Certa vez conversei com um pastor da Universal.
Quando falei sobre a vida do apóstolo Paulo, que foi pobre, e até teve
problemas que não conseguiu vencer – o espinho na carne, por exemplo – esse
pastor me disse: “Eu não tenho culpa que Paulo não soube usar a sua fé para
resolver seus problemas!”.
Percebemos que existe um dano muito sério na
espiritualidade das pessoas que adotam as doutrinas da seita Universal. Vou
tentar trabalhar algumas sugestões de como podemos conduzir as pessoas ao
Senhorio de Cristo, que por hora, estão sob os enganos heréticos da teologia da
igreja Universal. Pode ser que haja muitas pessoas lá que não estão sob as
heresias ensinadas por ela. Nessas abordagens não vou me deter no fundo
histórico do surgimento e desenvolvimento da Universal.
Uma pergunta simples:
“Onde Jesus
fez algum de seus discípulos ficarem ricos?”
Nenhum vestígio disso pode ser percebido nos atos e
milagres de Cristo. E olha que ele fez muitas coisas prodigiosas, mas nenhum
enriquecimento de seus discípulos. Ao contrário, ele incentivou a todos a tomarem
cuidado com as riquezas (Mt 6.24; Mc 10.23; I Tm 6.9,17). Leia com ele essas
passagens e pergunte:
“Quando a
IURD estimula buscar de Deus riquezas, ela está indo contra ou a favor dessas
orientações bíblicas?”
O que alguns apologistas da prosperidade farão é
recorrer ao Velho Testamento, com uma péssima interpretação bíblica. Então,
vamos lá:
O que a
Bíblia diz sobre a Prosperidade?
1. As
bênçãos prometidas, e adquiridas, aos patriarcas, são nossas também?
Antes de responder, uma breve perspectiva da
história bíblica a respeito deles se faz necessária: No livro bíblico de Gênesis, a história de Abraão, Isaque e Jacó,
são exemplos de como Deus pode fazer que pessoas que não tem nada, em
peregrinações, em grandes homens de negócio. Especialmente do capítulo 12 em
diante do livro, percebemos como receberam posses materiais, e vitórias sobre
grandes problemas, dos mais variados possíveis. Deus prometeu aos patriarcas, e
aos seus descendentes, bênçãos materiais que seriam adquiridas, em especial, na
terra de Canaã, onde manava leite e mel. Como era de interesse nacional, as
guerras literais eram um dos mecanismos usados para se apoderarem dessas
bênçãos no período especialmente posterior. A execução dos inimigos
nacionais de Israel fazia parte desse avanço de domínio material e territorial,
prometido por Deus.
Com esse pano de fundo histórico, retornemos à
pergunta: As bênçãos prometidas, e adquiridas, aos patriarcas, são nossas
também? Nossa resposta inicia-se com as seguintes elucidações –
A. Como
cristãos na dispensação da Nova Aliança, não recebemos de Deus promessa para
adquirir algum território especifico. Nem estamos em território estrangeiro,
rumo à outra terra física:
“Mas agora desejam uma melhor, isto é, a
celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar
seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.” (Hb 11.16 [grifo
acrescentado]).
“Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus
vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos;” (Hb 12.22).
Perceba que o argumento do autor dessa carta
bíblica, no capítulo11º, mostra a história de todo povo de Deus do VT que viveu
pela fé e alcançaram alguns feitos, porém, não era a promessa final e essencial
que estava por detrás de todas as coisas que avistavam. O autor inspirado
demonstra que a fé foi o instrumento que Deus usou para eles adquirirem algumas
amostras do que de fato era o alvo – a pátria e os bens, espirituais e
celestiais! E ainda aponta que eles, como quem não havia alcançado. E no
primeiro texto a advertência foi que isso não mais deveria ser esperado! Ideia
repetida aqui:
“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde
também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,” (Fl 3.20).
B. Não estamos
adquirindo essas bênçãos por meio de batalhas/guerras literais, em nossas
conquistas em nível de riquezas materiais:
“Porque, andando na carne, não militamos segundo
a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim
poderosas em Deus para destruição das fortalezas;Destruindo os conselhos, e
toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando
cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” (2 Coríntios 10:3-5).
“Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do
ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos
céus; E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá
pranto e ranger de dentes.” (Mateus
8:11,12).
2. A as
bênçãos da nação de Israel, no período bíblico, são as mesmas da Igreja? Em Deuteronômio capítulos 27, 28, 29 temos um compêndio de bênçãos e
maldições físicas ao povo de Deus na antiga aliança. Houve uma promessa divina
de que os descendentes de Abraão possuiriam a Terra da Promessa, mas
para que tais bênçãos fossem efetivadas no decorrer da história, na vida de
cada geração subsequente, foram apresentados os termos da aliança feita no
Sinai. Eles receberam tais promessas materiais, ao mesmo tempo que foram
abundantemente abençoados com a Teocracia, onde Deus governava por meio da Lei
‘mosaica’, ao se instalarem na Terra Prometida, e na subsequente organização da
nação em monarquia.
Porém, esse povo quebrou os termos da aliança,
várias vezes, e foram amaldiçoados consequentemente, inclusive foram deportados
para Babilônia, deixaram de ser Israel de 12 tribos e passaram a ser o povo
Judeu, o Templo destruído, a arca da aliança desapareceu, e com o tempo, até
o ponto de não mais serem um Reino independente, no período de Jesus - e
para piorar, ainda rejeitaram a Jesus como o Messias (Jo 1.11).
As bênçãos
que recebemos agora em vida, não são as mesmas. Elas são em um mesmo nível, mas em uma maior intensidade, na vida
espiritual, com uma percepção e profundidade que o servos fieis de Deus não
recebiam no período do Velho Testamento:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais
em Cristo;” (Ef 1.3).
Ø Que
bênçãos são essas?
a. O Batismo com o Espírito Santo: “De sorte que,
exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” (At 2.33).
b. O testemunho do perdão por confessar: “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados,
e nos purificar de toda a injustiça.” (I Jo 1.9)
c. A consciência intima da bendita reconciliação com
Deus: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela
morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos
pela sua vida.” (Rm 5.10).
d. A superlativa, soberana e santa justificação: “Tendo
sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus
Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos
firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” (Rm 5.1,2).
e. A desejável adoção: “O mesmo Espírito testifica
com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Rm 8.16).
f. A árdua e necessária santificação: “Segui
a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.”
(Hb 12.14).
g. A inegociável presença e habitação de Deus produzindo
Seu fruto em nós: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.
E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.”
(Gl 5.22-25).
h. E promessa imutável da glorificação: “Que
transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso,
segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.”(Rm
8.30).
Prezado leitor, SE tais
bênçãos e promessas não encher o nosso coração de alegria, mui provavelmente, precisamos
de conversão genuína!
“Ora, o
homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas
o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” (1 Coríntios 2:14,15).
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