, mantém que a lei do sábado é obrigatória para os crentes dos nossos dias, ainda que admite na sua "Autobiografía" que há textos nas Escrituras difíceis de explicar em relação a esta doutrina. O escritor teve encontros pessoais tanto com adventistas do sétimo dia como com outros religiosos em debate e discussão sobre o tema; quando todos os factos foram considerados, tornou-se completamente claro que a lei do sábado como se aplicava na aliança mosaica já não é obrigatória para os crentes.

Os apóstolos reuniam-se no primeiro dia da semana

Ainda que o Novo Testamento não ordena que o sábado ou o domingo sejam exaltados como dias santos, como a lei o fazia com o primeiro, é obvio que as primeiras comunidades de crentes se reuniam regularmente para a comunhão religiosa num dia determinado; e este era o primeiro dia da semana não o sétimo:

"No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão..." (Atos 20:7)

"Quanto à coleta para os santos... No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte..." (1 Coríntios 16:1,2)

Se os apóstolos se reuniam para a comunhão no primeiro dia da semana, que faziam eles no sétimo dia? Aproveitavam a oportunidade para irem às sinagogas onde os judeus se reuniam, para proclamar lhes a doutrina da ressurreição de Cristo. Paulo fez isto em Antioquia (Atos 13:14,44), Corínto (Atos 18:4), e também em Éfeso durante três meses (Atos 19:8). Acerca da sua visita a Tessalônica, a Bíblia diz:

"Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras..." (Atos 17:2,3)

Os apóstolos usavam o sábado judaico para discussões com os judeus, e reuniam-se com os crentes no primeiro dia da semana. É bastante significativo que os adventistas do sétimo dia tenham mudado completamente o costume dos apóstolos. Enquanto os apóstolos usavam a oportunidade do descanso dos judeus no sétimo dia para pregar-lhes Cristo, e reservavam o primeiro dia para reunirem-se com os seus irmãos e juntamente alegrarem-se da comunhão em memória do Senhor, os adventistas do sétimo dia reúnem-se no sábado judaico para apoiarem-se mutuamente nas suas crenças e usam a oportunidade do primeiro dia gentio de descanso para proclamar os seus ensinamentos ao mundo.

Alguns afirmam que o costume de observar o primeiro dia da semana provém do catolicismo romano. Dizem que a lei que Constantino, imperador de Roma, decretou no ano 328 D.C ordenando que o primeiro dia da semana fosse guardado como dia santo por todos os cristãos, e alegam que esta foi a origem do costume.

Isto é completamente errado, tal como teve que admitir um pastos dos adventistas do sétimo dia num debate com o escritor. Os textos históricos claramente mostram que sempre foi o hábito dos cristãos reunirem-se no primeiro dia da semana. Os atos dos Apóstolos revelam que este costume remonta aos dias apostólicos como já foi demonstrado.

Estes são extratos de alguns dos primeiros escritores eclesiásticos que confirmam estes factos:

Eusébio (por volta do ano 324 D.C.):

"Não tomamos em conta a circuncisão, nem observamos o sábado, porque tais coisas não correspondem aos cristãos."

Anatólio (270 D.C.):

"A obrigação da ressurreição do Senhor nos constringe a guardar a festa pascal no dia do Senhor(o primeiro dia, quando se levantou dos mortos).

Justino Mártir (140 D.C.):

"O domingo é o dia em que todos realizamos a nossa reunião comum, já que Deus fez o mundo no primeiro dia, e Jesus Cristo nosso Salvador se levantou dos mortos nesse dia."

O mesmo descreve a adoração cristã da seguinte forma:

"No dia chamado domingo, reúnem-se num mesmo lugar todos os que vivem na cidade ou no campo, e as memórias dos apóstolos, ou os escritos dos profetas, são lidos quanto é possível. Posteriormente, tendo terminado o leitor, o presidente faz verbalmente a admoestação e exorta à imitação destas coisas excelentes. Logo nos pomos de pé e oferecemos orações. A seguir, o pão e o vinho são tomados."

Inácio, discípulo de João, escreveu (100 D.C):

"Aqueles que conhecem as coisas antigas, vieram à novidade de fé, não guardando mais os sábados, mas vivendo segundo o dia do Senhor, de quem a nossa vida, tendo surgido de novo através dele, depende."

Estas afirmações dos registos da história eclesiástica demonstram que os primeiros crentes não observavam o sábado como se alega, e mais ainda, revela que a afirmação tão confiadamente promovida pelos adventistas do sétimo dia, de que o costume de manter as reuniões religiosas no domingo deve a sua origem ao decreto de Constantino, é totalmente incorreta. Isto foi assinalado vez após vez; no entanto, eles persistem nessa falsa pretensão, tentando apoiar uma falsa teoria.

Convidamos o leitor a investigar isto por si mesmo. Constantino somente confirmou por lei o que tinha sido a prática dos cristão desde os dias dos apóstolos.


Deus altera as suas próprias leis?

Um erro comum proclamado triunfalmente e com frequência, como se fosse irrefutável, é a afirmação de que Deus não altera as suas leis; então, a lei do sábado tendo sido estabelecida por Deus, ainda constitui uma obrigação.

Esta ideia não resiste a uma investigação cuidadosa:

Deus alterou muitas leis que anteriormente estabeleceu. Decretou a lei da circuncisão. Estabeleceu o princípio do sacrifício de animais. Ordenou que tos os Israelitas adorassem em Jerusalém (Deuteronômio 12:5-7).

Todas estas leis foram alteradas, ou ganharam um novo significado em Cristo, como dia a Epístola aos Hebreus: "Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei..." (Hebreus 7:12). O mesmo aconteceu com a lei do sábado.

A intenção da lei de Moisés foi a de atuar como um aio guiando os homens até Cristo (Gálatas 3:24). Quando Cristo veio, houve uma alteração na lei, o que fez com que Paulo proclamasse que "Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente[Cristo]..." (Gálatas 3:19)

Ilustrando a realidade do pecado, a lei pôs todos os homens debaixo da sua maldição, porque todos eram culpáveis de transgressão. Por conseguinte, revelou a necessidade da graça e do perdão divinos; mas ela própria não podia provê-los. Isto foi revelado em Cristo, o qual, através do perdão dos pecados, pode libertar o homem da maldição da lei (Gálatas 3:13), trazendo-o à sua própria e gloriosa lei, "a lei da liberdade" (1 Coríntios 9:21; Tiago 1:25).

As exigências de Cristo são: primeiramente, um entendimento correto do evangelho; segundo, obediência através das águas do baptismo; e terceiro, a manifestação do correto comportamento em obediência ais seus mandamentos (Mateus 28:19,20).

Todos os que cumpram estas obrigações estarão "guardando o sábado" no seu verdadeiro e significado espiritual, dia a dia, e não necessitam dum dia em cada sete
que lhes recorde das suas responsabilidades nesse sentido. Chegarão a compreender o significado da afirmação: "a letra mata, mas o espírito vivifica" (2 Coríntios 3:6), e poderão aguardar com segurança a vinda do descanso sabático, quando Cristo reinar na terra e eles serão revestidos de imortalidade e não mais serão estorvados por esta natureza mortal com as suas provações e tentações.

"Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso..." (Hebreus 4:11).



H. P. Mansfield

4 comentários:

UZITUDORJ disse...

Prezado Sr.
Nota-se em sua palavras: logo no inicio que o Sr. preocupa-se antes de tudo com as questões econômicas-financeiras (guardar o Sábado seria uma grande perda financeira);
Se contradiz quando cita todo o tempo todos os livros da Bíblia e ao mesmo tempo os rejeita dizendo que tudo isto é passado entretanto tem como "Lei um capítulo de Zacarias que pede que seja pago o dízimo.
O sr. não acha que o livro de Zacarias deveria estar no novo testamento e não no velho? Para que a vontade não só apenas a do Sr. mas a da maioria que ao invés de pregar a salvação através de Cristo se preocupa com o que chamam de bençãos(dinheiro, carros, grandes conquistas financeiras).
O que o Sr. falou no seu texto não passa de palavras de homens e não da PALAVRA DE DEUS.
PASSARÁ O CÉU E A TERRA MAS A MINHA PALAVRA NÃO PASSARÁ. DISSE O SENHOR DEUS. Mas o Sr. se sente no direito de dizer que a aliança que DEUS fez com o seu povo já passou.
Ora, se a Lei de DEUS não é mais para ser cumprida porque o sr. não mata, não rouba, não deshonra seus pais, não adultera(tenho minhas dúvidas pois adulterar não é só manter relações sexuais fora do casamento mas tembem alterar textos ou assinaturas de documentos). A Palavra de DEUS é o documentos mais importante que existe. Disse JESUS: não vim para abolir a Lei nem os Profetas mas vim para cumprir a lei.
TUDO BEM O PROBLEMA DO SR. É UMA QUESTÃO DO SR PARA COM DEUS. Lembre-se de que escrever em um Blog é formar opinião e formar opinião é uma questão de responsabilidade.
Não sou daqueles que acham que política, futebol e religião não se discute pelo contrário tudo o que direito público é e deverá sempre ser discutido sim!
PARA LEMBRÁ-LO: NÃO SOU ADVENTISTA E NÃO SOU MEMBRO DE NEHUMA IGREJA MAS LEIO A BLÍBLIA porque é ela que norteia a minha vida.
Abraço. Que DEUS TE ILUMINE PARA QUE DEIXES DE FALAR SOMENTE O QUE TE CONVÉM MAS QUE SEJAS OBEDIENTE A DEUS.
A PAZ DO SENHOR JESUS CRISTO ESTEJA CONTIGO.

O Peregrino disse...

Graça e paz, obrigado por visitar meu blog.
Vejo que o Sr. não entendeu o texto em lide, outra coisa, meu nome é Gerson e o autor do texto é outro.
Se o livro de Zacarias está no velho testamento evidentemente que ele deve estar no velho testamento e não no novo, haja visto que a Bíblia independente dos livros ela está completa.
Não estou preocupado com o dinheiro, o que ganho com o MEU trabalho (e com a ajuda de Deus)é o suficiente para suprir as minhas necessidades, já tive fome e passei necessidades, mas graças a Deus o dinheiro não subiu para a minha cabeça. Se o Sr. acha que escrever em blog é formar opinião, é problema seu, não tenho esse pretexto, mas sim ajudar a muitas pessoas que ainda não conhecem o evangelho (embora não sou o dono da verdade) a sair das seitas.
Lembrando que a guarda do sábado foi para o povo de Israel, eu sou gentil e não judeu.
Se o sr. não é membro de uma igreja deveria ler Hebreus 10:25.

O Peregrino disse...

A ordem de guardar o sábado seria um sinal entre Deus e Israel – Ezequiel 20.10-13.

O objetivo do sábado é diferente nos dois relatos bíblicos - Êxodo 20.11 com Deuteronômio 5.15! É algo muito curioso comparar essas duas passagens, pois lançam luz sobre o objetivo do sábado e a nova aliança cristã. Em Êxodo o objetivo do sábado seria lembrar a criação mas em Deuteronômio lembrar o período de escravidão dos israelitas.

A lei do sétimo dia mantém sim, um principio moral, que devemos reservar um dia semanal para adoração e comunhão. Esse princípio é eterno, mas o Novo Testamento mostra algo muito interessante sobre o dia de sábado que faríamos bem em atentar.

Jesus Cristo o Senhor do sábado, ou seja, maior que o sábado, não foi legalista no assunto. João 5.16-18 deixa claro que, assim como era Deus, Ele curou e mandou o homem curado levar carga no sábado.

O Peregrino disse...

Em Colossenses 2.16 temos a passagem neotestamentaria mais clara sobre o fim da guarda do sábado. Até podemos afirmar que o assunto aqui em Colossenses 2.16 fica encerrado.

Se uma pessoa quiser guardar o sábado, estaria errada? Se lermos Romanos 14.5 e 6, ela só não pode julgar outros pelo fato de ela guardar, e outros não.

Compreendido?

Acredito que o Sr. é um ex adépto desta seita.


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