Não é de hoje que a igreja brasileira vem se “prostituindo” com a política.
Como uma prostituta de beira de estrada (desculpe a grosseria) muitas
denominações se entregam a partidos políticos em troca de dinheiro para
reformar seus templos ou financiar congressos, uma conferência ou outro evento
qualquer. Isto é uma relação tão promíscua e absurda que certos pastores nem
têm nenhum pudor em entregar seus púlpitos (e seu rebanho) a homens e mulheres
ímpios – alguns até ateus – interessados em favores e regalias que contemplem
suas denominações (o que basta!).
Na época que antecede as eleições começa a “farra
do boi”. A casa de Deus em muitos lugares vira a casa da mãe Joana! Centenas de
púlpitos se transformarão em palanque e tribunas eleitoreiras, onde a demagogia
partidária tomará o lugar e a honra que deveriam ser dadas somente ao Senhor
Jesus.
Sempre achei o fim da picada políticos invadirem os cultos e demais eventos
evangélicos com aquelas máscaras de falsa simpatia e falsa generosidade, quando
em seus corações o que eles veem nem são pessoas, enxergam apenas mais
eleitores, mais votos. Com uma mão pedem a bênção de Deus e com outra recebem a
ajuda do capeta!
Mais horroroso ainda é a atitude patética dos
pastores que lhes entregam os microfones em pleno culto, permitindo que tais
homens ou mulheres cheios de segundas intenções ensaiem rápidos discursos em
tom religioso, citem certos chavões bíblicos ou imitem os crentes com cumprimentos
no bom, batido e besta evangeliquês do tipo “a paz do Senhor irmãos” – haja
paciência para aguentar tanta teatralidade, tanta estupidez.
Outra coisa que acho o fim do fim da picada são os
pastores que dividem o tempo entre o ministério pastoral e cargos políticos.
Isto sim é um dos maiores disparates. Não adianta quererem dar exemplos de
estadistas bíblicos, ou de Martin Luther King, etc., porque isto não cola pra
mim! Na minha humilde opinião se o sujeito quer ser político, que dê adeus ao
púlpito! Quer púlpito, dê adeus à política!... O quê, deputado e pastor?
Senador e bispo? Vereador e apóstolo? Uma vírgula... Coração dividido, isto
sim! Isto não rola e nem cola! Pra mim não! Jesus disse que não se pode servir
a dois senhores e ponto final!
Entendo que é preciso que homens e mulheres
tementes a Deus estejam em posições estratégicas, mas entendo também que há
muitos líderes evangélicos que se corrompem e causam escândalos de proporções
gigantescas, que mais atrasam do que adiantam para a causa do Evangelho.
Atualmente há pastores, missionários, apóstolos, evangelistas, etc., que são
analfabetos políticos, não entendem quase nada dos cargos que ocupam e que são
colocados lá pelos membros de suas denominações, para obterem vantagens e
favores para si mesmos e, quando muito, legislando em prol de suas igrejas ou
criando projetos para batizar ruas com nomes de antepassados crentes ou praças
da Bíblia – desculpe a ironia de novo. No geral vários políticos crentes são
ilustres desconhecidos para as comunidades às quais deveriam servir. São
celebridades anônimas para as pessoas de seus bairros e cidades, conhecidos tão
somente nos quintais de suas igrejas.
Homens e mulheres honestos sabem que não conseguem
conciliar estes dois jugos (dividir tempo entre púlpito e cargo político).
Fonte: http://adielteofilo.blogspot.com
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