Traduzido por Berlirner com permissão, de
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O Tetragrama Hebraico
Em Êxodo 3:15 Deus se designa por um nome, indicado no hebraico original pelas quatro consoantes YHWH (não foram providas vogais no texto). Estas quatro letras como escrito no hebraico é conhecido como o "tetragrama". Hoje nós não estamos seguros de como este nome era pronunciado, entretanto, os estudiosos em Hebraico sugerem "Yahweh" ou "Yaywah." Mais importante que a pronúncia atual do nome, é claro, era seu significado para Moisés e o faraó, como revela o contexto de Êxodo - capítulo três. Adicionalmente, visto que Deus revela que Ele chamou este nome para Si por tempo indefinido (para sempre), precisamos entender seu significado para nós.
As Testemunhas de Jeová, desde 1931, gostam de creditar a si próprias, como tendo uma "bandeira" no mercado com o nome de Deus. Todavia, não foi senão em 1931 que elas incorporaram este nome. Eu estive falando com Joseph Pandolfo em Ohio outro dia, ele tem agora 86 anos. Joseph serviu na sede da Torre de Vigia nos anos 30 e conheceu J. F. Rutherford (o então Presidente), tendo falado com ele em muitas ocasiões. Joseph mencionou uma carta que ele escreveu para Rutherford em 1930 perguntando porquê os "Estudantes de Bíblia" (como eles eram então chamados) não tinham um nome para se distinguirem do resto das igrejas. A carta de Pandolfo nunca foi respondida, mas um ano depois, Rutherford anunciou um novo nome para o grupo, "Testemunhas de Jeová." A intenção de Rutherford era fixar a organização completamente à parte do resto do mundo chamado Cristão.
Porquê a Sociedade Torre de Vigia escolheu a pronúncia "Jeová" para representar o Divino Nome? Aparentemente porque esta forma era a vocalização mais comum do tetragrama (YHWH), sendo usado na versão bíblica King James e por algumas outras. Hoje a Sociedade Torre de Vigia não reivindica que "Jeová" é a forma mais precisa de pronunciar o nome; realmente, não poderia ter sido, pois o som do "J" e "V" é estrangeiro ao idioma hebraico. O argumento da Torre de Vigia consiste principalmente em atacar o desuso do nome. Eles dirigem a crítica nas igrejas por não enfatizar que Deus tem um nome pessoal, e que deveria ser usado regularmente. Isto soa ao iniciado como um argumento contra as igrejas, e as Testemunhas de Jeová raramente são contrárias neste assunto. Neste artigo eu espero refutar alguns dos argumentos da Torre de Vigia como apresentados no folheto lançado em 1984, O Nome Divino Que Durará Para Sempre, como também alguns dos argumentos usados no Apêndice 1A da edição da Nova Referência (1984) da Tradução do Novo Mundo, e a introdução para a Interlinear Grego-Inglês - produzida pela Torre de Vigia.
Alguns estudiosos modernos argumentam contra o uso da expressão "Jeová", enquanto escolhendo Yahweh ou talvez absolutamente nenhuma vocalização do tetragrama, como é hoje o costume dos judeus ortodoxos. Os argumentos dos antigos consistia principalmente em mostrar que "Jeová" não era certamente a pronúncia original, e que "Jeová" foi um termo inventado, ou pelo menos, usado pela primeira vez pelo monge espanhol Raymundus Martini em seu livro "Pugeo Fidei" - no ano 1270 D.C. #1
O argumento posterior é que a fé Judaica é baseada na tradição, sendo o nome considerado muito sagrado para ser pronunciado na conversação comum. De acordo com o Mishnah (ensinos dos Rabinos passados de mãos em mãos durante os séculos) nós lemos: ". . No Templo eles pronunciavam o Nome como foi escrito, mas nas províncias por uma palavra substituída." (Sotah 7, 6) Sanhedrin 7, 5, registros indicam que um blasfemador não era culpado a menos que ele pronunciasse o Nome. Sanhedrin 10, 1, lista que esses que pronunciam o Nome de acordo com suas letras não tem nenhuma parte no mundo vindouro.
O contra-argumento da Sociedade Torre de Vigia que retém um pouco de peso é que não importa como você pronuncie o nome, desde que em cada idioma diferirá a pronúncia deste mesmo nome, às vezes longe do original, mas que você use o nome. O nome "Jesus" é citado como exemplo, como o de "Josué" e "Jeremias" visto que em hebraico estes nomes eram pronunciados como "Yeshua", "Yehoshua" e "Yermiyahu." Eles argumentam que nós não nos recusamos a dizer "Jesus" só porque não foi o modo realmente pronunciado. Eles sustentam que esses que não usam "Jeová" por ser incompatível, estão sendo incoerentes, desde que estes mesmos usam o nome de Jesus. Neste sentido, a argumentação da Torre de Vigia é lógica.
Deste ponto em diante, porém, o departamento de redação da Torre de Vigia procura uma linha estreita de raciocínios, enquanto falhando em não contar a história inteira. Isto será discutido, como também a aproximação deles em relação a tradução da Bíblia. Eu dividirei isto em vários pontos principais, e as citações da Torre de Vigia estarão representadas em negrito itálico. Geralmente, eu começarei cada assunto com uma citação atual da Torre de Vigia, então, em seguida, uma refutação dela.
Significado do Nome
Então é evidente que a pronúncia original do nome de Deus não é conhecida. Nem é isto realmente importante. Se fosse, então o próprio Deus teria tido certeza que foi preservado para nós usarmos. A coisa importante é usar o nome de Deus de acordo com sua pronúncia convencional em nosso próprio idioma. O Nome Divino, pág. 7,
A declaração anterior soa lógica, e as primeiras três orações são os mesmos argumentos usados por estudiosos em idiomas Bíblicos. Mas a história, tanto da tradução da Bíblia como da Igreja no primeiro século, revelam que a última oração é um pensamento próprio da Torre de Vigia. Por ora, consideremos o significado do nome.
Na Tradução do Novo Mundo, Êxodos 3:14, é traduzido assim:
"Então disse Deus a Moisés: MOSTRAREI SER O QUE EU MOSTRAR SER. E acrescentou: "Isto é o que deves dizer aos filhos de Israel, "MOSTRAREI SER" enviou-me a vós."
O Comitê Tradutor da Torre de Vigia estava bem atento que este verso é traduzido pela maioria dos estudiosos respeitáveis como "EU SOU O QUE SOU", e que este verso é usado para apoiar a visão de que Jesus estava reivindicando ser igual a Jeová em João 8:58, quando ele disse em resposta a sua identidade e origem, "EU SOU" (grego: ego eimi). Para evitar todas as possibilidades desta compreensão, a Torre de Vigia tem usado uma forma verbal aproximada.
No Novo Testamento, Jesus e os discípulos recorrem freqüentemente ao nome de Deus. A ênfase na compreensão hebraica não era na pronúncia atual do nome, mas no que o nome implica; sua autoridade e características. O mesmo é verdade em Êxodo 3:13, onde Moisés pergunta para Deus, "Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? - Sim, os Israelitas conheciam o nome de Deus (veja Gen. 26:25, 28:13), pelo menos quanto sua pronúncia. Eles estavam realmente ligados à natureza expressa naquele nome.
Como mostra o Dr. Robert Countess em seu livro, O Novo Testamento das Testemunhas de Jeová - página 26,
"Se as Testemunhas são o povo do nome de Deus, e se o nome dele tivesse sido preservado tanto nos escritos gregos como nos antigos escritos Hebraicos, então seria razoável de se esperar que a pronúncia do nome Dele também tivesse sido preservada."
Mas tal não foi o caso. Melhor, como veremos a seguir, ser "pessoas para Seu nome" (desde a vinda de Cristo) significa levar o nome de JESUS, não o nome "Jeová."
Jesus usou o Nome?
Este é um dos principais apelos da Torre de Vigia
Em certa ocasião, Jesus se levantou em uma sinagoga e leu uma parte do livro de Isaias. A seção que ele leu foi o que nós hoje chamamos de Isaias 61:1,2, onde o nome de Deus aparece mais de uma vez. (Lucas 4:16-21) ele teria recusado pronunciar o nome divino, enquanto substituindo por Senhor ou Deus? claro que não. Isso teria significado seguir a tradição partidária dos líderes religiosos judeus.
Sim, seria muito irracional pensar que Jesus deixou de usar o nome de Deus, especialmente quando ele citou partes das escrituras hebraicas que o continha.
O Nome Divino - págs. 15, 16,
Há pelo menos duas suposições dogmáticas e uma falsa suposição no argumento deles. Em primeiro lugar, eles assumem que o tetragrama estava de fato no texto que Jesus leu. O folheto Nome Divino, e a Kingdom Interlinear, a Bíblia de referência deles, apontam com confiança para mostrar que ALGUMAS das cópias mais antigas da Septuaginta (ou versão dos LXX - a tradução grega do Velho Testamento, usada freqüentemente por Jesus) continha o tetragrama YHWH escrito no manuscrito hebraico onde quer que o Nome acontecesse. Comparado com o grande número de manuscritos que não têm o tetragrama, porém, tais textos são uma minoria. Ademais, simplesmente não há nenhum modo de saber se os rolos que Jesus lia tinha o tetragrama neles ou não. Havia muitos tipos diferentes de traduções em uso no primeiro século. R. Longenecker, no livro dele, "Exegese Bíblica no Período Apostólico" (pág. 66) diz que Jesus:
"às vezes se ocupava na seleção textual entre o aramaico, hebraico e versões gregas daquela época."
Nas páginas 60-61 de seu livro, Longenecker diz relativo às citações atribuídas a Jesus nos evangelhos:
"A grande maioria é da Septuaginta em caráter. . . . Em poucos casos. . . é a leitura da versão dos LXX versus a leitura do texto Masoretico que proporcionava o teor para Jesus."
Visto que a maioria dos textos da Septuaginta disponível hoje não contem nenhum vestígio do tetragrama, a probabilidade é grande que ele freqüentemente tenha citado textos que não continham o tetragrama.
A segunda suposição dogmática é que Jesus citou literalmente dos textos. Mesmo se o tetragrama estivesse naquele manuscrito particular, isso não é nenhuma garantia que ele leu palavra por palavra ou tenha pronunciado o tetragrama.
Por exemplo, considere as palavras de Jesus em Lucas 4:18, onde ele cita Isaias 61:1. Embora geralmente semelhante com a leitura da versão dos LXX (Septuaginta), está em parte contrário da versão dos LXX e o TM (Texto Masorético), e em parte concorda com o TM contra a versão dos LXX. Adicionalmente, Jesus adiciona uma linha de Isaias 58:6 em sua citação. Outra perspectiva interessante está nos escritos de Mateus. A Sociedade tenta desenvolver o ponto que o evangelho de Mateus foi escrito originalmente em hebraico, e como tal, deve ter contido o tetragrama. Ainda, embora as citações de Mateus sejam do Masorético, ou texto hebraico existente, as citações dele das palavras de Jesus são predominantemente da Septuaginta, que provavelmente não continha o tetragrama. Isto indica que Jesus se apoiava na Septuaginta, e talvez até mesmo leu o texto em grego!
A terceira e falsa suposição feita pela Torre de Vigia é que os líderes religiosos teriam tolerado o ensino dele nas sinagogas ou teriam lhe creditado dizendo, "Instrutor, falaste bem", (Lucas 20:37-39) depois de proferir o nome divino. Registros históricos no Mishnah como também Josefo e outras fontes registram os judeus como detestando a percepção para usar o Nome, e certamente não seria tolerado por qualquer um, a um alto preço. Ainda, não permaneceu nenhum registro dos judeus atacando a Jesus por usar o Nome, o que teria sido absolutamente uma das maiores armas deles contra ele. Toda a probabilidade é que ele teria sido jogado para fora da sinagoga e os escribas e fariseus teriam absolutamente recusado a ouvir sua palavra.
Os apóstolos usaram o Nome?
A Sociedade Argumenta:
Os seguidores de Jesus no primeiro século usaram o nome de Deus? Foi-lhes ordenado por Jesus para fazerem discípulos de pessoas de todas as nações. (Mateus 28:19,20) Muitas das pessoas destinadas a ouvirem a pregação não tinham nenhuma concepção do Deus que tinha se revelado aos judeus pelo nome Jeová. Como os cristãos estariam aptos para identificar o verdadeiro Deus a eles? Seria suficiente chamá-lo de Deus ou Senhor? Não. As nações tinham seus próprios deuses e senhores. (1 Cor. 8:5) Como os cristãos poderiam fazer uma diferença clara entre o verdadeiro Deus e o falso? Apenas usando o nome do verdadeiro Deus.
Assim, o discípulo Tiago observou durante uma conferência dos anciãos em Jerusalém: "Simeão tem relatado cabalmente como Deus, pela primeira vez, voltou a sua atenção para as nações, a fim de tirar delas um povo para o seu nome. E com isso concordam as palavras dos profetas, assim como está escrito" (Atos 15:14,15) O apóstolo Pedro, em seu bem conhecido discurso de Pentecostes, pondera sobre uma parte vital da mensagem Cristã quando ele citou as palavras do profeta Joel: " E todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo." Joel 2:32; Atos 2:21.
O apóstolo Paulo não deixa nenhuma dúvida sobre a importância para ele do nome de Deus. Na carta dele aos Romanos, ele cita as mesmas palavras do profeta Joel e encoraja que os cristãos da mesma categoria mostrem a fé deles nessa declaração por sair e pregar sobre o nome de Deus a outros, para que estes, também, pudessem ser salvos. (Romanos 10:13-15) Depois ele escreveu em sua carta à Timóteo: "Todo aquele que menciona o nome de Jeová renuncie à injustiça." (2 Tim. 2:19).
Porém, Jesus e seus seguidores tinham profetizado que a apostasia aconteceria na congregação Cristã. O apóstolo Pedro escreveu: Também haverá falsos profetas entre vós." Estas advertências foram cumpridas. Um dos resultados foi que o nome de Deus foi lançado para segundo plano. Foi removido até mesmo das cópias e traduções da Bíblia! -- O Nome Divino, pág. 16.
Para começar, A Sociedade Torre de Vigia assume que o Deus hebreu não tinha nenhuma reputação entre as nações circunvizinhas. Os judeus eram monoteístas famosos que adoraram um Deus, e o nome Yahweh suplicava sua própria reputação entre as nações que os cercavam. Mas a real pergunta é, que nome estavam usando os cristãos para se identificarem com o nome Yahweh ou Jesus? Não há nenhuma indicação de que os cristãos apostólicos foram chamados de "Povo de Yahweh" ou "Testemunhas de Jeová ", ou que eles até mesmo usaram o Nome. Adicionalmente, eles foram através da providência divina chamados de "Cristãos", o único nome Bíblico que eles podem ser chamados (a expressão "Testemunhas de Yahweh" aplica-se apenas aos judeus na convenção da Lei Mosaica. Ademais, os cristãos são mencionados como se casando com Cristo. (compare Isaias. 54:16 com Efésios. 5:25-27).
Consideremos algumas passagens onde o Velho Testamento está falando de Jeová, e os escritores do Novo Testamento citam e aplicam a Cristo:
[1] Hebreus 1:10 é uma citação da versão dos LXX do Salmo. 102:25. O Salmo está falando inquestionavelmente de Jeová, contudo o escritor de Hebreus aplica a Cristo! Sabendo disto, o comitê da Tradução do Novo Mundo quebrou suas próprias regras e se recusou a inserir o nome "Jeová" em Hebreus 1:10. *2
[2] 1 Pedro 3:14,15 é uma citação de Isaias. 8:12,13, que obviamente contém o tetragrama no texto hebraico e recorre a "santificar a Jeová em nossos corações." Ainda, Pedro parafraseia isto e aplica diretamente a Cristo, enquanto dizendo que nós devemos santificar CRISTO em nossos corações! Novamente, o Comitê Tradutor deles mostrou preconceito não seguindo suas próprias regras. Até mesmo a nota de rodapé na Kingdom Interlinear mostra que muitas das Bíblias hebraicas modernas contem "Jeová" em 1 Pedro 3:15. Mas desde que isso identificaria Cristo com Jeová, o Comitê Tradutor não pôde encarar.
[3] Atos 2:21 é a citação de uma profecia em Joel 2:28-32 que contem o tetragrama no texto hebraico, enquanto dizendo, "Quem invocar o nome de Jeová será salvo." Ainda Pedro cita isto e aplica a Jesus em Atos 2:21, como o verso 38 diz, "E Pedro disse a eles, "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo para o perdão de vossos pecados; e recebereis a dádiva gratuita do espírito santo.' "
Adicionalmente, o nome de Jesus leva grande precedência sobre "Jeová" no Novo Testamento. Só no livro de Atos, note a importância do nome de Cristo, sem menção do nome convencional de Deus:
Homens curaram no Nome - Atos 3:6,16; 4:10,30
Salvação no Nome - Atos 4:12; 10:43; 22:16
Batismo no Nome - Atos 2:38; 8:16
Perdão pelo Nome - Atos 10:43
Ensinando e orando no Nome - Atos 8:12; 4:18; 5:28
Chamando o Nome - Atos 2:21; 9:14,21
Pregando no Nome - 4:17; 9:27,29
Sofrendo pelo nome - Atos9:16; 15:26; 5:41
Suportando o Nome perante as nações - Atos 9:15
Paulo uma vez opôs ao Nome - 26:9
Chamado ou designado pelo Nome - Atos 11:26
Os registros no Novo Testamento mostram que o Nome de Jesus retém importância primária, em lugar do Nome de convenção Jeová. Isto está de acordo com Hebreus 1:1,2 onde é dito que Deus, que nos tempos passados falou por intermédio de profetas, agora está falando pelo Filho; que é a representação exata do Pai (mas não o Pai). Note também outros textos do NT que falam do Nome de Jesus como sendo o nome mais importante que há: Efésios. 1:20,21; Fil. 2:9; 2 Tess. 1:12; 1 Cor. 1:2; Col. 3:17; 1 João 3:23; Revelação. 2:3, 13. Jesus também falou da importância do nome dele em passagens como: Mateus. 7:22; 10:22; 12:15-21; 18:5,20; 19:29; 24:9; 28:19,20 (Apenas citando Mateus).
A história do texto no Novo Testamento revela que foram os cristãos do (1º século) que derrubaram a importância de preservar o nome de Deus constante no Velho Testamento, pois Jesus era o Nome do qual eles estavam preocupados. Isto será discutido a seguir.
Descobertas textuais antigas
Os principais argumentos da Sociedade Torre de Vigia:
Alguns dos fragmentos mais velhos da Versão Septuaginta que de fato existiam nos dias de Jesus sobreviveram até nossos dias, e é notável que o nome pessoal de Deus aparecem neles. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento (Volume 2, página 512) diz: "Recentes descobertas textuais lançam duvidas na idéia que os compiladores da versão dos LXX [Septuaginta] traduziram o tetragrama YHWH por Kyrios (Senhor). Os fragmentos mais velhos da versão dos LXX MSS agora disponíveis para nós tem o tetragrama escrito em caracteres hebraicos no texto grego. Este costume foi retido por tradutores judeus posteriores do Velho Testamento nos primeiros séculos D.C." Então, se Jesus e seus discípulos leram a Bíblia em hebraico ou grego, eles se encontraram com o nome divino.
Então, o professor George Howard, da Universidade de Geórgia - E.U.A, fez este comentário: "Quando a Septuaginta que a igreja do Novo Testamento usou e citou continha a forma hebraica do nome divino, os escritores do Novo Testamento sem nenhuma dúvida incluíram o Tetragrama nas citações deles. (Arqueologia bíblica Revisada, Março de 1978 - página 14) Que autoridade eles teriam tido para fazer de outra forma? - O Nome Divino - pág. 24.
Em algum tempo durante o segundo ou terceiro século E.C os escribas removeram o Tetragrama tanto na Septuaginta quanto nas escrituras Gregas e substituíram com Kyrios, "Senhor" ou Theos, "Deus".
Relativo ao uso do Tetragrama na Bíblia Grego-Cristã, George Howard da Universidade de Geórgia escreveu no Jornal de Literatura Bíblica, Vol. 96 -1977, pág. 63,: Recentes descobertas no Egito e no deserto Judeu nos permitem ver o uso do nome de Deus em primeira mão em tempos pré-Cristãos. Estas descobertas são significantes para estudos do Novo Testamento desde que eles formam uma analogia literária com os documentos Cristãos primitivos e podem explicar como os autores do NT usaram o nome divino. Nas páginas seguintes nós estabeleceremos uma teoria que o nome divino. . . foi escrito originalmente nas citações do NT e alusões para o VT e que com o passar do tempo foi substituído principalmente com o substituto [abreviação para Kyrios, "Senhor"]. Esta remoção do Tetragrama, em nossa visão, criou uma confusão nas mentes dos primitivos cristãos gentios, sobre a relação entre o "Senhor Deus' e o "Senhor Jesus" que é refletido na tradição do MS do próprio texto do NT".
Nós concordamos com o acima, com esta exceção: Nós não consideramos esta visão uma "teoria", melhor, uma apresentação dos fatos da história sobre a transmissão dos manuscritos da Bíblia. - Apêndice - Edição de Referência da Tradução do Novo Mundo, 1984 - pág. 1564.
Em resposta a estas declarações, primeiro temos que considerar que as partes da Septuaginta encontradas que contêm o tetragrama são judaicas, e nenhuma pode ser de origem Cristã. Nós não estamos muito interessados com o que os judeus fizeram, mas o que os cristãos apostólicos fizeram nas traduções deles. C. H. Roberts, em seu livro, "Sociedade, Manuscrito e Convicção no Antigo Cristianismo Egípcio" (pág. 77) afirma:
"Versões existentes da Septuaginta que chegam a nós de fontes judaicas contêm o tetragrama, ao passo que apenas duas cópias da Septuaginta que contêm o tetragrama são possivelmente de uma fonte Cristã." Roberts descreve estas duas fontes Cristãs como "uma forma judaica de Cristianismo (o qual) persistiu em Oxyhynchus, e uma possível explicação destes dois textos excêntricos seria que eles foram o trabalho de escribas Judaico-Cristãos (pág. 34, 57)
Um destes manuscritos mais antigos que a Torre de Vigia e o Novo Dicionário Internacional está se referindo é a tradução feita por Aquila, um apóstata do Cristianismo. Aquila fez referências para se opor aos argumentos dos Cristãos, mas o estilo dele era da exceção em lugar da regra. (veja Nossa Bíblia e os Manuscritos Antigos escritos por Kenyon, pág. 56) Aquila foi incluído nos "tradutores judeus posteriores" referidos no Novo Dicionário Internacional.
Certamente, Jesus e seus discípulos se encontraram ocasionalmente com o tetragrama na leitura deles, mas quando e com que freqüência é apenas suposições. Um argumento efetivo não pode ser feito em especulação a isto, todavia a Torre de Vigia tem tentado.
Relativo ao Professor Howard, a tese dele é simplesmente uma teoria, e ele admite isto como tal. Ele nem mesmo sugere que o tetragrama seja restabelecido ao texto do Novo Testamento em quaisquer de seus escritos. Tais alterações não podem ser feitas por um tradutor honesto, desde que não existe nenhum manuscrito antigo com o tetragrama para tradução.
Quando a Torre de Vigia pergunta: "Que autoridade eles tem para fazer o contrário?", querendo dizer como pôde eles não copiarem o tetragrama, eles ignoram o fato que não havia nenhuma "regra" que a igreja primitiva teve que seguir. Eles simplesmente não pensaram nisto como importante para preservar o tetragrama. Evidências dos escritos Cristãos do primeiro século revelam que os Cristãos substituíram o tetragrama com a própria forma deles de abreviações, chamada de "linguagem sacra" pelos estudiosos de idioma. Estes símbolos podem ter sido produzidos pela igreja de Jerusalém antes de 70 D.C., ou mais recente antes do ano 100. (Lembre-se, a Bíblia como sabemos, não foi canonizada senão muito posteriormente!)
Os estudiosos também nos dizem que não há nenhuma conexão entre a " linguagem sacra" e a prática de traduzir o tetragrama como KYRIOS ou THEOS. Não foi devido a superstição ou tradição, mas melhor, uma conveniência usada pela igreja primitiva. A "linguagem sacra" não era usada não só no tetragrama, mas também nos nomes "Cristo" e "Jesus." Isto foi feito pela própria igreja apostólica, em lugar de no "2º ou 3º século", como afirma dogmaticamente a Torre de Vigia. *3
Em resumo: Os manuscritos Cristãos primitivos usavam formas abreviadas de nomes sagrados, enquanto alguns manuscritos judeus da versão dos LXX retiveram o tetragrama. E desde que o NT é escrito por cristãos para cristãos, o uso da Torre de Vigia dos manuscritos judeus é irrelevante.
Perdendo o ponto
A Sociedade argumenta:
Eventualmente, como vimos anteriormente, o nome foi restabelecido em muitas traduções da Bíblia hebraica. Mas, e sobre a Bíblia grega? Bem, os estudiosos e tradutores que não colocaram o nome de Deus, e algumas partes da Bíblia grego-Cristã são muito difíceis de entender corretamente. Restabelecer o nome é uma grande ajuda, aumentando a claridade e compreensão desta parte da Bíblia inspirada.
Por exemplo, considere as palavras de Paulo aos Romanos, conforme aparecem na Versão Autorizada: "Pois todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo." (Romanos 10:13) Que nome temos que clamar para sermos salvos? Desde que Jesus é mencionado freqüentemente como "Senhor", e as escrituras dizem: "Crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo", Deveríamos concluir que Paulo estava aqui falando sobre Jesus? - Atos 16:31
Não, nós não deveríamos. Uma referência marginal para Romanos 10:13 na Versão Autorizada nos aponta a Joel 2:32 na Bíblia hebraica. Se você checar a referência, verá que Paulo estava de fato citando as palavras de Joel em sua carta aos Romanos e que o que Joel disse no hebraico original foi: "Todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo." (TNM) Sim, Paulo quis dizer aqui que nós deveríamos invocar o nome de Jeová. Conseqüentemente, enquanto tivermos que acreditar em Jesus, nossa salvação está ligada intimamente com a própria apreciação do nome de Deus.
Este exemplo demonstra como a remoção do nome de Deus da Bíblia grega contribuiu para confundir Jesus e Jeová nas mentes de muitos. Indubitavelmente, contribuiu grandemente para o desenvolvimento da doutrina da Trindade! - O Nome Divino - pág. 26.
O Nome do Deus, estava no Velho Testamento como denominação da glória revelada de Deus. Nos dias do Novo Testamento, a glória apareceu na pessoa de Jesus Cristo; e assim a força da igreja estava agora no nome dele. . . . o nome de Jesus Cristo era um tipo de compêndio de confissão da igreja, a força de sua fé, e a âncora de sua esperança. Da mesma maneira que Israel se gloriou antigamente no nome de Jeová, assim a igreja do Novo Testamento encontra sua força no nome de Jesus Cristo.
Este é o ponto essencial que a Torre de Vigia não entendeu, obscurecendo e trazendo inconsistências nas igrejas. Como o fariseus dos dias de Jesus, eles perderam o real Messias!
A Sociedade Torre de Vigia é honesta?
Um tradutor teria o direito de restabelecer o nome, devido ao fato que manuscritos existentes não o contêm? Sim, ele teria esse direito. A maioria dos léxicos gregos reconhecem freqüentemente que a palavra "Deus" na Bíblia se refere a Jeová. Por exemplo, em sua seção debaixo da palavra grega Kyrios, o Léxico grego-inglês do Novo Testamento de Robinson, diz que significa "Deus como o Deus Supremo e soberano do universo, normalmente Jeová na Septuaginta". Conseqüentemente, em lugares onde os escritores da Bíblia gregos-Cristã citam os escritos hebraicos, o tradutor tem o direito para verter a palavra Kyrios como "Jeová" onde quer que o nome divino aparecesse no original hebraico. - O Nome Divino - pág. 26, 27.
Uma tradução que corajosamente restabelece o nome de Deus com boa autoridade é a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Grego-Cristã. Esta versão, atualmente disponível em 11 idiomas modernos, inclusive inglês, restabeleceu o nome de Deus toda vez que uma parte da Bíblia hebraica que o contêm é citada nas Escrituras Gregas. No total, o nome aparece em uma base saudável, 237 vezes na tradução das Escrituras Gregas.
O Nome Divino - pág. 27.
Sobre se um tradutor tem o direito de introduzir algo no Novo Testamento que não pode ser achado em qualquer documento antigo disponível, simplesmente em base de preconceito teológico, eu deixarei esta resposta para Stephen T. Byington, tradutor da "Bíblia no Inglês Vivo", que a Sociedade Torre de Vigia comprou os direitos para imprimir e distribuir esta versão da Bíblia devido a seu uso do nome "Jeová" no Velho Testamento (mas não no Novo). O próprio Byington disse isto na revisão das "Escrituras Grego-Cristãs" da Sociedade Torre de Vigia:
"Se existe necessidade de discutir o ponto de traduzir "o Senhor" onde o grego diz "o Senhor", meu argumento seria que quando Jesus, os apóstolos e os amigos deles pronunciaram um texto do Velho Testamento em voz alta, eles disseram "o Senhor" para Jeová, até mesmo cuidadosamente para uma citação como Marcos 12:29 (o manuscrito recentemente encontrado de Isaias pode ser citado como evidência que o costume de dizer "o Senhor" começou antes do tempo de Cristo, para isto há casos de oscilação entre as leituras de "Jeová" e "o Senhor", e a explicação de tal oscilação é que os dois eram pronunciados semelhantemente), e nós não podemos presumir que os apóstolos escreveram o contrário do que falaram. E reproduzir o original, é o negócio do tradutor." *4
A Torre de Vigia faria bem em atender as palavras de alguém que eles admiram por colocar o nome "Jeová" em sua própria tradução do Velho Testamento. Mas eles atravessam a abertura entre vaidade e desonestidade quando fizeram a declaração que eles restabeleceram o nome de Deus cada vez que uma parte da Bíblia em hebraico que o contêm é citada nos escritos gregos.
Conclusão
Não há simplesmente nenhuma justificativa escolástica para introduzir o tetragrama (muito menos a forma menos acurada "Jeová) no texto do Novo Testamento. A ausência do tetragrama em qualquer manuscrito do NT, nos mais de 13.000 disponíveis, explode os argumentos da Torre de Vigia. Se Deus estivesse tão preocupado sobre a preservação de seu nome convencional, poderia-se razoavelmente perguntar porque não há nenhuma evidência que os apóstolos perpetuaram isto em seus escritos. Ademais, insinuar que o nome "Jeová" é o nome primário que devemos estar interessados, contradiz a ênfase ininterrupta no nome de Jesus, como foi estabelecido. Enquanto o tetragrama não será achado em qualquer manuscrito do Novo Testamento, o nome de Jesus é encontrado mais de 900 vezes.
Os cristãos devem tornar o nome do Pai conhecido, como enfatizou Jesus (Mt. 6:9; João 17:26). Como eles fazem isso? Reconhecendo que Jesus Cristo foi o escolhido pelo Pai para ostentar toda a glória e reputação que cerca aquele Nome (Fil. 2:11), e que a falha em identificar-se com o nome de Jesus causará nossa perda de vida (Atos 4:12).
O motivo do Corpo Governante, como foi e sempre será, é salientar a si próprios como estando separado e distinto das igrejas. Se o assunto é a cruz, feriados, a palavra "igreja", ou o nome "Jeová", o assunto primário sempre se revolve ao redor do espírito sectário deles. Quando você os enfrenta em quaisquer destes assuntos e os refuta passo a passo, eles concedem que o assunto realmente não é tão importante, entretanto, conduzem para uma outra doutrina exclusiva como prova do ser eles as pessoas escolhidas de Deus. Felizmente, muitos, até mesmo na organização, percebem a desonestidade escolástica e descobrem que a manifestação suprema de Jeová está em seu Filho, Jesus Cristo. Até mesmo os Fariseus veneravam grandemente o nome Yahweh, mas não usaram a real chave da vida - o nome de JESUS (João 5:37-40).
Notas de Rodapé
#1 - Desde então, como difundido profusamente no folheto da Torre de Vigia, igrejas no mundo inteiro usaram variações de "Jeová" e ornamentaram suas igrejas e estátuas, e escritos com isto. Estranhamente, não parece os aborrecer que esta prática foi instituída primeiramente através da Cristandade (o objeto de ataque deles) e é usado no mundo inteiro em muitas igrejas Cristãs até hoje..
#2 - A própria Tradução Interlinear do Reino diz na página 18 do prefácio:
"Como um tradutor moderno poderia saber ou determinar quando verter da fórmula grega KYRIOS e THEOS para o nome divino em sua versão? Determinando onde os escritores Cristãos inspirados citaram da Bíblia hebraica. Então ele tem que recorrer ao original para localizar se o nome divino aparece lá."
#3 - [Veja o Manuscrito, Sociedade e Crenças no Primitivo Cristianismo egípcio, C. H. Roberts, p.26-29]
#4 - [O Século Cristão, 9 de Maio de 1951 - pag. 589]
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