O uso do medo no meio evangélico como forma de angariar votos em campanha eleitoral.
O terrorismo é a
forma de coagir as pessoas e de impor sobre elas determinada vontade,
mediante o emprego sistemático do terror. É lamentável a constatação de
que, durante o período das campanhas eleitorais, essa prática repugnante
invade o meio evangélico, com o evidente propósito de cooptar votos do
rebanho para candidatos aliançados com os líderes ou que atendam aos
seus interesses pessoais.
O medo é
a arma utilizada para influenciar as pessoas, através do repetido e
falso argumento de que “estão propondo leis contra as igrejas”, “querem
aprovar leis que vão prejudicar o funcionamento das igrejas”. Ora, nada
nesta terra foi capaz e nem poderá impedir a marcha do Reino de Deus,
enquanto a Igreja aqui permanecer. O próprio Senhor Jesus Cristo foi
quem declarou: "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela;" (Mateus 16.18). E assim, se a Igreja não deve temer o
próprio inferno com todo o seu poderio diabólico, deve temer agora o
poder legislativo? Deve temer as portas de uma casa parlamentar?
Francamente! Fazer terrorismo no meio do rebanho é a atitude mais
hipócrita de quem deveria viver o que prega! É uma grande omissão de
quem deveria proteger as ovelhas dos lobos movidos pela sórdida ganância
na caçada aos votos.
Além
do mais, a aprovação de leis dessa natureza constituiria atentado ao
Estado Democrático. Tais leis afetariam todas as religiões em nosso
país, não apenas os evangélicos. A Constituição Federal estabelece a
seguinte garantia: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”
(artigo 5º, inciso VI). Prescreve ainda a seguinte proibição: “É vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;” (artigo 19, inciso I). Como se vê, não se pode
impedir ou criar embaraços ao funcionamento das igrejas, nem manter com
elas aliança. Deve existir separação entre Estado e as igrejas.
O que
causa maior estrago ao Reino de Deus não são as leis e sim os escândalos
protagonizados por parlamentares eleitos como evangélicos. Eles
deveriam ser a luz da honestidade em meio às trevas da corrupção que
assola o meio político no país: “Assim resplandeça a vossa luz diante
dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso
Pai, que está nos céus” (Mateus 5.16). Infelizmente, muitos
representantes dos evangélicos não têm brilhado nesses últimos dias de
tempos trabalhosos. Pelo contrário, desonraram e envergonharam o nome de
cristão: envolvimento em corrupção e crimes, recebimento de propina,
cassações, renúncias para fugir da cassação e até oração da propina,
afrontando a santidade de Deus. Que frutos, hein!?
A
missão mais sublime da Igreja é anunciar o Evangelho a todos os povos e
ensinar-lhes a guardar tudo quanto o Senhor Jesus tem ordenado. Não é de
sua incumbência escolher representantes políticos, nem angariar votos, e
nem apoiar candidatos a cargos políticos. O seu dever é de instruir o
rebanho em toda a Verdade contida nas Escrituras, orando ao Senhor para
que todos sejam transformados pelo poder da Palavra de Deus. É o que nos
exorta a Bíblia Sagrada: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se
façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos
os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que
tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;
Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer
que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”. (I
Timóteo 2.1-4). Enfim, orar, sem cessar e sempre! Aterrorizar, jamais!
Fonte: http://adielteofilo.blogspot.com
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