O PREÇO PAGO NA SALVAÇÃO
Se Deus, na eternidade, escolheu
homens em particular para os salvar, os pecados destes devem ser pagos. É
lógico que o assunto do preço pago na salvação siga o assunto da escolha que
Deus fez na salvação.
A postura que devemos ter em
relação aos pontos que seguem deve ser a mesma que temos neste estudo inteiro.
Não devemos esperar entender o que a Bíblia ensina nessa área doutrinária
dependendo somente da lógica humana. A lógica do homem é bem inferior aos princípios
divinos (Pv. 14:12; Is. 55:8; Rm. 11:33; I Co. 1:19-25). Se esperarmos entender
algo da Palavra de Deus devemos exercitar a mente de Cristo que o crente tem (I
Co. 1:18; 2:14-16; Hb. 5:14). Devemos exercitar a fé pois somente por ela
podemos aceitar o que a Bíblia ensina (Rm. 1:17; Hb. 11:1,6). Também qualquer
tentativa de explicar o mistério do preço pago exclusivamente com lógica humana
seria fútil e igual de transformar a luz em trevas.
Convém enfatizar novamente o
primeiro ponto deste estudo: o desígnio da salvação, em todas as suas partes, é
a glória de Deus na face de Jesus Cristo. Mesmo que os assuntos abordados nesta
parte do assunto afetam o homem de várias maneiras, não é o homem visado em
primeiro lugar. A gloria de Deus pela obediência de Cristo é visada
primeiramente (Jo. 6:38,39).
Convém termos um temor adicional
nesta parte do estudo pois estamos abordando um assunto que excede qualquer
outra obra que pode ter no céu ou na terra. Múltiplas profecias de Gn. 3:15 a
Malaquias 4:6 tratam repetidas vezes Àquele que viria pagar o preço do pecado.
Por ter tanta ênfase pela profecia pelo Velho Testamento, uma atenção deve ser
dada. Não foi somente no Velho Testamento que a atenção sobremaneira foi dada
mas no Novo Testamento também. Pelo Novo Testamento sinais indiscutíveis foram
apresentados na concepção (Lc. 1:30-35), no nascimento (Lc. 2:8-14), durante o
crescimento (Lc. 2:46-52), e durante o ministério público deste Cristo que
pagou o preço (Lc. 4:17-21). Também foram sinais abundantes na Sua morte (Lc.
23:44-47; Mt. 27:50-55), na Sua ressurreição (Lc. 24:1-7; I Co. 15:4-8), na
ocasião da Sua ascensão (At. 1:9-11), pelo Seu ministério agora com o Pai (Hb.
7:25), e pelos ministrantes Teus na terra que pregam a Sua mensagem (Mc.
16:16,17). Nenhuma outra pessoa ou ser tem tanto destaque quanto aquela atenção
dada pela Palavra de Deus à pessoa e a obra de Jesus Cristo. Por isso devemos
ter um cuidado extra quando entramos neste assunto. Quando estudamos o preço
pago estamos examinando a obra dAquele sobre Quem foi estabelecida a Sua igreja
(Mt. 16:18), Aquele que tem todo o poder no céu e na terra (Mt. 28:18), que
aniquilou quem tinha o império da morte (Hb. 2:14) e tem as chaves da morte e
do inferno (Ap. 1:18). Por isso devemos dar a dignidade merecida a este
assunto. Não existe outro tema como o tema deste estudo pois é a mensagem única
para ser anunciada pelos séculos (Mt. 28:19,20; I Co. 2:1-5) e é aquela
eternamente declarada nas alturas (Ap. 5:12). Por ter superioridade de tal
medida sobre qualquer outra matéria, convém que tenhamos o temor de Deus em
consideração neste estudo do preço pago na salvação.
No decorrer deste estudo
definiremos a causa do preço a ser pago (o pecado), exaltaremos quem pagou o
preço necessário (Cristo) e entenderemos para quem o preço foi pago (os
eleitos).
A Causa do preço a ser pago
Entendendo melhor do pecado que
levou Cristo a derramar o Seu sangue mais valor daremos pela salvação. Por
muitos não entenderem a natureza do pecado, menos valor dão ao Salvador dos pecados.
É importantíssimo entender o pecado pois fez que conviesse (ser próprio e útil
- Lc. 24:26) o Filho de Deus “a entristecer-se e angustiar-se muito” (Mt.
26:37); ter as suas costas feridas, os cabelos da sua face arrancados e para
Ele receber a afronta e cuspo dos atormentadores (Is. 50:6). A beleza do preço
pago é vista somente quando é examinado por perto aquilo que fez com que fosse
importante (um dever - Jo. 3:14,15) o Santo e Eterno Deus Pai ferir, oprimir,
moer e desamparar o Seu Único e Amado filho (Sl. 22:1; Mt. 27:46; Zc 13:7; Is.
53:4,5). Somente percebendo a razão do desprezo constante dos pagãos,
religiosos (Is. 53:1-3), das aflições e inimizade de Satanás (Gn. 3:15; Mt.
4:1-11) podemos admirar o preço que foi pago. Pode ser que algo diferente do
que o sacrifício tão cruel do Filho de Deus fosse possível a Deus (“todas as
coisas te são possíveis”, Mc. 14:36), mas nada menos do que a completa
humilhação e a afronta da morte maldita na cruz poderia satisfazer o que era
proposto pela vontade de Deus (Hb. 12:2; Mc. 14:36).
A opinião do homem sobre o preço
que precisa ser pago pelo pecado é mínima. O preço necessário a ser pago é
comparado, ao homem, a uma fonte doce na qual ele pode beber quando precisa
refrescar-se do tormento que o pecado provoca à sua consciência (Gn. 3:11-13;
4:9; Rm. 2:14). Ele medita um pouco no mal que fez, e ele determina um ato,
pensamento ou uma intenção mínima de retribuição para apaziguar a sua
consciência. Para o homem, aquilo que causou o preço a ser pago na salvação foi
apenas uma fraqueza moral que foi herdada de Adão. É um mal que pode ser
resolvido facilmente por um jeito esperto agora ou no fim da vida. Infelizmente
a opinião do homem sobre o preço necessário a ser pago pelo pecado não é a
mesma dAquele que julga o pecado segundo as suas obras (Ap. 21:13).
As descrições claras do pecado que
a Bíblia fornece manifesta a natureza maligna do pecado e aquilo que causou
Cristo morrer. Na Bíblia o pecado é descrito como sendo nenhuma justiça ou bem
(Sl. 14:1-3; 53:1-3; Rm. 3:10-18); toda a imundícia e superfluidade de malícia
(Tg. 1:21). O pecado é descrito como um recém nascido abandonado na sua
imundícia (Ez. 16:4,6); um corpo morto (Rm. 7:24), um enfermo com doenças
abertas e imundas (Is. 1:5,6), a gangrena (II Tm. 2:17) e um sepulcro aberto
(Rm. 3:13). O desprezo de Deus pelo pecado é compreendido em que a Bíblia
descreve-o como tendo nenhuma verdade nele (Jo. 8:44), sendo comparado ao
vomito de cães e à lama dos porcos (II Pe. 2:22) e até ao pano imundo de uma
mulher menstruada (Is. 30:22; Lm. 1:17). A Bíblia abertamente diz que o
pensamento do tolo é pecado (Pv. 24:9) nos dando a entender que o pecado é
tolice. A Bíblia revela que qualquer coisa sem a fé é pecado (Rm. 14:23) nos
ensinando que o pecado é o oposto da fé. A Bíblia ensina que o não fazer o bem
que se sabe e deve fazer é pecado (Tg. 4:17) nos ensinando que a maldade do
pecado é desobediência. Somos instruídos pela Palavra de Deus que o pecado é
claramente descrito como sendo “iniquidade” (I Jo. 3:4; 5:17) nos ensinado que
o pecado é contra a lei de Deus. Para ninguém ter nenhuma dúvida sobre este
assunto, o Apóstolo João diz, pela inspiração do Espírito Santo, que quem peca
“é do diabo” (I Jo. 3:8) nos claramente convencendo que o pecado, em todas as
suas considerações, é terrível, abominável e diabólico. Pelas descrições claras
e marcantes da Palavra de Deus, entendemos bem o que causou um preço divino a
ser pago para que a salvação fosse uma realidade.
O que é pecado e o que é que
causou um preço a ser pago por ele pode ser melhor entendido pela observação
dos frutos podres dele. Jesus disse: pelos frutos conhecerá a árvore pois “não
pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons” (Mt.
7:16,18). Tiago pergunta: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial
água doce e água amargosa?” e também, “pode também a figueira produzir
azeitonas, ou a videira figos?” Na face da evidente clareza da lógica, Tiago
resume: “Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce?”. (Tg.
3:11,12). Na face de tais verdades podemos examinar os frutos podres e as obras
vergonhosas do pecado e, com isso, entender melhor a sua natureza e o tipo de
preço que foi pago por ele. As obras do pecado estão listadas varias vezes pela
Bíblia (Gl. 5:19-21; Ap. 21:8, 27; 22:15) nos dando um entendimento da podridão
do que é o pecado. Aquele ser que foi feito pela própria mão de Deus na Sua
própria imagem (Gen. 1:27; 2:7), o superior de tudo que achava na terra (Hb.
2:7,8) é agora, sendo um resultado do pecado, um adúltero e homicida (II Sm.
11:4,17; 12:4,7) e aquele que acha alegria entregar o Filho Unigênito de Deus
por dinheiro (Zc 11:12; Mt. 26:15). O pecado trouxe este ser glorioso a ser uma
vergonha (Pv. 14:34) e ter nenhum traço da glória de Deus (Is. 64:6; Rm. 3:23,
“destituídos estão da glória de Deus”). Aquela criação feita pela mão divina na
imagem de Deus, que gozava da voz do SENHOR que passeava no jardim pela viração
do dia (Gen. 3:8; Pv. 8:31), por causa de um só pecado (Gen. 3:6), tornou ser
um inimigo abominável contra este mesmo benigno e poderoso Deus, chegando a
negá-lO (Jó 21:14; Sl. 10:4; 14:1; Pv. 1:25; Rm. 1:21, 28) e se tornou
impossibilitado a agradá-lO nem entender a Sua palavra (Rm. 8:6-8; I Co. 2:14).
Aquela criação nobre em cujo coração foi escrita a lei de Deus (Rm. 2:14,15),
agora, por causa do pecado, vive diante de Deus sem lei (Oséias 8:12; Rm. 1:21,
28) fazendo somente o que se acha correto aos seus próprios olhos (Dt. 12:8;
Juízes 17:6; Pv. 21:2). O homem que o digno Deus fez à Sua própria imagem (Gen.
1:27) agora, pelo fruto do pecado, resiste o Espírito Santo (At. 7:51; Rm.
7:21-223; Gl. 5:17), é contra a soberania de Deus (Rm. 9:18-20; Ap. 16:21) e
resiste à mensagem de Cristo (Dt. 32:15; Pv. 1:25; Jr. 32:33; At. 7:54; 13:50)
como resiste até o próprio Cristo (Sl. 2:3; Mt. 27:20-26). Foi por causa do
pecado que o homem, que Deus fez reto e bom, tornou a ser maldito e cheio de
astúcias (Gen. 1:31; Ec. 7:29). O homem, por ser criado por Deus, tem um dever
de temer, honrar, obedecer e dar glória a Deus (Ec. 12:13; Ap. 4:11) mas,
agora, por causa do pecado, é servo de Satanás e da sua própria concupiscência
(Jo. 8:44; Rm. 6:16; II Tm. 2:26). Em vez de dar ao Criador toda a honra que
lhe é devida, o homem pecador anda em auto-suficiência (Gn. 11:4; Dn. 4:30; I
Jo. 2:16, “soberba da vida”). Uma consequência do pecado na criação de Deus
feita para dar glória a Ele é entendida pois, agora, essa criação anda em uma
completa estupidez pois tal criação gloriosa de Deus ridicularize-se da
mensagem da salvação (I Co. 1:23) e de tudo o que é santo (I Pe. 4:4). O efeito
do pecado é visto em que aquilo que o Deus santo criou, mata os que eram santos
(At. 7:54; 9:1,2) e menospreza as misericórdia e benignidade divinas (Rm. 2:4).
O pecado trouxe o homem a desejar mais as trevas (Jo. 3:19) a podridão e a
imundícia (II Pe. 2:22, vômito e espojadouro de lama) do que a gloriosa luz.
Foi o pecado que fez aquele que foi feito para gozar a presença de Deus com a
vida eterna chegar a conhecer a morte e a separação de Deus (Gen. 2:17;
3:22,23; Rm. 6:23) e causou que este homem tornasse uma afronta à santidade de
Deus (Jd. 14,15). O que é o pecado é claramente entendido quando os efeitos do
pecado são examinados. Estes efeitos deploráveis do pecado não são reservados
para alguns dos homens mas afetam integralmente os homens do mundo todo (Rm.
3:23; 5:12). Se pelos frutos a árvore é conhecida, também pelas consequências
que o pecado trouxe ao mundo, a natureza abominável do pecado é entendida.
O que é pecado e o que causou um
preço a ser pago por ele pode ser entendido melhor pelo estudo do fim terrível
do pecado no homem pecador. Aquilo que é contra a justiça e a santidade divina,
aquilo que opera ativamente contra o onipotente Deus, pode apenas provocar o
antagonismo deste justo e poderoso Deus (Ez. 18:24). É esse fim que o pecado
gera: a ira do eterno e santo Deus. Aquele que é o amigo do mundo tornou-se
automaticamente o inimigo de Deus (Tg. 4:4). É esse o fim do pecado: a
“inimizade contra Deus” (Rm. 8:6). Aquele que resiste a justa autoridade de
Deus será, sem misericórdia, reduzido a pó (Mt. 21:44; Lc. 20:18). Esse “pó” é
nada mais do que uma afrontosa morte aos maus (Mt. 21:41). Quando o pecado é
consumado, a morte é gerada (Tg. 1:15). Ninguém deve ser pego de surpresa pois
o resultado, ou o fim, do pecado é conhecido desde o começo (Gen. 2:17, “no dia
em que dela comeres, certamente morrerás.”). A lei avisou do perigo do pecado
(Lv. 5:17, “E, se alguma pessoa pecar, e fizer, contra algum dos mandamentos do
SENHOR .. será ela culpada, e levará a sua iniquidade;”; Tg. 2:10, “Porque
qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado
de todos.”). Os profetas repetiram o aviso (Is. 3:10,11, “Ai do ímpio! Mal lhe
irá; porque se lhe fará o que as suas mãos fizeram.”). O Novo Testamento não
deixou o povo menos avisado (Rm. 6:23, “Porque o salário do pecado é a morte”;
I Co. 15:56, “o aguilhão da morte é o pecado”). Somente os que negam o que
declara a Bíblia, a testemunha pela natureza (Rm. 1:19,20) e da lei escrita no
coração de todo homem (Rm. 2:14,15) estão em dúvida ainda hoje sobre o que
merece todo pecado. A verdade resumida é: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez.
18:20). O homem tem responsabilidade em agradar o seu criador, o Supremo Deus,
o infinito (Ec. 12:13). O pecado é contra este Deus. Deus é o eterno e infinito
ser (Rm. 11:33-36). Por ser contra tal Deus, a morte é mais do que uma cessação
de existência. A morte, o fim do pecado, é uma eterna e infinita separação de
Deus. O primeiro pecado, praticado por Satanás, resultou em separação imediata
da benção de ser aceita na presença de Deus com alegria (Is. 14:11-15; Ez.
28:17). Essa separação continua até hoje e será para toda a eternidade. Quando
o homem pecou pela primeira vez ele foi lançado fora do jardim onde ele gozava
da presença contínua e abençoada de Deus (Gen. 3:8, 23). Quando a época da
graça se finda, entendemos pelas Escrituras o eterno fim do pecado. Para todo
pecador que não tem os pecados lavados pelo sangue de Cristo, o seu fim é: ser
lançado fora da presença misericordiosa de Deus no lago de fogo (Ap. 20:12-15).
Este nunca poderá entrar na cidade celestial (Lc. 16:26; Ap. 21:27). Separado
está da misericórdia e da benignidade de Deus, que agora está no mundo (Rm.
2:4; Is. 48:22, “Mas os ímpios não têm paz, diz o SENHOR.”). Essa separação é
ter uma existência eterna conhecendo somente a ira eterna, a maldição e o juízo
justo de Deus. A eterna e infinita ira de Deus é “sobre toda a impiedade e
injustiça dos homens (Rm. 1:18; Ef. 5:6)”. A eterna e infinita maldição de Deus
é para “todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no
livro da lei, para fazê-las” (Gl. 3:10). O juízo de Deus é segundo a verdade
sobre os que fazem abominação do pecado (Rm. 2:1,2). Pelo fim terrível do
pecado no homem pecador podemos entender o que é o pecado e o que necessitou um
preço a ser pago por ele.
Resumo: Tendo uma percepção clara
do que é o pecado, e, entendendo que o homem voluntariamente se tornou um
pecador, a salvação de tal pecado, em um único pecador, nunca pode ser vista
como qualquer obrigação de justiça da parte de Deus. Contrariamente, a
misericórdia e a graça de Deus, em Jesus Cristo, são exaltados por Ele salvar
até um único pecador qualquer. Se você não conhece essa misericórdia e graça de
Deus, olhe para Jesus Cristo. Deus salva todos os que venham a Ele pelo Seu
Filho (Mt. 11:28-30; Jo. 5:24; 14:6; At. 4:12).
O preço pago pelo pecado
Pelo estudo das descrições do
pecado, o seu fruto e o seu fim, podemos entender o que o pecador merece. Aos
pecadores, Deus não deve a Sua misericórdia, a Sua graça, o Seu perdão ou a Sua
presença bondosa e eterna. O pecado merece somente a justiça divina. Todo o
pecado merece aquela justiça de Deus que julga o pecador à morte e à maldição
eterna. É a justiça de Deus que prescreve que o pecador seja separado da Sua
presença misericordiosa eternamente (Gn. 2:17; Ez. 18:20; Rm. 6:23; Jó 36:17,
“o juízo e a justiça te sustentam”).
Entendendo que o pecado não é
apenas um defeito na personalidade humana ou somente uma simples insuficiência
de esperteza espiritual, o preço que deve ser pago pelo pecado tem que ser
muito mais do que somente uma ‘ajuda, ‘chance’, ou ‘jeito’ divino para o
pecador. Pela estudo da Bíblia podemos entender melhor, não somente o que é que
causou um preço a ser pago pelo pecado mas o próprio preço pago. Entenderemos
esse preço pelo estudo de II Co. 5:21.
“Àquele” – característicos da pessoa dada como preço do pecado, são
apontados pela palavra “aquele” usada em II Co. 5:21. Não foi qualquer pessoa
dada como preço do pecado mas um em particular. Os títulos daquele que foi dado
como sacrifício pelo pecado revela muito: “o Leão da tribo de Judá, a raiz de
Davi, que venceu” (Ap. 5:5; Is. 11:1,2), o “Rei dos reis, e Senhor dos
senhores” (Ap. 19:16), o “Raboni” (Jo. 20:16), o “Cordeiro de Deus” (Jo. 1:29).
Quem pagou o preço do pecado é determinado pela simbologia da pedra rejeitada
que Deus colocou por “cabeça de esquina” (At. 4:11). Este é comida espiritual
(Jo. 6:54, 63) e água viva (Jo. 7:37,38). “Aquele’ que foi dado é nada menos do
que o eterno “Verbo” (Jo. 1:1; Jo. 8:58), Quem é “um” com o Pai (Jo. 10:30), o
“Deus conosco” (Mt. 1:23), o “SENHOR” (Jeová) do Velho Testamento revelado no
Novo Testamento (Joel 2:28-32; At. 2:16-21; 16:31). O preço pago pelo pecado
não foi um preço qualquer. O preço pago foi o próprio Deus, na pessoa de Jesus
Cristo (Jo. 1:18; Jd. 25).
O sacrifício dado pelo pecado deve
ser homem/Deus. Isso é representado pela Bíblia de maneiras diferentes: um
parente (Lv.. 25:25-27) e um remidor bem chegado (Rute 3:12; 4:7,8). Cristo é
este sacrifício homem/Deus (Gl. 3:20; I Tm. 2:5,6; I Co. 15:21; Hb. 2:11,17,
“semelhante aos irmãos”) que pode morrer no lugar do homem e satisfazer todos
os requisitos divinos. Somente Cristo é o representante qualificado dado no
lugar do homem, o verdadeiro parente e o remidor bem mais chegado. A
representação de Cristo sendo o “último Adão” (Rm. 5:14; I Co. 15:45; Hb.
2:11-15) indica somente Ele o único que pode ser o sacrifício ideal pelo pecado
do homem. Além dEle, não há outro (At. 4:12; I Co. 3:11).
“que não conheceu pecado” – a divindade de Cristo é apontado por este frase: “que não
conheceu pecado” em II Co. 5:21. Cristo é sem pecado. Ele é o “Santíssimo” (Dn.
9:24; Is. 53:9; Lc. 1:35; Hb. 7:26; 9:13,14; I Pe. 2:22,23), aquele em quem
“não há pecado” (I Jo. 3:5), o “Justo” (I Pe. 3:18; I Jo. 2:1). Pela qualidade
de Cristo ser imaculado (I Pe. 1:18,19), Ele é chamado “Luz (Jo. 8:12; 9:5;
12:46), a Verdade e a Vida (Jo. 11:25; 14:6; I Jo. 5:12). A Sua qualidade de
divindade é apontada por Ele ser o “filho de Deus” que não nasceu, mas foi dado
(divindade). O que nasceu foi o “menino” (humanidade, Is. 9:6). A divindade de
Cristo é entendido por Ele ser ‘eterno’ (Lc. 1:32,35; Jo. 1:1; Ap. 21:6, “o
Alfa e o Ômega”; 22:16), um atributo divino. Cristo não foi criado mas é o
Criador (Cl. 1:16,17; Jo. 1:3). Outros atributos de Cristo que revelam a Sua
divindade são: onipotência (Sl. 2:9; Mt. 28:18; Jo. 10:18), onisciência (Mc. 2:8;
Jo. 2:24,25; 16:30) e onipresença (Mt. 18:20; 28:20). Por Cristo não conhecer
pecado, Ele é exaltado (Sl. 89:27; Dn. 7:14; At. 2:36; Cl. 1:18,19; Fp. 2:7-11;
Hb. 7:26; Ap. 19:16) e designado como soberano (Jo. 3:35; 13:3; 17:2; At.
10:36, “o Senhor de todos”; I Co. 15:57; I Pe. 3:22). O preço que foi dado pelo
pecado foi o próprio Deus na pessoa de Jesus Cristo. Cristo é o único nome dado
entre os homens pelo qual devamos ser salvos (At. 4:12; I Co. 3:11). Se
misturamos a salvação com qualquer outra obra, angélica ou humana, ou com outra
pessoa alguma, a não ser unicamente a pessoa de Cristo, desprezamos “Aquele que
não conheceu pecado” que o Pai deu (Jo. 3:16).
“o fez pecado” – a humanidade de Cristo é apontada por esta frase: o fez pecado
(II Co. 5:21). Mesmo que Cristo foi gerado pelo Espírito Santo (Mt. 1:20), ele
nasceu de mulher, sob a lei (Is. 9:6, ”um menino nos nasceu”; Lc. 2:7,11; Gl.
4:4). Cristo tinha uma mãe humana e também irmãos na carne (Mt. 13:55,56; Lc.
8:19) e cresceu em estatura e conhecimento como qualquer outro menino (Lc.
2:40,52). Ele submeteu-se aos seus pais humanos (Lc. 2:51), caminhou (Jo.
4:3-6) e se cansou pelo caminho (Jo. 4:6). Cristo mostrou-se humano por ter
fome (Mt. 4:2), sentir sede (Jo. 19:28), experimentar tristeza (Jo. 11:33), a
ira (Mt. 21:12; Jo. 2:17), o desprezo (Mt. 13:57) por chorar (Jo. 11:35) e por
alegrar-se no Espírito Santo (Lc. 10:21). Por ser homem Cristo foi tentado em
tudo (Hb. 4:15) e foi limitado no conhecimento das coisas de Deus (Mt. 24:36;
Mc. 13:32). A prova maior que Cristo foi homem é entendida em que Ele foi feito
pecado (II Co. 5:21; Is. 53:4-6), em conseqüência de tal, foi pendurado
corporalmente na cruz (Mt. 27:38, 42; Jo. 19:31), furado por lança (Jo. 19:34;
20:27) da qual ferida saiu água e sangue (Jo. 19:34). O sofrimento de Cristo
foi até a morte (Fp. 2:7,8; Jo. 19:30) depois da qual, foi sepultado (Jo.
19:38-42). O preço pago pelo pecado não foi pouco, mas foi a vida do próprio
Filho de Deus, o homem, Cristo Jesus.
Ai daquele que rejeita tal
sacrifício pelos pecados. Se você ainda não é salvo, não espere por outro maior
sacrifício ser dado pelos pecados. Não há maior sacrifício do que o filho dado
por Deus e o menino nascido por mulher que é chamado Jesus Cristo. Venha a Ele
já.
Por quem este preço foi pago “por
nós” – por quem o preço do pecado foi pago é entendido pelas palavras
“por nós” de II Co. 5:21. Cristo é “aquele” que representa os “seus”. Os
pecadores são feitos pecadores por serem em Adão (Rm. 5:12). Os salvos são
feitos santos por estarem em Cristo, antes da fundação do mundo (Rm. 5:19; Ef.
1:4). Como Adão representa todos os homens, sem a exceção de nenhum, assim
Cristo representa todos “os que são de Cristo”, sem exceção de nenhum (I Co.
15:22,23; II Co. 5:14,15). A obra de Cristo foi uma substituição legal para os
seus em particular (Hb. 2:11).
A Bíblia claramente mostra por
quem o preço pelo sacrifício do Divino/humano Cristo Jesus foi pago usando
várias terminologias específicas. Quem foi os alvos para receber as bênçãos do sacrifício
de Cristo são os por quem Deus decidiu compadecer-se e pelos quais Ele quis ter
misericórdia (Rm. 9:15,16). Estes crêem no Evangelho por serem os que são
“ordenados para a vida eterna” (At. 13:48). Estes ordenados ou, como temos já
visto, os escolhidos ou os elegidos, são anteriormente determinados por Deus
(Ef. 1:4; II Ts. 2:13) e, são nomeados “povo seu” (Tt. 2:14), “seu povo” (Mt.
1:21, Sl. 110:3 – os judeus), “os seus” (Jo. 13:1 – seus discípulos) ou “meu
povo” (Êx. 8:23; II Co. 2:15,16 – os judeus). São particularmente por estes que
Cristo veio salvar (Mt. 1:21). Os homens que serão salvos são chamados
“ovelhas”, e são estas ovelhas somente pelas quais Cristo deu a Sua vida (Jo.
10:11,14-16; Is. 53:4-6,8). Estes homens que hão de crer, que são os do mundo
que o Pai deu a Cristo, são pelos quais Cristo se santificou e orou
particularmente e ainda ora (Jo. 17:6, 9, 11, 19, 21; Hb. 7:25). Estes, por
quais Cristo se deu, em outras passagens são chamados “amigos” (Jo. 15:13,14),
“meus irmãos” (Hb. 2:12) e os “filhos que Deus me deu” (Hb. 2:13; I Jo. 3:1)
enfatizando ainda mais a relação particular que têm os que foram dados pelo Pai
ao Filho. São estes mesmos que são os “chamados” (Hb. 9:15) que foram
conhecidos intimamente e predestinados antes (Rm. 8:28-30). Estes
predestinados, uma vez salvos pela mensagem da pregação da Palavra de Deus e
pela obra do Espírito Santo, quando ajuntados em obediência pública, são
chamados o “corpo de Cristo” ou a Sua “igreja” (Ef. 5:23, 25). É neste sentido
de coletividade dos que serão salvos e ajuntados no céu que entendemos um
sacrifício particular pois é dito que é “Ele próprio o salvador do corpo” (Ef.
5:23) e que pela igreja “a si mesmo se entregou por ela” (Ef. 5:25). É
determinado que fosse por estes ajuntados biblicamente que “Ele resgatou com
seu próprio sangue” e não os de fora do Seu ajuntamento [o ajuntamento futuro
no céu de todos os salvos de todas as épocas e os ajuntamentos de
representantes atualmente na terra] (At. 20:28). Foi o propósito de Cristo cuidar
particularmente o Seu “pequeno rebanho” (Lc. 12:32). Um propósito que Ele
efetua na salvação pelo Seu sangue e na santificação pelas Suas igrejas (Ef.
4:11-16). Estes, quem o Pai concede vir a Cristo (Jo. 6:65), pela obra do Pai e
do Espírito Santo (Jo. 6:45; Is. 54:13) e pela Palavra de Deus (Rm. 10:17; I
Pe. 1:23) são os que recebem Cristo pela fé (Jo. 1:12). Estes mesmos “que crêem
no Seu nome” são, os mesmos que passivamente “o receberam” (Jo. 1:12), os que
nasceram espiritualmente da vontade de Deus (Jo. 1:13) e não pelo esforço
nenhum do homem (Rm. 916). Por estes Cristo se santificou (Jo. 17:19). Não há
dúvida nenhuma que Cristo foi feito pecado por certas pessoas em particular (II
Co. 5:21). Foi por somente estes Ele morreu (Rm. 5:8; Tt. 2:14) e todos os
pecados que Ele levou sobre si serão verdadeiramente cobertos no dia do
julgamento (Hb. 9:12; Ap. 5:9).
Exatamente o que Cristo fez “por
nós” é entendido por palavras várias pela Bíblia, tais como redenção,
propiciação, salvação e expiação. Um estudo detalhado sobre cada uma destas
palavras, considerando as suas naturezas, qualificações, contextos e usos,
ensinará claramente tanta a natureza da obra salvadora de Cristo quanto por
quem a Sua obra foi feita.
Obra Federal
A obra de Cristo “por nós” é uma
obra federal ou representante. Como na aliança do Velho Testamento era
englobado o povo de Deus pelas promessas, os eleitos são representados por
Cristo na Sua obra de salvação (Gl. 2:20, “Já estou crucificado com Cristo”).
Como o primeiro Adão representava todo homem na humanidade (Rm. 5:12; I Co.
15:47), assim o Segundo Adão representa todos os salvos (I Co. 15:22,23, “os
que são de Cristo”). Por Cristo ser feito “semelhante aos irmãos” (Hb. 2:17)
“contado com os transgressores” (Is. 53:12) e uma “alma vivente” (I Co. 15:45),
Ele, junto com Seu povo, identificou-se como uma unidade diante da ira de Deus.
Por Cristo representar todos os seus é dito que os seus são “crucificados com
Cristo” (Gl. 2:20), mortos com Ele (Rm. 6:8), sepultados com Ele (Rm. 6:4),
vivificados com Ele (Cl. 2:13), ressuscitados juntamente com Ele (Ef. 2:6) e os
fez assentar nos lugares celestiais Nele (Ef. 2:6). A obra que Cristo fez,
verdadeiramente representa “nós”.
Obra Vicária
A obra de Cristo “por nós” também
foi vicária ou, em substituição (I Pe. 3:18, “o justo pelos injustos”). Cristo
não fez algo simplesmente bom para o benefício de outro, mas Ele tornou a ser,
no próprio lugar, exatamente o que o outro era (Gl. 4:4; Fp. 2:7). Cristo,
sendo feito como nós diante da lei (Gl. 4:4) ficou sujeito à pena da justiça de
Deus. Cristo, sento feito “pecado por nós” (II Co. 5:21) foi sujeito à morte.
Sendo feito “semelhante aos irmãos” (Hb. 2:17) a Sua obra absolveu “nós” da lei
do pecado e da morte (Rm. 8:3,4). Deus moeu Cristo pois Ele era “o castigo que
nos traz a paz” (Is. 53:4-6). Portanto, não há mais nenhuma condenação para os
que estão em Cristo (Rm. 8:1). A obra de Cristo para a salvação verdadeiramente
foi em substituição “por nós”.
Obra Penal
A obra de Cristo “por nós” foi
penal. Cristo, como representante de “nós” e sendo “feito pecado por nós” teria
que sofrer as consequências do Seu povo (Is. 53:4-8, “pela transgressão do meu
povo ele foi atingido”; Mt. 1:21, “Ele salvará o seu povo dos seus pecados”;
João 17:9, Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste,
porque são teus.”). Entendemos isso pela Sua morte. Cristo foi obediente em
tudo (Fp. 2:7), e, portanto, não deve ser castigado. Cristo foi sem pecado (II
Co. 5:21), e, portanto, não deve morrer. Cristo é justo (I Pe. 3:18), e,
portanto, não deve ser desamparado pelo Pai. Todavia, Cristo foi castigado,
morto e desamparado por Ele ser “feito pecado” pelos Seus (Lv.. 16:21; Is.
53:6,12; Hb. 9:28). Pela vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, os Nele
são feitos justos diante de Deus (Rm. 8:1,2). Verdadeiramente, a obra salvadora
de Cristo foi penal “por nós”.
Obra Sacrificial
A obra de Cristo “por nós” foi
sacrificial (I Co. 5:7,”..Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”).
Cristo foi a expiação do próprio pecado (Is. 53:10) e, isso, voluntariamente
(Jo. 10:18; Hb. 7:27). Cristo fez essa obra sacrificial como o Pai propôs (Rm.
3:25) pela obra do Espírito Santo (Hb. 9:14; Is. 61:1). Essa obra sacrificial
de Cristo foi uma obra redentora, uma compra de um rebanho em particular com
Seu próprio sangue (At. 20:28; I Co. 6:19,20). Também foi uma obra sacrificial
como sacerdotal. Como os sacerdotes no Velho Testamento ministravam diante de
Deus para homens em particular, Cristo ministrou diante de Deus para todo os
Seus (Hb. 9:11-15, 25-28; 10:12-18). Não há dúvida nenhuma que a obra de Cristo
como salvador “por nós” foi sacrificial.
Portanto, todos em Cristo são
feitos, mais cedo ou mais tarde, justos diante de Deus. A todos os homens (sem
a exceção de nenhum) deve ser declarado publicamente e zelosamente a mensagem
do Evangelho que Cristo é o Salvador de todos os pecadores arrependidos e
crentes Nele (Jo. 3:16). Portanto, se você é convencido dos seus pecados e
entenda que merece a ira e o julgamento de Deus, a mensagem é: Venha a Deus
pela fé na obra completa de Cristo. Por Cristo, Deus é grande em perdoar (Is.
55:7). Venham, tome de graça da água da vida, todos que querem (Ap. 22:18),
todos que tenham sede (Is. 55:1-3), e, todos que sejam oprimidos e cansados dos
seus pecados (Mt. 11:28-30).
Objeções
Existem as pessoas que dizem que
Cristo morreu por todo e qualquer homem no mundo sem nenhum exceção. Creio que
há versículos que aparentemente ensinem essas doutrinas. Todavia, se o que eles
aparentem for correto, todos os versículos já citados como prova que Cristo
veio morrer e salvar por alguns em particular, ficarão sem explicação alguma.
Os versículos que aparentam fornecer um entendimento para uma expiação geral
para toda humanidade por Cristo podem ser entendidos melhor se o contexto de
cada um fosse levado em consideração e não apensas o que aparentam ensinar.
II Pe. 3:9 é um versículo usado
geralmente para provar que Deus quer que todos os homens de todo lugar no mundo
e todos os tempos venham ao arrependimento. Se o próprio versículo fosse lido
com calma e sem uma emoção exaltada, seria entendido por quem Deus é desejoso.
O desejo de Deus é para “conosco”, os a quem Pedro escreve sua epístola (“aos
que conosco alcançaram fé igualmente preciosa”, II Pe. 1:1). São estes em
particular que Deus não quer perder e pelos quais Ele é desejoso que venham ao
arrependimento.
Adicionalmente, com II Pedro 3:9,
podemos estabelecer o fato que a palavra “todos” não significa a absoluta
totalidade das pessoas que podem existir. Existe na definição do pronome
indefinido “tudo” no Dicionário Eletrônico Aurélio o sentido: 4. Todas as
pessoas de quem se trata; todos: "e os amigos sem nome (tantos), / em alegria
companheira, / tudo se junta, oferecendo-se, / numa rosa, a Manuel
Bandeira." (Carlos Drummond de Andrade, José & Outros, p. 111). Os
léxicos do grego permitem o mesmo (#3956, individualmente, cada um, ou,
coletivamente, uns de todos, Strong’s). Esse sentido cabe bem com o “todos” de
II Pedro 3:9. O “todos” trata com os “alguns” que tem ligação com aqueles
representados com o pronome “conosco”. Quer dizer, Deus tem os Seus entre quais
alguns são salvos já e outros que ainda não são. Os que ainda não são, Deus não
quer que nenhum destes se percam senão que todos venham a arrepender-se.
O versículo I João 2:1,2 que
parece enfatizar uma expiação geral, em verdade não ensina isso. O apóstolo
João está escrevendo aos judeus e ele relata a verdade que a salvação por
Cristo não é somente entre os judeus mas para “todo o mundo”. Quer dizer: os
gentios podem ser salvos também. O apóstolo João, pela revelação em Apocalipse,
revela que de “todo o mundo” há salvação, sim, ‘uns de todos’ (Strong’s) ou,
quer dizer, “homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap. 5:9). O
versículo Romanos 3:9, usa os dois, “tantos judeus como gregos” no sentido de
“todos” da mesma forma de I João 2:1,2. Na verdade, poucas são às vezes, entre
as 1,234 usos da palavra ‘todos’ no Novo Testamento (#3956 no Strong’s,
Concordância Fiel), que a palavra “todos” significa a totalidade das pessoas.
Geralmente o próprio texto torna evidente a sua limitação.
João 3:16 é um outro versículo
usado por muitos para estabelecer o pensamento que Deus ama igualmente todos os
homens e se empenha de igual forma a salvar todos eles de igual forma. Essa
premissa fundamenta-se na suposição que quando a palavra “mundo” é usada, quer
significar ‘todo mundo’ sem nenhuma exceção. Uma consideração de João 1:10
revelará três maneiras diferentes de usar essa única palavra (o “mundo” a terra
em oposição ao céu; o “mundo” como o universo; o “mundo” apontando aos homens
que não creram nEle). A palavra “mundo” pode ser usada para representar o
universo (At. 17:24), a terra (Jo. 13;1; Ef. 1:4), o sistema mundano (Jo.
12:31; I Jo. 5:19), toda da raça humana (Rm. 3:19), toda a humanidade exceto os
crentes (Jo. 5:24; 15:18; Rm. 3:6), e os gentios em contraste com os judeus
(Rm. 11:12). A palavra “mundo” também pode ser usada para representar os
crentes (Jo. 1:29; 3:16,17; 6:33; 12:47; I Co. 4:9; II Co. 5:19). Portanto,
quando a palavra “mundo” for aplicada para ensinar a doutrina, deve ser levado
em consideração esses usos também. O estudo bíblico não deve ser baseado numa
suposição criada da lógica humana.
Em resumo, é necessário lembrar o
que a doutrina declarada pelas palavras “eleição” e os seus derivativos,
juntamente com as evidências múltiplas e bíblicas que apontam a uma expiação
particular ensina quando é determinado os significados das palavras “todos” e
“todo o mundo”. Com o estudo bíblico será entendido que Cristo, que não
conheceu pecado, foi feito pecado a todos a quem o Pai anteriormente deu a
Cristo, e somente estes.
O efeito do preço pago
“para que Nele fôssemos feitos a
justiça de Deus” – Os por quem Cristo pagou o
preço dos pecados são verdadeiramente feitos a “justiça de Deus” (II Co. 5:21).
Como Cristo foi feito igual aos seus “irmãos” (Hb. 2:17) os “Seus” são feitos
membros do “seu corpo, da Sua carne, e dos Seus ossos” (Ef. 5:30). Deus é
satisfeito pelo trabalho da alma de Cristo (Is. 53:11). Sendo “por nós” quem
Cristo trabalhou e ainda intercede (Rm. 8:33,34), estes mesmos serão todos
junto com Cristo à direita de Deus. Não há nenhum elegido, por quem Cristo
morreu, que não se apresentará justo diante de Deus um dia. Os que são chamados
(Rm. 8:28,29) são os mesmo que são perdoados (Sl. 85:2-10; Is. 1:18),
reconciliados (II Co. 5:20), sarados (I Pe. 2:24; Is. 53:4-7, 11), lavados (Ap.
1:5; I Pe. 1:18,19) e regenerados (Tt. 3:5). Pelo poder de Deus estes são
desejosos a virem a Cristo (Sl. 110:3) e serão feitos vivos (I Jo. 5:12; Ef.
2:1; Jo. 5:24) e justificados (Is. 53:11; Rm. 3:24-26; 8:1; 10:4; Fp. 3:9)
quando vêm a Cristo. Todo o que o Pai tem dado a Cristo, virá a Cristo
eventualmente (Jo. 6:3, 39, 45) e serão estabelecidos (II Tm. 1:7), conservados
(Jd. 1, 24, 25; Jo. 10:27,28), feitos agradáveis a Deus (Ef. 1:6) protegidos (I
Jo. 2:1) e, sem a menor dúvida, glorificados (Jo. 6:44; 17:2; Rm. 8:30). A
certeza disso é tão firme quanto a vontade de Deus (Jo. 6:38; Sl. 115:3;
135:6). Não há limitação nenhuma para a vontade de Deus (Dn. 4:35). Os que
estavam longe, estão agora pertos (Ef. 2:13; Hb. 7:25); os que eram filhos da
ira praticando todo e qualquer pecado, são agora, em Cristo, feitos filhos de
Deus (Ef. 2:2; I Jo. 3:2; Rm. 8:14,15); os que eram inimigos agora são
embaixadores da verdade (Rm. 8:6-8; II Co. 5:20) pela obra de Cristo. O que
aconteceu no passado com os “em Cristo” continuará a acontecer para os “seus”
que ainda não nasceram pois “todo o que o Pai” deu a Cristo “virá a Mim” (Jo.
6:37, 39; 17:2; Mt. 24:24).
Que Deus tenha misericórdia dos
Seus e trazer todos os estes a Cristo para salvação (II Ts. 2:13). É o nosso
desejo e oração que estes mesmos creiam e sejam trazidos a tais posições de
benção espiritual em lugares celestiais por Cristo. Também é o nosso desejo que
todos estes salvos vivam em todo o santo trato e piedade diante de um mundo em
trevas por ter tal salvação (II Tm. 2:19).
Autor: Pastor Calvin Gardner
Correção gramatical: Edson Elias Basílio, 04/2008
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
Correção gramatical: Edson Elias Basílio, 04/2008
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
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