do site Testemunha (Cid e Willian)
Doutrinas e Ensinamentos da Organização
A Bíblia, Modo de Vida e Perspectivas
Adoração, a Obra de Pregação e a "Cristandade"
A Saída da Organização
Como autores cristãos da página Testemunha, somos constantemente questionados por diversas Testemunhas de Jeová, ex-membros e pessoas de outras religiões com relação às nossas crenças atuais e às vezes, até mesmo quanto ao nosso modo de vida. Resolvemos, então, criar essa seção contendo as perguntas mais corriqueiras. As respostas pouparão o tempo do leitor e o nosso. Quem tiver algo a comentar, nossos e-mails são: williamgadelha@yahoo.com.br e/ou cidfa@fortalnet.com.br
Não nos parece apropriado, sábio e correto 1) emitir opiniões acerca de doutrinas e ensinos bíblicos como se estivéssemos fundando uma nova religião, oferecendo, por assim dizer, um novo pacote de artigos de fé e 2) nem é nossa intenção apresentar um modo de vida como se este fosse mais uma daquelas receitas mágicas para uma vida feliz. Aprendemos a dura lição com a religião da qual saímos. Ela, igual a muitas outras, não só determina EM QUE seus membros devam crer como também recomenda um modo de vida altamente regulamentado por ela mesma, muito além do que a Bíblia promove. Através do repertório doutrinário de suas publicações, ela afoga seus membros num enorme manancial de normas e limites de conduta, de pensamento e de acesso a informações. As Testemunhas de Jeová não ousam duvidar de nenhum ensino nem podem escolher outro modo de vida que não esteja em TOTAL conformidade com tudo que o conselho central delas, seu Corpo Governante, determina. Tudo tem de vir da fonte que se diz legítima, verdadeira, segura, "sob direção divina".
Ao contrário do que essa organização faz, estimulamos o leitor TJ a ponderar sobre o que escrevemos, deixando que sua responsabilidade perante Deus e sua consciência humana inerente desenhem um código próprio de conduta e de crenças, sejam elas quais forem. A abertura da página Testemunha (http://www.testemunha.com.br/) incentiva essa abordagem ao dizer: "Este é um lugar de reflexão sobre a Palavra de Deus. Ela recomenda: ‘Persisti em examinar se estais na fé, persisti em provar o que vós mesmos sois’". (2 Cor. 13:5). A idéia é que as pessoas, por si mesmas e com a ajuda do Criador, aprendam a desenvolver sua própria relação pessoal com Ele, sem tomar a fé emprestada de alguém ou de algum grupo religioso. Cremos que o Criador ajude a toda pessoa que O procura em seus processos decisórios da vida a fim de que ela faça a vontade Dele, e apenas Dele, evitando assim um julgamento adverso no dia do acerto de contas. Esse é o convite que Ele estende aos seres humanos em Isaías 1:18-20: "Venham cá, vamos discutir este assunto. Os seus pecados os deixaram manchados de vermelho escuro; mas eu os lavarei, e vocês ficarão brancos como a neve, brancos como a lã. Se forem humildes e me obedecerem, vocês comerão o bom que a terra produz. Mas, se forem rebeldes e desobedientes, serão mortos..." (A Bíblia na Linguagem de Hoje). O desejo de acatar esse pedido é pessoal e intransferível.
No mais, resta-nos solicitar que quando alguém quiser defender a organização, faça-o por meio de argumentos razoáveis e provas documentais bem fundamentadas. Pedimos isso porque a maioria das Testemunhas posta e-mails comumente cheios de intimidações vazias do tipo: "arrependam-se para não serem destruídos no Armagedom", "Voltem para a organização de Deus ou sofrerão as conseqüências no Dia do Julgamento", "Como profetizado, vocês são os apóstatas odiosos e por isso, cuidado com a destruição que está chegando! Ainda há tempo para voltar...", "Vocês não têm o que fazer? Ficam aí falando de uma religião que só faz o bem aos outros mas Jeová vai julgar os apóstatas de modo adverso", "O diabo cegou vocês. Abram os olhos enquanto é tempo!", e outras ameaças e expressões de natureza puramente passional, frutos imprestáveis de uma árvore cuja raiz é o fundamentalismo religioso e a mentalidade condenatória, que sempre ganham musculatura devido à obediência cega a sistemas eclesiásticos verticalizados demais como o estabelecido pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová.
Doutrinas e Ensinamentos da Organização (11 perguntas e respostas)
Pergunta 1: "Em que vocês crêem hoje em dia? Se as Testemunhas de Jeová não são a religião verdadeira, qual é então?"
Resposta: Temos uma perspectiva bíblica cristã. Naquilo em que a Bíblia não é explícita, o máximo a que podemos chegar são conjecturas, especulações. Não mais cremos que haja uma "religião verdadeira" mas que os servos fiéis de Deus são tirados de muitas religiões diferentes e que, embora crendo em doutrinas (não essenciais) equivocadas do ponto de vista bíblico, fazem-no muitas vezes por falta de conhecimento e nesse caso, talvez em muitos, "Deus não tomará em conta os tempos de tal ignorância" no Dia do Juízo. (Atos 17:29-31). Eles mantém a crença essencial em Cristo como filho de Deus e no resgate por meio dele. Lemos em Atos 10:34, 35: "Em cada nação, o homem que teme o verdadeiro Deus e faz a sua justiça lhe é aceitável". Em Mateus 28:20, Cristo afirmou que estaria com seus seguidores "até à terminação do sistema de coisas" e as Testemunhas de Jeová, por exemplo, surgiram há pouco mais de um século. Hoje em dia, como não há mais o arranjo de Deus de uma "nação santa" como no antigo Israel, o "povo para o nome de Deus" é tirado de diversas crenças, sem estar organizado em "um só aprisco especial". Para nós, isso não significa que o cristianismo tenha falhado ou deixado de existir; apenas os cristãos não estão em apenas um só grupo exclusivista. Detalhes em:
http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=26
http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=11
Que o leitor TJ, ao invés de fazer a pergunta acima, indague com toda honestidade: "É a religião em que estou, a verdadeira?" Essa, sim, é a grande pergunta!
Pergunta 2: "Vocês se tornaram apóstatas? Se não, por que insistem em falar da organização de Jeová Deus que só faz o bem para as pessoas?"
Resposta: Não nos consideramos apóstatas. Expomos os gravíssimos erros de ensino e práticas legalistas, arbitrárias e coercitivas dessa organização que um dia, infelizmente, também fizemos crescer. Ela, de vários modos, tenta dividir suas culpas com o próprio Criador ao se afirmar, por exemplo, "sob orientação do espírito santo de Deus" ou "sob direção teocrática". Além do mais, ela presunçosamente se auto-afirma "o único canal de comunicação de Deus com os homens" nos dias de hoje. Por que calar-nos diante de tal presunção?
Ela rotula de "apóstatas" os que saem por motivo de consciência porque isso serve para amedrontar seus membros fiéis, aprisionados nas masmorras psicológicas dela, mantendo-os assim, longe de informações que fariam tanta diferença na vida deles.
"Apostatar", biblicamente falando, é negar a Cristo (2 João 9-11) e aos ensinos da própria Bíblia (Romanos 16:17-20 e 2 Pedro 3:15,16), e não aos ensinos particulares de uma religião como a Torre de Vigia, baseada em Brooklyn, NY, EUA. Escrevemos sobre isso em:
http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=29
Pergunta 3: "Vocês hoje crêem na Trindade?"
Resposta: De modo algum, pois nem a palavra nem a idéia estão, de fato, na Bíblia. A maioria das igrejas cristãs consideram isso uma grande apostasia ou heresia e nos reprovam duramente, mas mesmo depois de termos saído da Torre, tendo feito novas pesquisas sobre o assunto e conversado com pastores de diversas denominações, não vimos nenhuma prova concreta da Trindade.
Por exemplo, o Antigo Testamento (Escrituras Hebraicas e Aramaicas) fala de Jesus apenas de modo profético. Se Deus fosse uma trindade, com a vinda de Jesus teria havido uma grande necessidade de explicá-la, já que os judeus não a conheciam; seria uma grande novidade a ser apresentada aos novos adoradores de Deus, os seguidores de Jesus; seria um assunto complexo a ser analisado detidamente. Como não é fácil de ser explicada (alguns até a classificam como um "mistério"), seria de esperar que os escritores do Novo Testamento (Escrituras Gregas) a tivessem abordado em seus escritos, buscando deixá-la bem clara aos discípulos cristãos que os liam. Mas não encontramos isso. Encontramos, sim, muitas passagens bíblicas que mencionam o Pai e o Filho (e que dão muito o que pensar no que se refere à união existente entre ELES DOIS), mas que não incluem o espírito santo (suposta 3ª pessoa da Trindade).
Há textos como João 17:3, palavras do próprio Jesus, que diz: "...que te conheçam, a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (ALA). Primeiro o texto refere-se ao Pai (só ao Pai) como o "único Deus verdadeiro", e depois fala também de Jesus. Alguém nesta passagem é chamado de "único Deus verdadeiro" e este alguém não é Jesus. Está escrito e não pode ser apagado. Qualquer argumento que negue o que diz este versículo é mera interpretação.
Há passagens que dão margem para se considerar o Espírito Santo como uma pessoa, mas não como a 3ª pessoa da Trindade. Cremos que, se de fato existisse uma Trindade, esta não ficaria na dependência de passagens não explícitas das Escrituras, mas seria um dos temas mais importantes e mais esmiuçados pelos escritores inspirados da Bíblia Sagrada. Esta deixa bem claro, por exemplo, que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. Isto é declarado explicitamente, independentemente de interpretações. Dá-se o mesmo com a Trindade? Não. Inúmeras são as passagens que mencionam conjuntamente o Pai e o Filho (nas introduções e encerramentos das epístolas de Paulo, por exemplo), ao passo que a inclusão do Espírito Santo ocorre apenas duas vezes (Atos 28:19 e 2 Coríntios 13:13. No final do capítulo 28 de Mateus, ordena-se o batismo em nome "do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Se houvesse uma passagem bíblica que comprovasse a Trindade esta seria a mais forte. Por que, então, o Espírito Santo seria incluído aqui, tal como se fosse uma pessoa, como são Deus e Jesus, tendo os cristãos de ser batizados em nome destes três? Isto dá muito o que pensar com relação à importância do Espírito Santo. Ao mesmo tempo, porém, 1 João 5:8 afirma: "E três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue e os três são unânimes num só propósito." A conclusão é que o Espírito Santo pode ser uma pessoa, mas não necessariamente, pois o texto citado inclui a água e o sangue como se fossem pessoas, mas a água e o sangue não são pessoas. Também em 1 Timóteo 5:21, Paulo manda "perante Deus, Cristo Jesus e os anjos escolhidos" que se guardem certas coisas. Todos os mencionados aqui são pessoas. Mas entenderia alguém que Deus, Jesus e estes "anjos escolhidos" constituem uma entidade una, em que ninguém é anterior ou posterior, maior ou menor, um "mistério"?
Cita-se também em favor de o Espírito Santo ser Deus, o texto de Atos 5:3, 4: "Então disse Pedro: ‘Ananias, porque encheu Satanás teu coração para que mentisses ao Espírito Santo... Não mentiste aos homens, mas a Deus.’" (ALA) Aqui não diz que o Espírito Santo" é Deus; diz que Ananias "mentiu ao Espírito Santo" e também "mentiu a Deus". É possível que se faça algo em relação a Deus e ao mesmo tempo se faça a mesma coisa a mais alguém? Isto aconteceu no caso de Jesus, em Mateus 25:40, 45 (ALA): "...em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. "Em verdade vos digo que sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer." E diz ainda a Bíblia: "Para obter a glória, enviou-me às nações que vos despojaram, porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho". (Zac. 2:8, ALA) Por estes dois textos vimos que quem fizesse ou deixasse de fazer algo de bom para os "irmãos de Jesus", faziam ou deixavam de fazer ao próprio Jesus. Do mesmo modo, Deus considera que quem atinge "seu povo" atinge também a "menina do seu olho". Por que seria diferente no caso de Atos 5:3, 4, em relação a "mentir a Deus" e "mentir ao Espírito Santo"?
Então, será o Espírito Santo uma "força", como dizem as Testemunhas e alguns outros? Ou uma "pessoa", como quer a maioria das igrejas? Não podemos ter certeza. Tanto num caso como no outro, porém, ainda não é suficiente para que se possa proclamar como certeza a existência de uma "Trindade", tal como formulam as grandes igrejas.
Quanto a quaisquer passagens bíblicas que tratem do Pai e do Filho, estas não provam a Trindade, pois só falam de dois e não de três, e o que a maioria das igrejas ensina é que há três pessoas num só Deus, e não duas pessoas num só Deus.
Não existe, portanto, base para que a crença na Trindade seja uma doutrina básica, fundamental, dessas organizações. Quando muito, poderia ser uma teoria a respeito de Deus.
É importante acrescentar que, além das Testemunhas de Jeová, há outras religiões cristãs que também não crêem na Trindade, como a Igreja Unitária (surgida no século XVIII) e a igreja dos Cristadelfianos (surgida por volta de 1850). Ambas são mais antigas que a Torre de Vigia, e, portanto, anteriores a esta em rejeitar a Trindade.
Pergunta 4: "Vocês comemoram aniversários natalícios e Natal?"
Resposta: Aniversários, sim. Explicamos sobre isso em:
http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=5
Quanto ao Natal, embora essa festa não tenha respaldo bíblico, é uma ocasião que muitos vêem para se aproximar de suas famílias e estreitar laços. Em nosso caso, não temos celebrado o Natal desde nossa saída em out/98. Muitas pessoas que conhecemos sabem que tal celebração NÃO é a data do nascimento de Cristo e muitas nos dizem que a comemoram apenas de modo "cultural", não religioso. Embora nada prove que o nascimento de Jesus tenha se dado em 25 de dezembro (época das festas pagãs, as saturnais romanas), há um registro muito claro de que o nascimento de Cristo foi bastante celebrado pelos anjos nos céus. Em Lucas 2:13,14, lemos: "No mesmo instante apareceu junto com o anjo uma multidão de outros anjos, como se fosse um exército celestial. Eles cantavam hinos de louvor a Deus, dizendo: - Glória a Deus nas maiores alturas do céu!" (A Bíblia na Linguagem de Hoje). Isso se deu no nascimento, sim, mas dos aniversários de Jesus não há registros de celebrações. Se isso fosse realmente importante a Bíblia teria registrado a data exata.
Pergunta 5: "Vocês fazem a comemoração da morte de Cristo?"
Resposta: Sim, uma vez por ano. Fizemos algumas considerações sobre isso em:
http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=56
Pergunta 6: "Vocês acham que a organização está errada em TUDO que ensina?"
Resposta: Não são todas as doutrinas e ensinamentos desse grupo que negam as verdades cristãs, mas as que têm fundamento bíblico são manipuladas pelos interesses da organização.
Além disso, as Testemunhas enfatizam que só é aceitável a Deus a concordância total com tudo aquilo que emana da Torre de Vigia em Brooklyn. Para eles a concordância parcial nada significa. Ensinam corretamente, por exemplo, que Jesus é o Filho de Deus, o Messias que morreu para nos redimir de nossos pecados. Infelizmente, ao mesmo tempo, ensinam que este Messias foi entronizado nos céus em 1914. Se você aceita o primeiro ensino e rejeita o segundo (não-bíblico) é expulso da organização.
Pergunta 7: "A história das Testemunhas de Jeová é cercada de erros e enganos. Como elas lidam com esse passado sombrio?"
Resposta: A história passada das profecias é constantemente "filtrada". A falsa profecia de que o fim do mundo viria em 1914, por exemplo, foi claramente expressa nas publicações da Torre de Vigia de 1879 até o início da Primeira Guerra Mundial. Quando o fim do mundo não ocorreu, disseram que o que fora predito foi o fim dos Tempos dos Gentios, realizado de "modo invisível" nos céus. É algo totalmente subjetivo e sem nenhum suporte bíblico. Mas a absoluta maioria deles crê que isso é verdade e ignora que sua religião é responsável por uma das maiores falsas profecias de todos os tempos.
Pergunta 8: "De todas as gafes históricas, qual a que mais incomoda as Testemunhas de Jeová?"
Resposta: 1914 e 1925 foram sérias mas já ficaram muito para trás, e naquela época o número de adeptos da religião era ínfimo. Portanto, poderíamos chamar de grande gafe histórica a mudança relacionada com a "geração de 1914" pois foi a mais recente e ainda está na memória de muitos. Durante muitas décadas, livros e revistas afirmaram taxativamente que o fim do mundo viria antes de a geração dos que viveram em 1914 se extinguir. Em 1995, tiveram de abolir este ensino. Alguns anciãos chegaram a comentar isso na época. Foi como se o fim do mundo tivesse sido adiado. Os adeptos que esperavam não morrer ficaram muito decepcionados. Como se trata de algo recente, mencionar esse fato é um grande incômodo para elas.
Pergunta 9: "Por que, mesmo diante de todos os erros cometidos pela organização, ela insiste em ser a religião verdadeira?"
Resposta: Primeiro, porque a noção de todos esses erros é permanentemente encoberta por ela. A pesquisa acerca deles é francamente desencorajada. Quando os homens do Corpo Governante abordam esses erros, o fazem de modo disfarçado, e dão a impressão de que foi algo mínimo, atribuído a alguns adeptos precipitados numa determinada época. A liderança da organização nunca é responsabilizada, ficando sempre acima de qualquer suspeita. Por um raciocínio estranho e distorcido, dizem ser "a única religião da terra aprovada por Deus, dirigida e orientada por Ele". Isso não passa de um marketing religioso, pois se existisse realmente "uma religião verdadeira", quem não gostaria de fazer parte dela?
Pergunta 10: "Durante tanto tempo como dirigentes locais (anciãos), nunca tiveram dúvidas sobre a idoneidade do Corpo Governante?"
Resposta: A transmissão dos dogmas da Torre de Vigia é muito bem feita. Apesar disso, havia ensinos que não pareciam bem explicados, e sempre, em todos esses anos, tivemos algumas dúvidas, sim, embora não falássemos delas com ninguém. Uma delas era sobre o ensino de que a volta de Cristo seria invisível.
Pergunta 11: "Vocês não acham que a organização reúne o maior conjunto de verdades bíblicas? Vocês conhecem uma outra religião que ensine ao mesmo tempo que não existe a Trindade, que ensine a não adorar a ídolos e imagens, que os dons espirituais (de cura, por exemplo) não fazem parte do cristianismo atual, que a alma é mortal, que a doutrina do inferno de fogo é mentirosa? Ou que ensine sobre a Ressurreição dos Mortos, que pregue as boas-novas, que fale sobre os propósitos de Deus (paraíso terrestre), que adore a Jeová (IHVH) e honre o nome Dele, etc? Não acham que, mesmo diante dos erros dela, ela é a melhorzinha de todas?"
Resposta: Primeiramente, ninguém deve ficar numa religião por ela ser apenas a "melhorzinha", principalmente quando ela não se declara "a melhorzinha", mas a "religião verdadeira", a "única aprovada por Deus". Nenhuma TJ pode questionar isso publicamente sem sofrer punições "disciplinares", "corretivas".
A revista A Sentinela de novembro de 1952, página 164, diz: "As verdades que havemos de publicar são aquelas que a organização do escravo discreto fornece, não algumas opiniões pessoais contrárias ao que o escravo providenciou como sendo sustento conveniente." Desse modo, ela se afirma transmissora das verdades da organização de Deus e não do "maior conjunto delas".
Quanto aos ensinos e doutrinas particulares da organização versus os de outras religiões, ela tem o conjunto de mais "verdades" que se tornaram mentiras e muitos de seus livros hoje podem ser chamados de "apóstatas" pois contradizem os ensinos atuais. Embora ela diga (The Watchtower, fev. 1881, pág. 188 e "Poderá Viver...", pág. 32, par. 19) "Uma nova luz não contradiz a outra nem a extingue" e que "não pode haver duas verdades quando uma não concorda com a outra. Ou uma ou a outra é verdadeira mas não ambas", ela, ao mesmo tempo, produziu dezenas de "verdades" que hoje não passam de mentiras. Como confiar no tal "conjunto de verdades atuais"? E pior que qualquer outra religião, divulga suas mentiras como bíblicas – causando óbitos e prejudicando pessoas. (Alguns exemplos em: http://www.geocities.com/observa2)
Doutrinas e ensinos distorcidos? O que dizer das especulações proféticas ao longo de toda a história dela? Que ensinos são esses: que seu Corpo Governante é o "escravo fiel e discreto" de Mateus 24:45? Que Jesus reina desde 1914 de modo invisível? Que comemorar aniversários natalícios é errado? Que por vezes proibiu e liberou frações do sangue causando sofrimento e mortes? Luz progressiva ou piscante? Que afirmou por 3 vezes que os habitantes de Sodoma iriam ressuscitar e afirmou o contrário disso 4 vezes? Luz progressiva ou piscante? Que proibiu e liberou o serviço civil alternativo? Que liberou e proibiu e depois liberou transplantes de órgãos causando perdas irreparáveis? Luz progressiva ou piscante? Que proibiu as vacinas de 1931 a 1952? O que dizer do modelo de comissões judicativas, os formulários S-77 E S-79 que são "arquivados" nos Betéis e localmente como se a pessoa estivesse "fichada"? Que apenas 144 mil vão para o céu? E o cumprimento da profecia da parábola das ovelhas e dos cabritos, amplamente alardeada como verdade, e depois mudada? E a geração de 1914 que não passaria (e passou)? E as centenas de aplicações de passagens bíblicas a si própria desde a sua fundação? E a pregação das boas novas com o acréscimo de ensinos não bíblicos (1914, por exemplo) e a obrigação absurda de "relatórios mensais de serviço de campo"? E a volta de Cristo invisível? E a desassociação por discordar de ensinos não bíblicos causando grandes transtornos aos membros por ela afetados? E a incoerente doutrina sobre as transfusões de sangue? E a lista vai bem mais longe. Novamente, como pode o leitor aceitar um enganoso conjunto de "verdades atuais" se amanhã ele poderá se tornar um conjunto de "verdades (ultra)passadas"? Faz sentido tal coisa? O texto de Prov. 4:18 (teoria da "luz progressiva") tem sido muito mal aplicado pois fala de questões morais e de conduta, e não de "ensinos progressivos" (leia do versículo 14 ao 19 e entenderá esse contexto).
A Bíblia, Modo de Vida e Perspectivas
Pergunta 1: "Vocês brincam o Carnaval, vão a festas, etc?"
Resposta: Não brincamos Carnaval mas gostamos de festas em que as pessoas se mantenham sóbrias e felizes, de modo responsável, sem excessos. Sabemos que, do ponto de vista bíblico, não devem existir bebedeiras e falta de bom-senso em ocasiões alegres e festivas. Para nós, o tipo de festa é que faz a diferença.
Pergunta 2: "Por que vocês não questionam a Bíblia também, visto que ela contém coisas muito duvidosas que já causaram, igual à sua ex-religião, tantos danos? Ainda crêem nela como a Palavra de Deus?"
Resposta: Nosso objetivo não é questionar ou combater a Bíblia, e sim questionar e combater a organização Torre de Vigia pelos muitos danos que vem causando às vidas de inúmeras pessoas (incluindo nós mesmos e outros que conhecemos pessoalmente e por meio de contatos).
Reconhecemos que há na Bíblia algumas coisas que não podemos explicar e talvez só venhamos a entender por meio do próprio Deus, caso Ele nos inclua em Seu propósito para os humanos que Ele criou. Como cremos Nele, esperamos um dia vir a entender qual é plenamente a Sua vontade.
Questionar publicamente a Bíblia como a Palavra inspirada de Deus certamente não contribui para aquilo que é nosso objetivo: ajudar as Testemunhas a entender que sua religião não é nada daquilo que apregoa, segundo a Bíblia, livro que elas também aprenderam a acatar como vindo de Deus. Quando elas encontram, de cara, na Internet, artigos de ex-Testemunhas de Jeová que só atacam frontalmente a Bíblia e sua inspiração divina, a maioria se fecha prontamente para todo o assunto, e reage: "Ah, é exatamente como a ‘Sociedade’ diz, esses apóstatas rejeitam totalmente a Palavra de Deus e não querem mais saber da verdade." Isto afasta a maioria dos que acessam informações importantes, impedindo-as de se libertarem de sua religião opressiva.
Se a primeira informação que vimos sobre a chamada "apostasia" na Internet, tivesse sido dessa natureza, jamais teríamos dado atenção a ela. Talvez estivéssemos lá até hoje, fazendo um triste papel de tolos. É algo que não desejamos para ninguém.
Além do mais, a despeito de alguns assuntos complicados que por acaso achemos na Bíblia, pensamos que ela atualmente é um livro que resulta em mais bem do que mal. A maioria das diversas igrejas que afirmam viver segundo ela não é opressiva nem prejudicial. O amor, que é tão enfatizado no Novo Testamento, tem gerado muitas boas obras que beneficiam muita gente. A crença nas promessas da Bíblia, em Deus e em Jesus tem inspirado o espírito de abnegação que moveu muitos a ajudar seus semelhantes, tem servido de consolo a muitos que sofrem, tem dado esperança aos desafortunados, aos pobres, aos doentes, aos idosos. Ela tem refreado a muitos de enveredar pelo mau caminho, ajudado outros a deixar um modo de vida infeliz e destrutivo.
Reconhecemos que no passado as interpretações discordantes da Bíblia, e não o que ela ensina de fato (diferentemente dos ensinos errados da organização), levaram a guerras e derramamento de sangue (cruzadas, inquisição, os conflitos da época da Reforma na Europa), mas isso já ficou para trás, as coisas evoluíram muito desde então. Isso poderíamos estar dizendo de alguns supostos "progressos" que a organização fez, mas ela não pode ser comparada à Bíblia porque não vem de Deus, mas de homens que continuam a perpetuar seus erros como no caso das "frações do sangue" e transfusões.
Neste início de século 21, o saldo da crença na Bíblia é positivo. Portanto, não nos interessa combatê-la (aliás já há muita gente fazendo isso), e sim promovê-la, e também usá-la para livrar nossos ex-companheiros da agridoce ilusão em que vivem. Este é o objetivo que nos empolgará até o fim dos nossos dias.
Pergunta 3: "Vocês acreditam no paraíso terrestre? Que futuro Deus reserva para humanidade?"
Resposta: Se lermos o Novo Testamento (Escrituras Gregas) verificaremos que quase tudo o que ele diz aponta para uma vida eterna nos céus. Começa com Jesus dizendo que prepararia uma morada para seus discípulos (o que inclui todos os cristãos) na casa de Seu Pai (João 14:2, 3); fala também da chamada para cima (Fil. 3:14); da chamada celestial (He. 3:1); da "grande multidão" diante do trono de Deus, que significa o céu (Rev. 7:9). A informação bíblica sobre o paraíso celestial é muito mais abundante que qualquer indicação de um futuro paraíso terrestre. Das três ocorrências bíblicas de um local chamado "paraíso" todos os contextos indicam tratar-se de algo celestial. Em Lucas 23:42, 43, Jesus prometeu ao malfeitor pregado ao seu lado que "estaria com ele no paraíso". Onde é o paraíso no qual Jesus habita, onde ele estaria? No céu. Em 2 Coríntios 12:2-4, Paulo referiu-se ao homem que foi "arrebatado até o terceiro céu", "para o paraíso". Não há indício algum de que falava de algo terrestre. Finalmente, há Revelação 2:7, onde se convida a "comer da árvore da vida que está no paraíso de Deus", que a própria Torre de Vigia admite estar no céu. No entanto, há passagens que dão margem a uma futura vida terrestre. Em Mateus 5:5, por exemplo, diz-se que "os de temperamento brando herdarão a terra". A que exatamente se referia isso? Quando se cumpriria? Como podemos conciliar estas referências à Terra com a informação bíblica mais abundante que fala da ressurreição espiritual e da vida celestial? É possível que a vida na terra seja para os que nascerem após o fim deste sistema terrestre de coisas, algo que estaria escrito nos rolos mencionados em Revelação 20:12? Só Deus tem todas estas respostas.
Pergunta 4: "Para vocês, qual a esperança após a morte?"
Resposta: A Ressurreição de que a Bíblia fala em João 5:25-29, por exemplo. Tal como no caso da pergunta anterior, a Ressurreição é mencionada principalmente no contexto de uma vida celestial e sem restrição com respeito a números. Em parte alguma a Bíblia diz que os ressuscitados para o céu se resumem a 144.000. Veja:
http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=14
Se haverá ressuscitados para uma vida terrestre, temos de esperar para ver.
Pergunta 5: "Vocês são felizes fora da organização? Não ficam preocupados com o Armagedom? E se estiverem errados?"
Resposta: Estamos muito felizes. Nunca fomos tão felizes como desde a saída da organização! Não sabíamos o quanto estávamos aprisionados nos calabouços da "Sociedade" e o quanto significava exercer a liberdade cristã de modo responsável. Os únicos momentos de tristeza são as lembranças de algumas pessoas queridas e sinceras que ainda estão escravizadas à manipulação doutrinária dos homens de Brooklyn, NY, EUA. Não temos dúvida nenhuma de que a organização NÃO é o "canal de comunicação de Deus" e que seu Corpo Governante NÃO está "sob orientação do espírito santo de Deus" ("sob direção teocrática") porque Ele não prejudicaria a vida das pessoas do modo como tem sido. Isso tudo nós temos conferido na Bíblia. Basta que o leitor recorra a algumas das matérias que publicamos em outras seções dessa homepage. Quanto ao Armagedom, não temos com que nos preocupar. É uma promessa bíblica, vem do próprio Deus. Não tem nada a ver com os ensinos insconstantes e equivocados da Torre de Vigia. O Armagedom garante o castigo apenas para pessoas de coração verdadeiramente iníquo mas resultará em bênção para os adoradores fiéis de Deus, e, por isso, nós o aguardamos com positiva ansiedade, venha ele quando vier. (Romanos 8:18-25; Atos 1:7)
Pergunta 5b: "Com base na resposta anterior, vocês consideram que todas as Testemunhas de Jeová NÃO são pessoas realmente felizes?"
Resposta: Esse não é o caso. Não é que as Testemunhas de Jeová não sejam felizes mas o tipo de felicidade que elas usufruem é, em grande parte, "organizacional" assim como muitos outros sentimentos também são muito "organizacionais", como no caso das amizades. E em que sentido a felicidade das Testemunhas é "organizacional"? Ora, a condição para uma Testemunha "teocrática" ser feliz, por exemplo, depende totalmente, do quanto ela faz em "prol do Reino" ou "para Jeová" (leia-se "para organização"). Elas vinculam a felicidade ao completo envolvimento e empenho em prol das diversas atividades da organizacão. Elas sempre associam "ser feliz" com "estar em boa condição espiritual", isto é, "estar trabalhando zelosamente na obra de pregação", que significa: "colocar" muitos livros e revistas, ter muitos estudos "bíblicos", ir a todas as reuniões, congressos e assembléias, fazer "progresso" dentro da congregação, etc. Quando a Testemunha NÃO está plenamente "em dia" com todas essas prescrições "teocráticas", ou seja, quando está "fora do padrão de um cristão fiel" às imposições da Sociedade, uma pesada carga de sentimentos (infundados) de culpa, a sensação de constantes "ameaças à fé" e até mesmo o medo de ser mal visto pelos outros, trazem profunda infelicidade, frustrações e mal-estar emocional. Nesse sentido, a felicidade de uma Testemunha de Jeová "íntegra", está geralmente condicionada à satisfação dos ditames da organização dela. É lamentável que tantos sentimentos se desumanizem entre as Testemunhas por dependerem exclusivamente das demonstrações de zelo para com as obrigações receitadas pela organização delas!
Obviamente, reconhecemos hoje em dia, fora da organização, que a felicidade genuína não depende, em si, da situação religiosa da pessoa mas de muitos outros fatores.
Adoração, a Obra de Pregação e a "Cristandade"
Pergunta 1: "Vocês vêem problemas em assistir a missas ou cultos em outras igrejas? Ou estão todas condenadas?"
Resposta: Não temos achado motivos para procurar outras igrejas e seus diversos cultos. Não temos qualquer vínculo ou afiliação religiosa hoje em dia. Estamos afastados das religiões organizadas e apenas nos reunimos em família para considerações bíblicas. Jesus ensinou em Mateus 18:20: "Onde estiverem 2 ou 3 ajuntados em meu nome, ali estarei eu no meio deles." Cabe a cada um dos que assistem a missas ou a cultos nas diversas igrejas, com base em seu entendimento das Escrituras, tomar sua própria posição. No mais, abstemo-nos de condenar os que o fazem, pois é um julgamento que só a Deus pertence. A "cristandade" condenada pelas Testemunhas também tem seus erros, porém tem desempenhado um papel social com os dois lados, o ruim e o bom. No lado bom, por exemplo, ela tem contribuído para um evangelho de amor em obras que amenizam dores, que faz caridade aos pobres, etc, além de ajudar a tirar pessoas do mau caminho, do suicídio, das drogas, da falta de rumo, etc. Não ousaríamos julgá-la como parte execrável de "Babilônia a Grande, o império da religião falsa" e achamos que dizer isso quando se tem telhado de vidro como a organização Torre de Vigia é sinal de grande arrogância e inominável pretensão.
Pergunta 2: "Como fazem para adorar a Deus? O que dizer da Bíblia quando fala de congregações, pastores, etc?"
Resposta: Que havia congregações no passado, pastores, ministros, etc, isso é fato irrefutável. Está na Bíblia. A questão é: qual é a verdadeira continuadora daquele cristianismo primitivo do modo como ele existiu (Atos 2:44-47)? Onde ela está hoje? Para onde podemos ir em busca dela?
Mais importante ainda: o que dizer dos artigos de fé de uma suposta "continuadora" do cristianismo? Quando Cristo disse: "estarei convosco até a terminação do sistema de coisas", estava ele dizendo que seus seguidores sinceros estariam espalhados por muitas religiões a partir de sua morte no primeiro século? Por que não podem os cristãos estar sendo ajuntados hoje em dia de modo "separado", não debaixo de uma só igreja ou organização religiosa? Por que não a partir de igrejas diferentes e de lares cristãos mundo afora? (Atos 10:34, 35) Para nós, cristianismo é muito mais conduta, atitudes cristãs no dia-a-dia do que templos e cultos. Não somos anti-cultistas mas se procurarmos uma igreja ou religião organizada que ensine tudo 100% de acordo com o que a Bíblia diz, onde a encontraremos? Ademais, seríamos aceitos por alguma delas sem endossarmos TODOS os seus dogmas, só aceitando aqueles com os quais nossa consciência bíblica concordasse? Dificilmente! Quem achar que encontrou tal religião, queira passar-nos a alvissareira boa nova.
Já tendo falado do lado positivo das religiões na resposta à pergunta anterior, podemos agora dizer que o lado negativo delas tem a ver com os intermináveis artigos de fé, o legalismo e autoritarismo que muitas vezes servem muito mais para escravizar e alienar pessoas do que para trazê-las à liberdade cristã, que nada tem a ver com os fardos impostos por homens. (Mateus 11:28-30, Romanos 10:11 e Mateus 23). Não têm as doutrinas humanas de alguns grupos religiosos causado divisões, sectarismos, fundamentalismo, etc, e provocado medos infundados, terrorismo psicológico e tantos outros prejuízos em sentido espiritual e físico? Não invalidam tais coisas a adoração a um Deus de amor (Mateus 15:9 e 1 João 4:8)?
Pergunta 3: "Mas ao dizerem que não têm religião e rejeitar os ‘artigos de fé’ de outras religiões, vocês não estão fazendo exatamente como a organização que presunçosamente as condena? Isso não é orgulho?"
Resposta: Em primeiro lugar, não saímos a condenar as religiões alheias como "destinadas à destruição no Armagedom". Sabemos que em toda religião há ensinos errados e corretos como na própria Torre de Vigia. Novamente, há coisas boas e más, gente ruim e gente boa, a banda saudável e a podre, o joio e o trigo, em qualquer grupo religioso. Portanto, contentamo-nos em fazer o que podemos como cristãos, sem contar "horas de serviço de campo", nem "sair de pioneiros", e assim por diante. Na medida de nossa fé, advogamos a favor da existência de Deus ou do que diz a Palavra Dele em toda ocasião propícia.
Evitamos a mentalidade de condenação das Testemunhas. Quando Testemunhas de Jeová, por exemplo, a gente ouve muito que os membros da "cristandade" não têm um padrão universal de crenças assim como as Testemunhas de Jeová, mas elas têm, sim, artigos de fé básicos "essenciais", de padrão mundial e estão unidos: na fé de que Jesus é o único Salvador, que ele tem divindade, que o espírito santo é Deus e atua na vida deles, que Cristo vem buscá-los, crêem na Bíblia como a Palavra de Deus, etc.
Pergunta 4: "Vocês se julgam melhores do que as Testemunhas de Jeová? Então, por que falam mal delas?"
Resposta: Não falamos mal de pessoas individuais. Expomos como a organização, através de seus ensinos, doutrinas e práticas, estimula sentimentos desumanizantes e orienta seus membros a se afastarem das "pessoas do mundo" e dos que saem de lá por motivo de consciência. Não somos melhores do que qualquer pessoa que esteja buscando fazer "a vontade expressa de Deus". Cometemos erros, é claro, mas tememos a Deus e desejamos cumprir os requisitos Dele apesar dos atropelos da imperfeição humana (Rom. 7:13-25 e Rom. 8:6-8). Não acolhemos, praticamos ou cremos em coisas que, biblicamente falando, não façam sentido para nós. Estamos conscientes de que, por opção pessoal, não mais queremos ser "grandes exemplos de fé" para as pessoas "para que nós mesmos, depois de termos pregado a outros, não venhamos a ser de algum modo reprovados", conforme as palavras de Paulo em 1 Cor. 9:27.
Pergunta 5: "Como realizam a obra de pregação de Mateus 24:14?"
Resposta: Agora mesmo estamos realizando. Ao escrever essas palavras, por exemplo. Sem contar horas de serviço de pregação, sentimo-nos à vontade para falar sobre a Palavra de Deus, os propósitos Dele, o papel de Seu Filho, as obras e ensinos cristãos como a Ressurreição, o Resgate, os princípios, etc. Isso se dá através da Internet, com amigos e conhecidos, vizinhos, etc. O método de pregação de Jesus e de seus apóstolos não se restringia apenas ao "de casa em casa". A própria organização usa "testemunho por telefone", "testemunho informal", "testemunho por carta", etc. Há, inclusive, dados que mostram (Em Busca da Liberdade Cristã, de Raymond Franz) que o rol de membros da organização cresce mais em função do testemunho informal do que pelo trabalho de casa em casa.
Pergunta 6: "Uma coisa é fato, as Testemunhas de Jeová são extremamente persuasivas em seu trabalho de casa em casa. Que tipo de treinamento elas recebem?"
Resposta: Duas reuniões no meio da semana, a Escola do Ministério Teocrático e a Reunião de Serviço, visam treinar adeptos de todas as condições e idades para o trabalho de casa em casa. Isto inclui formas de abordagem, como apresentar os assuntos das revistas A Sentinela e Despertai!, como explicar os temas mais obscuros da doutrina e como rebater as críticas mais comuns feitas à seita. Criam-se cenários de conversas informais, da vida familiar e de locais de trabalho, além de demonstrações de palestras típicas que ocorrem nas portas. No entanto, nenhuma delas está preparada para lidar com alguns questionamentos realmente bíblicos. São proibidas de entrar em tal tipo de conversa. Até mesmo os anciãos mais experientes não têm como explicar certos dogmas sem fundamento bíblico. Se houvesse explicações bíblicas, estaríamos lá até hoje.
Pergunta 7: "Mas parece que essa obra de pregação delas dá resultados. Quais são as estatísticas mundiais sobre o crescimento das Testemunhas de Jeová?"
Resposta: Desde o final dos anos 90, vinha ocorrendo uma desaceleração do crescimento, causado, talvez, pela desilusão da "geração de 1914". Até 2001, na América do Norte, Europa, Japão e Austrália, houve estagnação e até decréscimo. Eles tiraram muito proveito dos ataques terroristas a Nova York, da guerra do Afeganistão e do Iraque e passaram novamente a crescer nas regiões mencionadas. O crescimento tinha sido de 4,4 % em 1997 e caído para 1,7 % em 2001. Depois subiu para 2,8 % em 2002. O último relatório traz um crescimento de 2,2 %. Cremos que o "efeito catástrofe" dos acontecimentos mundiais já está passando e o crescimento pode cair mais nos próximos anos. Além disso, pelo que pesquisamos, algumas outras igrejas também têm crescido tanto quanto as Testemunhas ou mais. O crescimento está longe de ser exclusividade deles.
Pergunta 8: "O que dizer do batismo?"
Resposta: Uma pessoa que aprendeu da Bíblia, vive de modo cristão, pratica o amor cristão e segue os ensinos de Jesus, tendo fé no sacrifício dele, biblicamente pode se batizar e se declarar cristão. O batismo não precisa seguir rituais de uma religião organizada. É uma ocasião simples. Basta que se leiam os relatos em que a Bíblia fala desse assunto e a pessoa se mostre desejosa de aceitar a Cristo como seu salvador, crendo no sangue derramado dele em prol dos pecadores (1 João 1:5-10; Atos 9:36-39).
Pergunta 9: "O que as outras igrejas podem fazer para alcançar as Testemunhas de Jeová?"
Resposta: Já foi dito que as Testemunhas de Jeová vão às casas das pessoas tentar "convertê-las". Seria muito vantajoso aproveitar suas visitas para lhes transmitir a verdadeira boa-nova, que tem a ver com Jesus e com o benefício redentor do seu sangue derramado para a libertação da humanidade e não com tanta auto-recomendação da organização como "arca da salvação" ou uma suposta regência de um punhado de "ungidos" exclusivos da organização que reinarão com Cristo nos céus durante mil anos. Qualquer um que queira ajudar as Testemunhas deve preparar-se com base na farta literatura dela hoje disponível. Abordá-las com amor (que elas acham que as outras religiões não têm), explicar-lhes de modo calmo e paciente, com a Bíblia na mão, o que realmente Deus tem para elas. Elas acham que são instrutores e não aceitam ser ensinadas pelo que consideram ser falso, mesmo antes de ler ou conversar com alguém. Acham que estão com "a verdade". Então, dialogar com elas pode ser feito com ajuda da Bíblia mas baseados principalmente nas publicações da organização pois raciocinam à base delas. Uma vez que essa fonte (a organização) se prove questionável, então tudo será possível.
Todavia, o membro de alguma igreja que se dispuser a transmitir sua mensagem a uma Testemunha deve se certificar de que tudo aquilo que pregar a elas esteja solidamente alicerçado na Bíblia, pois como poderá convencê-la da falsidade de ensinos não-bíblicos se levar-lhe outros ensinos, que embora opostos, sejam igualmente não-bíblicos?
O desafio de aprender o que a Bíblia ensina é grande, pois as Testemunhas de Jeová acham que já sabem toda a verdade bíblica. Humanamente falando, é tarefa muito difícil substituir os dogmas humanos da Torre de Vigia pelo puro conhecimento da Palavra, mas "a Deus todas as coisas são possíveis".
A Saída da Organização
Pergunta 1: "Qual foi o estopim que resultou na saída de vocês da organização?"
Resposta: O fim da "geração de 1914" nos serviu de alerta, mostrou que o Corpo Governante não tinha orientação divina. Se podia estar errado nisso, podia também estar errado em outras coisas. Um dia, pela Internet, soubemos da existência de Raymond Franz, ex-membro do Corpo Governante e ex-Testemunha de Jeová. Lemos toda a história dele: a exposição que faz dos erros de décadas e décadas. Aprofundamos nossas pesquisas e ficamos chocados com a atitude irresponsável da Torre de Vigia no passado, com respeito aos transplantes de órgãos, às vacinas, ao uso médico do sangue, de como vidas humanas se prejudicaram e se perderam. Nós dois entramos em contato com Raymond Franz, já idoso, e ele nos autorizou a traduzir e distribuir seu livro, "Crise de Consciência", no Brasil. Em seguida, pedimos nosso desligamento ao mesmo tempo, junto com alguns familiares. O fato teve ampla repercussão em Fortaleza-Ce e, depois, em todo o Brasil. Nos meses seguintes, outros adeptos que entraram em contato conosco também se dissociaram, inclusive anciãos e servos ministeriais (diáconos).
Pergunta 2a: "Qual é o ‘preço’ para alguém que deixa essa organização religiosa?"
Resposta: Muito alto em diversas áreas. A perda imediata completa das amizades e a destruição quase total dos vínculos familiares. Você se torna um "desconhecido" para aqueles a quem antes chamava de "irmãos", ganha a denominação desprezível de "apóstata" e passa a ser considerado pelas Testemunhas como passível de destruição no Armagedom se não voltar "humilde e arrependido" a sujeitar-se aos preceitos dos homens do Corpo Governante.
Pergunta 2b: "Foi esse o caso de vocês?"
Resposta: Sim. Felizmente, não sofremos tanto quanto muitos que saem porque nossas famílias são grandes e alguns de nossos parentes também saíram da organização. Os que ficaram lá falam conosco apenas o estritamente indispensável e, às vezes, nem isso. Mas o saldo foi positivo. A maior parte de nossas famílias foi preservada, e isso é motivo de alegria. Perdemos boa parte de nossos parentes pois alguns NÃO falam mais conosco. Mas temos motivos de ter esperança com relação a estes entes queridos.
Pergunta 3: "Quando alguém sai de uma empresa por insatisfação, é normal que a atitude seja rejeitar e tentar criticá-la. Encontrei por acaso o site de vocês e o acho ridículo. Vocês não têm o que fazer?"
Resposta: Ao sairmos de uma empresa, temos a possibilidade de continuar falando com nossos anteriores companheiros de trabalho, mantendo as amizades e a cordialidade. Podemos ainda fazer acordos com os "patrões", acordos esses que às vezes incluem tratos comerciais, cavalheirismo, gentilezas e, em alguns casos, até "recompensas", digo, em vários sentidos, não apenas o financeiro. Quando nós mesmos solicitamos a demissão, é-nos dado o direito de explicar o motivo e em muitos casos, mesmo esses patrões "mundanos" podem nos tratar com dignidade e honradez pelo serviço prestado à empresa.
Quão diferente é quando, ao sairmos de uma organização autoritária e legalista como a Torre de Vigia, vemo-nos confrontados com a questão de não haver modo honroso ou digno ao passo que viramos alvos fáceis da tagarelice, da difamação e de calúnias. Todos que resolvem sair dessa organização religiosa por discordar dela, são logo rotulados dos piores nomes e encaixados nas classes mais medonhas e baixas de pessoas: "porcas lavadas que voltam a se revolver no lamaçal", "odiadores do povo de Deus", "filhos do diabo", dentre outros bichos feios e medonhos, além do que biblicamente se constitui a mais grave acusação: "apóstatas". Isso tudo porque simplesmente se discordou de práticas e ensinamentos da organização que alega ter "a verdade", mesmo que não se tenha discordado de um único ensino da Bíblia.
Quanto a "ter o que fazer", temos muito. Temos empregos como professores/educadores. Mas mesmo com tanto trabalho, achamos correto tirar tempo para "coisas espirituais" pois "nem só de pão vive o homem" (Mateus Mat. 4:4, 6:33). As coisas importantes devem sempre ter um lugar em nossas agendas ocupadas, mesmo porque devemos falar contra tudo aquilo que desonre ao Deus de amor de que a Bíblia fala. Gastamos muito tempo de nossas vidas vindicando uma organização humana falha, de modelo totalitário, controlador e impositivo, a Torre de Vigia. Mundo afora, ela segue perpetuando suas normas anticristãs, coercitivas e antibíblicas. Hoje em dia, preferimos expor essas regras antibíblicas e anticristãs como o tratamento covarde aos que saem por motivo de consciência. Veja detalhes em:
http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=61
http://www.testemunha.com.br/conteudo.asp?cod=15
As Testemunhas de Jeová, embora também tenham o que fazer em sentido secular, prestam visitas não-solicitadas às pessoas de outras religiões. Na visão da organização, tais "moradores" estão no "império mundial da religião falsa, babilônia, a grande" e devem ser alertados sobre as "mentiras pregadas pelas religiões". Por que não pode a organização das Testemunhas de Jeová receber escrutínio também? Que direito tem a Torre de Vigia de não querer ser alvo de críticas enquanto seus membros criticam quem sai e mesmo os que estão fora da suposta "arca da salvação"? Por que ela continua a promover um espírito de intolerância às críticas se ela mesma critica as outras religiões de modo intolerante e presunçoso?
Pergunta 4: "Fala-se muito em controle mental das religiões e seitas sobre seus adeptos. Como os senhores vêem esta questão desde a saída de vocês dessa organização? Tornaram-se anti-cultistas?"
Resposta: Vivemos em plena época de cultos e seitas e o controle mental é um fato e este se torna bem real entre as Testemunhas de Jeová. Os discursos dos anciãos, os artigos de A Sentinela e Despertai! repetem, de modo insistente, a posição do Corpo Governante como "escravo fiel e discreto" inquestionável. Tudo isso resulta em amortecer a capacidade de raciocínio das pessoas, deixá-las receptivas para qualquer coisa que se queira, desde que parta da liderança da religião. Essa é uma das formas mais reais que existe de escravidão.
Que a leitura, a divulgação, a escrita e a Internet sejam plenamente usadas como veículos da libertação das mentes, sejam quais forem as seitas a que estejam presas!
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