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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O Reencarnacionismo e o Sacrifício de Cristo

Sempre gosto de dialogar com pessoas de outros credos. Nem sempre as pessoas estão dispostas a entender ou admitir o óbvio, quando o óbvio contraria aquilo que está profundamente arraigado em suas mentes. Trata-se de um processo natural de rejeição, que faz parte do orgulho do homem.

Minha intenção é demonstrar o evidente contraste que existe entre a doutrina da reencarnação e a obra de Jesus Cristo no calvário. Quando se propõe a debater a questão da reencarnação com alguns espíritas, que de certa forma, dão algum crédito à Bíblia, entra-se num campo bastante complicado. Primeiro porque normalmente os que advogam a causa da reencarnação já tiveram experiências com debatentes protestantes que não demonstram qualquer evidência do Fruto do Espírito (Veja Gálatas 5.22-23), e então qualquer evangélico que se proponha a ter um debate posteriormente é taxado de “crente fanático, seguidor do pastor”. E com relação aos espíritas, são tratados pelos crentes de “seguidores cegos do demônio”, o que conseqüentemente gera uma apatia entre aqueles que se propõem a dialogar.

É preciso que se elimine esse tipo de preconceito, principalmente quando o objetivo não é atacar a fé alheia, mas verificar se o argumento alheio oferece uma melhor opção para entendimento da revelação divina. Esse é o único objetivo (ao menos deveria ser) pelo qual se procura escrutinar as doutrinas e credos de outras pessoas.
O uso de versículos bíblicos para refutar tanto uma quanto outra posição, não terá validade alguma para qualquer uma das duas linhas interpretativas. Ambos se acusarão mutuamente de estar usando “textos fora de contexto”, e não chegará a lugar algum.

Vejo então que existe uma necessidade de encontrarmos um propósito em Cristo, o Filho de Deus enviado para cumprir com os desígnios divinos. Quero então falar da necessidade de Cristo ter sido morto e ter ressuscitado (não vou me ater a como os espíritas encaram a ressurreição).

HOMEM É HOMEM, DEUS É DEUS.

“Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?” Rm 9.20

Não há como escapar da realidade bíblica que trata natureza pecaminosa e corrupta do homem. O pecado é como um câncer. Ele destrói a comunhão do homem e Deus e além de tudo é a condição pecaminosa do homem que impede que entendamos a Deus em plenitude. A verdade é que por mais que se chegue perto, a compreensão plena e absoluta só se dará no futuro, quando “veremos face a face”.

Entendendo que estamos nessa condição, devemos apenas então aguardar que Deus se revele, e acatar sua revelação conforme está sendo entregue. O que é revelação? Poderíamos buscar o sentido simples no dicionário:

revelação . [Do lat. tard. revelatione] S. f. 1. Ato ou efeito de revelar(-se). 2. Entre os cristãos, ação divina que comunica aos homens os desígnios de Deus e a verdade que estes envolvem, sobretudo através da palavra consignada nos livros sagrados. 3. A doutrina religiosa revelada, por oposição àquela a que se chega pela razão apenas. 4. Descoberta reveladora de um fato que produz sensação, ou de uma qualidade ou vocação numa pessoa. 5. O fato ou a pessoa assim descoberta. 6. Divulgação de coisa ignorada ou secreta: O Governo anuncia importantes revelações. 7. Fot. Processo que torna visível a imagem latente de uma emulsão fotográfica impressionada.

Em suma, Deus não se revela para que tenhamos que interpretar sua revelação, pois revelação indica ENTREGA da verdade, já esmiuçada, sem qualquer necessidade de se “interpretar” essa revelação.
É portanto, essencial que tenhamos em mente essa realidade. Deus se revela para que o entendamos. Se pretendemos entendê-lo de acordo com sua revelação, é bom nos apegarmos tão somente aquilo que Ele revelou, sem querer compatibilizar essa revelação a nossos conceitos pré-determinados e pressupostos.

Vejo que nesse ponto, o reencarnacionismo já se constitui um erro. O comentário que é feito quando se expõe o conceito cristão de condenação para aqueles que não recebem voluntariamente o evangelho, bem como da salvação pela graça somente, entra diretamente em conflito com a “religião natural” do homem e com o egocentrismo humano. A resposta automática do espiritismo é “Deus é um Deus de amor, e não seria justo se fosse dessa maneira, sem nenhuma chance numa próxima vida”.

Isso é verdade! Eu também não acho nem um pouco justo. Acho que seria ótimo se pudéssemos ter novas oportunidades em outras vidas, e que tivéssemos uma evolução espiritual, onde nos tornaríamos pessoas melhores e que amássemos mais e mais cada vez nosso próximo. Isso explicaria com facilidade o motivo pelo qual alguns nascem em total pobreza debaixo de uma ponte e outros nascem com uma vida próspera e se tornam grandes homens e mulheres. É assim exatamente como eu penso que deveria ser. Está legal pra mim e aparentemente é um sistema perfeitamente justo.

Mas se novamente procurarmos a REVELAÇÃO da parte do próprio Deus, precisamos antes de mais nada, entender o que Deus pensa de nossa própria justiça. Se os advogados do reencarnacionismo, especificamente os espíritas, tem a bíblia como um livro sagrado, mesmo que contendo somente “parte” desta revelação, então ouso citar a bíblia como a fonte da revelação divina. O que é então nossa justiça? A bíblia diz:

“Mas todos nós somos como o imundo, E TODAS AS NOSSAS JUSTIÇAS, COMO TRAPO DA IMUNDÍCIA; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas, como um vento, nos arrebatam.” Isaías 64.6
Se havia alguma pretensão em determinar o que seria, da parte de Deus, “justiça”, estaríamos em maus lençóis, já que Deus revelou aqui o que são as “nossas justiças”. A verdade patente revelada por Deus é que Seus caminhos são maiores e melhores que nossos caminhos, além de sua justiça ser PLENA. Nosso conceito de justiça é apenas relativo e normalmente vamos determinar o que é “justo”, baseados em nossa vivência e individualidade.

Então, aquele argumento de que “seria justo se fosse assim”, com relação à reencarnação, perde a validade. Devemos nos voltar para a revelação e verificar se aquilo que Deus nos disponibilizou coaduna com este ensinamento, para depois aceitá-lo como “verdade incontestável”.

A NECESSIDADE DE UM SALVADOR

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.” Hb 10.1


Deus poderia usar a reencarnação como meio redentor para o homem?

Essa é uma pergunta que temos que deixar para Deus responder. Deus é absolutamente SANTO e seria pretensão de nossa parte pensar que poderíamos sugerir a Deus meios para lidar com o homem e seu pecado. Como a santidade de Deus foge de nossa compreensão, é natural que o efeito do pecado das criaturas de Deus também não nos seja compreensível, ou seja, quando pecamos só Deus sabe o que Ele sente. Então temos que a reação de Deus ao pecado se dá dentro da proporção que o próprio Deus determinar.


É bastante válido ressaltar que Deus não precisa de nenhum de nós para ser Deus. Deus é aquele que existe por si mesmo (êxodo 3.14), e é a própria sabedoria absoluta.

Dentro dessa sabedoria absoluta de Deus, ao encontrar uma “solução provisória”(provisória porque como diz Hebreus 10.1 são “sombras”) para o pecado, Deus sentiu a necessidade de Expiação:
“Chamou o SENHOR a Moisés e, da tenda da congregação, lhe disse: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando algum de vós trouxer oferta ao SENHOR, trareis a vossa oferta de gado, de rebanho ou de gado miúdo.

Se a sua oferta for holocausto de gado, trará macho sem defeito; à porta da tenda da congregação o trará, para que o homem seja aceito perante o SENHOR.[b] E porá a mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação.”

Deus, dentro de sua soberania, não viu que a melhor maneira de se “evoluir” ou expiar o pecado seja através de uma sucessão de reencarnações. O alerta divino poderia ter indicado a Moisés que deveria este fazer apelos para que o povo de Israel tomasse cuidado com seu carma e que o povo atentasse para as boas obras para cobrir suas falhas. Mas Deus não agiu dessa forma. Deus viu que o pecado só levava a um fim: a morte.

O salário do pecado é a morte (Rm 6.23), portanto quando o homem peca, ele tem que morrer. A expiação consistia numa “morte vicária”. O salário é a morte e sempre será. O custo de um pecado (seja ele “grande” ou “pequeno”), diante de um Deus absolutamente SANTO é impagável. O sangue inocente é aquele que expia o pecado, e não foi o homem quem decidiu isso, MAS O PRÓPRIO DEUS.O homem não tinha e não tem condição de determinar quais os meios ideais para que a transgressão seja apagada.

Veja, eu poderia me rebelar contra isso. Poderia dizer: “Senhor, porque ao invés da morte, o Senhor não me transforma num sapo?”, “Senhor, porque o Senhor não me deixa reencarnar como uma barata e correr o risco de ser pisado por alguém?”, “Senhor, porque não me dar uma nova oportunidade, fazendo-me reencarnar em um corpo deformado, sendo um dependente de outras pessoas? Ou até mesmo com síndrome de Down?”.

Repare, isso seria JUSTO! Mas essa ‘justiça” é conforme EU vejo. Deus é Deus e eu sou homem, lembra-se? Lembre-se das palavras de Paulo em Romanos 9.20 “Quem és tu homem, para discutires com Deus?”. Deus me revelou o modo pelo qual meu pecado será expiado, e disse que é preciso derramamento de sangue. Esse princípio é corroborado e reenfatizado dentro da nova aliança “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.” Hb 9.22.[/b]

É claro que Deus tinha um projeto em mente quando deu sua revelação. A lei mosaica era uma “sombra” daquilo que havia de vir. Assim, o cordeiro imolado era a SOMBRA do “cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (segundo o próprio João Batista, a “reencarnação” de Elias).

Bem, temos uma ordem, uma “seqüência divina” para que a salvação seja executada. O homem peca e merece a morte. Deus dá uma chance ao homem, e demonstra ao homem o que deve ser feito para que o pecado seja apagado. A salvação portanto é executada por Deus e não pelo próprio homem. É ele quem salva e não o homem que se salva a si mesmo.

Jesus Cristo cumpriu PLENAMENTE o ritual necessário para a salvação. Sua obra foi completa e ANIQUILOU o pecado.

“Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, NEM POR SANGUE DE BODES E BEZERROS, MAS POR SEU PRÓPRIO SANGUE, ENTROU UMA VEZ NO SANTUÁRIO, HAVENDO EFETUADO UMA ETERNA REDENÇÃO. Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Hb 9. 11-14

“Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, UMA VEZ SE MANIFESTOU, PARA ANIQUILAR O PECADO PELO SACRIFÍCIO DE SI MESMO.” Hb 9. 26

Pelo sacrifício de si mesmo, ele ANIQUILOU o pecado. A salvação é obra do próprio Deus. Quando Deus apaga nossas transgressões, ele não se lembra mais de nossos pecados “Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados me não lembro. Is 43.25”

Eu não terei que pagar por meus erros numa próxima vida, por uma suposta “lei do carma”. O reconhecimento de que Cristo é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, e que ANIQUILOU o pecado pelo sacrifício de Si Mesmo me impede de crer nisso.

É aqui que está o contraste entre o que ensina o espiritismo e o que Deus ensina. Deus se revela dizendo que o homem merece a MORTE por seus pecados. Demonstra seu infinito amor, oferecendo GRATUITAMENTE expiação pelo pecado. O homem não quer o presente dado por Deus, ele quer PAGAR, expondo assim ao vitupério o cruz e a obra redentora.

Ignora a justiça divina e a REVELAÇÃO, usa sua própria justiça como prumo para estabelecer o que é “justo”, e anatematiza aquilo que contraria sua “religião natural”, seu ego. Deus dá a salvação, mas o homem não quer ganhar, ele se acha digno de conseguir, e deixa de reconhecer que “Não há um justo, nem um sequer.” Romanos 3.10. Deus é quem redime, mas o homem procura a auto-redenção, e coloca então sua justiça própria e AFRONTA a justiça de Deus.

Portanto, a doutrina da reencarnação e lei do carma, anula por completo a obra redentora. A morte VICÁRIA foi completamente desnecessária. Além disso o alvo da salvação (o homem) passa a ser o salvador de si próprio, invertendo o papel de Cristo.

por Eduardo Honorato


Fonte: CACP
Imagem: Google


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