Quem foi Jorge?
Por Bispo
Hermes C. Fernandes
Publicado em Cristianismo Subversivo
Publicado em Cristianismo Subversivo
Em torno do
século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios
do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge de Anicii. Filho de pais
cristãos, converteu-se a Cristo ainda na infância, quando passou a temer a Deus
e a crer em Jesus como seu único e suficiente salvador pessoal. Nascido na
antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para
a Palestina com sua mãe, após a morte de seu pai. Tendo ingressado para o
serviço militar, distinguiu-se por sua inteligência, coragem, capacidade
organizativa, força física e porte nobre. Foi promovido a capitão do exército
romano devido a sua dedicação e habilidade.
Tantas
qualidades chamaram a atenção do próprio Imperador, que decidiu lhe conferir o
título de Conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em
Roma, exercendo altas funções. Nessa mesma época, o Imperador Diocleciano
traçou planos para exterminar os cristãos. No dia marcado para o senado
confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se
no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os
ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses. Todos ficaram
atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana,
defendendo com grande coragem sua fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos
homens.
Indagado por
um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era
por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: “O QUE É A
VERDADE?”. Jorge respondeu: “A verdade é meu
Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus
Cristo, e nEle confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade.”
Como Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé
torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o
Imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos.
Porém, este santo homem de DEUS jamais abriu mão de suas convicções e de seu
amor ao SENHOR Jesus. Todas as vezes em que foi interrogado, sempre declarou-se
servo do DEUS Vivo, mantendo seu firme posicionamento de somente a Ele temer e
adorar.
Em seu
coração, Jorge de Capadócia discernia claramente o propósito de tudo o que lhe
ocorria:
… vos hão de
prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e
conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Isso
vos acontecerá para que deis testemunho”. (Lucas 21.12:13 – Grifo nosso).
A fé deste
servo de DEUS era tamanha que muitas pessoas passaram a crer em Jesus e
confessa-lo como SENHOR por intermédio da pregação do jovem soldado romano.
Durante seu martírio, Jorge mostrou-se tão confiante em Cristo Jesus e na obra
redentora da cruz, que a própria Imperatriz alcançou a Graça da salvação eterna,
ao entregar sua vida ao SENHOR. Seu testemunho de fidelidade e amor a DEUS
arrebatou uma geração de incrédulos e idólatras romanos.
Por fim,
Diocleciano mandou degolar o jovem e fiel discípulo de Jesus, em 23 de abril de
303. Logo a devoção a “São” Jorge tornou-se popular. Celebrações e petições a
imagens que o representavam se espalharam pelo Oriente e, depois das Cruzadas,
tiveram grande entrada no Ocidente. Além disso, muitas lendas foram se somando
a sua história, inclusive aquela que diz que ele enfrentou e amansou um dragão
que atormentava uma cidade…
Em 494, a
idolatria era tamanha que a Igreja Católica o canonizou, estabelecendo cultos e
rituais a serem prestados em homenagem a sua memória. Assim, confirmou-se a
adoração a Jorge, até hoje largamente difundida, inclusive em grandes centros
urbanos, como a cidade do Rio de Janeiro, onde desde 2002 faz-se feriado
municipal na data comemorativa de sua morte.
Jorge é
cultuado através de imagens produzidas em esculturas, medalhas e cartazes, onde
se vê um homem vestindo uma capa vermelha, montado sobre um cavalo branco,
atacando um dragão com uma lança. E ironicamente, o
que motivou o martírio deste homem foi justamente sua batalha contra a adoração
a ídolos…
Apesar dos
engano e da cegueira espiritual das gerações seguintes, o fato é que
Jorge de Capadócia obteve um testemunho reto e santo, que causou impacto e
ganhou muitas almas para o SENHOR. Por amor ao Evangelho, ele não se preocupou
em preservar a sua própria vida; em seu íntimo, guardava a Palavra:
…Cristo
será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja
pela morte” (Filipenses 1.20).
Deste modo,
cumpriu integralmente o propósito eterno para o qual havia nascido: manifestou
o caráter do SENHOR e atraiu homens e mulheres para Cristo, estendendo a
salvação a muitos perdidos.
Se você é
devoto deste celebrado mártir da fé cristã, faça como ele e atribua toda honra,
glória e louvor exclusivamente a Jesus Cristo, por quem Jorge de Capadócia
viveu e morreu. Para além das lendas que envolvem seu nome, o grande dragão
combatido por ele foi a idolatria que infelizmente hoje impera em torno de seu
nome.
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