“Assim, eu lhes digo,
e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na
futilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento
e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão,
devido ao endurecimento dos seus corações.” (Efésios 4:17,18 – NVI).
Um cantor gospel
participa de um evento num terreiro de candomblé. Uma famosa estação de
rádio, dita evangélica, toca uma música cuja letra menciona Maria como
medianeira. Um pastor evangélico participa com um padre, numa igreja
católica, como oficializante numa celebração de casamento (para a Igreja
Romana, um sacramento1). Um evangélico aceita ser padrinho2
de batismo de duas crianças numa cerimônia católica. Um pastor de
jovens posta em redes sociais textos de apologia à Ideologia de Gênero.
Outro pastor, de uma comunidade evangélica, convida um transexual para
pregar em sua igreja. Diante destes e outros fatos, pergunto: O que há
com os evangélicos de hoje? Abandonaram a Bíblia? Se esqueceram de seus
princípios? Estão seguindo um “outro evangelho”? Se renderam ao
ecumenismo que antes reprovavam? Ou, porque se conformaram ao mundo,
adotaram o “politicamente correto”? Talvez por isso há quem diga: “Já
não se fazem evangélicos como antigamente.” Eu concordo.
Houve um tempo em que
ser evangélico era crer no evangelho e praticá-lo. Esta fé capacitava o
crente para reagir contra as heresias, para identificar os falsos
profetas e resisti-los na Palavra. Hoje, infelizmente, nem conhecem a
Palavra de Deus, pois abandonaram-na, ou substituíram-na por alguma
outra “verdade” humana, agradável, sem a exigência de compromisso,
“inclusiva”, regada de “amor” (segundo o entendimento vigente na
sociedade), e passaram a dialogar com outras correntes de fé (segundo um
amigo meu “fezes”) antagônicas aos ensinos de Cristo. Estes “novos
diálogos” abrem conversas que promovem o relativismo das Escrituras, sua
“ressignificação”, sua “reimaginação” e consequente “reinterpretação”, a
partir de perspectivas humanas, dos valores fundamentais da fé cristã.
Esta degradação, num nível ainda mais baixo, acata debates sobre temas
para os quais os evangélicos tinham opinião formada e embasada, tais
como a inspiração, inerrância e autoridade da Bíblia, suficiência e
exclusividade da Obra de Cristo, ecumenismo, aborto, uniões homo
afetivas etc. O subproduto deste sincretismo religioso (e também social e
político) é o que chamo de ‘evangélicos sem o evangelho’. Não é sem
motivo que o crescimento vertiginoso dos evangélicos não tem causado os
impactos esperados na sociedade que prossegue em franca derrocada.
‘Evangélicos sem o
evangelho’, ainda que cultivem algum orgulho religioso, são pessoas
perdidas, desprovidas da experiência de salvação e esperança real em
Cristo. Porque não deram lugar ao Espírito Santo, ainda não conhecem a
virtude do “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”
(Romanos 1:16). Sem Cristo, e sem o evangelho, permanecem (porque são
“gentios”) “obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por
causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus
corações” (Efésios 4:18 – NVI).
Pr. Cleber Montes Moreira
1 Casamentos e batismos são, para a Igreja Católica, sacramentos.
2 Homem
que apresenta alguém (ger. criança) para o batismo ou crisma, com o
compromisso implícito de provê-la do necessário na falta dos pais;
dindo, dindinho.
Fonte: http://ministeriobbereia.blogspot.com
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