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terça-feira, 24 de março de 2009

A Sábia Óptica de Salomão Sobre a Vida Após a Morte

O aniquilacionismo tem sido uma das heresias mais destacadas nos movimentos sectários. Esse nome vem do latim nihil, 'nada' , segundo essa teoria, o homem ímpio será finalmente reduzido a nada. Esse mesmo conceito é refletido em alguns contextos da filosofia oriental. Algumas religiões pagãs supõem que a alma humana é absorvida e portanto, deixa de existir sua individualidade.

O estado dos mortos e o destino dos ímpios têm sido outro alvo de questionamentos. Alguns afirmam que os mortos estão inconscientes até o arrebatamento ou até o juízo final. Somente após o juízo serão lançados no lago de fogo e durarão nesse tormento proporcionalmente aos seus pecados e então deixaram de existir ou seja, serão aniquilados. Para justificar tais afirmações, usam alguns versículos no livro de Eclesiastes. Consideremos os versículos citados:

Eclesiastes 3.19,20 e 21: Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó. Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?

Eclesiastes 9.5,10: Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento.

Afirmam, usando esses versículos que o homem é semelhante ao animal em sua morte, e em sua condição após a morte. Seria realmente isso o que está sendo declarado nesses versículos? O contexto do livro de Eclesiastes concorda com essa exposição? Inicialmente podemos observar que existem outros versículos que fazem comparações que não são comentadas pelas seitas. Vejamos alguns:

Os seguintes versículos são omitidos em suas considerações: Ec 2.14-16; 6.6; 8.10; 9.2; porque? Que verdades encontramos nesses versículos que lançam luz na interpretação dos primeiros versículos citados?

Lemos na Palavra de Deus: Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; também, então, entendi eu que o mesmo lhe sucede a todos. Pelo que eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que, então, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse no meu coração que também isso era vaidade. Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo nos dias futuros total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo! (Ec 2.14-16)

Diante de uma expectativa ampla de vida, Salomão concluiu: E certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar? (6.6)

Assim também vi os ímpios sepultados, e eis que havia quem fosse à sua sepultura; e os que fizeram bem e saíam do lugar santo foram esquecidos na cidade; também isso é vaidade. (8.10)

Também escreveu Salomão: Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme ao julgamento. (9.22)

Concordam os sectários com as implicações desses versículos? Ao considerarem suas únicas citações (Ec 3.19,20; 9.5,10) porque não usam o mesmo princípio de interpretação nos demais textos? Quê interpretação temos dos demais versículos e como isso esclarece esses versículos aparentemente difíceis?

'O mesmo sucede a todos'. 'E como morre o sábio, assim morre o tolo!' 'Não vão todos para o mesmo lugar?' 'O mesmo sucede...' Se lermos esses versículos numa perspectiva eterna isso entrará em conflito com as demais Escrituras. Concordaria alguma seita que tais comparações foram feitas indicando que sucederá eternamente a mesma coisa a todos? Haveria alguma outra informação que esclareceria quê perspectiva tinha Salomão em mente?

Consideremos os versículos chaves que identificam a perspectiva de Salomão. Ec 1.3,9,14; 2.11,17,18,19, 20, 22; 3.16; 4.1,3,7,15; 5.13,18; 6.1,12; 8.9,15,17; 9.3,6,9,11,13; 10.5, aparece a expressão debaixo do sol. E nos seguintes versículos aparecem a expressão debaixo do céu: Ec 1.13; 2.3; 3.1. Salomão usa 27 vezes a expressão debaixo do sol e 3 vezes debaixo do céu. Essas expressões totalizam 30 vezes. Teria Salomão citado repetidamente essas expressões sem nenhum propósito? Ou estava enfatizando que sua perspectiva sob o céu ou sol, seria uma perspectiva secularizada que visava refletir conceitos céticos e conduzi-los à uma conclusão piedosa?

Salomão costumava pregar para multidões (Ec 1.1), também recebia ilustres visitantes de todas as nações para ouvi-lo (Mt 12.42). Nessa pregação Salomão discursa sob uma perspectiva debaixo do sol ou debaixo do céu. O pregador demonstra que o dia-a-dia retrata uma condição miserável em que a humanidade se encontra, onde a injustiça parece predominar.

Salomão enfaticamente, cerca de 30 vezes , alerta que está relatando sua observação nas eventualidades sob o sol, excluindo, portanto, a realidade além do céu ou sol! Não poderia o livro de Eclesiastes ter sido escrito precisamente para despertar os materialistas que aquilo que eles conseguem ver não retrata a realidade eterna?

É exatamente isto que Salomão faz no último capítulo 12.13,14: De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra e até tudo o que esta encoberto, quer seja bom quer seja mau.

Quando um ateu, um cético, ao observar a violência e injustiça; verifica que pessoas justas podem ser injustiçadas e pessoas injustas prevalecem, isso leva a tais a criticar a existência de Deus e a veracidade de suas leis e promessas. Contudo, Salomão chama atenção para que vêem além das aparências, não se apeguem ao fim comum que todo homem e animal têm em comum: a morte e seu enterro ou decomposição; mas atentem para a sabedoria! Haverá restituição após a morte! Deus há de trazer a juízo! Também toda a Escritura é unânime quanto ao juízo final! Lemos em Hebreus 9.27: E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo.

Alguns detalhes dos textos que merecem atenção.

Em Ec 3.21, Salomão pergunta se o fôlego do homem sobe ou desce. Mas ele mesmo responde no capítulo 12.7: E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.

Tanto Adventista do Sétimo Dia, quanto as Testemunhas-de-Jeová, usam esses versículos (Ec 9. 5,6) para advogarem o sono da alma e aniquilação. Lemos no texto: Mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tem mais recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.

Em relação a quê os mortos não sabem coisa alguma? O versículo 6 responde: em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Salomão não está referindo-se a condição pós túmulo. Ele está dizendo que, por exemplo, o ambicioso e egoísta, não terá ciência do destino e uso de seus bens após a morte. O que o homem sabe, o que administra e como administra está condicionado apenas a realidade humana. Ele não terá, após a morte, acesso a recompensa material do trabalho de suas mãos.Contudo, receberá de Deus, após a morte, ou a vida eterna, ou a morte eterna. Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; O qual recompensará cada segundo as suas obras; a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego (Romanos 2.5-10). Haverá, concordemente recompensa no por vir.

Conclusão

Claramente vemos no contexto do Livro de Eclesiastes a mesma doutrina que encontramos nas demais Escrituras.

1. Neste mundo o homem sofre adversidades, isso inclui até mesmo o justo padecer e o ímpio florescer. (Ec 2.14-16)

2. Embora os eventos aparentemente sejam os mesmos, assim como morre um animal, morre o homem; assim como morre um justo, morre o ímpio, isso não deve levar o homem a ser descompromissado. (Ec 6.6)

3. Salomão enfatiza que seu discurso refere-se às observações 'debaixo do sol', portanto não está negando a condição dos mortos; ele restringe sua visão à perspectiva terrena. Na conclusão de seu discurso ele ultrapassa as fronteiras materiais, retirando o véu, e aponta para o Dia do Juízo.

4. Haverá uma prestação de contas - após a morte. (Ec 12.7,13,14; Rm 2.5-10)

5. A morte física entre homens e animais é semelhante, segundo uma observação natural. Mas a constituição do homem é diferente, pois tem espírito (Ec 12.7) e responderá diante de Deus (Ec 12.13,14)

Escrito pelo Apologista Marcio Souza

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