De acordo com o esquema do livre-arbítrio, o Senhor tem boas intenções, mas precisa aguardar como um servo, a iniciativa de sua criatura, para saber qual é a intenção dela. Deus quer o bem e o faria, mas não pode, por causa de um homem indisposto, o qual não deseja que sejam realizadas as boas coisas de Deus. O que os senhores fazem, senão destronar o Eterno e colocar em seu lugar a criatura caída, o homem ?
Pois, de acordo com essa teoria, o homem aprova, e o que ele aprova
torna-se o seu destino. Tem de existir um destino em algum lugar; ou é
Deus ou é o homem quem decide. Se for Deus Quem decide, então Jeová se
assenta soberano em seu trono de glória, e todas as hostes Lhe obedecem,
e o mundo está seguro. Em caso contrário, os senhores colocam o homem
em posição de dizer: "Eu quero" ou "Eu não quero. Se eu quiser, entro no
céu; se quiser, desprezarei a graça de Deus. Se quiser, conquistarei o
Espírito Santo, pois sou mais forte do que Deus e mais forte que a
onipotência. Se eu decidir, tornarei ineficaz o sangue de Cristo, pois
sou mais poderoso que o sangue, o sangue do próprio Filho de Deus.
Embora Deus estipule Seu propósito, me rirei desse propósito; será o meu
propósito que fará o dEle realizar-se ou não".
Senhores, se isto não é ateísmo, é idolatria; é colocar o homem onde
Deus deveria estar. Eu me retraio, com solene temor e horror, dessa
doutrina que faz a maior das obras de Deus - a salvação do homem -
depender da vontade da criatura, para que se realize ou não. Posso e hei
de me gloriar neste texto da Palavra, em seu mais amplo sentido:
“Assim, pois, não de pende de quem quer ou de quem corre, mas de usar
Deus a sua misericórdia” (Romanos 9:16).
Imagem: Google
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