Traduzido por Juliana Pellicer Ruza –
Artigo original aqui.
Imagine
um químico ateu no século XIX, usando métodos científicos para estudar a água.
Depois de realizar seus experimentos, ele conclui que a água é feita de dois
átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Em outras palavras, ele descobre
que a água é H20. Ele utilizou princípios científicos seculares para
adquirir um pouco de conhecimento anteriormente desconhecido para o mundo. Sua
descoberta é anti-cristã? Viola a verdade bíblica? Esse novo conhecimento é
contrário a Deus?
A resposta para todas estas
perguntas é um sonoro “não”. O cientista descobriu algo verdadeiro sobre o
mundo em que nós vivemos. Embora ele não tenha usado uma fonte bíblica ou
religiosa, isto não retira sua credibilidade. Se se descobre que algo é
verdadeiro, é verdade para você, é verdade para mim, e é verdade para Deus. Uma
descoberta científica feita por um ateu é tão verdadeira quanto o ensino
bíblico de que Deus é amor ou de que Cristo morreu pelos nossos pecados. Toda a
verdade é verdade de Deus, independente de como alguém adquire esse conhecimento.
Isto
se dá porque a pesquisa científica é um método epistemológico. Esta é uma forma
bonita de dizer que é uma ferramenta para descoberta de conhecimento sobre o
mundo onde vivemos. É importante lembrar, contudo, que é apenas uma ferramenta e
não a única
ferramenta.
1: O método científico não deve ser contrastado
com a revelação bíblica: Como mencionado anteriormente,
uma descoberta científica não é anti-Deus ou anticristã. O conhecimento
adquirido de experimentos e observação nos diz coisas verdadeiras sobre o mundo
que até mesmo Deus considera verdadeiras. É por isso que é frustrante quando a
ciência é contraposta à fé. Não há nada anti-científico acerca da visão de
mundo cristã.
Na
verdade, devemos esperar que o conhecimento adquirido da observação do nosso
mundo vai se conformar com o conhecimento oriundo da divina revelação, sempre
que ambos se sobreponham. Por exemplo, a evidência cosmológica moderna indica
que o universo começou a existir em um determinado ponto do passado. Este fato,
contudo, foi ensinado no primeiro capítulo de Gênesis, vários milênios atrás.
Isto
não deveria nos surpreender. Deus fala por meio das Escrituras, ao que nos
referimos como revelação especial. Ele também fala por meio de seu mundo
criado, ao que nós chamamos de revelação geral. Ambas são de Deus e devem
validar uma à outra, contanto que sejam adequadamente interpretadas, o que nos
leva ao segundo ponto.
2: Tanto os resultados científicos quanto a
revelação bíblica devem ser interpretados: Eu ouço a
frase “A ciência nos diz que…” com uma certa frequência. Perdoem-me por
declarar o óbvio, mas a ciência não nos diz nada. Ela não é uma pessoa e não
pode falar. Pessoas
realizam experimentos e fazem observações. Então elas registram os resultados.
Estes resultados, contudo, são interpretados de diferentes formas por pessoas
com diferentes visões de mundo.
É
por isso que é importante distinguir entre dados científicos e sua
interpretação. Por exemplo, a pesquisa científica revelou que os morcegos tem
dois ossos em seu antebraço, assim como os humanos. Isso é o que os dados
revelam. Alguns interpretam estes dados como evidência de que tanto os morcegos
quanto os humanos tem um ancestral em comum e que a evolução darwiniana levou a
uma estrutura de antebraço similar. Outros interpretam isto como evidência de
que tanto os morcegos como os humanos tem um designer comum, que usou uma
estrutura similar em ambas as criaturas.
Também
há uma necessidade de interpretação ao ler as Escrituras. Eu ouço com
frequência cristãos declararem que “Deus claramente diz…” sobre alguma
discussão teológica. Deve ficar claro que as palavras estão em uma
passagem bíblica, mas o que estas palavras significam (sua interpretação) é
outra coisa.
Por
favor, não entenda que estou dizendo que a Bíblia é enigmática ou que a
interpretação de cada um é igualmente válida. Este não é o meu ponto. Deus é
claro a respeito de sua mensagem nas Escrituras. Alguns versos que são
discutidos, contudo, requerem uma interpretação mais cuidadosa.
3: Os cristãos devem aprender a abraçar todos os
métodos de descoberta da verdade: A maioria das pessoas não é
cristã e não consideram as declarações bíblicas como verdadeiras. Se quisermos
ser embaixadores sagazes de Cristo, devemos aprender a usar o conhecimento adquirido
nas Escrituras e os meios seculares como a ciência. Dessa forma, poderemos
persuadir as pessoas usando quaisquer recursos que a nossa audiência considere
autoritativo.
Entender
a natureza dual da revelação de Deus – na Escritura e no mundo criado – ajuda a
evitar o erro de contrapor a ciência à fé, constrói nossa credibilidade perante
outros e alavanca fontes de autoridade que muitos não-crentes consideram
críveis. Tudo isso importa porque o nosso objetivo é o Evangelho, fazê-lo
conhecido a todo o mundo.
Fonte: www.napec.org

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