Após
à vigorosa ascensão do pentecostalismo, as últimas décadas assistiram ao
surgimento de um novo movimento, conhecido como neopentecostalismo.
Apesar
de recente, este fenômeno religioso logo se fortaleceu ao reinterpretar o
evangelho de Cristo de maneira triunfalista, desprezando doutrinas bíblicas
capitais, como a soberania
de Deus e o sofrimento
do justo, em detrimento de uma busca obsessiva pela saúde e sucesso financeiro.
Uma panacéia teológica aglutina “visões” extravagantes, interpretações bíblicas
arbitrárias, mitos e filosofias pagãs que ameaçam os fundamentos da verdadeira
fé e requerem uma resposta urgente, precisa – e, sobretudo, ortodoxa.
Embora pareça, à primeira
vista, convincente – e até fascinante – este “novo evangelho” vem obstruindo a
compreensão da verdade e ludibriando suas vítimas, levando-as a trocar a graça
redentora do Cristo Vivo por ensinos heréticos.
Pare de Sofrer!
Não
deixando ser manipulado, não deixe que outros pensem por você. Pense não como
sua igreja, mas como a Bíblia ensina. Adorando a Deus com uma fé sadia não
existe a crucificação do intelecto! – 2 Tm 4:3; 2 Pd
2:1-3,13-15,17-19; 2 Pd 3:16,17; MT 7:15,18
“Quem poupa o lobo, sacrifica a
ovelha”.
At 20:29
“Há pessoas que são tão pobres, mas
tão pobres, que só tem dinheiro”
Pedro Lara
O Evangelho nos Últimos Dias – Você gosta de
dinheiro?
Ao
menos normalmente, a resposta a esta pergunta seria um sonoro “sim”. Todavia,
se a reformulássemos para: “Você gosta de dinheiro falso?” Provavelmente
ouviríamos algo diferente. Por mais que as pessoas afirmem não gostar da
mentira, a verdade é que milhões são enredados por ela, todos os dias.
Políticos inescrupulosos manipulam massas de incautos com dados e promessas
falaciosas; e uma mídia cada vez mais parcial e tendenciosa cria e impõe
estereótipos, transformando o vício em entretenimento e ridicularizando os valores
morais. Antigos conceitos do falido positivismo ganham nova roupagem nos
célebres livros de auto-ajuda e a astrologia prossegue engodando suas vítimas
com horóscopos cujas predições oscilam entre o óbvio e o ambíguo. As
instituições, criadas para promover a justiça e o bem-estar social, acham-se
carcomidas pela corrupção; estranhas e variadas propostas religiosas se
alastram, conquistando adeptos em todas as camadas da sociedade com ensinos que
reproduzem e adaptam diversas crendices milenares. Vivemos num mundo permeado
pelas mais diversas formas de mentira – já mencionada por uma proeminente
revista brasileira como “um indispensável apaziguador social”.
Alguns
ramos da ciência também viram sua credibilidade arranhada pela mentira.
Recentemente, a Coréia do Sul descobriu que um de seus mais cultuados
cientistas manipulava e forjava os resultados de pesquisas genéticas, enquanto
arqueólogos e paleontólogos anunciam descobertas controversas e postulam
teorias inconsistentes. A despeito da histórica visibilidade e aceitação, a
Evolução das Espécies, do naturalista Charles Darwin, jamais foi
satisfatoriamente comprovada e, mesmo assim, é ensinada como se fosse uma
incontestável verdade. O interesse pela psicoterapia é cada vez maior – assim
como os exorbitantes honorários de seus profissionais – apesar de muitos de
seus métodos carecerem de base ou credibilidade científicas que justifiquem sua
aplicação. Ainda assim, lamentavelmente, milhões de cristãos continuam – e
continuarão – frequentando o consultório dos terapeutas ao invés de buscarem o
aconselhamento pastoral ou recorrerem à oração para superarem seus problemas
espirituais.
Sigmund
Freud e Karl Gustav Jung, principais mentores da psicoterapia, mantinham
condutas, no mínimo, indignas. O aclamado “pai da psicanálise” foi um ateu e
viciado em cocaína que desejava sexualmente sua própria mãe, enquanto Jung
acreditava conversar com um demônio. Ainda assim, em lugar de conhecerem melhor
a Deus através de seu sofrimento, alguns julgam consegui-lo através das teorias
estabelecidas por estes estudiosos. Tais atitudes, entretanto, representam uma
preocupante tendência do Cristianismo contemporâneo: o sincretismo – entendido
como um sistema filosófico capaz de conciliar vários (e divergentes) princípios
doutrinários.
Pregando
o fim das animosidades e o reconhecimento dos chamados “pontos de vista comuns
a todas as religiões”, os defensores do sincretismo não vêem qualquer problema
na mistura entre concepções cristãs e pagãs, o que gerou o polêmico ecumenismo.
Foi
assim que a – outrora condenada, e agora, tolerada – relação com a maçonaria se
fortaleceu. Mas, será mesmo possível unir conceitos tão antagônicos? Será mesmo
coerente um cristão professo admitir, durante a cerimônia de sua iniciação nesta
influente sociedade secreta, que “está nas trevas?” A Bíblia, por outro lado,
nos adverte sobre a nefasta atuação dos falsos mestres que, nos últimos tempos,
enganariam as ovelhas de Deus (At. 20.29,30; I Tm 4:1), apresentando-se,
cinicamente, como ministros da justiça, quando, na verdade não passam de
mensageiros de Satanás (2 Co 11:15). E, embora nosso amado Jesus tivesse nos
alertado sobre estes e outros impostores (MT 7:15; 2 Pe 2:1-3), é inevitável
constatar que milhões de cristãos continuarão depositando sua vida eterna nas
mãos de homens deste quilate. São homens que aprovam o aborto e se dizem
conhecedores da Bíblia, ensinam o povo a quebrar maldições familiares,
contrariando a Bíblia (Sl 91:10; 2 Cor. 5:17) e há aqueles que ensinam como
você ficar revoltado para conseguir as bênçãos de Deus, mas tudo isto é outra
coisa a não ser misticismo e apostasia (Mt 24:11; 1 Tm. 4.1).
Reino de Deus ou de Mamom? O Evangelho da
Prosperidade
Um
dos maiores cavalos de Tróia para a Igreja é esta herética teologia
egocêntrica, chamada teologia da prosperidade. Milhões de cristãos em todo o
mundo estão aprendendo a “exigir seus direitos”, através destes ensinos e ainda
reivindicam saúde, prosperidade e sucesso total. Acreditam-se praticamente
invulneráveis a qualquer sofrimento e aprendem que não podem sequer admitir sua
possibilidade. Palavras de ordem, supostamente dotadas de autoridade são
utilizadas reiteradamente: “Está amarrado!” – e magicamente as artimanhas
satânicas são prontamente bloqueadas e banidas. “Eu profetizo!” – e as bênçãos
ou vitórias esperadas se concretizam. “Eu rejeito esta enfermidade!”. “Eu não
estou doente. Satanás está tentando me enganar, pois Jesus já levou todas as minhas
enfermidades na cruz do Calvário!” “Tenho direito bíblico à prosperidade!” “Eu
determino!” “Sou um deus!” Frases como estas estão se tornando cada vez mais
comuns. Serão mesmo verdadeiras? Por que os apóstolos de Cristo se omitiriam
acerca de tais “direitos?” E quanto aos Pais da Igreja? Por que deixariam de
nos transmitir tão relevante ensino a respeito da autoridade do crente?
Parte
dos “portadores” deste “evangelho” são renomados e bem-sucedidos. Sua
influência cresce a cada dia. Artigos, livros, jornais, programas de televisão,
sites, campanhas concorridíssimas ao redor do mundo, seminários teológicos,
simpósios, conferências, Bíblias de estudo dedicadas ao tema, e outros tantos
recursos publicitários ou tecnológicos asseguram aos cristãos e seus líderes o
“direito” de reivindicarem as bênçãos judaicas do Antigo Testamento para a
Igreja Cristã. Através de manobras interpretativas, promessas concedidas
exclusivamente a Israel
passam a “pertencer” à Igreja, sem muito esforço. Embora reconheçamos que a
história hebraica revele forte ligação entre a obediência e a promessa de que a
terra produziria boas colheitas e riquezas, não devemos supor que tal ligação
persista, pela simples razão de que Deus, nesta era, já não trabalha com um
povo restrito a uma nação geográfica. Ao contrário: Ele preferiu escolher um
povo para proclamar seu nome que fosse proveniente de todas as nações do mundo,
formando um novo corpo, conhecido como Igreja.
No
Novo testamento, as promessas de bênçãos espirituais são dadas aos que
permanecem fiéis ao Senhor, mas
inexistem promessas de riquezas ou saúde. A realidade cristã inclui
perseguições e provações, tais como as que próprio Cristo experimentou (Fil.3:8-10;
4:11,12, Rm 12:12,14,Hb 11:35-37,I Pe2:19;3:14, II Tm. 3:12).
Lastimavelmente,
muitos cristãos ainda não compreenderam que Deus pode usar os problemas da vida
para moldá-los à imagem de Cristo. Desconsiderando essas importantes
distinções, os pregadores da Teologia
da Prosperidade levam seus seguidores a “barganharem” – ou,
ainda a “desafiarem” Deus a abençoá-los mediante uma grande oferta, quase
sempre definida como “semente” ou “sinal de fé”. Aos contestadores desta
“teologia” é dito: “Quem é você para dizer o que
Deus pode ou não
fazer?” A questão, porém,
não é o que Deus pode
ou não fazer; e sim, se Ele prometeu algo, e se
temos o direito de insistir para que se cumpra tal promessa.
Joyce
Meyer, famosa conferencista internacional, afirma: “A Bíblia inteira realmente tem
uma só mensagem: ‘obedeçam-me, fazendo o que eu ordenar, e então serão
abençoados’”. Será esta uma justa síntese da mensagem
bíblica? E quanto às mensagens da cruz, do arrependimento e do amor ao próximo?
Aos Gálatas, Paulo diz (5:14): “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra,
nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Meyer, assim como Kenneth Hagin,
Hagin Jr., Benny Hinn, Oral Roberts, T.L. Osborn e outros ensinam que Jesus não
efetuou na cruz a completa reparação dos nossos pecados, conforme a Bíblia o
faz. Para eles, Jesus precisou ir ao inferno para ser atormentado durante três
dias, a fim de completar a redenção da humanidade. (“The Most Important Decision
You Will Ever Make: A Complete And Thorough Understanding of What It Means To
Be Born Again”, 1991, páginas 35-36 do original de Joyce Meyer). Em
“que” ou “em quem” devemos crer? Tomando por base a atitude dos bereanos, que
submeteram os ensinos de Paulo à autoridade das Escrituras (At.17:11), devemos
analisar se estas e outras declarações merecem credibilidade. Consideremos as
seguintes passagens: MT. 6:20,Mc 4:19, Jo 14:27, Ef 6:11,Hb 11:37, I Jo
2:16-17, 2 Tm 4:3, Lc 12.15, PV 30:8,9, I Tm 6:6-10, AP 3:17. Jesus reconheceu
a existência permanente dos pobres, sem emitir qualquer juízo depreciativo a
respeito deles(MT 26:11). Ao contrário do Mestre, porém, muitas denominações
presumivelmente cristãs, insistem em desprezar a santificação e o ensino
sistemático das Escrituras, em detrimento da prosperidade financeira. Reuniões
destinadas exclusivamente a empresários não consistiriam num ato de
discriminação contra os pobres? Não os estaríamos desonrando, como denunciara o
apóstolo Tiago (2:1-9)?
Será
que uma congregação genuinamente cristã não deveria considerar estes e outros
ensinos bíblicos? A que tipo de comunidade você pertence? Você tem ouvido (e
pregado) um evangelho autêntico? Ou se acomodou a uma espécie de evangelho
pessoal, adaptado às próprias necessidades – financeiras ou profissionais? O
nome de Jesus está além de nossas ambições. Não deve ser encarado – ou usado –
como uma espécie de amuleto, pronto para “materializar nossos desejos”. Segundo
a Palavra de Deus, o amor ao dinheiro está associado à idolatria e é a “raiz de
todos os males” ( Col. 3.5 ; 1 Tm. 6.10). Ao lado da paz, as promessas de
prosperidade farão parte do futuro programa de governo do déspota mundial
conhecido biblicamente por “anticristo”. (1Ts.5:3). Não que o êxito
financeiro esteja necessariamente
associado ao pecado – tampouco
a santidade ou a aprovação divina o sejam.
Não
obstante, a tentativa de associar o sucesso financeiro à aprovação do Todo-Poderoso
fica bastante clara quando assistimos a “testemunhos” que, em lugar de
mencionarem o milagre da salvação e a transformação do caráter, esmeram-se em
descrever façanhas econômicas, tais como a aquisição de carros de luxo, imóveis
suntuosos e etc.
Freqüentar
qualquer igreja cristã com o objetivo de enriquecer, tratando o dízimo ou as
ofertas como investimentos de curto prazo, é algo abominável – e de
conseqüências eternas. A riqueza é um dom de Deus que nem todos poderão
desfrutar (Ecl. 5:19).
Além
de materialista, a teologia da prosperidade também é anti-devocional. A oração,
um poderoso instrumento de intimidade com Deus foi reduzida a uma espécie de
mecanismo de pressão. Outros “pastores” também ensinam os fieis a orar
“determinando”, “exigindo”, “reivindicando” “profetizando” as bênçãos de Deus,
e estas palavras nem aparecem no Novo testamento e se esquecem que o Deus da
Bíblia não é Papai Noel pronto para presentear a todos e nem Office Boy para
atender nossos pedidos. Petições egocêntricas tencionam confrontar e intimidar
a Deus. O ensino chamado “Há poder em suas palavras” é evocado como substituto
da prática da oração (1Ts. 5.17). Dessa forma, o misticismo – e até mesmo o
ocultismo – vai assumindo o lugar da piedade cristã. E a fé, enaltecida pelas
Escrituras, confunde-se com um positivismo idêntico ao promovido por movimentos
como a Nova Era. Como resultado, milhares (talvez milhões) se afastam da
Igreja, frustrados, por não terem obtido respostas positivas às suas orações.
Julgam-se decepcionados com Deus, mas nem chegaram a conhece-lo; foram vítimas
de uma teologia pervertida e irresponsável. Diante do avanço destas heresias é
necessário que resgatemos a relevância e a finalidade da oração. Apesar de
poderosa em seus efeitos (Tg. 5.17), é necessário que ela esteja acompanhada de
uma vida espiritualmente produtiva (Jo. 15.7) e esteja alinhada com os
propósitos divinos (1
Jo 5:14,15).
O
capítulo 42 do livro de Jeremias nos mostra a preeminência da vontade de Deus.
Um dos maiores profetas da história de Israel teve de esperar nada menos que
dez dias pela resposta do Senhor. Se você não conseguiu aquela mansão através de
sua oração, ou aquela Mercedes-Benz
pela qual ora constantemente, não se decepcione, pois Jesus ensinou que a
felicidade de um homem não consiste na abundância dos bens que possui(Lc
12:15). A ausência de conhecimento bíblico pode nos levar à destruição
(Os 4:6). Seja sensato, leia toda a Bíblia e procure uma livraria evangélica
confiável. Compre bons livros evangélicos, tais como: “Evangélicos em Crise” ou “Decepcionados com a Graça” – ambos
publicados pela Ed. Mundo Cristão, e observe a clareza com que a Bíblia
vaticina sobre os últimos dias, e o temível papel que a mentira assumiria. Já
experimentou questionar qualquer dos líderes envolvidos com a teologia da
prosperidade? Em alguns casos, a tarefa parecerá impossível, já que o esquema
de segurança em torno deles só se compara àqueles criados para proteção de
grandes autoridades de Estado. Cuidado! Não se deixe seduzir pelo materialismo!
(MT 6:19-20). Busque incessantemente ao Deus Verdadeiro – não pelo que Ele pode
te dar – mas pelo que Ele é. Ame a Cristo desinteressadamente, pois o Senhor
conhece todas as nossas necessidades e tem cuidado de nós (1 Pe 5.7;Mt 6:33; Hb
13:5). A recomendação para todos os crentes, em todas as eras, é jamais
compartilhar de ensinos que vão “além do ensino de Cristo”. Apesar da
condenação reservada aos falsos mestres (2 Pe 2:1-3), devemos manter distância
deles. Jesus te ama! Cuidado com tua salvação! Leia: Mt 7:15; 2 João 1:
9-11, 1 João 4:1 Judas 1:3-5.
Fonte: www.napec.org
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