sábado, 12 de junho de 2021

SOBRE OS ELEITOS DE DEUS SUICIDAREM


Esse assunto é muito difícil, especialmente porque a raiz arminiana é muito forte, ou seja, a salvação pelas obras grita no argumento que diz: “Alguém que vive na plenitude da comunhão com Cristo jamais cometerá suicídio”. Explico.


Para o arminianismo, pelagianismo, semipelagianismo e outras correntes doutrinárias que entendem que a salvação acontece TAMBÉM mediante o esforço humano, é impossível que alguém que tenha cometido suicídio alcance a salvação. Para o Calvinismo, é possível que um regenerado e salvo cometa suicídio porque a base da nossa salvação é a Graça de Deus.

 

Primeiramente, quero dizer que o único pecado imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito Santo. O suicídio e nenhum outro pecado, é imperdoável. Mesmo que se entenda o suicídio como “homicídio de si mesmo”, e que a Bíblia diz que os homicidas não herdarão o Reino de Deus, vale lembrar que a Bíblia está falando daqueles que continuam na prática do pecado, e não daqueles que um dia cometeram esses pecados, mas os abandonaram depois de convertidos. Vejam 1Coríntios 6.

 

O eleito que suicidou-se (e qualquer outro suicida) não se arrependeu de seu suicídio por motivos óbvios – falta de tempo. Mas, é o arrependimento a base da nossa salvação? Não. O arrependimento é resultado da nossa salvação. A base da nossa salvação é a Graça de Deus em escolher-nos. “Ah, pastor. Mas se o arrependimento é resultado da nossa salvação, o suicida não pode mostra-lo, e assim sendo, ele não é salvo”. Será que todos os salvos têm tempo antes da morte de pedirem perdão a Deus? Com certeza, não. Os pecados que eles cometeram e não tiveram tempo de confessa-los são diferentes (menos culpáveis) diante de Deus do que o suicídio? Com certeza, não. Foi pensando que há necessidade de pedir perdão a Deus até o último momento de vida, que o catolicismo inventou a “extrema unção”, para que as pessoas possam receber o perdão divino, e na possibilidade de alguém não ter conseguido se confessar em vida, vêm as missas em favor dos mortos para que a passagem deles pelo purgatório seja abreviada. Quão distante do Evangelho da Graça de Deus tudo isso está!

 

Por fim quero deixar bem claro que não estou aqui levantando a bandeira pró suicídio e muito menos estimulando-o.


Observem que o meu argumento o tempo todo é TEOLÓGICO e não antropológico. Só quero aqui não ir além do que a Bíblia diz.

 

Fonte: http://www.noutesia.com.br

Imagem: Google

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