Introdução
Fim
de ano é sempre uma correria. Imagino quantos de vocês têm agendado para a
próxima semana algumas visitas. Quantos familiares para visitar, quantas
pessoas para acertar num encontro de família que vai acontecer para comemorar
um feriado. Dentre muitos que nós temos durante o ano é um feriado que parece
ser um feriado familiar. Talvez você já tenha há cerca de duas semanas,
participado de amigo secreto da empresa e da escola, de festas das crianças na
escola, já viu o papai Noel em tudo quanto é lugar. Você que tem filho pequeno
deve tê-lo levado para falar com o papai Noel no shopping. É uma alegria no
final do ano. Você já deve ter pegado seu décimo terceiro na mão e já sabe que
tem que gastá-lo com todos os seus sobrinhos, tios, avós, amigos e assim por
diante.
Tudo
coisa de fim de ano. Fim de ano é uma correria. Tudo parece ser feito para
comprarmos, há novos lançamentos e uma porção de promoções. Aquele dinheiro
extra recebido no final do ano quase acaba saindo todo nessas oportunidades. E
acontece que no final de ano também existem os enfeites. Estive visitando
outras cidades nos últimos dias e por onde passei, no centro das cidades, vi
alguma alusão ao natal. O centro comercial fica aberto até tarde e há aquela
porção de luzinhas acesas. Tudo é enfeite; tem gente que gasta fortunas para
iluminar a sua própria casa.
Parece
que Natal, esse feriado familiar, tem a ver com essa correria de fim de ano,
fechar metas no trabalho, reunir pessoas para trocar presentes e passar alguns
momentos com uma árvore que fica brilhando ou algo assim. Parece que fim de ano
nem mais o espírito natalino tem passado perto de nós. Até aquelas famosas
figuras religiosas do natal estão ficando raras. Talvez eu tenha andado pouco
ou não o suficiente, mas é difícil andar por Campinas e encontrar alguma alusão
à religião. Talvez um presépio, um anjo reluzente, mas parece que as ênfases a
cada dia que passa não têm mais nada a ver ou com a religião ou com o que
realmente importa. Não
que esta data tenha alguma coisa em especial ou que ela seja de fato o dia em
que Jesus nasceu, mas tradicionalmente este é o dia em que, pelo menos os
cristãos, usam para pensar nisso. As figuras que têm ficado
proeminentes no natal são as que vêm da mitologia, do imaginário, talvez o bom
velhinho.
É
interessante que com novas figuras vêm novas ênfases. Por melhor que seja o bom
velhinho, ele só nos ensina a gastar. Enquanto contamos a história do papai
Noel para as crianças, gastamos nosso décimo terceiro para fazê-las acreditar
que ele passou nas suas casas. Em inglês, até a parte que falava sobre Cristo
no Natal foi substituída por um “X”, para que novas ênfases sejam colocadas. E com
novas figuras vêm novas ênfases, isto é normal. Começa a deixar de ser normal
quando nós cristãos perdemos o foco daquilo que está diante de nós. Quando
entramos nesta correria e fazemos desse feriado mais uma oportunidade de
exercermos o nosso consumismo, de abraçarmos o nosso capitalismo, trabalharmos
com o imaginário das crianças e só.
Por
isso eu gostaria de levá-los através de um texto das Escrituras que fala um
pouco sobre aquilo que eu entendo ser a figura central desse feriado. Acredito
que as Escrituras não defendem que 25 de dezembro seja o dia do nascimento de
Jesus. Nela existem vários indicativos de que provavelmente não foi nesta data.
Mas como disse um pensador cristão antigo, não há nada que comprove que Jesus
nasceu no dia que lhe é atribuído, mas pelo menos é tradicional. Pelo menos
esse é o dia em que nós podemos usar para lembrar aquela ocasião em que Deus
resolveu intervir na história da humanidade e dividi-la entre antes Dele e
depois Dele e focarmos na figura que realmente interessa neste feriado.
Há
um texto nas Escrituras que me chama muito a atenção que é Lucas 2, onde vemos
alguns acontecimentos referentes ao nascimento de Jesus Cristo. Em Lc 2.8-9
temos uma declaração interessante: “Havia
pastores que estavam nos campos próximos e durante a noite tomavam conta dos
seus rebanhos. Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor
resplandeceu ao redor deles e ficaram aterrorizados.” Talvez um dos
grandes indicativos de que Jesus não tenha nascido nesse período do ano esteja
neste verso, por que pastores estavam durante a noite cuidando de suas ovelhas,
o que sugere que não era inverno nessa região, nessa época, entre os meses de
novembro a março aproximadamente.
Mas,
mais importante do que essa referência à época em que eles poderiam estar ali,
há um fato acontecendo que marca esta narrativa: um mensageiro do Senhor
aparece a esses pastores durante a noite e lhes dá um recado ( Lc 2.10): “Mas o anjo lhes disse: Não
tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para
todo o povo.” Havia uma novidade acontecendo ali. Perto deles ou
num campo próximo como dizem as Escrituras, algum fenômeno diferente estava
acontecendo e era uma notícia boa e uma notícia nova. Essa mensagem era de
grande alegria para todo o povo, conforme diz em Lc 2.11: “Hoje, na cidade de Davi, lhes
nasceu o Salvador que é o Cristo, o Senhor.” Diante desta
afirmação, considerando Jesus Cristo como aquele que está nascendo ou acabara
de nascer ou nasceria a pouco tempo a partir deste recado, quem nós podemos
entender que é Jesus Cristo? Considerando que Jesus Cristo é a figura central
desse feriado familiar, quem é este bebê?
1.
Ele é o Cristo
Lc
2.11; Sl 105.15; 1Sm 26.9; Is 45.1; Jo 1.41; Jo 1.45; Gn 3.15; Dt 18.15; 2 Sm
7.12-17; Is.9.6; Lc.1.68-70; Mt 2.2; Mt 2.4
Eu
chamo a sua atenção para o fato de que o texto diz que “Ele é o Cristo”.
Normalmente olhamos para um texto como este: “hoje vos nasceu na cidade de Davi” e
entendemos isso como parte de uma cantata ou vemos isto, como já estamos acostumados,
como mais um versículo que fala sobre Jesus Cristo. Mas pare por um momento e
se coloque no lugar daqueles pastores, durante a noite e um anjo aparece e
fala: “existe um bebê
que acabou de nascer na cidade de Davi. Ele é o Cristo”.
Para
os judeus que estavam atentos, existia uma promessa feita por todo o Velho
Testamento que falava sobre o Cristo, aquele que viria. Na verdade a palavra em
si, Cristo, não é uma palavra muito diferente. Ela vem do grego “Christós” e é
basicamente uma transliteração que por sua vez é a tradução da palavra
“mashiach” que nós conhecemos como Messias. Em si esta palavra não tinha lá uma
força muito especial e de modo genérico significava o ungido, ou alguém
separado por Deus para realizar uma tarefa especial. No Velho Testamento essa
palavra tinha sido usada para descrever os patriarcas. Salmos quando fala sobre
eles, diz “não
toqueis nos meus ungidos”, uma referência a Abraão, a Isaque e a
Jacó. Também foi usada em referência aos reis de Israel; inclusive na ocasião
em que Davi estava naquela gruta escondido, fugindo de Saul e ele tem a
oportunidade de matar Saul, mas ele disse que não colocaria as mãos no ungido
do Senhor. A mesma palavra sendo usada ali para um rei que nós sabemos que nem
era “grande coisa”. Em outros lugares essa palavra foi usada para descrever
Ciro. Em Isaías 45.1, diz: “Assim
diz o Senhor ao seu ungido: a Ciro, cuja mão direita eu seguro com firmeza para
subjugar as nações diante dele e arrancar a armadura de seus reis, para abrir
portas diante dele, de modo que as portas não estejam trancadas.” A
mesma palavra é usada aqui no sentido de alguém separado por Deus para realizar
uma tarefa especial, e neste caso nem se tratava de alguém do povo de Israel. A
palavra em si não era algo especial, ela tinha sido usada para várias coisas.
Mas, agora o que significaria um anjo falando para pastores que Cristo havia
nascido?
André
quando encontrou Jesus Cristo adulto, vai até seu irmão e diz: Achamos o
Messias, isto é, o Cristo. Quando ele encontrou Jesus pela primeira vez ele viu
em Jesus Cristo o título, ou digno de ter o título de Messias ou o ungido pelo
Senhor. Mais para frente vemos Felipe encontrando Natanael e dizendo: “Achamos aquele sobre quem
Moisés escreveu na lei a respeito de quem os profetas também escreveram, Jesus
de Nazaré, filho de José.”
Existia
também na lei a esperança e a expectativa de que um dia Deus levantaria um
ungido de modo especial, alguém separado de maneira diferente para ser o seu
representante. Vemos isso em Gn 3.15, falando daquele que seria o
descendente da mulher que viria e pisaria na cabeça da serpente. Em Gn.12
falando que a sua benção seria benção para todas as nações. Em Dt 18.15 falando
sobre um profeta que seria comparado a Moisés e que falaria as palavras do
Senhor. Em 2Sm 7.12-17 vemos um rei prometido que teria o reino de Davi, o qual
seria eterno. Ele teria um trono estabelecido por toda eternidade. Vimos também
que Ele teria um relacionamento com Deus como de pai e filho. Em Dn 9
vemos um messias também chamado de príncipe, como alguém chamado especialmente
para cumprir uma missão. Vemos Isaias 53 falando que Ele viria para morrer e
sofrer por causa das transgressões dos homens. Vemos também que Ele
ressuscitaria entre os mortos e veria o fruto do seu trabalho. Fala de um
menino que seria chamado Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe
da Paz. É interessante observar que não são poucas as vezes que descrições
parecidas com esta acontecem nos Evangelhos: Jesus Cristo como aquele que
Moisés falou na lei, a quem os profetas descreveram.
Em
Lc 1.68-70 vemos mais uma destas declarações: “Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque
visitou e redimiu o seu povo.Ele promoveu poderosa salvação para nós, na
linhagem do seu servo Davi,(como falara pelos seus santos profetas, na
antiguidade)”. Existe
um Messias esperado. Os Judeus aguardavam ansiosamente por
aquele que seria separado por Deus, escolhido por Deus, para ser o seu
representante. E na expectativa dos Judeus, aquele que viria para estabelecer
eternamente o trono de Davi, o Messias. Essa figura de um messias que é rei,
que vem para cumprir as expectativas, também é observada na visão daqueles que
talvez não tivessem em suas mãos as Escrituras como os magos que vieram do
oriente. Estes vêem uma revelação da parte de Deus, têm alguma informação sobre
Ele que provavelmente nós não temos como saber de onde eles tiveram. Mas eles
chegam até Herodes e dizem: “Onde
está o recém-nascido Rei dos Judeus? Vimos sua estrela no oriente e viemos
adorá-Lo”. Ouvindo isso Herodes fica cheio de temores e chama as
pessoas que são entendidas e conhecidas: o chefe dos sacerdotes do povo e os
mestres da lei. Pergunta-lhes onde deveria nascer o Cristo, o Esperado, o
Messias.
Jesus
Cristo como a figura central deste feriado é chamado por aqueles anjos de O
Cristo, aquele ungido por Deus para uma missão especial. Quem é esse Bebê? Ele é o
Messias prometido em todo Antigo Testamento. Ele é quem os piedosos de
Jerusalém aguardavam ansiosamente. Esse era aquele ungido do Senhor, preparado
para uma missão especial, como Deus tinha apresentado em toda a Sua Lei por
meio dos seus profetas. Esse bebê é o Cristo. Ele é o ungido de
Deus. Ele é aquele separado por Deus para uma missão e aquele anjo está diante
daqueles pastores e fala “na cidade de Davi”, que significa como diziam as
Escrituras: na cidade de Davi o Messias nasceu. Aquele que é a sua esperança e
salvação nasceu. Aquele que é o separado do Senhor para estabelecer o Seu
Reino, Ele nasceu. Ele nasceu bem perto de vocês. Quem é esse Bebê? Ele é o
Cristo.
2.
Ele é Senhor
Lc
2.11; Lc 1.28; Lc 1.30; Lc 1.32; Lc 1.68; Lc 1.76; Mt 1.23; Jo 20.28; Rm 9.5;
Lc 1.80; Lc 2.52; Jo 1.1; 2Pe 1.1
Mas
o texto também diz que Ele é Senhor. Observe em Lc 2.11: “Hoje, na cidade de Davi, lhes
nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor.” Pare por um momento e
reflita nesta informação. Quais são as implicações de um anjo dizer que nasceu
aquele que é Senhor? Como é que nós podemos entender considerando aquele
recém-nascido, chamado por um ser angélico de Senhor?
Na
verdade a palavra Senhor é usada no Novo Testamento de diversas formas,
inclusive para descrever aquele que é dono de escravos. Também é usado para
descrever aquele que é mestre – Ele é um senhor e tem os seus alunos – e é
usado para descrever pessoas que possuíam terras, tinham posses; eles eram
senhores. Mas agora considere um anjo chamando um recém-nascido de Senhor.
Vamos supor que o sentido mais simples desta palavra tenha sido empregado aqui.
Como é que poderíamos entender um recém-nascido como o Senhor, no sentido de:
aquele que tem posses, ou que é mestre, ou até que é dono de escravos ou que
tenha seus súditos. Um recém-nascido?
Mais
surpreendente ainda é quando olhamos para o Antigo Testamento e vemos que essa
palavra Senhor “kyrios” também é usada para traduzir o Nome de Deus – “YHWH” no
Antigo Testamento – e que também é usada para descrever o nome de Deus em
diversas ocasiões. Como é que podemos entender um anjo falando que aquele
recém-nascido é Senhor?
Observe
que Lucas quando usa esta palavra, sempre a usa em referência a Deus. Em Lc
1.28 diz: “O anjo,
aproximando-se dela, disse: ‘Alegre-se, agraciada! O Senhor está com você!’”No
recado que o anjo dá para Maria vemos a palavra Senhor aqui sendo empregada
para descrever Deus. Um pouco à frente este anjo esclarece (Lc 1.30): “Mas o anjo lhe disse: ‘Não
tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus!’”. Eventualmente
estas duas palavras andam juntas como em Lc 1.32: “Ele será grande, Ele será chamado Filho do
Altíssimo, Deus o Senhor lhe dará o trono de seu pai Davi.” Aqui as
palavras Senhor e Deus são usadas como sinônimo. Várias vezes nos capítulos 1 e
2, a palavra Senhor é usada para descrever Deus. Em Lc 1.76 há um uso
interessante que aparece pela primeira vez em referência a Jesus, quando
Zacarias fala sobre João Batista: “E
você menino será chamado profeta do Altíssimo, pois irá adiante do Senhor.”
É
bem verdade que esse uso das palavras Deus e Senhor em referência a Deus nos
faz refletir sobre quem é essa criança. Os anjos estão comunicando que Deus
havia nascido bem próximo daqueles pastores. Deve ser por isso que Mateus
quando escreve seu Evangelho usa da profecia dizendo (Mt 1.23): “A virgem engravidará e dará à
luz um filho, e lhe chamarão Emanuel” que significa “Deus conosco”.
Esse
recém-nascido é Deus entre nós; é Deus conosco. É interessante
que a construção grega deste versículo significa “o Deus conosco”. Normalmente
o grego não precisa usar artigos. No grego podem-se escrever sentenças inteiras
sem usar um único artigo (cf.
1Pe.1.1-3). Aliás, o texto que estamos abordando de Lc 2.9-11 não tem nenhum
artigo. Mas, quando o artigo é usado alguma coisa especial está se
demonstrando: Esse
é “o Deus” entre nós. Esse é Deus feito carne entre nós.
É
interessante que este versículo diz que Ele seria chamado Emanuel, e quando
você vira algumas páginas no Evangelho de João e vai lá pelo capítulo 20,
versículo 28, o cético Tomé se coloca de joelhos diante Dele e diz: Senhor meu e Deus meu…
E a construção ali também leva um artigo “o Senhor meu”, ou “o meu Senhor” e “o
Deus meu”. Quando entramos com esta informação de Deus encarnado entre nós,
como aquele que seria o mediador entre Deus e os homens, até conseguimos
entender. Mas pense naquele recém-nascido – Deus entre nós – Aquele que ainda não
sabia falar. Deus entre nós – Aquele que não andava. Deus entre nós –
Aquele que precisava ser carregado, que não tinha aprendido a ler, escrever. A
idéia que começamos a perceber é que desde cedo no seu Evangelho, Lucas começa
a deixar claro quem é Jesus.
E
agora começamos a entender um pouco melhor o que Paulo quis dizer em Fp 2
quando diz que Jesus Cristo sendo igual a Deus não julgou com usurpação, mas
Ele se esvaziou e foi encontrado em forma humana, como servo, obediente até a
morte e morte de cruz. Essa auto-humilhação de Jesus Cristo significou que Ele
estaria sendo carregado como um bebê, sem conseguir falar, que precisa ser
trocado de tempo em tempo, que precisava ser ninado, que precisava ser colocado
para dormir. Deus entre nós. Parece muito mais fácil entendermos essas verdades
quando olhamos para o Messias, aquele com 33 anos de idade andando entre os
judeus, proclamando o Reino de Deus, curando. Ou como Paulo diz em Rm 9.5: “Deles são os patriarcas, e a
partir deles se traça a linhagem humana de Cristo, que é Deus acima de tudo,
bendito para sempre!” Mas a figura central desse feriado familiar é
um bebê que é Deus feito carne.
As
Escrituras falam sobre isto em diversos lugares. João 1.1 fala sobre o verbo de
Deus que estava com Deus e que era Deus. Em 2 Pe vemos, no início da sua carta,
Pedro dizendo: “Servo
e apóstolo de Jesus Cristo àqueles que mediante justiça do nosso Deus e
Salvador Jesus Cristo receberam conosco uma fé igualmente valiosa.”
3.
Ele é o Salvador
Lc
2.11; Lc 1.47; Sl 65.5; Is 43.11; At 4.12; Lc 19.10; 1Jo 4.14; Jo 14.6
Quem
é esse Bebê? – Salvador e nosso Deus. Ele é o verbo que se fez carne e habitou
entre nós. Ele é o dono da vida. Ele é o doador da vida. Ele é aquele que é o
Criador de todas as coisas. Ele é aquele que por meio Dele e para Ele, são
todas as coisas. Ele é o mediador entre Deus e os homens. Ele é descendente de
Davi. Ser humano completo e ideal. Modelo para mim e para você. Ele é Deus
conosco. Quem é a figura central desse feriado? – Deus feito carne. E agora nós
podemos entender melhor essa idéia de um Ungido por Deus que tem uma missão
específica e que como Deus pode cumpri-la porque as Escrituras também dizem que
Ele é Salvador.
Naquele
Bebê repousa toda expectativa dos judeus – o Messias. Naquele Bebê habita
corporalmente a plenitude da Divindade – Deus homem. Aquele que é Salvador e em
quem repousa a minha e a sua esperança; em quem nós depositamos a nossa fé como
Salvador.
O
texto nos diz (Lc 2.11): “Hoje,
na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é o Cristo, o Senhor”.
Esse tema também é usado nas Escrituras para descrever a Deus. Maria, por
exemplo, um pouco antes, em Lc 1.46-47 canta: “… minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito
se alegra em Deus, meu Salvador”. Diversas vezes nas Escrituras
Deus é chamado de Salvador ou aquele que é capaz de salvar e redimir o seu
povo. Aquele que é capaz de comprar de volta aquilo que é seu como um
resgatador do seu povo.
Sl
65.5, diz: “Com
tremendos feitos nos respondem a tua justiça, ó Deus e Salvador nosso;
esperança de todos os confins da terra…”. Deus é chamado de
Salvador em todas as Escrituras. E Ele promete um Salvador por todas as
Escrituras. Ele também diz em Is 43.11: “Eu
sou o Senhor, e fora de mim não há salvador”. Aqui Deus chama para
si mesmo essa missão de Salvador como o único capaz de redimir o seu povo. Is
45.15 diz “Verdadeiramente
Tu és misterioso, ó Deus de Israel, ó Salvador”, e no versículo 21:
“Declarai e
apresentai as vossas razões que tomem conselhos uns com os outros. Q,uem fez
ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde aquele tempo o anunciou? Por ventura
não fiz eu, o Senhor? Não há outro senão Eu, Deus justo e Salvador. Não há
outro além de mim”. Deus é Salvador.
E
agora aqueles pastores estão diante de um ser angélico que diz que o Messias
nasceu; aquele que é Deus feito carne é chamado de Salvador, em quem eles
poderiam colocar a sua esperança. Essa é a mensagem central do Cristianismo e
Pedro testemunha muito bem essa verdade em At 4.12 quando ele precisa defender
a sua fé e diz: “Não
há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu, não há nenhum outro nome
dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”. Jesus Cristo, aquele
que foi rejeitado, é o único salvador. Ele é o único que pode resolver o dilema
da humanidade. Ele é o único que pode aproximar o homem caído em pecado de um
Deus santo e puro. É muito interessante essa relação entre quem Deus é, como
único Salvador, e Jesus Cristo como o único capaz de salvar. Essa identidade
entre Eles reforça que aquele bebê é o Messias, o ungido, Deus encarnado cuja
missão é salvar, vir como salvador como já diziam as profecias a respeito Dele.
Isaías
53 tinha deixado isso claro, e Jesus Cristo tinha plena consciência de sua
missão. Não é à toa que em determinado momento do seu ministério Ele diz (Lc
19.10): “O Filho do
Homem veio buscar e salvar o que estava perdido”. Essa é Sua missão. Ele foi
ungido e separado para isso: para ser salvador. E só pode haver
um salvador que seja suficiente se ele for um Deus capaz de morrer por todos os
seres humanos, para redimi-los de todos os seus pecados, fazendo do seu
sacrifício suficiente, para que qualquer que venha a crer, tenha a vida eterna.
Ungido, Deus, Salvador, Jesus Cristo a figura central desse feriado familiar é
a nossa esperança, é o centro da nossa mensagem.
Também
não é à toa que João em sua carta diz (1Jo 4.14): “E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho
para ser o Salvador do mundo”. Ele é o único capaz de salvar. Ele é
o único que pode ser uma oferta suficiente pelo pecado de toda humanidade. Ele
é o único que tem poder através do seu sacrifício, de limpar os pecados de toda
a humanidade. Separado por Deus para uma missão, ungido, messias, esperado.
Deus encarnado entre nós – Salvador em quem nós colocamos toda nossa esperança.
Ele
é o único como Ele mesmo diz (Jo 14.6): “Eu
sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”.
Quem é esse bebê? O
único caminho até Deus, mediador entre Deus e os homens. Salvador, em quem nós
temos a redenção dos nossos pecados e em quem nós depositamos a nossa fé. Ele é
o nosso resgatador, Ele é o pagamento adequado pelas nossas falhas e as nossas
faltas. Ele é aquele que veio a esta terra, se fez homem, se encarnou para
assumir as deficiências minhas e suas para que pagasse o preço pelo nosso
pecado e pudéssemos chegar até Deus.
Quem
é esse bebê? Ungido, Cristo, Deus- Homem, Salvador, em quem nós depositamos a
nossa fé, em quem nós aguardamos o Seu retorno, o centro da nossa mensagem, o
foco da nossa fé, a nossa esperança, Deus Salvador.
Conclusão:
O que posso fazer com isso?
Lc
2.10; Tt 2.11; 1Jo 2.2
Mas
o que você pode fazer com uma declaração tão bela? O que você pode fazer uma
vez que você entende que a figura central desse feriado familiar, longe de ser
o consumismo, a troca de presentes, a correria, longe de ser só mais um feriado
que para muitos só atrapalha o desenvolvimento de um trabalho. O que você pode
fazer com isso? A minha intenção com você, ao olhar para esta declaração
angélica, é tentar restaurar o foco desse feriado. As Escrituras não defendem
essa data, mas porque não usá-la em benefício do Reino de Deus? Por que não
usar dessa oportunidade como um benefício para a proclamação da verdade? A
minha intenção é focalizar o motivo central desse feriado, para que, quem sabe,
novas ênfases aconteçam na sua casa.
Talvez
você tenha os seus enfeites de natal e já tenha dito para os seus filhos que o
papai Noel vai trazer uma porção de coisas para ele. Mas essa é uma
oportunidade de aproveitarmos o exemplo daquele mensageiro enviado do Senhor, o
anjo que apareceu àqueles pastores, dizendo: “Não tenham medo eu estou lhes trazendo boas novas”.
A palavra “boas novas” é relativamente conhecida de nós, “evangelizo”, de
onde veio a nossa palavra evangelizar que nada mais é do que levar as boas
novas. Quem sabe no seu feriado familiar você aproveite desse tempo para levar
boas novas para as pessoas que estão com você. Que muito mais do que troca de
presentes, muito mais do que uma festa, esse feriado tenha um significado
especial para nós por que fala do ungido do Senhor, Deus encarnado, nosso
Salvador. Aquele que veio a este mundo como uma boa notícia, de grande alegria.
Quem
sabe se focássemos na verdadeira figura desse natal, pudéssemos dar novas ênfases
para o nosso feriado com familiares. Quantos de vocês vão estar cercados de
pessoas que não conhecem ou que ainda não tomaram uma posição a respeito de
quem é Jesus Cristo? Aproveite esta oportunidade, leve essa boa notícia de
alegria para todo o povo.
Sabemos
pelas Escrituras que Deus tem interesse em salvar a todos os homens. Tito 2.11,
diz: “Por que a graça
de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”. Nós sabemos que
Jesus Cristo deu a sua vida por todos os homens. 1 Jo 2.2, diz: “Ele é propiciação pelos nossos
pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo todo”.
Aproveite esta oportunidade para transmitir o real sentido do natal. Aquele
pequeno bebê que veio para dividir a história e dividiu a história da sua
vida. Você que já conhece a Jesus Cristo, é uma nova criatura. Antes de
Cristo: pecador miserável. Depois de Cristo: pecador redimido, amado de modo
especial por Deus. Vida transformada por Jesus Cristo, numa história que começa
com aquele pequeno bebê e que em poucos dias vamos comemorar.
Mas como você pode fazer isto? Tenho algumas
sugestões para você:
1.
Dê presentes. Não tem porque não presentear. Afinal de contas é para isto que
serve o seu décimo terceiro salário. Use-o para alguma coisa boa, por exemplo,
dê um livro como o “É
hora de investir” de Ari Veloso; tenho certeza que você conhece
pessoas com dificuldades financeiras, ou endividadas. Também, um livro simples
e agradável de ler como “Um
estranho à mesa de jantar” que fala sobre Jesus Cristo, é uma opção
para se aproveitar a oportunidade de seguir o modelo daquele anjo para
proclamar.
2.
Aproveite essa oportunidade também para dar o seu próprio testemunho pessoal.
Talvez você vá estar em um ambiente tão hostil que não vai ser possível tomar a
frente neste encontro para testemunhar para todas as pessoas. Mas sobre o que
você vai conversar no natal? Vai falar que o flamengo só tem 5 títulos? Ou
sobre problemas de economia? Sobre as dificuldades do seu trabalho? Você já faz
isto quase todo dia. Aproveite essa oportunidade que ainda existe de espírito
natalino em que as pessoas estão mais sensíveis. Dê o seu testemunho. Conte
para as pessoas como é que Deus transformou a sua vida. Como a sua vida foi
mudada pela presença Dele. Talvez você seja o dono da festa e talvez seja na
sua casa que tudo isto vai acontecer. Aproveite. Tenha um momento de contar o
que significa para você esse feriado e o que significa comemorar o natal para
quem é cristão e teve a sua vida transformada por Jesus Cristo. Aproveite desta
oportunidade e leve estas boas novas para as outras pessoas.
Mas
eu gostaria de deixar outras sugestões também. É interessante que o relato de
Mateus quando conta sobre os magos que vieram do oriente, diz que ao entrarem
na casa viram o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se o adoraram. Eu sei
que este feriado é cheio de compromissos, mas eventualmente entre aquele
compromisso da véspera à noite e o almoço em que todos vão se encontrar para
comer o que sobrou, você tenha um tempo de café da manhã com sua família.
Talvez esta seja a hora de você colocar os seus filhos à mesa e dividir com
eles, em adoração a Deus, sobre o presente que foi dado por Ele para a nossa
salvação e o que isto significou. Talvez você possa estar junto ali à mesa com
seus filhos, com a sua família e dividir com eles o que significa mesmo o
natal.
Lc
2.29: “Ó Soberano,
como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo…”. Este é
um versículo que me chama muito atenção. É a história de um ancião que tinha
recebido de Deus a promessa de que ele não morreria até encontrar o ungido do
Senhor. As Escrituras dizem que assim que este menino chega no oitavo dia
da sua vida, esse ancião pega essa criança no colo, olha para ela e fala:
Senhor! O Senhor já pode me levar embora. Os meus olhos já estão vendo a sua
salvação. Já pensou em dividir esse sentimento com seus filhos à mesa? Já
pensou colocar em prática Dt 6 numa ocasião tão importante fazendo um tempo de
reflexão sobre quem é esse menino? Você pode fazer isto com seus filhos e com
os seus familiares. Você pode fazer isto durante as festividades. E quem sabe
para você que não tem familiares por perto, possa reunir sua koinonia, seu
grupo de irmãos. Você pode fazer daquele encontro um encontro de devoção
e adoração, agradecendo a Deus pelo presente que recebemos em Jesus Cristo,
nosso salvador, em quem depositamos a nossa esperança. Não deixe que esse
feriado perca o sentido para você.
Não
permita que as ênfases que nós estamos recebendo diariamente pela televisão,
onde diariamente são bombardeadas na nossa cabeça que a ênfase é a alegria e a
confraternização; não perca o foco. Se o natal fala a respeito do nascimento de
Jesus Cristo lembre-se daquele nenê que é o ungido do Senhor com uma missão
especial. Deus entre nós, Mediador entre Deus e os homens, nosso Salvador. Leve
as boas novas e agradeça a Deus pelo presente que Ele nos dá em Jesus Cristo.
Vamos orar: Senhor Deus nós lhe agradecemos pela forma como as
Escrituras nos ensinam a respeito de Jesus Cristo. Muito obrigado Deus pela
forma como ela é clara em nos conduzir à verdade. Nós agradecemos Deus por
Jesus Cristo nosso Salvador, o único capaz de pagar o preço pelos nossos
pecados. Somos gratos por tudo que o Senhor já fez por nós, mas nós pedimos por
coragem para enfrentarmos este feriado entre familiares e amigos como
testemunhos do Senhor, como pessoas dispostas a transmitir essa notícia que é
boa, que é agradável, que é da parte do Senhor, que é para a alegria das
pessoas. Que seja uma oportunidade Deus, de sermos suas testemunhas,
agradecidos pelo seu presente. Muito obrigado Deus por tudo o que o Senhor fez
por nós e nos ajude. Nós oramos no nome de Jesus. Amém.
Fonte: http://marceloberti.wordpress.com/2011/12/19/mensagem-de-natal-que-bebe-e-esse/
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