Por
durante quarenta dias, Jesus se absteve de comida material para que pudesse
desfrutar ainda mais do banquete espiritual do Pai Celeste. Então, quando já
estava pleno de recursos espirituais, e fortalecido, Deus Pai permite que o
Maligno venha até ele com três grandes tentações – tentações estas que Jesus
certamente já havia enfrentado mais de uma vez e que iria ter que enfrentar
novamente ao longo de seu ministério terrestre. Entretanto, estas não foram
somente tentações a nível individual; eram tentações que dariam a Jesus acesso
às três instituições poderosas de seus dias – a econômica, a religiosa e a política.
A primeira tentação e a Tentação Econômica
que consistia em fazer com que Jesus transformasse pedras em pães (Mt 4:1-4). O
objetivo ia além de saciar sua fome; a tentação era fazer com que Jesus se
tornasse uma espécie de padeiro milagroso que proveria “pão” para as massas
sempre que esta a desejasse no futuro próximo. Mas Jesus sabiamente rejeitou a
ideia de viver somente de pão. “Não
só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que vem da boca de Deus”
(Mt. 4:4). Jesus reitera isso também no Evangelho de João, onde deixa claro que
devemos trabalhar por outro tipo de alimento (Jo 6:26-27).
A
segunda tentação e a Tentação
Religiosa que consistia em fazer com que Jesus pulasse do
pináculo do templo e, ao ser carregado por anjos em queda livre até o solo,
tomasse posse da liderança religiosa de sua época, um verdadeiro espetáculo
tipo “Cirque du
Soleil”. Recebendo assim, uma espécie de aprovação divina publica
dentro dos limites sagrados do templo que certamente lhe garantiriam o apoio
unanime da hierarquia sacerdotal. Mas Jesus discerniu a tentação e confrontou a
corrupção de forma direta a religião institucionalizada – não somente no
deserto como ao longo de seu ministério, não que fosse contra a instituição,
nem ao templo, pois foi o próprio SENHOR que os institui, mas sempre que ela se
tornou idólatra ou oprimia a seus seguidores com doutrinas e fardos de homens
Ele denunciava. Jesus estava consciente de todos os erros religiosos de seu
tempo e os confrontou, assim também devemos fazê-lo (Mateus 23:13-36).
A
terceira e última tentação foi a Tentação
Política, era a promessa de obter “todos os reinos do mundo e
sua gloria e fama” em troca da alma de Jesus (Mat. 4:8-10). Esta tentação
representava a possibilidade de um poder político a nível global – não apenas
por meio da força de exercito de sua época, mas também por meio da fama e
prestígio de se sentar no trono mais alto em influência e status do mundo. Ser
um “George Busch”
em sua época.
Esta
tentação viria ao encontro das perspectivas messiânicas daqueles dias, por um
Salvador que derrubaria a opressão política dos romanos com seus altíssimos
tributos. Mas Jesus sabia que subjugar e oprimir não são a maneira de Deus no
Novo Testamento. Ele rejeitou as três Tentações porque planejava demonstrar um
novo tipo de poder, uma nova maneira de liderar. Servir, sofrer, morrer – estas
eram as formas messiânicas de poder que Jesus se utilizava.
Jesus
Cristo rechaçou a esperança popular judaica por um Messias que se dedicaria a
alimentar os pobres, que usaria seus milagres para ganhar aceitação e que
destronaria regimes opressores. Ele rejeitou as essas Três Tentações: a exploração
econômica, a manipulação religiosa e a opressão política.
É
curioso observar como, ao longo da história, a Igreja sempre sucumbe a pelo
menos uma destas Três Tentações de tempos em tempos.
A
Tentação
Econômica faz com que a Igreja viva unicamente em função de
atender as necessidades dos homens e o Evangelho a “La Carte”. Seu evangelho é
antropocêntrico e minimalista, voltado unicamente para o bem estar do ser
humano, o chamo de Hedo-evangelho (evangelho hedonista). Este evangelho se
manifesta ora por meio da Teologia da Prosperidade ora pelo chamado “evangelho
social”, com a diferença de que a primeira vertente transforma a Igreja em um Show Business e a
segunda em uma militância social meramente humanista. Arrependimento, conversão,
novo nascimento, viver em santidade e a realidade do inferno são temas
raramente falados.
A
Tentação
Religiosa é o espírito da política eclesiástica. Líderes
influenciados por este espírito deixam de lavar os pés dos santos para lamber
botas de seus membros mais abastados, em busca de aceitação, prestígio e
reconhecimento. Pastores que se desviam de seu chamado inicial de servir os
pequeninos e se tornaram “empreendedores do reino”, não sabemos qual reino.
Tornaram-se narcisistas eclesiásticos e amantes da fama. Diferentes da outra
ora princesa Diana, morreriam por não serem fotografados pelos paparazzis da
fé.
A
Tentação Política
faz com que a Igreja troque o pano de saco pelo colarinho branco, se envolvendo
com os poderes deste mundo em troca de favores. Ao invés de influenciar a
sociedade de baixo para cima com demonstrações simples de amor, serviço e
santidade, a Igreja se vende a um partido ou ideologia política na tentativa de
influenciar a sociedade de cima para baixo, por meio de poder e influência
política. A história esta ai para provar que agir assim não traz resultados, o
“sal não salga mais” e a sociedade esta cada vez mais paga. Para mim a igreja
não pode ser apolítica, mas para se manter pura deve ser apartidária. Objetivo
e a implantação do Reino, novos céus e nova terra onde se habitarão a retidão e
justiça para sempre!
Que
Deus nos ajude e nos livre destas Três Tentações é minha humilde oração!
Soli Deo Gloria!
Fonte: www.napec.org
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