INTRODUÇÃO:
Conta-se que um sapateiro, ao se converter, teria perguntado Lutero: “o que devo fazer
agora”? Lutero teria respondido: “Faça o melhor sapato que puder e venda-o por
um preço justo”.
Lutero estava ensinando àquele sapateiro que ele agora tinha
“um nome a zelar”: o do Senhor Jesus Cristo. portanto, não podia ser apanhado
em uma situação de desonestidade ou de tirar vantagem em cima das pessoas, para
benefício próprio.
O próprio Lutero, que estava ensinando esse preceito bíblico
da honestidade, tinha esse modelo de vida muito bem claro em sua mente, em seu coração. Essa também era uma
preocupação e uma realidade na vida de Calvino. Veja o que um ateu falou deles,
do trabalho e da influência deles:
“O efeito da Reforma foi o de aumentar em si mesmo, se
comparado à atitude católica, e aumentar de forma poderosamente a ênfase moral
e a sanção religiosa em relação ao trabalho secular organizado no âmbito da
vocação” (WEBER, 2002. p.128).
“O
Deus de Calvino exigia de seus crentes não boas ações isoladas, mas uma vida de
boas ações combinadas em um sistema unificado” (WEBER, 2002. p.91).
Vida reta, honestidade. Não fraudar, não roubar, não querer tirar
vantagem das outras pessoas em benefício próprio. Esse preceitos eram perseguidos por Lutero,
Calvino, pelos puritanos e tantos outros servos de Deus.
“Coube aos puritanos, que se consideravam eleitos, viver a
santificação da vida cotidiana. Pois o caráter sectário – a consciência de ser
minoria e a motivação de ser eleito de Deus – fazia de cada membro dessas
comunidades não mero adepto do rebanho mas, mas um vocacionado que se dedicava
simultaneamente ao aprimoramento ético, intelectual e profissional” (WEBER,
2002. p.21).
Mas esse é um tema que tem sido esquecido pelos crentes hoje
em dia. Há quem diga “que não faz negócio com crente”. A bancada evangélica é
uma vergonha. Os caras desviam dinheiro, roubam e ainda oram ao senhor
agradecendo pelo dinheiro sujo, como foi noticiado há uns dois anos atrás.
Aí você diz “é um absurdo mesmo”.
E as filas que fura? E a balança enganosa? E os desvios de
conduta? E as declarações falsas e ou mentirosas que você pede pra alguém fazer
para beneficiá-lo, de alguma forma? E a compra do ingresso do cinema usando a
carteira de estudante de outra pessoa, para pagar mais barato? E o suborno que,
crente, dá ao policial igualmente corrupto para livrar-se de uma multa? E os
macacos que você, crente, tem em sua energia, para pagar menos? E o jacaré, na
água?
ELUCIDAÇÃO:
O texto que lemos, também trata desse mesmo assunto; acerca
da honestidade que os servos de Deus precisam nutrir em suas vidas, a fim de
glorificarem ao nome do Senhor.
Em sua passagem por Jericó Jesus viu um homem em cima de uma árvore
e resolveu que iria ficar hospedado em sua casa (v.5)
Essa simples atitude de Jesus gerou certa insatisfação entre
os que presenciaram o fato. O texto de diz que “todos murmuraram” (v.7).
Esse homem era Zaqueu. Um dos personagens bíblicos mais
conhecidos, por conta daquela música que nunca mais sairá da nossa cabeça. Ele
era um Publicano. Mas não um simples Publicano; ele era o “maioral dos
Publicanos”, isto é, ele era o “chefe dos agentes de cobrança locais”.
Isso explica o motivo da “murmuração de todos”
Só pra entendermos bem essa questão:
a) Os
Publicanos eram judeus a serviço do império Romano. Em
vários textos da Bíblia essas pessoas eram comparadas aos piores tipos de
gente: “Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não
fazem os publicanos também o mesmo?” (Mateus 5.46). Observe como os
publicanos são vistos com negatividade.
b) As pessoas viam os publicanos uma espécie
de traidores, pois trabalhavam para o império Romano, que
as dominava com violência.
c) Eles cobravam impostos abusivos,
trazendo muitas dificuldades aos Judeus. Isso revoltava o povo trabalhador.
d) Por fim, a maioria
dos publicanos eram corruptos, cobrando além do que era taxado pelo império.
Com isso, muitos publicanos enriqueciam explorando
seu próprio povo e atraindo o ódio deles para si.
Mas
o v.9
nos dá uma informação importante: Zaqueu é convertido a Deus; a graça eficaz de
Deus o alcançou.
Tocado
pelo Espírito Santo, Zaqueu logo identificou que NÃO PODIA CONTINUAR FAZENDO O
QUE SEMPRE FEZ EM SUA VIDA. Ele entendeu que suas PRÁTICAS desonestas eram
absolutamente INCOMATÍVEIS com sua nova vida. Ele resolve então, constrangido
pela LEI MORAL de Deus, gravada no seu coração e no coração de todos os homens,
por isso todos sabem quando SÃO DESONESTOS; QUANDO BURLAM; QUANDO FRAUDAM;
QUANDO ROUBAM, que estão fazendo algo errado, RESOLVE mudar completamente suas
práticas. Vejamos:
Ler V.8
Zaqueu
resolveu não mais DESOBEDECER aos princípios estabelecidos na palavra de Deus;
em sua LEI MORAL, especificamente no 8º mandamento, que é “NÃO FURTARÁS”.
Quero
pensar sobre esses princípios, juntamente com todos. Quero falar sobre:
TEMA: Os princípios da LEI MORAL, do 8º
MANDAMENTO, que nos obrigam a viver uma vida de HONESTIDADE.
O
CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER, na pergunta
99, trata sobre algumas regras que devem ser entendidas para a boa
compreensão da LEI MORAL de Deus. A 4ª regra ensina o seguinte:
Que onde um dever é prescrito, o pecado
contrário é proibido; e onde um pecado é proibido, o dever contrário é
prescrito”.
Dentro
dessa perspectiva analisaremos, seguindo a orientação dessa boa regra de
compreensão da LEI MORAL de Deus:
1ª)
Os DEVERES EXIGIDOS NO 8º MANDAMENTO:
141. Quais são os deveres
exigidos no oitavo mandamento?
Os deveres exigidos no oitavo mandamento são: a verdade, a fidelidade e a justiça nos contratos e no comércio entre os homens, dando a cada um o que lhe é devido, a restituição de bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; a doação e a concessão de empréstimo, livremente, conforme as nossas forças e as necessidades de outrem; a moderação de nossos juízos, vontades e afetos, em relação às riquezas deste mundo; o cuidado e empenho providentes em adquirir, guardar, usar e distribuir aquelas coisas que são necessárias e convenientes para o sustento de nossa natureza, e que condizem com a nossa condição; o meio lícito de vida e a diligência no mesmo; a frugalidade; o impedimento de demandas forenses desnecessárias e fianças, ou outros compromissos semelhantes; e o esforço por todos os modos justos e lícitos para adquirir, preservar e adiantar a riqueza e o estado exterior, tanto de outros como o nosso próprio. Êx23:4,5;Lv6:4,5;25:25;Dt15:7,8,10;22:1-4;Sl 15:2,4; Pv 6:1-5;10:4;11:15;12:27;21:20;27:23,24; Mq 6:8; Zc 8:16; Lc 6:30,38; Jo 6:12; Rm 12:5-8,11;13:7; I Co 6:7; Gl 6:10; Ef 4:28; Fp 2:4; I Tm 5:8;6:8,9,17,18.
Os deveres exigidos no oitavo mandamento são: a verdade, a fidelidade e a justiça nos contratos e no comércio entre os homens, dando a cada um o que lhe é devido, a restituição de bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; a doação e a concessão de empréstimo, livremente, conforme as nossas forças e as necessidades de outrem; a moderação de nossos juízos, vontades e afetos, em relação às riquezas deste mundo; o cuidado e empenho providentes em adquirir, guardar, usar e distribuir aquelas coisas que são necessárias e convenientes para o sustento de nossa natureza, e que condizem com a nossa condição; o meio lícito de vida e a diligência no mesmo; a frugalidade; o impedimento de demandas forenses desnecessárias e fianças, ou outros compromissos semelhantes; e o esforço por todos os modos justos e lícitos para adquirir, preservar e adiantar a riqueza e o estado exterior, tanto de outros como o nosso próprio. Êx23:4,5;Lv6:4,5;25:25;Dt15:7,8,10;22:1-4;Sl 15:2,4; Pv 6:1-5;10:4;11:15;12:27;21:20;27:23,24; Mq 6:8; Zc 8:16; Lc 6:30,38; Jo 6:12; Rm 12:5-8,11;13:7; I Co 6:7; Gl 6:10; Ef 4:28; Fp 2:4; I Tm 5:8;6:8,9,17,18.
2º)
OS PECADOS PROIBIDOS NO 8º MANDAMENTO
142.
Quais são os pecados proibidos no oitavo mandamento?
Os pecados proibidos no oitavo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: o furto, o roubo, o tráfico de seres humanos e a recepção de qualquer coisa furtada; as transações fraudulentas e os pesos e medidas falsos; a remoção de marcos de propriedade, a injustiça e a infidelidade em contratos entre os homens ou em questões de confiabilidade; a opressão, a extorsão, a usura, o suborno, as vexatórias demandas forenses, o cerco injusto de propriedades e a desapropriação; a acumulação de gêneros para encarecer o preço; os meios ilícitos de vida, e todos os outros modos injustos e pecaminosos de tirar ou de reter de nosso próximo aquilo que lhe pertence, ou de nos enriquecer a nós mesmos; a cobiça, a estima e o amor desordenado aos bens mundanos, a desconfiança, a preocupação excessiva e o empenho em obtê-los, guardá-los e usar deles; a inveja diante da prosperidade de outrem; assim como a ociosidade, a prodigalidade, o jogo dissipador e todos os outros modos pelos quais indevidamente prejudicamos o nosso próprio estado exterior; e o ato de defraudar a nós mesmos do devido uso e conforto da posição em que Deus nos colocou. Êx21:16;Lv25:17;Dt12:7;16:14;19:14;Is5:8;33:15;Sl37:21;50:18;62:10;73:3;Pv1:19;3:30;11:1,26;18:9;20:10;21:6,17;23:5,20,21;29:19;29:24;Ez2:12,29;Am 8:5;Mq 2:2;Mt 6:25,34;23:25;Lc 12:15;16:11,12;At 19:19;I Co 6:7;I Jo 2:15,16;3:17; Tg 2:15,16;5:4,9; Ef 4:28; I Tm 1:10;I Ts 4:6; II Ts 3:11.
Os pecados proibidos no oitavo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: o furto, o roubo, o tráfico de seres humanos e a recepção de qualquer coisa furtada; as transações fraudulentas e os pesos e medidas falsos; a remoção de marcos de propriedade, a injustiça e a infidelidade em contratos entre os homens ou em questões de confiabilidade; a opressão, a extorsão, a usura, o suborno, as vexatórias demandas forenses, o cerco injusto de propriedades e a desapropriação; a acumulação de gêneros para encarecer o preço; os meios ilícitos de vida, e todos os outros modos injustos e pecaminosos de tirar ou de reter de nosso próximo aquilo que lhe pertence, ou de nos enriquecer a nós mesmos; a cobiça, a estima e o amor desordenado aos bens mundanos, a desconfiança, a preocupação excessiva e o empenho em obtê-los, guardá-los e usar deles; a inveja diante da prosperidade de outrem; assim como a ociosidade, a prodigalidade, o jogo dissipador e todos os outros modos pelos quais indevidamente prejudicamos o nosso próprio estado exterior; e o ato de defraudar a nós mesmos do devido uso e conforto da posição em que Deus nos colocou. Êx21:16;Lv25:17;Dt12:7;16:14;19:14;Is5:8;33:15;Sl37:21;50:18;62:10;73:3;Pv1:19;3:30;11:1,26;18:9;20:10;21:6,17;23:5,20,21;29:19;29:24;Ez2:12,29;Am 8:5;Mq 2:2;Mt 6:25,34;23:25;Lc 12:15;16:11,12;At 19:19;I Co 6:7;I Jo 2:15,16;3:17; Tg 2:15,16;5:4,9; Ef 4:28; I Tm 1:10;I Ts 4:6; II Ts 3:11.
CONCLUSÃO:
Devemos ter a
mesma atitude positiva que teve Zaqueu de modificar sua vida; de parar de
roubar; parar de ser desonesto. Uma vida que contemple as exigências e as
proibições do oitavo mandamento.
Fonte: https://filosofiacalvinista.blogspot.com
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