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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Refutando um site ateu sobre "profecias falhadas" da Bíblia

Por: Emerson H. de Oliveira

Esta refutação é de um site cético que tenta desacreditar a Bíblia mostrando "contradições", que já estão bem refutadas aqui. Vou me centrar nas acusações que o autor (Eduardo Oliveira) faz sobre "profecias" da Bíblia. Suas citações em vermelho, minhas respostas em preto.

Atos 18:9-10 Numa visão, Jesus garantiu à Paulo que ninguém ousaria fazêr-lhe mal, enquando ele continuasse pregando. Atos 21:20 uma multidão atacou Paulo; 23:2 os ajudantes do sumo sacerdote bateram nele; 24:27 Paulo foi aprisionado; 27:41-43 o navio onde ele estava naufragou.

Que mentira mais deslavada, amigo. Eduardo cita errado At.18. Vejam o v. 10: "porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade" (grifo nosso). Se fala que ninguém lhe faria mal em Corinto. O autor nem sabe dar citação certa (At. 21.20?). Em 23.2 Paulo estava em Jerusalém.

Gênesis 15:18 Deus prometeu a Abrão (Abraão) que seus descendentes, os judeus, receberiam toda a terra desde o Rio do Egito (o Nilo) até o Rio Eufrates.
Josué 1:3-4 O território israelita se extenderá até o rio Eufrates.
Mas o território israelita nunca se extendeu até o Eufrates e é muito duvidoso que (dado as condições político-diplomáticas da atualidade) ele se extenda até mesmo para o Nilo.


Ler sem exegese é função dos ateus. Alguns comentaristas acham que o "rio do Egito" se refere ao Nilo e outros que se refere ao "vale da torrente do Egito", agora identificado com o uádi el-`Arish, da península do Sinai, que deságua no mar Mediterrâneo a cerca de 150 km ao L de Port Said. Porém, isso não significa que território dos israelitas algum dia iria de fato se estender diretamente ao Nilo. Mas estes dois rios (Sion e Eufrates) principais eram o meio mais fácil de designar dentro de que limites as fronteiras de Israel deveriam ficar. Duas vezes durante a história de Israel esta extensão de território foi percebida, durante o reinado de Solomão (1Re. 8:65) como também nos dias de Jereboão II de Israel (2Re.14:25). O fracasso desta profecia ter se cumprido em outras ocasiões foi devido à desobediência de Israel. Porém, esta medida do território colocou Israel definitivamente na categoria das nações do primeiro mundo, mesmo temporariamente. Veja também 2Sm. 8:3 e 1Re. 4:21 9:21.

Gênesis 17:3-8 Deus dá todo o país de Canaã para Abraão e seus descendentes, para habitarem-no para sempre. (Veja também: Gênesis 13:15, Êxodo 32:13) Canaã era a terra a oeste do Rio Jordão e o Mar Morto, entre essas águas e o Mediterrâneo, a região mais tarde chamada Palestina. Por um problema histórico, os Judeus não receberam toda Canaã para uma posessão perpétua. Revoltas dos Judeus contra Roma em 132-135 D.C. levaram ao seu dispersamento pelo mundo. Por 18 séculos turcos, persas e árabes ocuparam a Palestina. Os Judeus começaram a retornar em número significativo apenas em 1921, um pouco antes da criação do moderno estado de Israel em 1948.

Novamente, o autor dá mais uma das suas e não interpreta a Bíblia com exegese. No AT, Deus só fazia as promessas serem cumpridas sob o rigor de que Israel lhe obedecesse. Veja Is. 63.18: "Só por breve tempo foi o país possuído pelo teu santo povo; nossos adversários pisaram o teu santuário".

Veja Atos 7:5 e Hebreus 11:13, que admitem que a promessa ou profecia de Deus, neste caso, falhou.

Abraão foi um peregrino e um estrangeiro. O que At. 7.5 quer dizer a única terra que Abraão possuía era a que ele comprou (Gn.23) para seu enterro (a caverna de Macpela). Meu caro Eduardo, a profecia de Gn. 17:3-8 se refere aos descendentes de Abraão. Isto é uma figura de linguagem chamada sinédoque. Em Hb. 11.13 a palavra "promessas" é uma metonímia para as coisas prometidas. A promessa de Hb. 11.13 se refere a vinda de Cristo e Abraão morreu sem tê-lo visto. Os "todos estes" são Abraão, Sara, Isaque, Jacó, etc, que não receberam de fato, em certo sentido, as coisas prometidas, que eram uma descendência numerosa, a Canaã literal, o Messias na carne, e uma ressurreição gloriosa; mas partiram triunfantes e na fé de todos, e que seriam bons aos seus; e o que eles descobriram pelas bênçãos deixaram a seus descencentes como Isaque em Jacó e Jacó nos patriarcas.

Salmos 89:3-4 Deus prometeu a Davi que sua linhagem real e seu trono durariam "de geração em geração".
Salmos 89:35-37 Novamente Deus promete que a descendência de Davi será perpétua. Seu trono durará para sempre, como o sol e a lua.
Entretanto, depois de Zedekiah não houve rei Davidiano por 450 anos. A linhagem real foi finalmente restaurada com Aristobolus, da dinastia Hasmoneana, mas ela também acabou. De acordo com uma profecia do Novo Testamento, Jesus receberá o trono de Davi e reinará para sempre (Lucas 1:32-33), mas mesmo assim a linhagem real foi interrompida e a profecia falhou.

Os ateus são rápidos em apontar contradições mas nem lêem a Bíblia direito. Isto mostra que a passagem não deve ser entendida literalmente de Davi, e de seu trono e reino temporal que não duraram muitas gerações; mas do trono e do reino espiritual do Messias, que descende dele, chamado trono de seu pai Davi, cujo trono é de geração em geração, e cunjo reino é um reino eterno (Lu 1:32,33; Sl. 45:6 e Da 2:44). O que falhou foi a linha de raciocínio dos ateus que não entendem a Bíblia.

Isaías 17:1 A profecia da cidade de Damasco. Ela se tornará "um montão de ruínas". Mas Damasco, a capital da Síria, uma das cidades mais antigas do mundo, prospera hoje em dia. Ela tem sido continuamente habitada desde sua fundação. Nunca foi um montão de ruínas.

Exegese faz bem para a leitura, sabia? A profecia se referia a seu contexto e nisto foi satisfatoriamente cumprida. Ela ocorreu nas mãos de Tiglate-Pileser III, da Assíria que, em 732 a.C, tomou Damasco. Ela depois foi tomada por Nabucodonosor (Jr. 49:24,2).

Isaías 34:8-10 Uma profecia que a terra de Edom (que fica entre o Mar Morto e o Golfo de Ácaba) se tornará "pez ardente". "As suas torrentes se converterão em pez, o pó do seu chão, em enxofre; a sua terra ficará reduzida a pez ardente, que não se apagará noite e dia; a sua fumaça subirá para sempre; de geração em geração subsistirá a ruína; pelos séculos dos séculos não haverá que passe por ela". Mas isso nunca aconteceu e pessoas continuam passando através de Edom até os dias de hoje.

Ele alude à destruição de Sodoma e Gomorra. A ofensa original de Edom foi que eles não deixariam Israel atravessar sua terra em paz para Canaã: Deus os recompensa de forma que nenhum viajante atravesse Edom. VOLNEY, um ateu, foi forçado a confirmar a verdade desta profecia: "segundo o relatório dos árabes, a sudeste do Mar Morto, dentro de três dias jornada, 'há mais de trinta cidades em ruínas, absolutamente abandonadas". O livro de Malaquias, escrito uns 100 anos depois da campanha de invasão de Edom por Nabonido, relata que Deus já fizera os "montes [de Edom] um baldio desolado e a sua herança para os chacais do ermo". (Ml.1:3) Os edomitas esperavam retornar e reconstruir seus lugares devastados, mas não seriam bem-sucedidos. — Ml. 1:4.

Já no quarto século a.C., os nabateus habitavam o território edomita, e os edomitas nunca mais puderam retornar. Antes, encontravam-se no Negebe, ao S de Judá. Os edomitas avançaram para o N até Hébron, e, por fim, a parte meridional de Judá ficou conhecida como Iduméia. Segundo Josefo, João Hircano I subjugou-os entre 130 e 120 a.C. e compeliu-os a aceitar o judaísmo. (Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], XIII, 257, 258 [ix, 1]; XV, 253, 254 [vii, 9]) Depois, aos poucos, foram absorvidos pelos judeus, e após a destruição romana de Jerusalém, em 70 d.C., deixaram de existir como povo.

Jeremias 9:11 Uma profecia que Jerusalém e as cidades de Judá se tornarão um monte de pedras, uma morada de chacais, desoladas, sem habitantes. Nem Jerusalém nem Judá alguma vez estiveram desoladas e sem habitantes em algum período (nem durante a dispersão dos Judeus) e o Novo Testamento prediz que Jerusalém será uma cidade eterna.

Jeremias 42:17 Todos os Judeus que retornarem para viver no Egito, lá morrerão pela espada, pela fome e pela peste. Ninguém sobreviverá. Mas muitos Judeus viveram no Egito pacificamente. Muitos vivem lá até hoje. Inclusive em Alexandria os Judeus estabeleceram um grande centro cultural no primeiro século D.C..

Sem ler no contexto fica difícil, não é Eduardo? A profecia se referiu aos judeus que fugiram para o Egito. No 23.° ano do reinado de Nabucodonosor, mais judeus foram levados ao exílio. (Jr. 52:30) Este exílio provavelmente envolvia judeus que haviam fugido para terras que mais tarde foram conquistadas pelos babilônios. A declaração do historiador Josefo corrobora tal conclusão: "No quinto ano depois do saque de Jerusalém, que era o vigésimo terceiro ano do reinado de Nabucodonosor, Nabucodonosor marchou contra a Coele-Síria, e, depois de ocupá-la, fez guerra tanto contra os moabitas como os amanitas. Daí, depois de sujeitar a si estas nações, invadiu o Egito a fim de subjugá-lo." — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), X, 181, 182 (ix, 7).

Jeremias 49:33 Hazor, uma antiga cidade de Israel, se tornará um abrigo de chacais (ou dragões). Um deserto para sempre. Ninguém viverá mais ali, homem algum habitará nela. Mas as pessoas jamais pararam de viver na cidade de Hazor, e continuam a viver lá até hoje.

Em Jeremias não diz que é uma cidade, mas sim uma região da Arábia (Ituréia). Que coisa. É sempre falta de ler o contexto!

Jeremias 51:24-26; 28-31; 40; 53-55; 58 Realces de uma longa profecia sobre o violento desaparecimento da Babilônia e todos os habitantes da Babilônia ou Caldéia. Muitos inimigos a atacarão: os muros da Babilônia serão derrubados, suas portas serão abrasadas pelo fogo: ela será um monte de chamas, uma desolação perpétua.
Isaías 14:23 Outra profecia da destruição da Babilônia. Ela se tornará morada de ouriços e um pântano. Será varrida com a vassoura do extermínio. Apologistas clamam que a pretensa realização desta profecia prova a veracidade literal da Bíblia. Entretanto a história mostra que a permanente e violenta destruição da Babilônia nunca ocorreu.

Nem tudo na Bíblia é literal, Eduardo.

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