Mesmo sem dar uma olhada no calendário, ou sem a presença de vestígios de peru, é óbvio que 1º de Dezembro chegou para a família Doe. O amor das crianças, de uns para com outros, torna-se mais fácil de observar. Há gritaria somente quando uma criança está ávida por compartilhar com outra um segredo emocionante da temporada. Cada criança faz mais do que sua parte para fazer com que tudo na família corra sem problemas. Steve e eu pacientemente planejamos tempos agradáveis para a família juntos, enquanto terminamos os últimos cartões de Natal e preparamos para mandar nossos presentes, escolhidos com amor, para nossos parentes. A casa se enche com a fragrância de biscoitos de açúcar e com o som de cânticos de Natal, enquanto todos nós seis decoramos nossa recém cortada árvore...
Obrigado por não rir – pelo menos, não muito. Mas, quantos de vocês tiveram, em algum tempo de suas vidas, uma fantasia similar para a festa de Natal? A realidade de nossas vidas sempre fica longe do que desejamos.
Num determinado ano, a realidade golpeou a família Doe com algo desconfortável, na semana anterior ao feriado de Ação de Graças, quando estávamos esperando que meu pai fosse colocado numa casa de repouso. Um motorista bateu no lado de nossa Van estacionada, quando Steve estava dentro dela, esperando para pegar nossas duas crianças mais velhas na escola. Isto acabou com nossos planos para visitar os irmãos de Steve no Novo México. Sofremos por não nos unir pessoalmente com os nossos familiares. Notícias dos tratamentos de radiação do meu sogro intensificaram a dor. Apeguei-me com tenacidade à soberania de Deus quando a ira contra o motorista, que arruinou tanto nosso carro como nossos planos, ameaçava me sobrepujar. Lembrei para mim mesma que Deus está no controle, mesmo quando tudo parece testificar o contrário. Pela graça de Deus, minhas expectativas começaram a se alinhar mais com a realidade.
Então, eu fiz uma descoberta surpreendente. Talvez minhas expectativas para a temporada de Natal (ou para qualquer outro tempo de reunião familiar) e a cena perfeita descrita no começo não fossem tão grandes, afinal de contas; mas pior ainda, não eram suficientes. Tiago 1:17 nos diz que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação”. Seus dons são sempre perfeitamente bons.
Quando eu li as palavras de Elizabeth Elliot em seu livro A Path through Suffering (Uma Senda Através do Sofrimento), eu aprendi mais sobre o que Deus quer para mim: “Cada vez que Deus nos dá uma dura lição, Ele deseja nos dar também a Si mesmo. Se abrirmos nossas mãos para receber a lição, abriremos nossos corações para recebê-Lo”.
Não é a perfeição do cartão de Natal, mas a perfeição do Salvador, que Deus quer derramar sobre nós. Jesus Cristo é o verdadeiro “dom inefável” (2 Coríntios 9:15)! As precisões externas não são necessárias para celebrar o Natal. De fato, quando algumas delas são tiradas, podemos ver melhor que somente Jesus Cristo é todo-suficiente.
A autora é a esposa do Pastor Stephen D. Doe, da Igreja Presbiteriana Ortodoxa da Aliança, em Barre, Vermont.
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