terça-feira, 15 de abril de 2008

O Deus Triuno

por Vincent Cheung

A formulação doutrinal para a Trindade é que Deus é “um em essência, e três em pessoa”. Isto não confere uma contradição, visto que não estamos dizendo que Deus é “um em essência, e três em essência”, ou que Deus é “um em pessoa, e três em pessoa”. Isto é, não estamos dizendo que Deus é um e três no mesmo sentido, mas que Ele é um num sentido, e três em outro sentido. Portanto, não há contradição na doutrina da Trindade.
Pela palavra “essência” nos referimos aos atributos de Deus, tais como Sua opinipotência e onisciência. A soma dos atributos divinos constitui a definição de Deus, assim como a soma dos atributos de qualquer objeto constitui a definição deste objeto. A palavra “pessoa” se refere ao centro da consciência dentro da Deidade. Assim, Deus tem uma definição, mas há três pessoas que completamente e igualmente participam desta definição.
Contudo, isto não se traduz em politeísmo. O exposto acima não nos compele a afirmar a existência de três Deuses distintos e independentes. E isto porque o Deus da Bíblia é, por definição, uma Trindade; portanto, uma Trindade constitui somente um Deus. Por exemplo, se por definição um corpo humano normal inclui dois rins, então, o fato de que eu tenha dois rins não significa que eu consisto de dois corpos humanos. Visto que por definição cada corpo humano tem dois rins, o próprio fato de que eu tenha dois rins significa que eu tenho um corpo humano normal. Da mesma forma, a definição bíblica da deidade é que Deus é uma Trindade, assim, se há uma Trindade de pessoas divinas, há um Deus.
Não há outro Deus além do Deus da Bíblia, e o Deus da Bíblia é uma Trindade. Por si mesma, esta doutrina separa o Cristianismo de todas as outras cosmovisões e filosofias, sejam religiosas ou seculares. Visto que esta é uma crença fundamental sobre a realidade, que contradiz todas as outras cosmovisões sobre suas visões de realidade, isto significa que, se o Cristianismo é verdadeiro, então, todas as outras religiões e filosofias são falsas, e se ao menos uma religião ou filosofia não-cristã for verdadeira, então, o Cristianismo é falso. Os cristãos não deveriam temer de afirmar isto, e de defender o Cristianismo como a verdade exclusiva em conversas privadas e em debates públicos.

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