Há “adoradores” que insistem em defender e propagar um jugo desigual, a “adoração extravagante”. À luz da Bíblia, adoração só pode ser casada com reverência, prostração, inclinação, humilhação, quebrantamento, etc. Jamais pode ser associada a extravagância, termo que designa excentricidade, estroinice, esquisitice, falta de bom senso, dissipação, malversação, etc. Etimologicamente, o termo vem do latim extravagari e significa “andar errante” (Houaiss).
Jesus afirmou
que os verdadeiros adoradores adoram o Pai “em espírito e em verdade”
(Jo 4.23,24). E é evidente que adorar em espírito e em verdade não
denota adorar a Deus com uma “adoração extravagante”, irreverente, sem
limites. Você sabia que até o Diabo sabe o que significa adoração? Ao
tentar o Senhor, o Maligno lhe disse: “Tudo isto te darei se, prostrado,
me adorares” (Mt 4.9).
Observe que o
Inimigo associou a adoração à prostração. Nesse caso, ele se mostrou
melhor conhecedor do sentido bíblico da adoração do que muitos
“adoradores” da atualidade, os quais chamam de adoração as suas
performances de street dance, funk, forró, balé, coreografia, etc. Ora,
isso nada tem a ver com a verdadeira adoração!
Procure, no
Antigo Testamento, pelo menos um versículo que associe a adoração a Deus
à extravagância. Não há um sequer. Mas há inúmeras referências pelas
quais se comprova que a adoração ao Senhor deve ser, sempre, reverente.
Veja isso no Pentateuco (Gn 24.26; Êx 12.27; 34.8,9), nos Livros
Históricos (2 Cr 20.18; 29.29; Ne 8.6) e nos Livros Poéticos (Jó 1.20;
Sl 95.6).
Alguém poderá
argumentar: “O Antigo Testamento não deve ser considerado. O que vale
para a igreja de hoje é o Novo Testamento”. Veja que incongruência! Os
propagadores da dança extravagante (funk, axé, samba, etc.), para
defenderem as suas invencionices gospel, se apegam a quê? Ao Antigo
Testamento! Isso porque citam, fora de contexto, as danças patrióticas
de Miriã e Davi, além dos Salmos 149 e 150. Entretanto, ignoram o fato
de Davi e Asafe jamais terem chamado dançarinos e coreógrafos para o
louvor do Senhor, bem como fingem que não veem os vários textos
veterotestamentários que associam a adoração à reverência.
Bem, se o
Antigo Testamento não convence os “adoradores extravagantes” de que eles
estão equivocados, então vejamos o que nos ensina o Novo Testamento. Em
Mateus 2.11, não está escrito que os magos do Oriente entraram dançando
na casa onde o menino Jesus estava. Mateus afirmou que eles, “entrando
na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o
adoraram”. Não houve nenhuma dança! Os magos não eram “adoradores
extravagantes”. Eles eram adoradores reverentes!
Em 1 Coríntios
14.25, no capítulo do Novo Testamento em que é abordado o culto a Deus, o
apóstolo Paulo — depois de transmitir importantes instruções visando a
decência e ordem (v.40), e não a extravagância e desordem — afirma o
seguinte: “Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim,
lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está
verdadeiramente entre vós”. Paulo se referiu ao visitante descrente que
entra na casa do Senhor para assistir a um culto. Mais uma vez a Palavra
de Deus associa adoração a prostração, e não a danças e música
frenética.
O que eu acho
bastante curioso é que muitos “adoradores extravagantes” afirmam que
estão ensaiando na terra para adorar no céu... Meu Deus, tem
misericórdia dos que não sabem o que dizem!
Quer saber como
será a adoração no céu? Leia com atenção o livro de Apocalipse. Veja,
especialmente, os capítulos 4, 5, 7 e 19. Em todos eles vemos que não
haverá espaço para a famigerada “adoração extravagante” na presença do
Senhor!
A “adoração
extravagante” pode satisfazer a carne, alegrar a geração gospel, encher
igrejas lideradas por propagadores do evangelho-show, etc. Mas no céu
ela não terá lugar! Deus revelou ao apóstolo João que, ali, todos se
prostrarão diante do que estiver “assentado sobre o trono”, a fim de
adorar “o que vive para todo sempre” (Ap 4.10; 5.14).
João viu que
“todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro
animais; e prostraram-se diante do trono sobre seu rosto e adoraram a
Deus” (7.11). Sabemos que as palavras de louvor e adoração que os
verdadeiros adoradores pronunciam, hoje, continuarão a ser ditas diante
do trono de Deus e do Cordeiro.
Ali, não haverá
— repito — lugar para extravagâncias e irreverências: “E os vinte e
quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus,
assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! E saiu uma voz do trono, que
dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o
temeis, tanto pequenos como grandes” (Ap 19.4,5).
Quantos podem dizer “Amém! Aleluia!”?
Ciro Sanches Zibordi
Fonte: [Blog do Ciro]
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