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quarta-feira, 2 de julho de 2008

O que acontece quando você morre?

Todos comparecem perante o trono do julgamento de Cristo

John Piper
Tradução: Wander Barreto

2 Coríntios 5:1-10
Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; Se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo
nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito. Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor. (Porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. Pois que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.

Se você pode dar o salto de fé numa crença amadurecida na evolução que fascina a mente de muitas pessoas modernas, você acabará crendo que o que acontece quando você morre não é mais significativo do que o que acontece a uma árvore. É o fim. Você sai da existência. Você não sente nada, não sabe de nada, não tem consciência. Sua opinião seria que isso é irrelevante. Não há nada a fazer com a realidade – com o que realmente irá acontecer. Mas se você encontra escrito na tábua de seu coração a verdade de que há um Deus Criador e que você foi feito para ter um relacionamento com
ele e que o que distingue você das baleias, golfinhos e chimpanzés não são mutações e elementos químicos, mas uma personalidade à imagem de Deus, você provavelmente se deitará à noite e reflitirá sobre eternidade – porque, como diz Eclesiastes 3:11: “Deus colocou a eternidade no coração do homem.”

E se, como milhões de outras pessoas, você encontrou Jesus Cristo nas páginas da Bíblia e tem sido persuadido de que ele é digno de sua confiança, não há porque você estar incerto do que virá na ocasião da sua morte. Ele nos disse muitas coisas a fim de nos encorajar e nos libertar do vazio das crenças evolucionistas e do medo da morte.

O que vimos até agora

O que vimos até agora é que os crentes em Jesus estarão com ele quando morrerem. Versículo 8: “Nós preferimos estar ausentes do corpo e morar com o Senhor.” Para
aqueles de nós que crêem em Jesus como Salvador e Senhor “viver é Cristo e morrer é lucro” (Filipenses 1:21); “partir e estar com Cristo é muito melhor.” (Filipenses 1:23).

A segunda coisa que temos visto é que há mais coisas além de deixarmos o nosso corpo para trás e estar com Cristo. Há também uma ressurreição do corpo. É o que dissemos na última semana: “seremos todos transformados, num instante, num piscar de olhos, na última trombeta, porque a trombeta soará e os mortos ressurgirão incorruptíveis e nós seremos transformados” (1 Coríntios 15:51-52). Cristo virá e transformará o nosso
corpo de humilhação em outro semelhante ao Seu glorioso corpo. (Filipenses 3:21) Não é intenção dEle que sejamos eternamente almas sem corpos.
Haverá uma ressurreição.

Quatro observações simples sobre o julgamento

Hoje focamos sobre a terceira verdade acerca do que acontece quando os crentes morrem. Nesta manhã iremos nos centrar no versículo 10: “Porque todos nós devemos comparecer diante do trono de julgamento de Cristo para que cada um seja recompensado por suas obras no corpo, de acordo com que tiver feito, seja bom ou mau.”

Deixe-me fazer quatro simples e óbvias observações sobre este julgamento e então entrar num acordo sobre o problema do porquê dos cristãos serem julgados se de fato Cristo já foi julgado por nós (Romanos 5:8- 9), e se agora não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Romanos 8:1).

1. Todos os cristãos estarão diante de Cristo, o juiz. “Todos nós devemos comparecer perante o trono de julgamento de Cristo.” Não apenas os incrédulos, mas “nós.” E não alguns de nós, “mas todos nós.”
2. Nosso juiz será Cristo. É o tribunal de Deus também (Romanos 14:10-12.,“Todos nós devemos comparecer perante o trono de julgamento de Deus”), mas Deus “deu a ele autoridade para exercer juízo” (João 5:27). Então Deus Pai e Deus Filho são um em seu
julgamento, mas o Filho é quem permanece como O Juiz imediato, para tratar conosco.

3. Nosso julgamento será depois que morrermos. Isto está implícito no texto, mas Hebreus 9:27 torna isso explícito: “Está designado aos homens morrerem uma vez e depois disso vem o julgamento.” Nem precisamos ser mais específicos. Precisamos apenas dizer que antes que entremos no estágio final de glória na ressurreição dos nossos corpos, na nova terra, nós estaremos diante de Cristo, o Juiz.
4. Quando estivermos diante de Cristo, o Juiz, seremos julgados de acordo com as nossas obras nesta vida. “Porque todos devemos comparecer perante o trono de julgamento de Cristo para que cada um seja recompensado por suas obras no corpo, de acordo com o que tiver feito, seja bom ou mau.” Este não é um ensinamento isolado no Novo Testamento. Jesus disse em Mateus16:27 “O Filho do Homem virá na glória de seu Pai com seus anjos; e então recompensará cada um de acordo com suas obras.” E no último capítulo da Bíblia Jesus disse, “Atentem, venho sem demora e minha
recompensa está comigo, para retribuir a cada um de acordo com o que tive feito” (Apocalipse 22:12). Em outras palavras, a maneira como você vive não é insignificante.

O que se espera desse julgamento?

Agora a questão mais difícil: Por que isso é importante? Por que as obras feitas no corpo são apresentadas nesta corte? O objetivo desse julgamento é declarar quem está perdido e quem esta salvo de acordo com as obras realizadas no corpo? Ou o objetivo deste julgamento é declarar o tamanho da sua recompensa na era vindoura de acordo com as obras realizadas no corpo?

Penso que a resposta do Novo Testamento é que são ambas as coisas.
Nossas obras revelarão quem entrará na era vindoura e nossas obras revelarão o tamanho de nossa recompensa na era vindoura. Mostrarei a você rapidamente porque penso assim, mas deixe-me mencionar o maior problema para muitos cristãos dizerem isto. Parece a muitos uma contradição da salvação pela graça através da fé. Efésios 2:8 diz, “Pela graça sois salvos através da fé e isto não é de vós mesmos, é o dom de Deus – não de obras para que não aconteça que alguém se glorie.” A salvação não é “por obras.”

Isto é, as obras não adquirem a salvação. As obras não colocam Deus em débito conosco para que ele tenha que nos pagar o valor correspondente. Isso seria uma contradição da graça. “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, através do nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 6:23).” A graça concede salvação como um dom gratuito para ser recebido por fé não adquirido por obras.

Como eu posso então dizer que o julgamento dos crentes não será apenas a declaração pública do tamanho de nossa recompensa no reino de Deus de acordo com as nossas obras, mas também a declaração pública da nossa salvação – nossa entrada no reino – de acordo com as nossas obras?

A resposta em poucas palavras é que nossas obras serão a evidência pública trazida à tona na corte de Cristo para demonstrar que a nossa fé é real.
E nossas obras serão a evidência pública trazida à tona para demonstrar as diferentes medidas em nossa obediência à fé (Romanos 12:3; 1 Tessalonicenses 1:3; 2 Tessalonicenses 1:11). Em outras palavras, a salvação é por fé e a recompensa é por fé, mas a evidência da fé invisível na sala do julgamento de Cristo será uma vida transformada. Nossas obras não são a base da nossa salvação; são a evidência da nossa salvação. Não são o fundamento; são a demonstração. Agora deixe-me mostrar porque penso assim.

Recompensa de acordo com as obras

É ensinado tanto nas cartas de Paulo quanto nas palavras de Jesus que os crentes receberão diferentes recompensas de acordo com o grau de fé expresso em seus atos de serviço, de amor e de justiça.

Nas cartas de Paulo

Por exemplo, em 1 Coríntios 3:8 Paulo diz, “O que planta e o que rega é um; mas cada um receberá sua recompensa de acordo com o seu trabalho.”
E em Efésios 6:8 Paulo diz, “Qualquer que seja a boa coisa que alguém faz, isto receberá de volta de Senhor.”

A parábola dos talentos

A maioria de nós lembra a parábola dos talentos (ou minas) em Lucas 19:12-27. Jesus compara sua ida ao céu e seu retorno a um homem nobre que viajou e deu para dez de seus servos uma mina cada, com a ordem para que as negociassem para que suas posses aumentassem em sua ausência. Quando ele retorna, um havia negociado e feito sua mina render em dez. E o homem nobre diz que a sua recompensa será ter autoridade sobre dez cidades. Outro havia feito sua mina render em cinco. E o homem nobre disse que sua recompensa seria ter autoridade sobre cinco cidades. Outro apenas guardou a
mina e não fez nada com ela. Para este o homem nobre disse, “Te condenarei por sua própria boca.” E tomou a mina deste.

O que esta parábola ensina é a mesma coisa que Paulo ensinou, mostrando que existem diferentes graus de recompensa para a fidelidade de nossas vidas. Mas isto vai além e também ensina que há uma perda não só de recompensa, mas de eternidade para aqueles que se consideram fiéis, mas nada fazem para mostrar que se comprazem nos dons de Deus e amam o Doador.
Este é o detalhe do terceiro servo, o qual não fez nada com o seu dom. Ele não apenas perdeu a sua recompensa; ele perdeu a sua vida. Jesus diz em Mateus 25:30, “Lançai este servo nas trevas exteriores; naquele lugar haverá pranto e ranger de dentes.”

Salvação demonstrada por obras

Isso nos leva ao segundo propósito do julgamento. O primeiro foi que o julgamento faz a demonstração pública dos diferentes graus de recompensa que os cristãos recebem pelo exercício da fé em obediência. O segundo propósito do julgamento é declarar abertamente a realidade da fé e da salvação do povo de Deus pela evidência das suas obras. Salvação é obtida por fé.
Salvação é demonstrada por obras. Então Paulo diz (v. 10) que nós “seremos recompensados… de acordo com o que tivermos feito,” ele não só diz que nossa recompensa será de acordo com as nossas obras, mas também que a nossa salvação será de acordo com as nossas obras. Por que penso assim?

Romanos 2:5-7

Há diversos versículos que apontam nesta direção. Um está na carta de Paulo aos Romanos (2:5-7) onde ele se refere à “Revelação do justo julgamento de Deus,” e então diz (v. 6-8) “[Deus] recompensará a cada homem de acordo com suas obras: para aqueles que pela perseverança em fazer o bem procuram glória, honra e imortalidade, [ele recompensará com] a vida eterna; mas para aqueles que… não obedecem a verdade… [ele recompensará com] ira e indignação.” Em outras palavras, conforme nosso texto diz, o julgamento é “de acordo com o que a pessoa tiver feito.” Mas aqui o fim é vida eterna versus ira. “A fé sem obras é morta”. Repetidas vezes Paulo listou certos tipos de obras e disse, “aqueles que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus” (Gálatas 5:21; 1 Coríntios 6:9-10). Em outras palavras, quando essas obras são expostas no julgamento como o modo de vida da pessoa, elas evidenciarão que sua fé é morta e ela não será salva. Como Tiago disse em Tiago 2:26, “A fé sem obras é morta.” É o que será mostrado no julgamento.

As palavras de Jesus

Jesus expôs de forma semelhante – e usou exatamente as mesmas palavras para boas e más obras que temos aqui em 2 Coríntios 5:10. Ele disse (João 5:28-29), “Está chegando a hora, na qual todos os que estão nos túmulos ouvirão sua voz e sairão; aqueles que fizeram boas obras para a ressurreição da vida, aqueles que praticaram más obras, para o ressurreição do julgamento.” Em outras palavras, a maneira que alguém viveu será a evidência se alguém passa pelo julgamento da vida ou se experimenta o julgamento da condenação. Ele diz isto embora cinco versículos antes em João 5:24 tenha dito, “Em verdade, em verdade vos digo, aquele que ouve minha palavra e crê, tem a vida eterna.” Ouvir e crer é ter vida eterna – pela graça através da fé.
Mas quando esta fé é real – não morta – a vida será transformada e Jesus pode dizer sem contradição: as obras desta vida serão o critério público de julgamento na ressurreição. Porque as nossas obras são a evidência da realidade da nossa fé. E esta fé em Cristo é que salva.

Uma última ilustração

Deixe-me terminar com uma ilustração que penso que torna claro como as obras funcionarão no julgamento final. Lembre-se da história de como duas prostitutas trouxeram um bebê ao rei Salomão, cada uma afirmando que aquele bebê era seu (1 Reis 3:16-27). Elas pediram ao rei Salomão que fosse juiz entre elas. Ele disse que uma espada fosse trazida e que o bebê seria dividido e metade fosse dado a uma e metade a outra. A mãe verdadeira clamou, “Ó meu senhor, dê a ela a criança e de modo algum a
mates.” Salomão disse, dê a esta mulher a criança, porque ela é sua mãe. O que Salomão estava procurando? Ele estava procurando não por um ato que pudesse merecer a criança. Ele estava procurando por um ato que provasse que a criança já era possuída pelo nascimento. Esta é a maneira que Deus vê as nossas obras. Ele não está procurando por obras que comprem nosso perdão em sua sala de julgamento. Ele está procurando por obras que provem que já desfrutamos do nosso perdão. A compra do nosso perdão foi o sangue de Jesus, suficiente de uma vez por todas para cobrir todos os nossos pecados.
E a razão pela qual possuímos isto é a fé – e a fé somente.
Essas são as questões importantes a respeito da conversão, e convido você a preparar o seu coração para se recordar e experimentar o sangue de Jesus.

Fonte: http://www.desiringgod.org/

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