domingo, 13 de abril de 2008

CRISTO É A REVELAÇÃO DE DEUS

Por: Tomaz Germanovix 01/05/2000

Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida. João 5:39-40.

Para muitos, a leitura do Velho Testamento é uma tarefa enfadonha e desnecessária. Alegam que ao lerem as páginas do Antigo Testamento não encontram outra coisa senão promessas, leis, rituais, sacrifícios e profecias. De fato, se é somente isto o que enxergam, a leitura deve ser um tremendo peso. Porém, o propósito central de toda a Bíblia é apresentar-nos uma pessoa: Jesus Cristo. Toda a Bíblia, Velho e Novo Testamentos, está voltada para um único objetivo: revelar o Cristo de Deus. Toda a Escritura aponta para Jesus Cristo.
Abraão, Moisés, Isaías e Davi vislumbravam muito mais do que sacrifícios de animais, leis ou cerimonialismos. Eles enxergavam uma pessoa: Jesus Cristo. As citações abaixo falam de suas experiências. Em João 8:56-58, Hebreus 11:24-26, João 12:41 e Atos 2:25-28, lemos assim: Abraão,vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos e viste a Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade Eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu Sou. Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Isto disse Isaías porque viu a glória dele e falou a seu respeito. Porque a respeito dele diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado. Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne repousará em esperança, porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-ás de alegria na tua presença. Os olhos de cada um deles foram iluminados pela graça, para que pudessem enxergar muito mais além do que mandamentos ou ordenanças externas. Eles tinham a revelação de que toda a lei, mandamentos, sacrifícios e promessas apontavam para uma pessoa, o Ungido de Deus. Pela fé, eles viam o Messias. Eles se regozijavam numa pessoa, o Cristo de Deus.
Porém, o religioso legalista, sempre carrancudo, quer agradar a Deus através da obediência da lei moral e cerimonial. Através de uma obediência externa, busca aceitação diante de Deus. Não cabe em sua mente que as Escrituras Sagradas apontam para uma Pessoa. Não consegue enxergar que a lei não foi escrita para que o homem a cumpra, e sim para revelar a incapacidade humana em obedecê-la. Encontramos dois objetivos na lei. Ela foi dada para desmascarar a natareza iníqua do homem, e apontar para a superabundância da graça que está em Cristo Jesus. Lemos, em Romanos 3:20, 5:20 e 10:4: Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.
Se a lei de Deus é algo impraticável, o Evangelho é impossível de ser cumprido. As seguintes palavras de Jesus são fortes, pois explicam que o problema do homem não se resolve simplesmente em se cumprir rituais ou mandamentos externos. Em Mateus 5:27-28, lemos: Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela. O problema do homem é um problema de coração e não de conduta externa. O propósito divino é trocar o coração humano e não sobrecarregar um coração doente com leis e ordenanças. Em Ezequiel 36:26-27, lemos: Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.
O novo nascimento não é uma opção para o homem, mas uma necessidade indispensável para a sua salvação. É um absurdo pensarmos que o Deus pessoal e soberano pode ser agradado por meio de um comportamento externo do ser humano. O homem é um ser corrupto por natureza, e a sua inclinação natural é para o erro. O profeta Isaías enxergou isto claramente. Lemos, em Isaías 1:3, 5 e 6: O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Por que haveis de ainda ser feridos, visto que continuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo. Deus sabe que o homem não tem coração para cumprir a sua lei. Verificamos isto em Deuteronômio 5:29, onde está escrito: Quem dera que eles tivessem tal coração, que me temessem e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre!
O novo nascimento não tem como finalidade nos trazer uma capacitação especial para cumprirmos a lei de Deus. Ele também não é um novo código de ética moral ou obrigações comportamentais para executarmos. Não somos aceitos por Deus por estarmos debaixo de obrigações externas, e sim por causa da sua graça plena. O novo nascimento é uma substituição de vida. Na sua morte, Cristo crucificou a nossa velha vida. Em sua ressurreição, Cristo vem ser a nossa vida. A grande novidade do Evangelho é Cristo vivendo em nós. O novo nascimento não é algo a ser praticado. Ninguém pode viver o Evangelho da graça. A mensagem de Jesus Cristo é impossível de ser praticada. O Evangelho da graça só é possível se o próprio Cristo viver em nós. Foi isto que o próprio Senhor Jesus afirmou em João 15:5, onde lemos: Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Fomos chamados para termos comunhão com uma Pessoa. Em 1 Coríntios 1:9, lemos: Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. Infelizmente, assim como os fariseus da época de Jesus estavam ignorantes em relação ao propósito das Escrituras, em nossos dias podemos estar cometendo o mesmo erro. Podemos estar fazendo da Bíblia apenas um livro de consulta de ensinos éticos e morais. Muitas vezes examinamos as Escrituras Sagradas e nos apegamos aferradamente aos ensinos secundários, porém permanecemos cegos em relação ao propósito central da Bíblia, que é o de revelar uma Pessoa. Precisamos da graça reveladora para enxergarmos muito mais além da letra. Se a minha preocupação maior for em cumprir mandamentos, andar na lei, ter um bom comportamento diante dos homens, ser ético e moral, o meu cristianismo não é em nada diferente da religião dos fariseus legalistas do tempo de Jesus. Sou um escravo de um sistema religioso. Porém, toda a Escritura Sagrada aponta para uma Pessoa. Pela graça de Deus precisamos enxergar nas páginas da Bíblia muito mais do que a mera letra. Necessitamos conhecer a Jesus Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude. Colossenses 1:15-19.

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