A Ordem da Salvação - O Peregrino

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Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade? Gálatas 4:16

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A Ordem da Salvação

ou A Ordo Salutis

por

David Brown

"Levando cativo todo o pensamento à Palavra de Deus". (2 Coríntios 10:5)

Introdução:

A ordo salutis é o entendimento padrão Reformado de como Deus aplica a redenção em Seu povo. Quando se diz que uma pessoa particular foi ou é "salva", o termo é freqüentemente usado sem a profundidade da Escritura ou sem uma apreciação da graça de Deus. A Bíblia é muito clara de que os crentes são salvos pela graça, e estas doutrinas especificam os modos nos quais esta graça é manifesta em e através do crente. A Escritura define vários diferentes aspectos ou passos da salvação de uma pessoa, desde o primeiro ouvir do Evangelho até o caminho para a eternidade no céu. Cada um desses aspectos se coincide, visto que todos eles são partes da salvação de uma pessoa, mas eles também mantêm suas características distintivas nas Escrituras e no plano redentor. Deus aplica esta redenção no tempo àqueles que Ele escolheu desde toda a eternidade.


Chamado do Evangelho:

O Pai determinou que o caminho normativo de salvação deveria ser através de Sua Palavra. A Bíblia coloca uma ênfase muito grande sobre a leitura e pregação de Sua Palavra, assim como sobre a transmissão deste Evangelho a todas pessoas. Este chamado geral do Evangelho, contém a supremacia de Deus, Sua ira contra o pecado, e a promessa de salvação através de Seu Filho, exorta o homem caído a se arrepender de seus pecados e crer na redenção de Cristo Jesus.

(veja Isaías 55.7, Mateus 28.19-20, Romanos 10.14,17, 2 Timóteo 1.9-10, 3.15; CFW 10)


Regeneração:

O chamado geral do Evangelho é feito eficaz quando o Espírito Santo faz com que a Palavra de Deus seja entendida, apreciada e crida no coração de um indivíduo. Por causa da natureza caída e pecaminosa do homem, ele está em inimizade contra Deus e recusa reconhecer a veracidade do Evangelho. Deus envia Seu Espírito aos Seus eleitos para mudar esta rebelião espiritual, regenerando, renovando e transformando a condição interna de depravado para uma de amor pelo Senhor. Na realidade, estes corações e naturezas foram nascidos de novo, e seus olhos e ouvidos foram abertos para ver as gloriosas verdades da salvação de Deus.

(veja Ezequiel 36.26-27, Mateus 16.17, 1 Coríntios 2.12-14, 2 Coríntios 3.3,6, 2 Tesssalonicenses .2.13-14, Tito 3.5; CFW 3.6, 10)


Conversão:

O coração regenerado que ouve o Evangelho é confrontado com a culpa de sua condição pecaminosa e a certeza de um justo julgamento contra ele. Desesperando-se por causa de seu estado, ele vê sua única esperança de escape através de Cristo e tanto confia na promessa de salvação como também se arrepende de seus pecados. Pela fé, ele reconhece a si mesmo como um pecador necessitado da graça, e implora a Deus por Seu poder e amor para salvá-lo através do sangue e da justiça de Cristo. Através do arrependimento, ele odeia sua pecaminosidade e se volta para Deus como a única fonte de justiça e bondade, esforçando-se para viver obedientemente para Ele. Aqueles que se arrependem e crêem são convertidos de seguidores de Satanás para seguidores de Deus.

(veja Isaías 55.11, Oséias 14.2,4, Atos 17.30-31, 20.21, Romanos 1.17, Efésios. 1.17-18, 2.8: CFW 14, 15)


Justificação:

A promessa no Evangelho é que aqueles que confiam no Senhor serão salvos. O perdão para os pecados do povo de Deus, e a justiça que permite ao pecador estar na presença de um Deus santo, vêm da perfeita obediência e do sacrifício expiatório de Cristo. Como um substituto para o eleito, duas coisas acontecem:

1. Cristo obtém sua salvação e o seu estar diante de Deus, por cumprir a lei de Deus e o pacto no lugar dele, e

2. Ele carrega o castigo pelos seus pecados. Como Cristo cumpriu esta tarefa, Deus promete que aqueles que confiam nEle terão a justiça de Cristo imputada (ou dada) a eles, assim como os seus pecados serão imputados a Cristo.

Assim, como um santo Juiz, Deus legalmente declara que o Seu povo é “justo”, ou “sem culpa”. O pecador é justificado diante do Senhor quando, em fé, Ele descansa não sobre sua própria bondade e/ou boas obras (as quais ele não tem nenhuma), mas sobre a magnificente obra do Filho de Deus.

(veja Jeremias 23.6, Romanos 3.24-26, 4.5-8, 5.17-19, Gálatas 2.16; CFW 11)


Adoção:

A graça de Deus converte pecadores de servos de Satanás em servos de Cristo, todavia, Deus promete mais do que isso. Ele manifesta Seu amor paternal para com os pecadores perdidos, adotando-os como Seus próprios filhos. Através da adoção, Ele lhes dá todos os direitos, privilégios e proteção, como pertencendo a Sua família e tendo Seu nome. Eles se tornam filhos e filhos adotivos do Pai, e irmãos, irmãs, e co-herdeiros com Cristo.

(veja Salmos 103.13, João 1.12, Romanos 8.15-17, Gálatas 4.5-7, Efésios 1.5; CFW 12)


Santificação:

O próximo passo neste processo de salvação é a obra purificadora do Espírito Santo no andar diário do crente. Não somente os eleitos são apresentados como inocentes através da imputação da justiça de Cristo, mas eles também se desenvolvem espiritualmente na justiça pela Palavra e pelo Espírito. Como o Espírito habita o crente, Ele opera neles o crescer na graça e no conhecimento, e produz neles fruto e boas obras espirituais. Os crentes são especialmente santificados quando envolvidos numa igreja onde a Bíblia é ensinada e os sacramentos são ministrados. Embora ninguém possa se tornar perfeito nesta vida, e embora esta santificação pode ser uma obra muito longa e demorada, os eleitos são fortalecidos eficazmente para que eles perseverem na santidade.

(veja 2 Coríntios 7.1, Efésios 2.10, 5.26, 2 Tessalonicenses 2.13, Hebreus 13.20-21; CFW 13, 16)


Glorificação:

Quando um crente morre, sua alma vai para a presença de Deus enquanto Ele espera pela ressurreição e redenção do seu corpo físico, e ali é confortado e contempla a glória de Deus. A realização final da salvação acontecerá quando Cristo retornar, reunir Seu povo, e glorificá-los junto dEle. Quando a Nova Jerusalém for estabelecida, que é comumente uma referência ao céu, a Bíblia promete que a maldição do pecado não mais existirá e que os eleitos habitarão no céu com o Senhor eternamente, em perfeita paz, amor e alegria.


(veja Eclesiastes 12.7, João 5.28-29, Atos 24.15, Romanos 8.30, 1 Coríntios 15, 2 Coríntios 5.1,6,8, Filipenses 1.23; CFW 32, 33)

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