“Jesus respondeu-lhes
e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos
sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes” (João 6:26)
Numa igreja por onde
passei havia uma irmã muito consagrada ao Senhor, cujo filho gostava de
brincar de ser pastor. Ele apanhava uma vasilha cheia de milho, ia para o
quintal e dava a voz de comando. Assim que as galinhas se reuniam,
lançava os grãos e começava a pregar. Em sua imaginação infantil, cada
uma era um membro de sua igreja, com nome e função. Enquanto havia
milho, havia plateia, no entanto, tão logo o alimento, motivo único da
presença das aves, deixava de ser oferecido, elas se dispersavam e o
“pastor” não tinha mais para quem pregar. Esta brincadeira se repetia
com certa frequência, e os galináceos sempre se comportavam do mesmo
modo: embora algumas palavras lhes fossem dirigidas, sua atenção e
interesse estava no milho e não no que o menino dizia.
Em muitos terreiros
religiosos de nossos dias ocorre o mesmo: alguém que brinca de pastor
atrai galinhas interesseiras com ofertas que contemplam as expectativas
da plateia, e não os propósitos de Deus manifestos em sua Palavra. Para
ter audiência, tem de ter milho, e se ele acabar as galinhas se
dispersam e vão ciscar noutros locais em busca de outros alimentos. Isso
é de sua natureza, não pode ser mudado.
João registra que uma
grande multidão seguia a Jesus por uma motivação equivocada (João 6:2).
Em dado momento essa gente estava faminta e, então, o Filho de Deus
operou mais um de seus milagres: Ele multiplicou cinco pães e dois
peixinhos com os quais alimentou quase cinco mil pessoas, e ainda
sobraram doze cestos cheios de alimento. O resultado foi que, ao verem o
milagre realizado, disseram uns aos outros: “Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo” (João
6:14). Havia interesse em sinais, havia interesse nos milagres, havia
interesse nos pães e peixes, e – para as galinhas – eram estas
maravilhas as evidências que identificavam o profeta que viria ao mundo.
Porém, para a decepção dessa gente, mais adiante Jesus dirá qual é sua
grande oferta à humanidade, e por qual motivo cada um deve ir até Ele.
Foi por causa de seu sermão, considerado muito duro, que o Senhor foi
abandonado por aqueles cujas esperanças foram frustradas (João 6:60).
Galinha ‘pensa’ e age
como galinha. Os salvos, porém, não são como galinhas atraídas pelo
milho, pois sabem que o que verdadeiramente satisfaz o ser humano não
são as ofertas que contemplam suas necessidades e anseios temporais, mas
o Pão que desceu do Céu e dá vida ao mundo. Aqueles que esperam em
Cristo apenas para esta vida são os mais miseráveis de todos (1
Coríntios 15:19), e os que pregam um evangelho de benefícios terrenos
são falsários da Palavra.
Jesus não é como os pastores de galinhas, no seu redil só há ovelhas. Pense nisso!
Pr. Cleber Montes Moreira
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com
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