Embora se
afirme que a Teologia Inclusiva seja “um ramo da teologia tradicional”,
ela é, na verdade, um rompimento com os valores cristãos como ensinados
na Bíblia. Uma vez que está voltada para a “inclusão, prioritariamente,
das categorias socialmente estigmatizadas como os negros, as mulheres e
os homossexuais” (e outras) sem, todavia, anunciar-lhes o arrependimento
e o novo nascimento como condição para a inclusão no Reino, contraria o
ensino do próprio Cristo que iniciou seu ministério terreno com estas
palavras: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus
4:17 - ACF).1
Ao
considerarem a posição cristã conservadora sobre o tema da sexualidade
como “imposição de dogmas infundados e opiniões particulares como regras
universais”, e “imposição de um pensamento ético puritano e castrador”,
em decorrência do que o tema homossexualidade seja supostamente
relegado “aos porões do fazer teológico”, e ao acusarem os teólogos e
expositores cristãos, em sua maioria, de fundamentarem suas
interpretações em duas ou três passagens das Escrituras, os teólogos
inclusivos agem de má fé e se arvoram detentores de uma hermenêutica
acima de qualquer suspeita.2 Não é novidade que todo herege se considere dono da verdade.
O “amor” como única doutrina:
Frases como
“Deus abençoa todas as formas de amor”, “Amor é amor e toda forma de
amar é justa”, “Onde estiver o amor, ali Deus está” etc., são apenas
algumas das afirmações que vemos circular pelas redes sociais e
ambientes onde há propaganda inclusiva.
A Teologia
Inclusiva, ainda que negue, proclama o “amor” como única doutrina. Foi
exatamente o que ensinou um de seus exponentes num sermão em que chega a
afirmar que se alguém é capaz de amar, mesmo que não tenha um
relacionamento com Cristo, mesmo que não creia em Deus, está salvo:
“Quem ama vive a realidade da fé, ainda que não confesse a fé.” Perceba
que não é o arrependimento, não é a conversão, não é a santidade, mas o
“amor” a doutrina elementar do “evangelho inclusivo”. A base bíblica para isso é “Deus é amor” (1 João 4:8b) – como sempre, o texto é pretexto! Daí pegam uma frase de Agostinho, descolam de seu contexto, e com ela propagam seu pilar: “Ama e faz o que quiseres.”3
O “amor”
que ensina a Teologia Inclusiva não vem de Deus, não é o amor ensinado
nas Escrituras, mas é um amor hedonista, que procura conciliar vida
religiosa com prazeres, interesses e pecados. Para suprir esta demanda é
que surgem as chamadas “Igrejas Inclusivas” onde todos são aceitos como
são e estão, sem convite ao arrependimento, onde se ensina que “pecado é
não amar”.
A ressignificação das Escrituras:
Para se
impor como verdadeira, a Teologia Inclusiva trata de ressignificar
textos bíblicos que contrariam seus (des)valores, principalmente os que
condenam práticas homoafetivas. É por isso que defende que as
condenações encontradas no Velho Testamento referem-se às relações
sexuais ligadas aos cultos pagãos, e que por se encontrarem ao lado de
outras proibições como comer sangue ou carne de porco, já perderam a
validade e não necessitam ser guardadas pelos cristãos.4
Pecado é pecado, a Verdade não pode ser relativizada:
John Stott
afirmou: “A tolerância em relação ao mal não é uma virtude. Deus
continua dizendo a seu povo para se santificar.” Sim, Deus continua
dizendo ao seu povo que pecado é pecado, e que todo salvo deve
afastar-se do pecado e buscar crescer em santidade. Deus não muda, sua
Palavra também não, por isso que os valores de seu reino são eternos.
Quando os
teólogos da Teologia Inclusiva relativizam a Bíblia e negam o ensino
tradicional sobre o pecado, eles desafiam o Eterno e Imutável Deus e,
por suas heresias, mudam a verdade em mentira, e criam um “evangelho”
centrado na criatura e não no Criador, que contempla a carne e seus
prazeres ao invés do “andar no espírito” (Gálatas 5:16). Os textos que
seguem são bem explicativos, e ressignificá-los ou relativizá-los é no
mínimo desonesto: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os
adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões,
nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores
herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:10); “Com homem não te
deitarás, como se fosse mulher; abominação é” (Levítico 18:22); “Fujam
da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora
do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio
corpo” (1 Coríntios 6:18); “A vontade de Deus é que vocês sejam
santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba
controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não com a paixão
de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus” (1
Tessalonicenses 4:3-5); “Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria,
os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras
e todos os que amam e praticam a mentira” (Apocalipse 22:15). OBS.:
Bíblia NVI, grifos do autor. Não apenas a homossexualidade, não apenas
os pecados sexuais, mas a pratica de todo e qualquer pecado, se não
houver arrependimento verdadeiro, leva à condenação eterna: “Pois o
salário do pecado é a morte...” (Romanos 6:23) – ocultar este ensino é
artimanha maligna para encher o inferno. Cuidado, os operários do engano
trabalham sem descanso!
Reflita:
Deus não
inclui em seu reino pecadores sem arrependimento, sem novo nascimento e,
portanto, sem natureza transformada, seja ele branco, negro, índio,
pardo, judeu, não judeu, hétero ou homossexual. O quesito para a
salvação ainda é o mesmo, “necessário vos é nascer de novo” (João 3:7), e
todo aquele que passa pela experiência da salvação deve abster-se das
práticas pecaminosas e buscar a santificação: “Nós, que estamos mortos
para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6:2 – ACF). Não há
mensagem mais inclusiva que a do verdadeiro evangelho, que anuncia a
todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam.
O discurso
de amor da “Teologia Inclusiva” tem feito surgir muitos “bons
samaritanos”, porém não tem colaborado no desenvolvimento de um caráter
verdadeiramente cristão naqueles que dizem crer. Esta teologia falha
tentando imprimir nas pessoas a imagem de um cristo preocupado com as
demandas sociais, porém frouxo quanto aos valores eternos da Palavra e
do Reino; um cristo universalista, incapaz de julgar o mundo por sua
Palavra. Se este fosse o Cristo da Bíblia, ele teria falhado naquilo que
ele mesmo ensinou. Mas, o Cristo jamais falha. Então, quem tem falhado?
Aqueles que criaram uma bíblia, uma teologia, um cristo e uma igreja ao
gosto do freguês.
Alguém
poderá perguntar: “A Igreja do Senhor não é inclusiva?” Uma igreja
verdadeiramente inclusiva é aquela que sai ao mundo em busca de
pecadores, sem qualquer distinção, independente de quem e como estão,
levando-lhes a mensagem do arrependimento, e não aquela que crê que eles
podem vir a Cristo e continuar como estão.
Pr. Cleber Montes Moreira
Notas:
1http://teologiaeinclusao.blogspot.com/2011/01/o-que-e-teologia-inclusiva-definicao.html (acessado em 04 de julho de 2018)
2http://teologiainclusiva.blogspot.com (acessado em 04 de julho de 2018)
3https://www.youtube.com/watch?v=7e-Rm3Kq2C4 (acessado em 04 de julho de 2018)
4http://tempora-mores.blogspot.com/2013/06/um-engano-chamado-teologia-inclusiva-ou.html (acessado em 04 de julho de 2018)
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com
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